scholarly journals Barreiras e aspectos facilitadores da adesão à terapia antirretroviral em Belo Horizonte-MG

2011 ◽  
Vol 64 (6) ◽  
pp. 1028-1037 ◽  
Author(s):  
Walquíria Jesusmara dos Santos ◽  
Eliane Freitas Drumond ◽  
Adriana da Silva Gomes ◽  
Cristal Marinho Corrêa ◽  
Maria Imaculada de Fátima Freitas

O objetivo desse estudo foi conhecer dificuldades e aspectos que facilitam a adesão à terapia antirretroviral (TARV) por pessoas com HIV/AIDS. Estudo qualitativo, desenvolvido junto a 26 sujeitos em uso de TARV, acompanhados por serviço de referência em Belo Horizonte, Minas Gerais. A análise das entrevistas, no que se refere às dificuldades encontradas, resultou em categorias relativas ao cotidiano de vida, às representações sobre o HIV e à complexidade do tratamento. Quanto aos aspectos facilitadores, as categorias encontradas foram a ausência de efeitos colaterais, lembrança dos sintomas da doença, aumento da sobrevida e influência da rede social. Os resultados mostram a importância de acompanhamento efetivo dos profissionais dos serviços para construírem, junto com os sujeitos, estratégias que melhorem a adesão à TARV.

2020 ◽  
Vol 54 ◽  
pp. 146
Author(s):  
Gabriela Sales Pimentel ◽  
Maria das Graças Braga Ceccato ◽  
Juliana de Oliveira Costa ◽  
Jullye Campos Mendes ◽  
Palmira de Fátima Bonolo ◽  
...  

OBJETIVO: Avaliar longitudinalmente a alteração da qualidade de vida em pessoas que vivem com HIV iniciando a terapia antirretroviral, atendidas em três serviços públicos de referência na assistência especializada ao HIV em Belo Horizonte. MÉTODOS: Estudo de coorte prospectivo, com o acompanhamento de pessoas que vivem com HIV, com 18 anos de idade ou mais, e iniciando terapia antirretroviral. Dados sociodemográficos, comportamentais, clínicos, relacionados ao tratamento farmacológico e ao serviço foram obtidos por entrevistas, complementados com informações dos prontuários clínicos e dos sistemas de informação do Programa Brasileiro de HIV/AIDS. A qualidade de vida foi avaliada utilizando o instrumento WHOQOLHIV-bref, por meio de entrevista face a face, com intervalo mínimo de seis meses entre as entrevistas. A alteração média na qualidade de vida entre as duas entrevistas foi avaliada utilizando o teste t pareado. Os fatores associados foram avaliados por meio de regressão linear múltipla. RESULTADOS: A qualidade de vida global, assim como a qualidade de vida nos domínios físico, psicológico, nível de independência, ambiente e espiritual foram estatisticamente melhores em pessoas que vivem com HIV usando terapia antirretroviral no final do tempo de acompanhamento. Fatores independentemente associados ao incremento na qualidade de vida foram possuir crença religiosa e morar com outras pessoas. Enquanto ter sinais ou sintomas de ansiedade e depressão e o número de reações adversas a medicamentos reportadas foram preditores associados à piora da qualidade de vida. CONCLUSÕES: Os resultados evidenciam melhora na qualidade de vida em pessoas vivendo com HIV iniciando a terapia antirretroviral ao longo do tempo. Evidenciam ainda a necessidade de se acompanhar e prover cuidados de saúde, em especial para indivíduos com sinais e sintomas de ansiedade e depressão e que relatam reações adversas a medicamentos no início do tratamento.


2020 ◽  
Vol 23 ◽  
Author(s):  
Romara Elizeu Amaro Perdigão ◽  
Palmira de Fátima Bonolo ◽  
Micheline Rosa Silveira ◽  
Dirce Inês da Silva ◽  
Maria das Graças Braga Ceccato

RESUMO: Introdução: A vinculação é um passo fundamental para o cuidado contínuo da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV/aids), sendo essencial para proporcionar o acesso à terapia antirretroviral, bem como ao cuidado integral. Metodologia: Estudo transversal, com pessoas vivendo com HIV (PVHIV), idade ≥ 18 anos, vinculadas entre janeiro e dezembro de 2015, em um serviço de referência para assistência ambulatorial e hospitalar especializada em HIV/aids em Belo Horizonte (MG). O tempo de vinculação foi definido como o tempo do diagnóstico até a vinculação ao serviço. Considerou-se vinculação oportuna quando esse tempo foi menor ou igual a 90 dias. Os dados foram coletados por meio de prontuários clínicos. Realizou-se análise de regressão logística com intervalo de confiança de 95% (IC95%). Resultados: Entre os 208 pacientes, a maioria era do sexo masculino (77,8%) com idade média de 39 anos. Cerca de 45% apresentaram condições definidoras de aids na vinculação. O tempo de vinculação apresentou média de 138 ± 397 dias, e a vinculação oportuna ocorreu para 76,9% dos pacientes. As variáveis associadas com a vinculação oportuna foram: ter idade ≥ 48 anos (odds ratio - OR = 8,50; IC95% 1,53 - 47,28), estar trabalhando (OR = 3,69; IC95% 1,33 - 10,25) no momento da vinculação e apresentar contagem de linfócitos T CD4 (LT CD4+) ≤ 200 células/mm3 no momento do diagnóstico de HIV (OR = 4,84; IC95% 1,54 - 15,18). Observou-se proporção importante de vinculação oportuna entre as PVHA, porém com diagnóstico tardio. Conclusão: Intervenções devem ser direcionadas para pessoas mais jovens e com maior contagem de LT CD4+, visando uma melhor prestação de cuidados contínuos em HIV.


2005 ◽  
Vol 21 (1) ◽  
pp. 217-225 ◽  
Author(s):  
Maria Inês Barreiros Senna ◽  
Mark Drew Crosland Guimarães ◽  
Isabela Almeida Pordeus

Um estudo seccional foi conduzido entre cirurgiões-dentistas do Sistema Único de Saúde de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, com o objetivo de identificar fatores associados à disposição para o atendimento odontológico de portadores do HIV/AIDS. Questionários foram distribuídos aos participantes em seu local de trabalho. Um total de 140/345 (41,0%) dentistas selecionados participaram do estudo. A prevalência de disposição para o atendimento foi de 55,0%. Resultados ajustados pela regressão logística múltipla mostraram que a disposição para o atendimento foi significativamente associada a ter percepção correta sobre o risco ocupacional (OR = 4,8; IC95%: 1,32-18,04), conhecer protocolo pós-exposição ocupacional (OR = 4,5; IC95%: 1,61-13,07), ter atitudes positivas frente à epidemia (OR = 3,2; IC95%: 1,37-7,45), ter experiência profissional com paciente portador de HIV/AIDS (OR = 3,0; IC95%: 1,30-7,19) e ser contra o exame diagnóstico compulsório anti-HIV de pacientes (OR = 2,3; IC95%: 0,96-5,40). Dentistas que tiveram acidente perfurocortante apresentaram menor disposição para o atendimento (OR = 0,4; IC95%: 0,15-0,85). Estes resultados mostram que o medo do contágio é a principal fonte de ansiedade para os trabalhadores da saúde com relação ao atendimento de pacientes com HIV/AIDS.


2016 ◽  
Vol 21 (11) ◽  
pp. 3331-3338 ◽  
Author(s):  
Marília Borborema Rodrigues Cerqueira ◽  
Roberto Nascimento Rodrigues
Keyword(s):  
De Se ◽  

Resumo Este artigo tem como objetivo definir alguns fatores associados à vulnerabilidade dos idosos ao HIV/AIDS, na perspectiva daqueles que vivem com o vírus. Foram entrevistados 20 idosos, 12 mulheres e 8 homens (todos com idade igual ou superior a 60 anos), atendidos em hospital público de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Os idosos entrevistados apresentam baixa escolaridade, baixa renda, estão ou estiveram unidos, têm percepções e comportamentos fundados em relações de gênero estruturadas com assimetria de poder e baixa capacidade de resposta à vulnerabilidade. A maioria dos idosos entrevistados tem vida sexual ativa, mas poucos deles declaram que se protegem. A falta de informações perpassa todos os níveis de vulnerabilidade estudados. O cenário é preocupante, ressaltando a necessidade de se desmitificar a invisibilidade sexual dos idosos, garantindo-lhes uma vida sexual saudável e contínua, o que lhes é de direito.


2009 ◽  
Vol 25 (6) ◽  
pp. 1369-1380 ◽  
Author(s):  
José Roberto Maggi Fernandes ◽  
Francisco de Assis Acurcio ◽  
Lorenza Nogueira Campos ◽  
Mark Drew Crosland Guimarães

O objetivo deste trabalho foi verificar a proporção de início tardio da terapia anti-retroviral (TARV) e seus fatores associados. Estudo de corte transversal com pacientes de dois serviços públicos de referência (n = 310) em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Atraso no início da TARV foi definido como ter contagem de linfócitos T CD4+ < 200 células/mm³ ou manifestação clínica de imunodepressão grave. A maioria era do sexo masculino (63,9%) e não possuía plano de saúde (76,1%). A proporção de início tardio da TARV foi 68,4%. Grande parte (75,2%) iniciou TARV < 120 dias após a primeira consulta médica. Estar desempregado, realizar anti-HIV por indicação de profissional de saúde, < 2 consultas no serviço até seis meses antes do início da TARV e tempo entre primeira consulta para o HIV e início da TARV < 120 dias estiveram associados de forma independente com início tardio da TARV. São necessários estudos que avaliem o custo-efetividade da realização do anti-HIV como teste de rastreamento da população geral. Facilitar o acesso dos pacientes com resultado positivo aos serviços de referência pode contribuir para a redução do número de pacientes que iniciam tardiamente a TARV.


2020 ◽  
Vol 54 ◽  
pp. 108
Author(s):  
Luciane de Souza Leal Teixeira ◽  
Maria das Graças Braga Ceccato ◽  
Wânia da Silva Carvalho ◽  
Juliana de Oliveira Costa ◽  
Palmira de Fátima Bonolo ◽  
...  

OBJETIVO: Estimar a prevalência do tabagismo e avaliar os fatores a ele associados em pessoas vivendo com HIV (PVHIV). MÉTODOS: Trata-se de estudo transversal de uma coorte prospectiva concorrente com 462 indivíduos em início de terapia antirretroviral atendidos em três serviços de assistência especializada ao HIV/aids em Belo Horizonte entre 2015 e 2017. Os status de tabagismo utilizados foram: fumante atual (FA), ex-fumante (EF) e não fumante (NF). Realizou-se regressão logística multinomial, sendo NF a categoria de referência. RESULTADOS: A maioria dos participantes eram homens (81,4%), jovens (de até 34 anos; 57,2%) e não brancos (75,7%). Do total de indivíduos, 27,7% eram FA, 22,9% EF, e 49,4% NF. A maioria dos tabagistas eram fumantes leves (65,1%), consumiam até 10 cigarros por dia e fumavam havia mais de 10 anos (63,3%), tendo começado em média aos 17,2 anos de idade (DP = 5,1). Na análise multivariada, maiores chances de ser FA se associaram a: ser do sexo feminino, ter até 9 anos de escolaridade, usar ou já ter usado álcool e drogas ilícitas (maconha, cocaína e crack) e apresentar sinais e/ou sintomas de ansiedade ou depressão. Maiores chances de ser EF se associaram a ter até 9 anos de escolaridade e usar ou já ter usado álcool e drogas e ilícitas (maconha e crack). CONCLUSÕES: Os resultados mostram que o tabagismo é altamente prevalente entre PVHIV, indicando a necessidade de os serviços de assistência especializada em HIV priorizarem intervenções a fim de cessá-lo, com abordagem sobre o uso de álcool e drogas ilícitas, especialmente voltadas para pessoas jovens, com baixa escolaridade e com sinais e/ou sintomas de ansiedade ou depressão.


2004 ◽  
Vol 20 (5) ◽  
pp. 1388-1397 ◽  
Author(s):  
Maria das Graças Braga Ceccato ◽  
Francisco A. Acurcio ◽  
Palmira de Fátima Bonolo ◽  
Gustavo M. Rocha ◽  
Mark D. C. Guimarães
Keyword(s):  

Para avaliar a compreensão das informações sobre a terapia anti-retroviral entre portadores do HIV/AIDS atendidos em serviços públicos de referência, em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, foi realizada análise transversal por meio de entrevistas com pacientes, após a primeira dispensação de anti-retrovirais. A orientação recebida dos profissionais de saúde e o nível de compreensão pelo paciente foram investigados, sendo este classificado como insuficiente se houvesse discordância igual ou superior a 30,0% entre a resposta do paciente e a informação contida na prescrição para itens selecionados. Divergências entre as informações da prescrição e as relatadas pelos 358 pacientes foram observadas. O nível de compreensão das informações sobre anti-retrovirais prescritos foi classificado como insuficiente para 26,3%. Os resultados obtidos revelam proporção importante de pacientes com lacunas na compreensão de informações sobre a terapêutica anti-retroviral combinada. É necessário implementar estratégias para aumentar a qualidade das orientações fornecidas a esses pacientes. O enfoque multidisciplinar no atendimento aos pacientes poderá contribuir para reverter a situação observada.


AIDS Care ◽  
2007 ◽  
Vol 19 (sup1) ◽  
pp. 12-22 ◽  
Author(s):  
A. S. Chacham ◽  
M. B. Maia ◽  
M. Greco ◽  
A. P. Silva ◽  
D. B. Greco
Keyword(s):  

Author(s):  
Mívia Rosa de Medeiros Vichiato ◽  
Marcelo Vichiato ◽  
Percílio Wander da Silva ◽  
Cássia Lafetá do Couto ◽  
Leonardo De Souza Pereira ◽  
...  

Fatores bióticos a abióticos são importantes agentes de declínio de árvores de interesse na arborização urbana. Este trabalho objetivou a investigação dos problemas fitossanitários (desfolhamento e morte progressiva de ramos) apresentados por Ficus microcarpa (Moraceae) localizados no canteiro central da Avenida Bernardo Monteiro, em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Análises entomológicas e amostras de plantas infectadas revelaram que os agentes causadores da queda de folhas e da morte progressiva de ramos dos Ficus microcarpa são, respectivamente, a mosca-branca-dos-fícus - Singhiella simplex (Hemiptera: Aleyrodidae) e o fungo Lasiodiplodia theobromae (Pat.) Griffon & Maubl. (= Botryodiplodia theobromae Pat.).


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