scholarly journals Oportunidade de vinculação de pessoas vivendo com HIV em um serviço especializado de saúde, Belo Horizonte (MG)

2020 ◽  
Vol 23 ◽  
Author(s):  
Romara Elizeu Amaro Perdigão ◽  
Palmira de Fátima Bonolo ◽  
Micheline Rosa Silveira ◽  
Dirce Inês da Silva ◽  
Maria das Graças Braga Ceccato

RESUMO: Introdução: A vinculação é um passo fundamental para o cuidado contínuo da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV/aids), sendo essencial para proporcionar o acesso à terapia antirretroviral, bem como ao cuidado integral. Metodologia: Estudo transversal, com pessoas vivendo com HIV (PVHIV), idade ≥ 18 anos, vinculadas entre janeiro e dezembro de 2015, em um serviço de referência para assistência ambulatorial e hospitalar especializada em HIV/aids em Belo Horizonte (MG). O tempo de vinculação foi definido como o tempo do diagnóstico até a vinculação ao serviço. Considerou-se vinculação oportuna quando esse tempo foi menor ou igual a 90 dias. Os dados foram coletados por meio de prontuários clínicos. Realizou-se análise de regressão logística com intervalo de confiança de 95% (IC95%). Resultados: Entre os 208 pacientes, a maioria era do sexo masculino (77,8%) com idade média de 39 anos. Cerca de 45% apresentaram condições definidoras de aids na vinculação. O tempo de vinculação apresentou média de 138 ± 397 dias, e a vinculação oportuna ocorreu para 76,9% dos pacientes. As variáveis associadas com a vinculação oportuna foram: ter idade ≥ 48 anos (odds ratio - OR = 8,50; IC95% 1,53 - 47,28), estar trabalhando (OR = 3,69; IC95% 1,33 - 10,25) no momento da vinculação e apresentar contagem de linfócitos T CD4 (LT CD4+) ≤ 200 células/mm3 no momento do diagnóstico de HIV (OR = 4,84; IC95% 1,54 - 15,18). Observou-se proporção importante de vinculação oportuna entre as PVHA, porém com diagnóstico tardio. Conclusão: Intervenções devem ser direcionadas para pessoas mais jovens e com maior contagem de LT CD4+, visando uma melhor prestação de cuidados contínuos em HIV.

2020 ◽  
Vol 54 ◽  
pp. 146
Author(s):  
Gabriela Sales Pimentel ◽  
Maria das Graças Braga Ceccato ◽  
Juliana de Oliveira Costa ◽  
Jullye Campos Mendes ◽  
Palmira de Fátima Bonolo ◽  
...  

OBJETIVO: Avaliar longitudinalmente a alteração da qualidade de vida em pessoas que vivem com HIV iniciando a terapia antirretroviral, atendidas em três serviços públicos de referência na assistência especializada ao HIV em Belo Horizonte. MÉTODOS: Estudo de coorte prospectivo, com o acompanhamento de pessoas que vivem com HIV, com 18 anos de idade ou mais, e iniciando terapia antirretroviral. Dados sociodemográficos, comportamentais, clínicos, relacionados ao tratamento farmacológico e ao serviço foram obtidos por entrevistas, complementados com informações dos prontuários clínicos e dos sistemas de informação do Programa Brasileiro de HIV/AIDS. A qualidade de vida foi avaliada utilizando o instrumento WHOQOLHIV-bref, por meio de entrevista face a face, com intervalo mínimo de seis meses entre as entrevistas. A alteração média na qualidade de vida entre as duas entrevistas foi avaliada utilizando o teste t pareado. Os fatores associados foram avaliados por meio de regressão linear múltipla. RESULTADOS: A qualidade de vida global, assim como a qualidade de vida nos domínios físico, psicológico, nível de independência, ambiente e espiritual foram estatisticamente melhores em pessoas que vivem com HIV usando terapia antirretroviral no final do tempo de acompanhamento. Fatores independentemente associados ao incremento na qualidade de vida foram possuir crença religiosa e morar com outras pessoas. Enquanto ter sinais ou sintomas de ansiedade e depressão e o número de reações adversas a medicamentos reportadas foram preditores associados à piora da qualidade de vida. CONCLUSÕES: Os resultados evidenciam melhora na qualidade de vida em pessoas vivendo com HIV iniciando a terapia antirretroviral ao longo do tempo. Evidenciam ainda a necessidade de se acompanhar e prover cuidados de saúde, em especial para indivíduos com sinais e sintomas de ansiedade e depressão e que relatam reações adversas a medicamentos no início do tratamento.


2020 ◽  
Vol 32 (2) ◽  
pp. 27-35
Author(s):  
Carlos Thommen Corrêa Jankovitz ◽  
Juliana Dos Santos Costa ◽  
Lilian Koifman ◽  
Tânia Ventura

A adesão à terapia antirretroviral (TARV) tem sido um desafio constante à rede de cuidado dos pacientes HIV+. Sabe-se que a posologia inadequada da medicação acarreta não só prejuízos ao indivíduo, como também ao sistema público de saúde. Visto isso, o estudo buscou avaliar a adesão à TARV dos usuários atendidos no serviço especializado de um hospital universitário, analisando os fatores psicossociais que influenciam nesse processo. Foram coletados dados sociodemográficos de 59 pacientes, além dos índices laboratoriais de carga viral e contagem de células TCD4+, entre os anos de 2014 e 2015. Para avaliar correlação estatística entre as variáveis do estudo e a adesão, usaram-se os testes de Mann Whitney, Qui-Quadrado de Person e Odds Ratio. Observou-se que 50,85% dos entrevistados não aderiam à terapia, sendo as dificuldades com a TARV e a mudança de rotina pela medicação, fatores associados à não-adesão (p0,05). Nesse contexto, torna-se evidente a importância de se conhecer os pontos de instabilidade dos serviços de HIV/AIDS, visando, assim, aprimorar as condições da assistência ofertadas por estes.


2014 ◽  
Vol 2 (2) ◽  
pp. 59-71 ◽  
Author(s):  
Maria Izabel Ribeiro Cabral De Rezende ◽  
Fabiana Guimarães Brito ◽  
Rubens Riscala Madi ◽  
Cláudia Moura de Melo

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é uma doença crônica caracterizada por profunda imunossupressão provocada pela depleção dos linfócitos TCD4+, glóbulos brancos do sistema imunológico, sendo o vírus da imunodeficiência humana (HIV) o seu agente etiológico. Este estudo teve como objetivo caracterizar o perfil epidemiológico de pacientes HIV/AIDS atendidos em Serviço de Atendimento Especializado (SAE) de Sergipe, no período de 2007 a 2012. Os dados coletados no SAE foram analisados por meio do programa SPSS 21.0, sendo calculados Odds ratio e correlação de Pearson (α=5%). Entre 1202 indivíduos, o perfil predominante foi masculino, de 21-50 anos, com nível de instrução entre ensino básico e fundamental e parceiros sexuais fixos/não fixos. Aproximadamente 63,3% realizou terapia antirretroviral, sendo que 66,2% apresentaram taxas de linfócitos TCD4+ > 350 células/mm3 e 41,8% carga viral < limite mínimo. Entre os protozoários/helmintos intestinais, os mais comuns foram os comensais. O perfil epidemiológico dos portadores de HIV/AIDS estudados apresentou-se concordante com o perfil da epidemia em outras localidades do Brasil. Observou-se a heterossexualização como padrão da infecção atual e seu contágio sugerido pelas práticas sexuais. As mulheres apresentam maior risco em desenvolver quadros mais graves de imunodeficiência quando comparados com os homens sergipanos atendidos no CEMAR.


2020 ◽  
Vol 54 ◽  
pp. 108
Author(s):  
Luciane de Souza Leal Teixeira ◽  
Maria das Graças Braga Ceccato ◽  
Wânia da Silva Carvalho ◽  
Juliana de Oliveira Costa ◽  
Palmira de Fátima Bonolo ◽  
...  

OBJETIVO: Estimar a prevalência do tabagismo e avaliar os fatores a ele associados em pessoas vivendo com HIV (PVHIV). MÉTODOS: Trata-se de estudo transversal de uma coorte prospectiva concorrente com 462 indivíduos em início de terapia antirretroviral atendidos em três serviços de assistência especializada ao HIV/aids em Belo Horizonte entre 2015 e 2017. Os status de tabagismo utilizados foram: fumante atual (FA), ex-fumante (EF) e não fumante (NF). Realizou-se regressão logística multinomial, sendo NF a categoria de referência. RESULTADOS: A maioria dos participantes eram homens (81,4%), jovens (de até 34 anos; 57,2%) e não brancos (75,7%). Do total de indivíduos, 27,7% eram FA, 22,9% EF, e 49,4% NF. A maioria dos tabagistas eram fumantes leves (65,1%), consumiam até 10 cigarros por dia e fumavam havia mais de 10 anos (63,3%), tendo começado em média aos 17,2 anos de idade (DP = 5,1). Na análise multivariada, maiores chances de ser FA se associaram a: ser do sexo feminino, ter até 9 anos de escolaridade, usar ou já ter usado álcool e drogas ilícitas (maconha, cocaína e crack) e apresentar sinais e/ou sintomas de ansiedade ou depressão. Maiores chances de ser EF se associaram a ter até 9 anos de escolaridade e usar ou já ter usado álcool e drogas e ilícitas (maconha e crack). CONCLUSÕES: Os resultados mostram que o tabagismo é altamente prevalente entre PVHIV, indicando a necessidade de os serviços de assistência especializada em HIV priorizarem intervenções a fim de cessá-lo, com abordagem sobre o uso de álcool e drogas ilícitas, especialmente voltadas para pessoas jovens, com baixa escolaridade e com sinais e/ou sintomas de ansiedade ou depressão.


2011 ◽  
Vol 24 (6) ◽  
pp. 873-881 ◽  
Author(s):  
Luísa Helena Maia Leite ◽  
Alma Papa ◽  
Rosane Castanheiras Valentini

OBJETIVO: Este estudo teve como objetivo avaliar a associação entre insatisfação com a imagem corporal e adesão à terapia antirretroviral. MÉTODOS: Participaram do estudo 80 indivíduos infectados com o vírus da imunodeficiência humana/síndrome da imu-nodeficiência adquirida. Foi administrado questionário de autopreenchimento para avaliar o nível de adesão à medicação, com metodologia de escalas de silhuetas para avaliar a satisfação com a imagem corporal. As aná-lises incluíram estatística descritiva, teste t de Student, Qui-quadrado e estimativa de Odds ratio. RESULTADOS: Os resultados mostraram elevada insatisfação com a imagem corporal tanto entre os homens quanto entre as mulheres (75,0%). A insatisfação corporal foi mais prevalente no grupo com sobrepeso (40,0% vs 15,0%; p=0,041) e entre os indivíduos com queixas de depressão, mas tais diferenças não foram significativas (28,3% vs. 15,0%; p=0,233). No grupo de insatisfeitos com a imagem corporal, 62,0% das mulheres tinham sobrepeso e 58,0% dos homens eram eutróficos. A adesão irregular aos antirretrovirais foi mais prevalente entre as mu-lheres, em comparação aos homens (77,8% vs 47,7; p=0,006). Existiu uma associação positiva e significativa entre insatisfação com a imagem corporal e baixos níveis de adesão (OR=4,69 IC:1,491-17,792; p=0,003). CONCLUSÃO: Este estudo mostrou associação entre insatisfação com a imagem corporal, sobrepeso e baixa adesão à terapia antirretroviral. Intervenções que objetivem reduzir a insatisfação com a imagem corporal são recomendadas para indivíduos infectados com o vírus da imunodeficiência humana/síndrome da imunodeficiência adquirida, sob tratamento antirretroviral.


2011 ◽  
Vol 64 (6) ◽  
pp. 1028-1037 ◽  
Author(s):  
Walquíria Jesusmara dos Santos ◽  
Eliane Freitas Drumond ◽  
Adriana da Silva Gomes ◽  
Cristal Marinho Corrêa ◽  
Maria Imaculada de Fátima Freitas

O objetivo desse estudo foi conhecer dificuldades e aspectos que facilitam a adesão à terapia antirretroviral (TARV) por pessoas com HIV/AIDS. Estudo qualitativo, desenvolvido junto a 26 sujeitos em uso de TARV, acompanhados por serviço de referência em Belo Horizonte, Minas Gerais. A análise das entrevistas, no que se refere às dificuldades encontradas, resultou em categorias relativas ao cotidiano de vida, às representações sobre o HIV e à complexidade do tratamento. Quanto aos aspectos facilitadores, as categorias encontradas foram a ausência de efeitos colaterais, lembrança dos sintomas da doença, aumento da sobrevida e influência da rede social. Os resultados mostram a importância de acompanhamento efetivo dos profissionais dos serviços para construírem, junto com os sujeitos, estratégias que melhorem a adesão à TARV.


AIDS Care ◽  
2007 ◽  
Vol 19 (sup1) ◽  
pp. 12-22 ◽  
Author(s):  
A. S. Chacham ◽  
M. B. Maia ◽  
M. Greco ◽  
A. P. Silva ◽  
D. B. Greco
Keyword(s):  

2012 ◽  
Vol 21 (2) ◽  
pp. 424-434 ◽  
Author(s):  
Francisca Maria de Almeida ◽  
Maria Teresa Soares Seabra de Britto e Alves ◽  
Flavia Maria Mendonça do Amaral

Este foi um estudo observacional, transversal analítico realizado em ambulatório de referência do Estado do Maranhão-Brasil, no período de maio de 2009 a fevereiro de 2010, com o objetivo de estudar o uso de plantas com finalidade medicinal entre pessoas vivendo com HIV/AIDS, em uso de antirretrovirais. Um total de 339 pessoas respondeu um questionário abordando o uso de plantas e características demográficas, socioeconômicas, comportamentais, relacionadas à soropositividade e ao uso de antirretrovirais. A prevalência de utilização de plantas foi de 34,81%. As mais utilizadas foram: Turnera ulmifolia (12,09%); Melissa officinalis (10,62%); Plectranthus barbatus (7,67%); Cymbopogan citratus (capim limão) (4,72%) e Mentha spp. (hortelã) (2,36%). A maioria das pessoas (96,61%) referiu melhora após a utilização. Um percentual de 75,42% dos usuários de plantas não informou essa prática ao médico. Entre os que informaram o uso, 55,17% afirmaram que o médico estava de acordo e somente uma pessoa foi orientada a interromper o uso (3,45%). Apenas um médico (3,45%) indicou o uso de plantas. A análise ajustada evidenciou diferença para uso de plantas em relação ao sexo feminino (RP=1,58, 95% IC 1,15-2,15 p 0,004) e à orientação sexual do tipo homossexual (RP=0,63 IC 0,44-0,90 p 0,012). Este estudo aponta para a necessidade de melhor diálogo entre médico e pacientes sobre o uso de plantas com finalidade medicinal, alertando sobre possíveis perigos quando associados aos antirretrovirais, especialmente entre usuários do sexo feminino ou com prática do tipo homossexual.


2018 ◽  
Vol 22 (1) ◽  
pp. 65-72
Author(s):  
Raquel Lisboa OLIVEIRA ◽  
Cristiane Fonseca ALMEIDA ◽  
Raquel De Vasconcellos Carvalhaes OLIVEIRA ◽  
Beatriz GRINSZTEJN ◽  
Marcus Tulius Teixeira SILVA ◽  
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Objetivo: explorar a associação entre o estado nutricional e os aspectos relacionados à qualidade de vida em pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA) em tratamento antirretroviral. Materiais e Métodos: estudo seccional com uma amostra de 83 pacientes selecionada nos ambulatórios de doenças infecciosas de um instituto de referência para tratamento do HIV/AIDS. Os participantes foram avaliados quanto ao estado nutricional (avaliação nutricional subjetiva global - ANSG) e aos aspectos relacionados à qualidade de vida (questionário Item Short-Form Health Survey -SF-36) por uma fisioterapeuta treinada da equipe multidisciplinar de terapia nutricional. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa e todos os participantes assinaram termo de consentimento livre e esclarecido. Resultados: A maioria era do sexo masculino (56,6%), tinha concluído o ensino médio (54,2%), era ativo profissionalmente (54,2%), e ganhava pelo menos um salário mínimo (92,8%). Um terço da amostra tinha desnutrição leve ou moderada, e relatou presença de algum sintoma gastrintestinal. Grande parte dos pacientes apresentava perda de tecido adiposo (65%) e de massa muscular (34,9%) e 40,9% tinham deficiência funcional relacionada ao estado nutricional. Os pacientes classificados como desnutridos, tiveram piores resultados com relação aos componentes da ANSG e menores escores nos domínios da qualidade de vida (capacidade funcional, vitalidade, e limitação por aspectos físicos, emocionais e sociais). Conclusão: A desnutrição parece interferir negativamente na qualidade de vida de PVHA, e o uso de um instrumento de triagem rápida do estado nutricional, como a ANSG, por uma equipe interdisciplinar pode identificar precocemente pacientes que precisam de rápida intervenção nutricional. DESCRITORES: Síndrome de Imunodeficiência Adquirida. HIV. Terapia Antirretroviral.


2010 ◽  
Vol 26 (1) ◽  
pp. 121-130 ◽  
Author(s):  
Quintino de Medeiros Faustino ◽  
Eliane Maria Fleury Seidl

Foram investigados efeitos da intervenção cognitivo-comportamental sobre a adesão inadequada à terapia antirretroviral. Participaram dois homens (P1 e P2) acometidos pela Aids. Uma mulher soropositiva (P3) funcionou como controle. Foram comparadas avaliações de comportamento de adesão, estratégias de enfrentamento, expectativa de autoeficácia para aderir à terapia e variáveis biológicas de três momentos - linha de base (LB), imediatamente após (M2) e três meses depois (M3) da intervenção. Os participantes P1 e P2 relataram aumentos nos níveis de adesão à terapia, nos escores de autoeficácia e no enfrentamento focalizado no problema. A participante P3 manteve adesão insuficiente e baixos escores de autoeficácia. Conclui-se que a intervenção cognitivo-comportamental teve efeitos positivos sobre a adesão à terapia antirretroviral.


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