scholarly journals Hepatites pós-transfusionais na cidade de Campinas, SP, Brasil: I. Incidência, agentes etiológicos e aspectos clínico-epidemiológicos da hepatite por vírus C

Author(s):  
Fernando Lopes Gonçales Júnior ◽  
Rogério de Jesus Pedro ◽  
Luiz Jacintho da Silva ◽  
Raquel Silveira Bello Stucchi Boccato ◽  
Marcelo Carvalho Ramos ◽  
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Keyword(s):  

Seguimos ambulatorialmente, por no mínimo 180 dias, 111 receptores de transfusões, para avaliarmos a ocorrência de hepatites pós-transfusionais e os agentes etiológicos envolvidos com esta doença, na cidade de Campinas, Estado de São Paulo, Brasil. No final diagnosticamos esta hepatite em 18 (16,2%) receptores. Destes, tivemos 16 (89%) casos devido ao vírus da hepatite C, 1 (5,5%) causado pelo vírus da hepatite B e 1 (5,5%) caso restante, sem etiologia determinada, 15 meses após a transfusão. O período de incubação da hepatite por vírus C (HVC) foi de 71 dias, em média; e 23% dos indivíduos com esta hepatite permaneceram com aumento de AST/ALT por mais de 6 meses. Observou-se soroconversão tardia para o anti-HCV em 71,4% dos receptores, que ocorreu, em média, 135 dias após a transfusão. Uma dosagem de ALT e uma pesquisa do anti-HCV, aos 3 e 6 meses, após a transfusão, diagnosticariam, respectivamente, 71 e 93% dos casos que desenvolveram HVC pós-transfusionais.

2009 ◽  
Vol 46 (3) ◽  
pp. 225-229 ◽  
Author(s):  
Camila Rodrigues Bressane Cruz ◽  
Miriam Matsura Shirassu ◽  
Wellington P. Martins
Keyword(s):  

CONTEXTO: As hepatites virais constituem doença de notificação compulsória e apresentam grande importância em nosso meio devido à elevada prevalência. OBJETIVO: Comparar o perfil epidemiológico dos casos confirmados de hepatites B e C notificados no Núcleo de Vigilância Epidemiológica do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, São Paulo, SP, no período entre janeiro de 2004 e abril de 2007. MATERIAL: Os resultados foram analisados através do teste do qui ao quadrado. RESULTADOS: Observou-se 112 casos confirmados de hepatite B e 651 de hepatite C. Houve predominância do sexo masculino dentre os casos de hepatite B e do sexo feminino entre os de hepatite C, com significância estatística. A faixa etária mais frequente foi de 30 a 39 anos, considerando-se hepatite B (P<0,01) e 40 a 49 anos para hepatite C (P = 0,49). A astenia foi o sintoma mais relatado. Os fatores de risco predominantes foram: doenças sexualmente transmissíveis (hepatite B; P<0,01), tratamento cirúrgico e transfusão de sangue (hepatite C; P<0,01). A confirmação por critério laboratorial foi predominante e quanto à forma clínica, observou-se evolução para hepatite crônica em 54,5% e 81,7% dos casos, respectivamente para hepatite B e C (P<0,01). A transmissão do vírus B ocorreu predominantemente por via sexual (P<0,01), enquanto o vírus C foi predominantemente transmitido por transfusão (P<0,01). CONCLUSÕES: Os dados referentes ao perfil epidemiológico dos pacientes foram semelhantes aos disponíveis na literatura nacional e internacional. Ressalta-se a importância da vigilância epidemiológica na determinação do perfil das hepatites virais, permitindo que se estabeleçam propostas adequadas de prevenção e rastreamento.


2005 ◽  
Vol 80 (5) ◽  
pp. 475-480 ◽  
Author(s):  
Thais Dias Tavares Guerreiro ◽  
Marília Moura Machado ◽  
Thais Helena Proença de Freitas
Keyword(s):  

FUNDAMENTOS: O líquen plano é dermatose inflamatória crônica de etiologia desconhecida. Sua associação com doença hepática, particularmente a hepatite C, é tema de diversos trabalhos em todo o mundo, desde 1990, quando a sorologia para detecção do vírus da hepatite C (VHC) se tornou disponível. OBJETIVOS: Este estudo visa avaliar uma possível relação causal entre a infecção pelo vírus C e o líquen plano. MÉTODOS: Tomaram-se por grupo de estudo 66 pacientes com líquen plano matriculados na Clínica de Dermatologia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, no período de 2000 a 2003. O grupo comparativo foi constituído pelos doadores de sangue voluntários do Banco de Sangue da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, durante o período de outubro de 2001 a outubro de 2002. RESULTADOS: Dos 66 pacientes com líquen plano, cinco apresentaram sorologia positiva para VHC, representando 7,5% em comparação com 0,69% dos doadores de sangue. CONCLUSÕES: Esse resultado é compatível com muitos dados contidos na literatura médica mundial. Entretanto, são necessários novos estudos para o melhor conhecimento dessa controversa relação.


2014 ◽  
Vol 17 (3) ◽  
pp. 246-250
Author(s):  
Bruna Barbosa Ferreira ◽  
Thatiana Lameira Maciel Amaral ◽  
Tércio Genzini ◽  
Patrícia Rezende do Prado
Keyword(s):  

Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico dos pacientes transplantados hepáticos acompanhados, no estado do Acre. Método: Estudo transversal, realizado no período de abril de 2003 a julho de 2014, para o qual foram utilizados os prontuários dos pacientes em acompanhamento no Hospital das Clínicas do Acre, Brasil. As informações foram coletadas do prontuário eletrônico, por meio de um formulário semiestruturado. Foram realizadas as frequências absolutas e relativas das variáveis categóricas. O banco foi analisado pelo programa SPSS 17.0. Resultados: Foram acompanhados 70 transplantados hepáticos no período do estudo. A causa mais frequente que levou ao transplante foi o vírus da hepatite B e a cirrose (77,1%), 81,4% eram do sexo masculino, 64,3% tinham acima de 45 anos de idade, 34,4% dos pacientes esperaram menos de um ano para a realização do transplante, 87,1% utilizaram o fármaco Tacrolimus, 81,0% residiam na cidade de Rio Branco, 42,9% foram transplantados no Hospital Bandeirantes na cidade de São Paulo, a principal complicação foi a recidiva do Vírus da Hepatite C pós-transplante e 14,3% dos pacientes foram a óbito. Em relação aos doadores dos órgãos, 83,9% eram falecidos, 56,6% do sexo masculino e a principal causa de morte foi acidente vascular cerebral hemorrágico. Conclusão: Com a caracterização do paciente transplantado hepático, almeja-se contribuir para o serviço de atendimento a esse paciente, tomando-se as medidas necessárias para a assistência à  saúde e intervenção dessa problemática.  


2007 ◽  
Vol 41 (suppl 2) ◽  
pp. 47-56 ◽  
Author(s):  
Valquiria O. C. Brito ◽  
Deolinda Parra ◽  
Regina Facchini ◽  
Cassia Maria Buchalla

OBJETIVO: Estimar a prevalência das infecções pelo HIV, vírus das hepatites B e C, e da sífilis em moradores de rua. MÉTODOS: Estudo transversal com intervenção educativa, realizado no município de São Paulo, de 2002 a 2003. Selecionou-se amostra de conveniência de moradores de rua que utilizavam albergues noturnos, segundo os critérios: >18 anos e não apresentar distúrbios psiquiátricos. Em entrevistas, foram coletados dados sociodemográficos e de comportamento, e realizados exames laboratoriais para HIV, hepatite B e C e sífilis, e aconselhamento pós-teste. RESULTADOS: Participaram 330 usuários dos albergues, com 40,2 anos (média), 80,9% homens, nas ruas, em média, há um ano. Observaram-se prevalências de 1,8% de HIV, 8,5% de vírus de hepatite C, 30,6% de infecção pregressa por hepatite B, 3,3% de infecção aguda ou crônica pelo vírus hepatite B e 5,7% de sífilis. Uso consistente de preservativo foi referido por 21,3% e uso de droga injetável, por 3% dos entrevistados. A positividade para HIV foi de 10% e 50% para vírus da hepatite C entre usuários de drogas injetáveis, versus 1,5% para HIV e 7,3% para hepatite C nos demais, evidenciando associação entre esse vírus e uso de droga injetável. Prisão anterior foi referida por 7,9% das mulheres e 26,6% dos homens, com prevalência de 2,6% para HIV e 17,1% para vírus da hepatite C. CONCLUSÕES: As elevadas prevalências de HIV e vírus de hepatite B e C requerem programas de prevenção baseados na vacinação contra hepatite B, diagnóstico precoce dessas infecções e inserção dos moradores de rua em serviços de saúde.


2017 ◽  
Vol 28 (Supl.5) ◽  
pp. 918-918
Author(s):  
Juliana Arruda ◽  
Hérika Sousa ◽  
Luis Rezende ◽  
Marília Mischiatti ◽  
Paula Poletti ◽  
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Keyword(s):  

PLoS ONE ◽  
2011 ◽  
Vol 6 (4) ◽  
pp. e18407 ◽  
Author(s):  
Maria Teresa M. Giret ◽  
João Luiz Miraglia ◽  
Maria Cecília Araripe Sucupira ◽  
Anna Nishiya ◽  
José Eduardo Levi ◽  
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1993 ◽  
Vol 27 (1) ◽  
pp. 30-35 ◽  
Author(s):  
Afonso D. C. Passos ◽  
Uilho A. Gomes ◽  
José F. de C. Figueiredo ◽  
Margarida M. P. do Nascimento ◽  
Jaqueline M. de Oliveira ◽  
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Como parte de uma investigação epidemiológica de campo sobre hepatite B num município de características rurais do Estado de São Paulo, Brasil, foi estudada a distribuição de marcadores sorológicos dessa doença segundo à área de residência e o local de nascimento dos indivíduos. Para o município estudado como um todo, a prevalência encontrada para um ou mais dos marcadores sorológicos de hepatite B foi de 7,7%, com os habitantes rurais apresentando risco mais elevado que os urbanos (9,8% e 4,9%, respectivamente). A análise da positividade, de acordo com o local de nascimento, mostrou valores mais altos entre os migrantes provenientes de outros Estados do País (15,8%), seguidos dos oriundos de outros municípios de São Paulo (9,2%): entre os nascidos no município estudado e, particularmente em Ribeirão Preto, centro urbano de localização próxima ao mesmo, observaram-se as menores prevalências (5,2% e 2,5%, respectivamente). Discute-se a importância de se analisar em estudos epidemiológicos, a procedência dos indivíduos, variável capaz de influir na história natural da hepatite B numa comunidade, e, eventualmente, explicar diferenças nas distribuições de marcadores dessa infecção em populações aparentemente semelhantes.


2003 ◽  
Vol 45 (4) ◽  
pp. 213-216 ◽  
Author(s):  
Anna S. Nishiya ◽  
Gabriela Ribeiro-Dos-Santos ◽  
Leda Bassit ◽  
Roberto Focaccia ◽  
Dalton F. Chamone ◽  
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There has been several studies worldwide on phylogenetics and genotype distribution of the GB-virus C / Hepatitis G virus (GBV-C/HGV). However, in their great majority, those investigations were based on some epidemiologically linked group, rather than on a representative sampling of the general population. The present is a continuation of the first study in Brazil with such a population; it addresses the GBV-C/HGV phylogenetics and genotype distribution based on samples identified among more than 1,000 individuals of the city of São Paulo. For this purpose, a 728 bp fragment of the 5´non-coding region (5´NCR) of the viral genome, from 24 isolates, was sequenced and subjected to phylogenetic analysis. Genotypes 1, 2a and 2b were found at 8.3% (2/24), 50% (12/24) and 41.7% (10/24), respectively. In conclusion São Paulo displays a genotype distribution similar to the published data for other States and Regions of Brazil, endorsing the notion that types 1 and 2 would have entered the country with African and European people, respectively, since its earliest formation.


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