scholarly journals Efeito de curto prazo do tiotrópio nos portadores de DPOC em tratamento com β2-agonista

2010 ◽  
Vol 36 (2) ◽  
pp. 181-189 ◽  
Author(s):  
Frederico Leon Arrabal Fernandes ◽  
Vanessa Aparecida Leão Pavezi ◽  
Sérvulo Azevedo Dias Jr ◽  
Regina Maria Carvalho Pinto ◽  
Rafael Stelmach ◽  
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OBJETIVO: Avaliar o impacto de curto prazo do uso de tiotrópio em pacientes com DPOC grave e muito grave com queixas de dispneia apesar do tratamento com outros broncodilatadores. MÉTODOS: Estudo prospectivo incluindo pacientes com DPOC grave ou muito grave, com queixa de dispneia de pequenos esforços ou ao repouso. A cada 15 dias, o tratamento broncodilatador foi modificado: salmeterol, tiotrópio e associação salmeterol+tiotrópio. Ao final de cada regime, foram realizados testes de função pulmonar e teste de caminhada de seis minutos (TC6). Também foram avaliados o grau de dispneia e a capacidade de realização de atividades de vida diária. Para a avaliação das atividades de vida diária, foi utilizada a escala London Chest Activity of Daily Living (LCADL) validado para uso no Brasil. RESULTADOS: Foram avaliados 52 pacientes. Desses, 30 completaram o estudo. A introdução de tiotrópio como monoterapia resultou em uma melhora significativa (p < 0,05) da dispneia basal (média do escore da escala do Medical Research Council de 3,0 para 2,5) e ao final do TC6 (média do escore da escala de Borg de 6,1 para 4,5), e as diferenças foram significativas (p < 0,05 para ambos). O uso da associação salmeterol+tiotrópio resultou em um aumento significativo médio de 81 mL no VEF1 e na melhora de 5,7 pontos no escore da escala LCADL. CONCLUSÕES: A introdução de tiotrópio no tratamento de pacientes com DPOC grave a muito grave em uso de β2-agonistas de longa duração causa melhora na função pulmonar e alivio sintomático perceptível pelos pacientes a curto prazo. Esses resultados, obtidos em regime de atendimento de vida real, dão suporte ao uso da associação salmeterol+tiotrópio em protocolos de assistência específicos a esses pacientes.

2014 ◽  
Vol 39 (1) ◽  
Author(s):  
Cintia Laura Pereira de Araújo ◽  
Manuela Karloh ◽  
Karoliny Dos Santos ◽  
Cardine Martins dos Reis ◽  
Anamaria Fleig Mayer

Introdução: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) prejudica o estado funcional, com consequente limitação das Atividades de Vida Diária (AVD). Este estudo teve como objetivo investigar o efeito de um programa de Reabilitação Pulmonar (RP), em longo prazo, no estado funcional, na dispneia e no índice BODE em pacientes com DPOC. Relato de caso: Trata-se de um estudo retrospectivo e documental, com análise dos prontuários de cinco pacientes participantes de um programa de RP por um ano. Destes prontuários foram coletados dados referentes às avaliações: espirometria, Índice de Massa Corporal (IMC), escalas London Chest Activity of Daily Living (LCADL) e Medical Research Council e (MRC) teste de caminhada de seis minutos. Após um ano participando do programa de exercício físico, a maioria dos pacientes apresentou maior capacidade funcional, menor dispneia e redução no risco de mortalidade. Conclusão: Um ano de RP parece ter função de manutenção da melhora da capacidade funcional de pacientes com DPOC, após 24 sessões de treinamento.


2011 ◽  
Vol 17 (5) ◽  
pp. 310-314 ◽  
Author(s):  
Ywia Danieli Valadares ◽  
Krislainy de Sousa Corrêa ◽  
Bruna Oliveira Silva ◽  
Cintia Laura Pereira de Araujo ◽  
Manuela Karloh ◽  
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A limitação nas atividades de vida diária (AVD) por dispneia é um achado comum nos pacientes com insuficiência cardíaca (IC), classe funcional III e IV. A avaliação específica da limitação nas AVD poderia ser utilizada como parâmetro de evolução da doença e de resposta terapêutica. Entretanto, há uma escassez de instrumentos de avaliação das AVD nessa população. Dessa forma, o objetivo do estudo foi verificar a aplicabilidade da escala London Chest Activity of Daily Living (LCADL) e do teste de AVD-Glittre (T Glittre), na avaliação da limitação funcional de indivíduos com IC classe funcional III e IV. Participaram do estudo 10 pacientes (57 ± 9 anos; 27,5 ± 4,5kg/m²) de ambos os sexos com diagnóstico clínico de IC classe funcional III e IV e fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) 34 ± 7%, foram avaliados: espirometria, índice de massa corpórea (IMC), escala LCADL, teste de caminhada de seis minutos (TC6min), T Glittre, escala Medical Research Council (MRC) e questionário SF-36. Os pacientes apresentaram, em média, escore da escala LCADLtotal de 27,7 ± 12,1 (LCADL%total: 41,5 ± 16,9) e tempo do T Glittre de 6,3 ± 4,8 minutos, encontrando-se correlação positiva entre eles (r = 0,88; p < 0,05). O LCADL%total correlacionou-se com o TC6min (r = -0,83), FEVE (r = -0,64), MRC (r = 0,68) e domínio capacidade funcional (CF) do SF-36 (r = -0,63), com p < 0,05. O T Glittre correlacionou-se com o TC6min (r = -0,90), FEVE (r = -0,66) e CF do SF-36 (r = -0,69), com p < 0,05. Conclui-se com o estudo que a escala LCADL e o T Glittre têm aplicabilidade em pacientes com IC classe III e IV, apresentando associação com a FEVE, com a distância percorrida no TC6min, grau de dispneia e qualidade de vida.


2009 ◽  
Vol 35 (10) ◽  
pp. 949-956 ◽  
Author(s):  
Nidia Aparecida Hernandes ◽  
Denilson de Castro Teixeira ◽  
Vanessa Suziane Probst ◽  
Antonio Fernando Brunetto ◽  
Ercy Mara Cipulo Ramos ◽  
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OBJETIVO: Avaliar as características de atividades físicas na vida diária de pacientes portadores de DPOC no Brasil e sua relação com diferentes variáveis fisiológicas. MÉTODOS: Foram avaliados 40 pacientes portadores de DPOC (18 homens; 66 ± 8 anos; VEF1 = 46 ± 16 % predito; índice de massa corpórea = 27 ± 6 kg/m²) e 30 idosos saudáveis pareados por gênero e idade quanto às atividades físicas na vida diária, utilizando-se um acelerômetro multiaxial por 12 h/dia durante dois dias consecutivos. Foram ainda avaliados as capacidades máxima e funcional de exercício através do teste incremental máximo e do teste de caminhada de seis minutos (TC6), respectivamente; PImáx e PEmáx; força muscular periférica através dos testes de uma repetição máxima e de força de preensão manual; qualidade de vida através de Saint George's Respiratory Questionnaire (SGRQ); estado funcional através do questionário London Chest Activity of Daily Living; e sensação de dispneia através da escala do Medical Research Council (MRC). RESULTADOS: Os pacientes portadores de DPOC apresentaram menor tempo de caminhada/dia quando comparados aos idosos saudáveis (55 ± 33 vs. 80 ± 28 min/dia; p = 0,001) e menor intensidade de movimento (1,9 ± 0,4 vs. 2,3 ± 0,6 m/s²; p = 0,004). Os pacientes com DPOC também tenderam a passar mais tempo sentados (294 ± 114 vs. 246 ± 122 min/dia; p = 0,08). O tempo de caminhada/dia correlacionou-se com TC6 (r = 0,42; p = 0,007), carga máxima de trabalho (r = 0,41; p = 0,009), idade, escala MRC e domínio atividade do SGRQ (-0,31 < r < -0,43; p < 0,05 para todos). CONCLUSÕES: Apesar de serem mais ativos do que pacientes europeus estudados previamente, pacientes portadores de DPOC no Brasil foram menos ativos em comparação a idosos saudáveis. O tempo de caminhada/dia desses pacientes correlacionou-se apenas moderadamente com a capacidade máxima e funcional de exercício.


2012 ◽  
Vol 12 (1) ◽  
Author(s):  
Claire Launois ◽  
Coralie Barbe ◽  
Eric Bertin ◽  
Julie Nardi ◽  
Jeanne-Marie Perotin ◽  
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2013 ◽  
Vol 20 (4) ◽  
pp. 379-386
Author(s):  
Júlia Gianjoppe-Santos ◽  
Samantha Maria Nyssen ◽  
Bruna Varanda Pessoa ◽  
Renata Pedrolongo Basso-Vanelli ◽  
Mauricio Jamami ◽  
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O objetivo do estudo foi investigar se há relação entre o impacto da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) no estado de saúde com o nível de dispneia nas atividades de vida diária (AVD) e o índice preditor de mortalidade em pacientes em reabilitação pulmonar (RP). Trata-se de um estudo transversal, em que foram avaliados 32 pacientes com DPOC moderada a muito grave (23 homens; 66,6±12,0 anos; VEF1: 40,6±15,6% previsto) por meio do COPD Assessment Test (CAT), Índice de Massa Corpórea (IMC), Teste de Caminhada de Seis Minutos (TC6), London Chest Activity of Daily Living Scale (LCADL), modified Medical Research Council (mMRC) e Índice BODE (Body mass index, airflow Obstruction, Dyspnea and Exercise capacity). Observaram-se correlações positivas moderadas do CAT com o questionário mMRC (r=0,35; p=0,048), a pontuação total da LCADL (r=0,60; p<0,001) e com a porcentagem da pontuação total da LCADL (r=0,57; p=0,001). Apenas a pontuação total da LCADL é capaz de predizer independentemente a pontuação do questionário CAT (p<0,05; r²=0,61). Não foram constatadas correlações significativas entre o CAT e o Índice BODE, IMC, TC6 e VEF1. Dessa forma, quanto maior o nível de dispneia nas AVD, maior o impacto da DPOC no estado de saúde do paciente, entretanto, o mesmo não ocorre em relação ao prognóstico de mortalidade nos pacientes com DPOC em RP.


2017 ◽  
Vol 63 (1) ◽  
pp. 77-85 ◽  
Author(s):  
Anelise B Munari ◽  
Aline A Gulart ◽  
Karoliny dos Santos ◽  
Raysa S Venâncio ◽  
Manuela Karloh ◽  
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2016 ◽  
Vol 13 (6) ◽  
Author(s):  
Ivete Alonso Bredda Saad ◽  
Mariana De Moraes ◽  
Vinicius Minatel ◽  
Bruna Alonso Saad

A avaliação da dispneia tem sido feita por meio de instrumentos como escala de Borg modificada, a escala de cores e a escala do Medical Research Council modificada (mMRC). O objetivo deste estudo foi correlacionar a frequência respiratória com a sensação de dispneia, através das escalas citadas, correlacioná-las entre si e verificar se o grau de alfabetização influenciou na resposta do paciente sobre a sensação de dispneia. Para avaliar o esforço físico utilizou-se o teste de caminhada de seis minutos. Este foi um estudo prospectivo, transversal e analítico-descritivo composto por 124 voluntários com diagnóstico de doença pulmonar. Para comparar as variáveis categóricas entre os grupos foram utilizados os testes Qui-Quadrado e exato de Fisher. Para comparar as variáveis contínuas foi utilizado o teste Kruskal-Wallis e para análise de correlação foi utilizado o coeficiente de correlação de Spearman. A idade média foi de 55,9 (± 13,08 anos), 14% eram analfabetos. Nos tempos de análise houve correlação positiva entre as escalas mMRC e Borg, r = 0,43, r = 0,61 e r = 0,55. Entre as escalas mMRC e Cores, observou-se correlação negativa. Concluiu-se que a frequência respiratória correlacionou-se com as três escalas. O grau de alfabetização não modificou a resposta do paciente em relação à sensação de dispneia.Palavras-chave: dispneia, fisioterapia, avaliação.


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