EJA e a negação ao direito dos bens culturais em territórios pobres
O artigo objetivou problematizar a escassez e o não acesso aos bens culturais vivenciados pela população da Educação de Jovens e Adultos (EJA) que vive em um dos munícipios que compõem a região metropolitana do estado do Rio de Janeiro. A pesquisa abordada, predominantemente qualitativa, produziu dados através dos seguintes instrumentos: entrevista e questionário, ambos semiestruturados. Os participantes constituíram uma amostra de 66 estudantes que compreendia o alunado das sete escolas do segmento do Ensino Fundamental II, da referida modalidade. O fenômeno de retração das matrículas foi identificado pelo estudo como a negação e/ou restrição de alcance ao bem cultural, denominado escola. Os demais espaços, a saber: museus, teatros, cinemas e bibliotecas públicas, também foram retratados como bens culturais, aos quais o referido público é privado ao direito, em especial nos territórios pobres ou vulneráveis. Os dados, analisados via software MAXQDA e à luz do Paradigma Indiciário de Análise, evidenciaram a escola como constitutiva de acesso a culturas, não unicamente aquelas que se fazem em seu interior, mas no caso da população jovem, adulta e idosa é, principalmente, por meio dela que acontece o acesso aos outros espaços. Os resultados desenvolvidos indicaram que a redução de matrículas na modalidade denota impactos de negação de direitos aos bens culturais.