scholarly journals História, Educação e Cultura Escolar

2013 ◽  
Vol 12 (25) ◽  
pp. 313
Author(s):  
Vera Gaspar

Um generoso convite me veio através da colega Professora Giani Rabelo para fazer uma intervenção no momento de apresentação pública do livro História, Educação e Cultura Escolar. O primeiro tema que me ocorreu foi falar do próprio, da “estrela da festa” que, vestida em trajes de gala –de vermelho e dourado, com fino acabamento - entra glamorosa, seduzindo os leitores, despertando desejo de posse e, com maestria, envolve e protege um conjunto de artigos apresentados inicialmente no XII Encontro Estadual de História – História, Ensino e Pesquisa, promovido pela Associação Nacional de História (Anpuh) – Seção Santa Catarina. O evento foi realizado na Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) de 21 a 25 de julho de 2008 no simpósio “A cultura escolar nas pesquisas em História da Educação”, a mesma Unesc que serve de cenário para o “desfile” desta noite.

2020 ◽  
Vol 3 (4) ◽  
pp. 1-2
Author(s):  
Marcos Marques Formigosa ◽  
Sinara München

As pesquisas em Ensino de Ciências têm contribuído, entre outros aspectos, para pensar novos e diferentes cenários e processos de ensino e de aprendizagem em múltiplos contextos, dentre eles a escola do campo, o que requer um olhar a partir de diversas perspectivas, que perpassam, por exemplo, pela formação inicial e/ou continuada dos professores, pela prática docente, pelos recursos didáticos e pedagógicos. A Educação do Campo, por sua vez, também tem demarcado seu espaço nas pesquisas, ajudando a pensar e a problematizar várias dimensões (históricas, políticas e sociais) que influenciam diretamente no contexto educacional e, consequentemente, na cultura escolar, em determinados espaços e tempos, com desdobramentos, inclusive, sobre o ensino de ciências. Este Dossiê foi idealizado a partir das experiências vivenciadas nos cursos de Licenciatura em Educação do Campo, com habilitação em Ciências da Natureza, instalados em várias universidades Brasil afora, especialmente nos campi situados no interior dos estados, tendo indígenas, ribeirinhos, quilombolas, assentados de reforma agrária, extrativistas, pescadores e outros agentes sociais locais como sujeitos partícipes desse projeto, com vistas a uma formação específica e diferenciada, para atuação nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio. Essas experiências têm contribuído, por meio de pesquisas empíricas e de reflexões, para o avanço da compreensão dos diferentes processos de escolarização, que acontecem da educação básica à pós-graduação, no campo e/ou com os sujeitos que constituem esse espaço. Tais pesquisas têm seguido diferentes caminhos teóricos e metodológicos que apontam enlaces entre a Educação do Campo e o Ensino de Ciências, materializados em algumas frentes, tais como a consolidação das Licenciaturas em Educação do Campo – enquanto campo de pesquisa e as práticas docentes diferenciadas desenvolvidas nas e com as escolas do campo ou em outros espaços não formais de educação. Foram 63 resumos submetidos inicialmente ao Dossiê, os quais passaram por uma seleção que resultou na escolha de 28 trabalhos designados para apresentação de sua versão completa. O Dossiê mobilizou 74 autores, de diferentes formações acadêmicas e com atuação nos diversos níveis de ensino, desde a educação infantil, a educação básica, o ensino superior, até a pós-graduação. Os autores dos trabalhos publicados estão vinculados a 25 diferentes instituições brasileiras. A publicação do Dossiê contempla propostas, práticas e pesquisas das cinco regiões do Brasil, abarcando experiências de doze estados: Amapá, Pará, Piauí, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Os vinte artigos oriundos de resultados de pesquisa abordam diversas temáticas e contextos de investigação. Um dos focos apresentados pelos artigos são os cursos de Licenciatura em Educação do Campo com habilitação em Ciências da Natureza, nos quais as investigações estão relacionadas aos desafios e possibilidades vivenciados nos estágios curriculares e na formação por área de conhecimento para atuação na educação básica. Há trabalhos que trazem apontamentos sobre a Pedagogia da Alternância, a relação entre a formação universitária, os conhecimentos tradicionais e a Educação Ambiental. Outros artigos contemplam discussões acerca de Políticas Públicas vinculadas à Educação do Campo e à organização curricular na área das Ciências da Natureza. As pesquisas em contexto escolar integram investigações sobre a educação infantil, a contextualização, as relações com os povos do campo, o racismo, entre outras temáticas. A produção científica publicada no Brasil sobre Educação do Campo e Ensino de Ciências também aparece em artigos do Dossiê. Além dos artigos, o Dossiê apresenta oito relatos de experiência, os quais integram abordagens de variados contextos do campo brasileiro tratando de temáticas como estufa, agricultura familiar, poesia, agrobiodiversidade, facilitação gráfica, interdisciplinaridade, outubro rosa, ensino por investigação, plantas medicinais, saúde, etnopedologia e insetos. Estes trabalhos, desenvolvidos em diferentes níveis e modalidades de ensino, mostram práticas exitosas que foram implementadas e podem subsidiar outras experiências de ensino de Ciências em escolas do campo. Esse Dossiê é uma oportunidade para a divulgação dos avanços e possibilidades que pesquisadores e pesquisadoras têm promovido, mobilizando discussões de múltiplas formas, tendo o Ensino de Ciências e a Educação do Campo como questões orientadoras. Espera-se, portanto, que essa iniciativa seja capaz de subsidiar tanto as formações como as práticas docentes, bem como desencadear outras produções, com vistas ao fortalecimento de ambas as áreas, pois, a partir daquilo que se apresenta tanto nos artigos quanto nos relatos de experiência, são perceptíveis as diferentes interfaces entre a Educação do Campo e o Ensino de Ciências. Agradecemos aos editores da Revista Insignare Scientia (RIS), Dr. Roque Ismael da Costa Güllich e Dra. Rosangela Ines Matos Uhmann, por possibilitarem através deste Dossiê a divulgação de trabalhos que articulam a Educação do Campo e o Ensino de Ciências.   Prof. Marcos Formigosa (UFPA) Profa. Sinara München (UFFS) Organizadores do Dossiê


2019 ◽  
Vol 4 (2) ◽  
pp. 18
Author(s):  
Maria Aparecida Casagrande ◽  
Giani Rabelo

O trabalho docente é analisado neste texto através das memórias de oito alunasque frequentaram o curso de formação policial na Academia da Polícia Civil de Santa Catarina – ACADEPOL/SC, na primeira década de sua existência, ou seja: 1967 a 1977. Na Polícia Civil, a presença feminina é recente e respondeu, principalmente, a uma pressão social que decorreu dos movimentos feministas das décadas de 1960, em âmbito internacional e dos anos de 1970, no Brasil. Esses movimentos incentivaram a inserção das mulheres no mercado de trabalho em diversas áreas, entre as quais as forças policiais. A construção teórico-metodológica desta pesquisa circunscreve-se no campo da História da Educação, tendo três conceitos centrais: Gênero, Memória e Cultura Escolar. AHistória Oral foi a principal metodologia empregada para a coleta de dados, permitindo que as alunas se pronunciassem contando suas vivências e ressignificando suas lembranças com relação ao trabalho docente vivenciado à época. Sutis relatos sobre o trabalho docente fizeram parte desse cenário que revelou que algumas alunas entrevistadas já tinham experiências como trabalho docente, deixando vestígios de que, na década estudada, as mulheres foram em busca de novas alternativas de trabalho, como a escolha pela polícia civil. Do mesmo modo, tais depoimentos revelaram que na época pesquisada, na ACADEPOL/SC, o trabalho docente era majoritariamente masculino; uma única professora é rememorada pelas entrevistadas, vezque a hegemonia masculina imperava e ainda impera nas instituições policiais.


2011 ◽  
Vol 30 (2) ◽  
pp. 81-99
Author(s):  
Maria Teresa Santos Cunha

Objeto importante da cultura escolar os manuais escolares se firmam como elemento material para uso de professores e alunos e como representação de todo um modo de conceber e praticar o ensino. Os manuais escolares aqui problematizados para investigação circularam a partir da década de 1950 até a década de 1970, com o nome de Série de Leitura Graduada Pedrinho - de autoria do Professor Manuel Bergström Lourenço Filho (1897-1970) e foram amplamente utilizados em Santa Catarina e no Brasil como livros de leitura. Este trabalho pretende examinar, nesta coleção de manuais escolares, personagens leitores/as e prescrições relacionadas ao ato de ler. Procurar-se-á evidenciar, no conjunto de seus textos e imagens, cenas de leitura que contribuíram para conformar a leitura e os impressos como ícones da cultura escolar.


2018 ◽  
Vol 8 (1) ◽  
pp. 42073
Author(s):  
Névio De Campos ◽  
Valéria Aparecida Schena

Este artigo tem por objetivo discutir o processo de apropriação da Pedagogia Moderna no Grupo Escolar Balduíno Cardoso, no período circunscrito entre a década de 1910 e os anos de 1950. Apoia-se em Roger Chartier e Michel de Certeau e nos regulamentos oficiais, nas atas de autoridades escolares, nos relatórios de inspetores e diretores enviados ao Estado de Santa Catarina. Os relatórios dos inspetores indicam mais elementos de incorporação da Pedagogia Moderna na cultura escolar do Grupo Professor Balduíno Cardoso, pois suas narrativas funcionam como a própria memória educacional oficial do Estado catarinense. Já os relatórios da direção da escola criam um efeito de sentido de controle permanente. Ao observar os relatórios da direção escolar é possível identificar um grande esforço para fazer cumprir as determinações do Estado, seja ao descrever os processos de controle e repreensão ou a orientação destinada aos professores. Porém, ao serem cruzadas as narrativas da direção da escola com as observações da inspeção escolar, nota-se que a cultura escolar do Grupo Balduíno Cardoso estava atravessada por resistências, sejam intencionais ou por dificuldade na execução do ensino de acordo com as proposições da Pedagogia Moderna.


Author(s):  
Maria Teresa Santos Cunha ◽  
Cristiani Bereta da Silva

Esse artigo analisa dois jornais escolares produzidos por estudantes do primário, que circularam entre as décadas de 1940 e 1960. Para a discussão proposta estabeleceu-se um recorte temporal diferente, selecionando-se apenas os números publicados entre os anos de 1942 a 1952, em razão da periodicidade dos exemplares disponíveis nos arquivos. Nesses números o olhar dirigiu-se para textos e notas sobre vultos nacionais, datas comemorativas e outros temas do cotidiano escolar voltados para a construção de valores cívicos e patrióticos, associados, por vezes, ao pacifismo, em razão da participação do Brasil na Segunda Guerra. Essas questões apareciam principalmente por meio das ações empreendidas pelas associações auxiliares da escola, como, por exemplo, a Liga Pró-Língua Nacional, a Liga da Bondade e o Pelotão de Saúde. Práticas nacionalistas de forte apelo cívico e patriótico eram as mais privilegiadas em diferentes textos assinados pelos estudantes. Esses jornais, integrados a cultura material escolar, são capazes de informar vestígios de práticas, costumes e rituais que reforçavam uma dada cultura escolar, conformando memórias sobre o período.


Zetetike ◽  
2016 ◽  
Vol 24 (2) ◽  
pp. 208
Author(s):  
Thuysa Schlichting de Souza ◽  
David Antonio da Costa

Neste artigo objetiva-se analisar as determinações oficiais para a matéria de Aritmética nos Programas de Ensino dos Grupos Escolares de Santa Catarina durante as reformas “Orestes Guimarães” (1911-1935) e “Elpídio Barbosa” (1946–1969). Busca-se evidenciar as continuidades e rupturas entre os conteúdos e os métodos prescritos em ambas as reformas. Para tal intento, os principais referenciais teórico-metodológicos mobilizados tratam da história das disciplinas escolares e da cultura escolar. No que se refere às fontes da pesquisa, são utilizadas as legislações que consubstanciaram ambas as reformas, em especial os Programas de Ensino dos Grupos Escolares de 1914 e 1946, além das obras: “Palestras sobre Ensino”, de Francis Wayland Parker, e “Didática da Escola Nova”, de Alfredo Miguel Aguayo. A análise dos programas mostra que o ensino intuitivo representou uma inovação no pensamento pedagógico e permaneceu influenciando o currículo do ensino primário em tempos de escolanovismo. 


2017 ◽  
Vol 16 (70) ◽  
pp. 271
Author(s):  
José Augusto da Silva Neto ◽  
Gisela Eggert Steindel

O objeto deste estudo são as associações auxiliares da escola, com o foco nos Clubes de Leitura e Bibliotecas nos Grupos Escolares em Santa Catarina a partir de 1944, pautados Decreto Lei nº2.991. Analisa-se os mecanismos de vigilância presentes na cultura escolar no período da Escola Nova. A investigação tem aporte na História Cultural tendo Roger Chartier como um dos interlocutores. Já a questão da hierarquização das diretrizes escolares têm como aporte teórico os escritos de Michael Foucault. Os resultados apontam para o caráter nacionalista, hierárquico e vigilante das diretrizes analisadas com o objetivo de expandir através de decretos oficiais a pedagogia da Escola Nova.


2013 ◽  
Vol 17 (40) ◽  
pp. 175-195 ◽  
Author(s):  
Cristiani Bereta da Silva

O presente artigo problematiza as relações estabelecidas entre o projeto político de nacionali-zação em Santa Catarina e as práticas escolares a partir da análise do jornal escolar A Criança Brasileira. Esse periódico foi publicado por 27 anos, de 1942 a 1968, assinado sempre por alunos do Primário e do Curso Complementar do Grupo Escolar Lauro Müller, inaugurado em 1912, em Florianópolis. Para essa discussão foram selecionados os números publicados entre 1942 e 1945. Tal escolha foi feita em razão dos temas privilegiados: biografias, datas comemorativas, notícias do cotidiano da escola, principalmente aquelas referentes às associações auxiliares, que evidenciam as práticas nacionalistas do período. Essas questões serão interpretadas a partir das noções de cultura política e de cultura escolar. Postula-se que o entrecruzamento dessas noções permitirá melhor compreender a permeabilidade entre as práticas políticas e as práticas escolares cotidianas, bem como quais normas e valores contribuíram para determinar as representações que os sujeitos e coletividades do passado fizeram de si mesmos e intentaram legar ao futuro.


2013 ◽  
pp. 139-159
Author(s):  
Maria Teresa Santos Cunha

Pétalas Infantil era um jornal escolar redigido manualmente por meninas de 7 a 10 anos do então curso primário de um colégio religioso feminino em Florianópolis/Santa Catarina (SC) - Colégio Coração de Jesus - no período compreendido entre 1946 a 1952. Nessa publicação que circulava mensalmente entre elas próprias e suas famílias, as alunas davam notícias sobre o cotidiano escolar, possivelmente com aval do próprio Colégio. De posse desse material (66 exemplares do jornal) considerado ordinário, o estudo centrou sua atenção nos artigos, comentários e sugestões de leitura que expressavam protocolos de civilidade através de mensagens de orientação e regras de conduta pessoal, escolar e cívica que caracterizavam uma cultura escolar do período. Procura-se destacar, pelas lentes da História da Educação e da Cultura Escrita, a importância desse material manuscrito, analisando-o como um dos integrantes da cultura material escolar e, como tal, um documento que permitirá apreender indícios de saberes e práticas escolares vigentes no período e que evidenciam tanto aspectos do funcionamento interno da própria instituição escolar quanto os propósitos civilizatórios que divulgavam pelas vias do escrito.


Author(s):  
Elaine Coelho Da Luz

A obra Objetos da Escola: Espaços e lugares de constituição de uma cultura material escolar (Santa Catarina – séculos XIX e XX), organizada por pesquisadoras na área da História e Historiografia da Educação, voltada ao público brasileiro, em especial, interessados na temática da cultura material escolar. Permite assim, que se faça a sugestão de sua leitura devido ao amplo número de artigos escritos por pessoas envolvidas em um trabalho coeso. Vera Lucia Gaspar da Silva e Marilia Gabriela Petry trazem com essa obra, uma proposta de instigar a valorização do patrimônio histórico escolar, dando visibilidade à memória das instituições e de seus sujeitos por meio da cultura material escolar, a base teórica dos autores que se debruçam sobre cultura escolar é a teoria da História Cultural.


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