PRÁTICA ESCOLAR E AVALIAÇÃO EXTERNA: OLHAR ATENTO ÀS RELAÇÕES QUE SE ESTABELECEM NO INTERIOR DA SALA DE AULA
O artigo apresenta resultados de investigação realizada em uma escola de ensino fundamental da rede municipal do Rio de Janeiro. A pesquisa aconteceu ao longo de um ano em uma turma de 1º ano do ensino fundamental e visou captar as implicações para as crianças, para a professora e cotidiano da escola advindas dos exames externos. Buscou-se um olhar atento às relações que se estabelecem no interior desta sala de aula, principalmente no que se refere aos impactos das determinações das políticas em curso. O estudo apontou que as ações regulatórias estabelecem pressões para modificar o que significa ser professor. Considerou também que no contexto do Rio de Janeiro, a avaliação em larga escala tem deixado de ser instrumento de acompanhamento global de redes de ensino e orientador de políticas públicas, mas passa a ser considerada capaz de avaliar a aprendizagem de alunos e o trabalho de professores, associada às políticas de responsabilização e bonificação, gerando distorções, tensões e conflitos para os estudantes, profissionais da escola e comprometendo as análises que deveriam ser geradas por processos de avaliação que tem por finalidade a reflexão e tomada de decisões acerca da possíveis mediações didáticas para que as aprendizagens se realizem.