scholarly journals Reencenação e pós-apocalipse na obra fotográfica de Francesca Woodman

2019 ◽  
Vol 1 (14) ◽  
pp. 39-57
Author(s):  
Luís Carlos S. Branco

A obra fotográfica de Francesca Woodman surge integrada numa geração estadunidense de fotógrafas, ainda imbuídas do espírito da segunda vaga feminista, nos anos setenta, da qual fazem parte Ana Mendieta e Cindy Sherman, entre outras. Para além da evidente qualidade estética, a obra de Woodman é profundamente questionadora dos papéis de género, que tende a inverter e a rasurar nas suas fotografias sempre de modo pertinente. Neste sentido, são particularmente significativos os seus tableaux vivants fotográficos, nos quais recria quadros célebres do cânone artístico mundial e de passagens bíblicas, questionando assim, nas suas recriações, não só as noções de género, mas também a própria validade da historiografia artística oficial, dominada pelo ponto de vista masculino. Simultaneamente, as suas fotografias configuram um mundo pós-apocalíptico e propõem uma utopia de índole feminista como resposta. Pretendo analisar com detalhe os elementos referidos.


1895 ◽  
Vol 36 (626) ◽  
pp. 242
Author(s):  
May Gillington ◽  
Arthur E. Godfrey
Keyword(s):  


Author(s):  
Filomena Antunes Sobral ◽  
Daniela Morgado Oliveira

In the development of the relationship between the artist and his artistic creation, the deconstruction of concepts and ideas within the scope of artistic praxis leads to the reflection of the crucial role that the artist has in the conception and meaning of the work. His creative production, in turn, appropriates not only the expressive force of the author to assert itself as an artistic creation, but can also assume to be the reflection of the self, its identity and materializes in the form of self-portrait. The self-portrait expands the artist’s interiority, externalizing concerns and questions, and conveys a subjective point of view about himself and his view of art. But how does self-portrait contribute to self-awareness? And how does the artist reveal himself and communicate beyond his appearance?Based on these questions, the objective of this paper is to provide a reflection on self-portrait presenting the results of an artistic installation project that involved photographic language in the form of self-portrait and experimental video to represent feelings of disquiet. Influences such as Cindy Sherman, Lais Pontes or Francesca Woodman, whose creations approach the self-portrait in a not only original, but critical style, stand out.It is a project of academic and artistic nature supported by theoretical foundations. The results allow us to conclude that the artistic installation, which began by presenting a self-portraying self-seeking identity, frees itself from its creator to enhance multiple variable interpretations depending on the observer’s attention.



Ícone ◽  
2014 ◽  
Vol 15 (2) ◽  
Author(s):  
Fernando Gonçalves ◽  
Débora Gauziski ◽  
Grécia Falcão
Keyword(s):  

Este artigo discute o retrato como dispositivo de construção e de problematização das representações do sujeito na fotografia do século XIX e na arte contemporânea. A partir da noção de anacronismo em Didi-Huberman e Michel Poivert, o texto analisará o retrato como campo de forças onde se legitimam e ao mesmo tempo se refutam as lógicas de representação do sujeito na fotografia, através de referências à literatura, à história da arte e ao audiovisual. Para tanto, discutiremos a “performance de si como outro” nos autorretratos da artista americana Cindy Sherman, relacionando-os às “encenações do sujeito como tipo” nos retratos do século XIX da inglesa Julia Cameron, uma das precursoras do movimento pictorialista. Com isso, buscaremos mostrar como a questão do tipo fotográfico funcionava já desde o século XIX tanto como mecanismo de construção e de reconhecimento quanto como forma de problematizar tais mecanismos em distintas épocas e tradições da prática fotográfica.



Author(s):  
María Íñigo Clavo
Keyword(s):  




2017 ◽  
Vol 11 (20) ◽  
pp. 119
Author(s):  
Maria Cristina Pereira

Pioneira na arte da fotografia, Julia Margaret Cameron (1815-1879) produziu centenas de retratos e tableaux vivants. Estes últimos, embora inseridos no movimento Pré-Rafaelita então em voga na Inglaterra, davam mostra de uma visão da Idade Média um pouco distinta da que seus contemporâneos ajudaram a construir: menos heroica e mais íntima, com grande quantidade e protagonismo de mulheres. A fim de estudar suas ideias a esse respeito, analisaremos neste artigo um conjunto de imagens feitas por ela em 1874 para a obra The Idylls of the King, de Alfred Tennyson, com histórias da corte do rei Artur (além de cinco outros poemas também marcados pelo medievalismo), e faremos comparações com outro conjunto de imagens feitas para aquela mesma obra: as 36 gravuras que o ilustrador francês Gustave Doré publicou entre 1867 e 1868



2017 ◽  
Vol 13 (2) ◽  
pp. 01
Author(s):  
Andreia C Marin ◽  
Eduardo Silveira ◽  
Stheffany C Martins
Keyword(s):  

O tema é a superação das determinações e das dualidades que justificam o discurso sobre as diferenças. Com esse objetivo, citamos a ideia de indiferença, no lugar de identificação, na oposição à diferença, conforme estudos antropológicos. Falamos sobre as tramas que servem de sustentação a um discurso de separação entre natureza e cultura e de submissão do animal e da mulher, destacando o corpo produtor nas imagens da artista plástica cubana Ana Mendieta.



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