RENDA DA TERRA E SUPEREXPLORAÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO: SENTIDOS DA LUTA DE CLASSES E EXTRAÇÃO DE VALOR NO CAPITALISMO DEPENDENTE
Este artigo versa sobre a questão agrária em sua dimensão conceitual, dedicada a explicar sua contraditória reprodução, pois que também é diluída na crescente lacuna entre as condições objetivas de existência social e política das maiorias e de afirmação das classes sociais em disputa. Em nossa perspectiva, a questão agrária - em plena vigência no Séc. XXI - produz impactos efetivos sobre a parcela da classe trabalhadora que vivencia diretamente o trabalho no campo, mas também sobre a classe trabalhadora na cidade, submetidas à mesma estrutura de poder econômico, político e social própria do capitalismo dependente. Nos propomos a analisar, desde a América Latina como perspectiva teórico-política, o desenvolvimento capitalista na forma dependente e subordinada aos interesses imperialistas, onde a separação entre terra e trabalho, como esteio da produção capitalista, apresenta nuances particulares que se explicitam na questão agrária aberta e latente, numa estrutura que reproduz a superexploração da força de trabalho como condição sui generis da extração de valor neste território.