scholarly journals A escritora negra no Brasil: memória do alijamento e inclusão no mercado editorial

2022 ◽  
Vol 6 (1) ◽  
pp. 42
Author(s):  
Rejany Lopes De Oliveira ◽  
Heleno Álvares Bezerra Júnior

<p>Este trabalho tem por objetivo selecionar episódios específicos da História do Brasil que ressaltem a memória da participação intelectual da mulher negra na produção da literatura brasileira a partir do século XIX mediante a escolha de textos presentes em <strong>Antologia pessoal de Carolina Maria de Jesus</strong> (1996), <strong>Poemas da recordação e outros movimentos</strong> (2017) e <strong>Só por hoje eu vou deixar o meu cabelo em paz</strong> (2014).  Mais especificamente, a pesquisa de que resulta este artigo, a partir da seleção de textos de Maria Firmina dos Reis, Carolina Maria de Jesus, Maria Conceição Evaristo e Cristiane Sobral, procurou elucidar a relação entre a mulher negra e o mercado de trabalho das Letras, considerando os privilégios do homem branco de classe dominante no mercado editorial nacional até os dias de hoje. Assim sendo, o trabalho apresenta como resultado um produto educacional que discute as questões de marginalização e protagonismo da mulher negra enquanto profissional da literatura no Brasil, autoras que conseguiram superar as barreiras e o silenciamento recorrentes na produção literária nacional.  E, para tanto, problematiza o <em>feedback</em> de uma roda de conversa remota com debates e reflexões sobre os textos literários com um coletivo negro interessado em entender e debater aspectos das relações de poder e privilégio étnico-raciais e de gênero no mercado editorial brasileiro a partir de fragmentos de poemas das autoras supracitadas, uma vez recitados e coletivamente analisados.</p>

2020 ◽  
Vol 13 (1) ◽  
pp. 259-273
Author(s):  
Jacqueline Oliveira Leão

Este estudo, “Escrita do Eu e inscrição narcísica em Quarto de despejo: diário de uma favelada”, propõe-se a travar um diálogo entre Literatura e Psicanálise, por meio da obra ficcional, Quarto de despejo: diário de uma favelada, de Carolina Maria de Jesus. O recorte a ser dado à análise centra-se, sobretudo, nas questões teórico-literárias que se acercam da escrita do eu, especificamente, dos escritos nomeados por diário e autobiografia, e o desdobramento da leitura de tais produções na perspectiva psicanalítica, mais precisamente sobre a esteira teórica de Sigmund Freud. Carolina Maria de Jesus recorre ao processo de escrita, aos registros de sua vida sofrida na favela como forma de organizar o próprio pulsional, ou seja, o processo de escrever o diário em si, de relatar a si mesma constitui-se na própria estruturação narcísica da autora: a fantasia de ser reconhecida, a fantasia de ser lida pelo outro e por ela mesma.


Agenda ◽  
1990 ◽  
pp. 71
Author(s):  
Dianne Scott ◽  
Carolina Maria de Jesus ◽  
David St. Clair

2020 ◽  
Author(s):  
PAULINE APARECIDA ILDEFONSO FERREIRA DA SILVA ◽  
Gizelya da Silva Morais ◽  
Shirlena Campos de Souza Amaral

2021 ◽  
Vol 18 (1) ◽  
pp. 155-174
Author(s):  
Aparecida Darc de Souza ◽  
Sara Munique Noal

O objetivo deste artigo é abordar o ato de escrever como expressão contraditória do pensamento e da experiência de Carolina Maria de Jesus. A sua visão severa da pobreza, da fome, da indigência e do trabalho precário e informal tem recebido razoável atenção em muitos estudos de diversas áreas, fato que fez e faz de suas narrativas autobiográficas fontes para discussão e problematização da vida dos trabalhadores muito pobres na história do Brasil durante o período de 1940-1970. As suas narrativas abriram e abrem possibilidades para acessar importantes dimensões da vida e do trabalho em um universo histórico tão precário que representava o degrau mais baixo na estratificação social da época. Saber ler, escrever e elaborar narrativas do cotidiano tornou peculiar a presença de Carolina na história do Brasil, em especial na história social do trabalho. A literatura produzida por Carolina esteve interessada diretamente em expressar a sua visão de mundo, a sua visão sobre si mesma e de como gostaria de ser vista. Foi assim que ela traduziu o mundo dos trabalhadores de que fez parte. Por essa razão, cabe aprofundar o sentido autobiográfico de seus escritos em uma realidade marcada por amplo analfabetismo entre os trabalhadores que viviam em condições semelhantes àquelas vividas por Carolina Maria de Jesus.


Author(s):  
Lilian Ribeiro

Este artículo muestra la escritura autobiográfica femenina de las escritoras brasileñas: Carolina María de Jesús, en “Quarto de despejo” (1960) y “Diario de Bitita” (1982), y de Lygia Fagundes Telles, en “As meninas” (1973). Junto al análisis, llevo a cabo también una investigación bibliográfica sobre el tema de la escritura autobiográfica de estas escritoras brasileñas.


2021 ◽  
Vol 5 (01) ◽  
pp. 167-185
Author(s):  
Beatriz Schmidt Campos

o presente artigo pretende apresentar uma análise de obras de Carolina Maria de Jesus, de Elza Soares e de Maria Auxiliadora da Silva em um diálogo entre as artes, por meio de um olhar engajado sociopolítico a partir de seus contextos históricos. Sob esse aspecto, intenciona-se discutir a importância da memória como meio de conscientização em meio ao caos. Para tanto, dois aspectos históricos serão levantados: o contexto histórico no qual as artistas nascem e ingressam no mercado de trabalho e o momento em que suas obras são lançadas e que as evidenciam como três artistas negras importantes na vida cultural brasileira e internacional. Embora se trate de três diferentes momentos históricos na carreira de cada uma delas – os anos de 1960, 1970 e 2000 entendemos que há questões comuns de crítica social presente em suas obras que constroem um discurso esteticamente engajado e memorialístico. Palavras-chave: Carolina Maria de Jesus, Maria Auxiliadora da Silva e Elza Soares. Arte engajada. Contexto histórico. Memória. Conscientização.


2020 ◽  
Vol 10 (3) ◽  
pp. 137-157
Author(s):  
Érika Oliveira ◽  
Maria Laura Medeiros Bleinroth ◽  
Yasmin Maciane da Silva ◽  
Rayanne Caroline Amorim ◽  
José Cícero Dos Santos Júnior ◽  
...  

As contribuições de Carolina Maria de Jesus se estendem para diferentes campos epistemológicos e práticas cotidianas. Considerando a magnitude de suas palavras, buscamos neste artigo reconstruir sua trajetória através da leitura de suas obras mais populares e, a partir disso, mergulharmos em algumas pistas que a escritora nos oferece. As pistas que trilharemos são: a fome (re)lembrada; a importância da escolarização; a escrita testemunhal; o olhar da mulher negra para a branquitude feminina e para as relações étnico-raciais e o ser negra(o) no Brasil. Como efeito da pluralidade temática localizada em seus escritos, compreendemos que seu potencial teórico nos fornece sustentação sobre diferentes eixos de subordinação mediante seu entrelaçamento transdisciplinar, evidente tanto em seus diários quanto em sua escrita ficcional.


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