scholarly journals A produção habitacional do programa MCMV no município de São Paulo: critérios de localização adotados pelos produtores e impactos na estrutura urbana e na qualidade de vida dos moradores

2020 ◽  
Vol 3 (1) ◽  
pp. 78-88
Author(s):  
Edson L. Ribeiro ◽  
José A. R. Silveira Silveira

O estudo avalia a concentração da produção habitacional do Programa Minha Casa, Minha Vida no município de São Paulo em suas várias faixas de renda familiar, estudando-se a sua relação particularmente em relação aos seguintes aspectos: a) distância do centro tradicional; b) distância dos novos centros geradores de emprego; c) oferta local de oportunidades de trabalho e renda e d) índice de violência urbana, comparando-se ainda com resultados de outra pesquisa sobre a satisfação com a qualidade de vida urbana por setor urbano na cidade. Embora tenha ficado clara a correlação inversa entre a concentração local da produção habitacional em relação à  proximidade das oportunidades de trabalho e renda, outros índices comparados não apresentaram os mesmos resultados. Também ficou constatado que, no âmbito do município, a produção longínqua dos conjuntos habitacionais não produziu significativa dispersão urbana, tendo os mesmos, em função do uso da verticalização, ocupado predominantemente terrenos e glebas intersticiais (vazios urbanos).

Author(s):  
Arthur Dornellas Oliveira ◽  
Marine Luíza De Oliveira Mattos ◽  
David Leite Viana

Os condomínios horizontais fechados constituem, hoje, fenômeno globalizado, presente em diversos contextos urbanos e sociais. Frequentemente relacionados com segregação e exclusividade, eles caracterizam-se pela criação de uma realidade intramuros. Consciente desta ser uma problemática complexa, cuja análise e compreensão exigem abordagens holísticas (considerando áreas como Sociologia, Urbanismo e Economia), esta investigação incide sobre as formas urbanas que estão na origem desta tipologia habitacional, identificando as suas origens, os impactos sociais decorrentes da implantação desta modalidade e genealogia, e os fundamentos da sua expansão e proliferação no Brasil e em Portugal. Adicionalmente, procede-se à verificação das semelhanças e das diferenças na implementação dos condomínios fechados nos dois países , tendo como recorte espacial as áreas metropolitanas de São Paulo e Lisboa e como recorte temporal os anos de 1990 à 2005. Visando a caracterização destes conjuntos de forma ampla, a metodologia empregada no estudo aborda investigações históricas sobre a origem do fenômeno nestes países, bem como investigações sob o ponto de vista social, urbanístico e legal. O estudo possibilitou a observação de similaridades no surgimento e no processo de proliferação desses conjuntos. Destaca-se que, embora as problemáticas relacionadas aos índices de violência urbana seja a justificativa mais utilizada para a proliferação desta modalidade habitacional, é inegável que o fenômeno se expandiu pelo mundo e que tem como elemento caracterizador a atribuição de status social (ao empreendimento e aos seus moradores), e a consequente exclusão sócio territorial proveniente deste mesmo modelo.


2016 ◽  
Vol 31 (91) ◽  
pp. 01
Author(s):  
Augusto Veloso Leão ◽  
Peter Robert Demant

Este artigo visa debater a questão dos direitos humanos dos imigrantes propondo uma reflexão sobre as mobilizações sociais de imigrantes e a importância da garantia efetiva dos direitos humanos para os imigrantes de forma a facilitar a integração desse grupo à sociedade hospedeira, não somente a partir da discussão moral sobre os direitos humanos, mas também com justificativas práticas para a integração desses grupos. Utilizamos como objeto empírico os protestos de imigrantes ocorridos em 2012 e 2013 depois da morte de imigrantes vítimas de violência urbana em São Paulo, Zulmira Cardoso e Brayan Capcha. A atual lei de imigração brasileira (Lei no 6815/1980) proíbe aos migrantes qualquer atividade de natureza política e, por esse motivo, manifestações como essas são raras e, em sua maioria, são organizadas por entidades de brasileiros que defendem os direitos dos imigrantes. O artigo propõe um estudo dos casos de mobilização de migrantes em São Paulo e procura estabelecer uma ponte entre o formato dessas mobilizações, a ausência de direitos políticos aos imigrantes e a situação da estima social de imigrantes perante a sociedade brasileira. Com base nessas informações, ensaiamos uma análise do impacto dessas mobilizações de imigrantes para o processo de integração desse grupo social e os efeitos do reconhecimento de direitos e da construção de uma estima social positiva para imigrantes neste processo de integração.


Author(s):  
Revista Travessia

Migração e violência: quem tem medo da asa branca? O negro escravo como imigrante forçado Da violência do crime ao crime da violência A mão armada da classe dominante Crime em Belém e crime no mundo: por que? Violência urbana e justiça criminal Linchamentos: a vida por um fio A violência, o crime e a justiça Gente “sem eira nem beira” Este povo também quer viver (Relato de experiência) “Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás” – (Che) Este filme o Brasil já viu Opinião dos alunos de Direito da Universidade de São Paulo - USP Ana Lúcia Pastore Schritzmeyer Pena de morte e violência Democracia e pena de morte: as antinomias de um debate Plebiscito: uma proposta inconstitucional Um olhar sob a ótica da razão e da fé Como nasce um justiceiro “Quero, mas não posso”. “Não quero, mas devo” A violência como fator migratório – silêncios teóricos e evidências históricas Os imigrantes poloneses em São Paulo pela lente do DEOPS Tráfico de pessoas para exploração sexual: um esboço de revisão bibliográfica Tráfico de mulheres: um novo/velho drama amazônico  


Author(s):  
Agnes Rissardo

De um jeito muito manso, ela começa a falar e logo tentamos adivinhar em que estado brasileiro terá nascido. O sotaque não denuncia a malemolência carioca nem a musicalidade nordestina, tampouco a veemência gaúcha. Paulistana, talvez? Certamente não. Natural da cidade francesa de Lyon, Jacqueline Penjon domina com tanta propriedade a língua portuguesa e, em especial, o idioma falado no Brasil, que até mesmo os ouvintes mais atentos poderiam facilmente confundi-la com uma brasileira nata.A diretora do Centro de Pesquisas sobre os Países Lusófonos (CREPAL) da Universidade Sorbonne Nouvelle -- Paris 3 desde 1998 e professora de Língua, Literatura e Civilização Brasileiras da mesma instituição aportou no Brasil pela primeira vez na década de 1970. Nenhum outro laço a prendia ao país a não ser a paixão pela literatura brasileira, responsável por sua vinda a São Paulo para um intercâmbio de mestrado na USP. A experiência viria a ser tão marcante que não tardaria para que ela se tornasse uma das maiores brasilianistas em atuação no meio acadêmico na Europa.Nesta entrevista, Jacqueline discorre sobre o trabalho realizado à frente do CREPAL na árdua missão de despertar e reter o interesse dos estudantes de ensino superior na França pela língua e literatura lusófonas. Ela traça ainda um panorama da presença literária brasileira em solo francês desde a publicação das primeiras traduções até os dias de hoje, em que verifica um interesse das editoras também pelos autores contemporâneos, e faz um apelo ao governo brasileiro por uma efetiva e constante divulgação da literatura brasileira no exterior. 


Revista USP ◽  
2015 ◽  
pp. 65 ◽  
Author(s):  
Maria Fernanda Tourinho Peres ◽  
Caren Ruotti

O artigo problematiza a conformação da “violência urbana” no país e sua centralidade nas percepções e vivências cotidianas da população, elegendo como caso específico o município de São Paulo. Considera-se a categoria da “violência urbana” em suas diferentes perspectivas, ou seja, como representação e problema social, bem como objeto de interesse de diferentes campos de saber e de intervenção, com destaque para o campo da saúde pública


2008 ◽  
Vol 17 (3) ◽  
pp. 63-76 ◽  
Author(s):  
Roseli Esquerdo Lopes ◽  
Rubens de Camargo Ferreira Adorno ◽  
Ana Paula Serrata Malfitano ◽  
Beatriz Akemi Takeiti ◽  
Carla Regina Silva ◽  
...  

Este trabalho problematiza, a partir de uma perspectiva sócio-histórica, formas de enfrentamento à violência a que estão submetidos adolescentes e jovens de grupos populares urbanos no Brasil. Considera-se a violência como um fenômeno complexo de grande relevância para diversas instâncias sociais. A vulnerabilidade daqueles adolescentes e jovens, expressa por inúmeros índices relacionados à violência, tem alcançado patamares alarmantes no nosso país, num contexto de políticas públicas que são, em grande parte, insuficientes, fragmentadas e/ou inadequadas. Assim, apresenta-se o relato e a análise de uma intervenção social calcada na educação e na defesa dos direitos decorrentes da cidadania, para adolescentes e jovens vulneráveis socialmente, tomando-se como referência uma região composta por bairros pobres e carentes de infra-estrutura social numa cidade média do interior do estado de São Paulo. Trabalhou-se em diferentes projetos com ações pautadas na abordagem interdisciplinar, por meio de três eixos bases: Violência Escolar; Violência Urbana; e Violação de Direitos e Comunidade. Os resultados alcançados refletem elaborações coletivas acerca das ações destinadas aos jovens de grupos populares urbanos e suas alternativas, buscando produzir estratégias de enfrentamento dessas questões em espaços públicos, desde a instituição escolar historicamente constituída para essa população, assim como as instituições mais recentes que respondem à lógica contraditória e complexa da assistência ao direito. Cria-se, portanto, subsídios para políticas públicas cujo impacto se dê na direção de promover a diminuição da desigualdade, da discriminação e da violência a que está sujeita a maioria dos adolescentes e jovens no Brasil.


Anagrama ◽  
2011 ◽  
Vol 5 (1) ◽  
pp. 1-15
Author(s):  
Alice Abi-Eçab

Ambas questões têm apresentado forte presença nas periferias e bairros pobres paulistanos: violência urbana e pentecostalismo. Explorando o contexto de desigualdade social vigente no país, a religião pentecostal consegue cada vez mais atrair seguidores das camadas pobres com as suas promessas de prosperidade material e "salvação dos problemas mundanos". Seria a conversão ao pentecostalismo uma opção de sobrevivência nas periferias de São Paulo? Com exploração de produções científicas, cruzamento de dados estatísticos, exercícios de campo e vivência de uma práxis a fim de problematizar a relação existente entre a opção religiosa e a incidência da violência, a hipótese levantada é conhecer e reconhecer se nestas comunidades os grupos pentecostais estão menos expostos à violência urbana do que aqueles não pentecostais


Author(s):  
Revista Travessia

Migração e violência: quem tem medo da asa branca? O negro escravo como imigrante forçado Da violência do crime ao crime da violência A mão armada da classe dominante Crime em Belém e crime no mundo: por que? Violência urbana e justiça criminal Linchamentos: a vida por um fio A violência, o crime e a justiça Gente “sem eira nem beira” Este povo também quer viver (Relato de experiência) “Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás” – (Che) Este filme o Brasil já viu Opinião dos alunos de Direito da Universidade de São Paulo - USP Ana Lúcia Pastore Schritzmeyer Pena de morte e violência Democracia e pena de morte: as antinomias de um debate Plebiscito: uma proposta inconstitucional Um olhar sob a ótica da razão e da fé Como nasce um justiceiro “Quero, mas não posso”. “Não quero, mas devo” A violência como fator migratório – silêncios teóricos e evidências históricas Os imigrantes poloneses em São Paulo pela lente do DEOPS Tráfico de pessoas para exploração sexual: um esboço de revisão bibliográfica Tráfico de mulheres: um novo/velho drama amazônico  


Dados ◽  
2020 ◽  
Vol 63 (4) ◽  
Author(s):  
Frederico de Almeida

RESUMO O artigo apresenta uma análise preliminar de um processo de sujeição criminal de manifestantes dos protestos de junho de 2013, na cidade de São Paulo. O conceito de “sujeição criminal” foi formulado inicialmente para compreender o “marginal” e o “bandido” como sujeitos criminais produzidos pela intervenção policial e judiciária em um contexto de violência urbana estruturado por desigualdades. Todavia, empregá-lo na análise dos processos de subjetivação de atores envolvidos em práticas contestatórias de evidente conteúdo político faz surgir algumas questões: Como compreender processos de sujeição criminal incidentes sobre ativistas políticos e movimentos sociais? Quais os efeitos sociais e políticos desses processos para a constituição de um espaço político-democrático e para a legitimação das ações políticas contestatórias na política brasileira? Para responder a essas questões, a pesquisa analisou procedimentos criminais, documentos institucionais, entrevistas com manifestantes e operadores da justiça criminal, e textos jornalísticos.


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