Fibrossarcoma ovariano: apresentação de caso e revisão da literatura

Author(s):  
Polyana de Paula Mendes Machado ◽  
Cristiano Salles Rodrigues ◽  
Bruna Lahud Abreu Netto ◽  
Fernanda Fernandes Figueira ◽  
Karolinne Rangel Riscado Arruda

Introdução: As neoplasias ovarianas podem ser divididas conforme origem histogenética. O fibrossarcoma ovariano se encontra no grupo de neoplasias mesenquimais malignas, sendo de raríssima incidência. A história natural do câncer de ovário é caracterizada por sintomas tardios, com queixas mais comuns relacionadas à extensão da doença além da pelve. Não existem exames complementares formalmente indicados para a confirmação diagnóstica, porém os marcadores tumorais séricos, como alfafetoproteína, gonadotrofina coriônica humana e CA-125, auxiliam na avaliação diagnóstica e na monitorização pós-tratamento. Objetivo: Destacar a importância do diagnóstico diferencial das lesões ovarianas e discutir sobre um tratamento mais digno e atual no Sistema Único de Saúde (SUS). Método: Trata-se de um estudo observacional do tipo relato de caso, desenvolvido a partir da observação clínica e da revisão de prontuário. Para fundamentação teórica, foram utilizados artigos publicados nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), PubMed e Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Resultados: M.B.S., 36 anos, nuligesta, tabagista, procurou o serviço de Ginecologia do Hospital Escola Álvaro Alvim, da Faculdade de Medicina de Campos, Rio de Janeiro, com queixa de dor abdominal, sendo encontrada massa pélvica no exame físico. Foi solicitada tomografia computadorizada de abdome e pelve (exame disponível no serviço), a qual apresentou volumosa massa cística multiloculada anexial à esquerda com linfonodos satélites aumentados, sugestiva de etiologia neoplásica, sendo indicado tratamento cirúrgico. A princípio, optou-se por tratamento conservador com salpingooferectomia à esquerda, por se tratar de paciente jovem e nuligesta, sendo ofertada congelação de óvulos. Contudo, os estudos histopatológico e imuno-histoquímico foram compatíveis com fibrossarcoma ovariano, sendo a cirurgia primária complementada por histerectomia e salpingooferectomia à direita e linfadenectomia bilateral. Após apresentação das opções terapêuticas, a paciente se recusou a receber tratamento adjuvante com quimioterápicos, sendo respeitada sua vontade. No momento, está em seguimento na rotina ginecológica e oncológica apresentando marcadores tumorais em declínio. Conclusão: Comparados com os tumores epiteliais ovarianos, os fibrossarcomas são raros e, por isso, há escassa descrição bibliográfica. O tratamento do câncer de ovário se baseia na cirurgia e na quimioterapia, sendo a primeira normalmente a etapa inicial, já que, por meio dela, é realizada a confirmação diagnóstica e o estadiamento cirúrgico. A dosagem sérica do CA-125 é uma importante ferramenta na avaliação da resposta ao tratamento complementar pós-cirúrgico. Por se tratar de uma doença rara, ainda não há descrição consensual sobre o manejo mais adequado e, em se tratando de paciente jovem e sem prole constituída, seu futuro reprodutivo deve ser avaliado e garantido, devendo o médico assistente apresentar as opções terapêuticas, levando em conta os desejos, medos e anseios da paciente para a tomada de decisão conjunta.

2003 ◽  
Vol 8 (3) ◽  
pp. 809-814 ◽  
Author(s):  
Luciene Maura Mascarini

O texto relata os caminhos trilhados pela parasitologia, uma ciência que emergiu no século 19 com o surgimento e o estabelecimento de várias áreas da medicina, entre elas, a medicina tropical. Essa ciência, segundo o sumário bibliográfico, foi indicada inicialmente como um ramo da história natural, sendo construída com a descoberta e posterior descrição de vários agentes patogênicos, responsáveis por alguns processos mórbidos, até então não atribuíveis a organismos externos ao indivíduo. Alguns parasitologistas ao redor do mundo começaram a descrever, além dos agentes patogênicos, os vetores e os mecanismos de transmissão das diversas doenças causadas pelos parasitas. No Brasil, o histórico da parasitologia margeia o trajeto da medicina tropical, com o constante embate entre os médicos da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro e da Escola Tropicalista Baiana. Já em 1900, renomados médicos parasitologistas surgem no cenário brasileiro: Oswaldo Cruz e Carlos Chagas que, através de suas descobertas, impulsionaram a parasitologia até os dias atuais.


2021 ◽  
Vol 10 (1) ◽  
pp. e20010110804
Author(s):  
Vitória Meireles Felipe de Souza ◽  
Alessandra Conceição Leite Funchal Camacho ◽  
Harlon França de Menezes ◽  
Marcos Aurélio Pinto da Silva ◽  
Rubens da Silva Thimóteo ◽  
...  

O objetivo deste artigo é analisar a partir das publicações contidas nas principais bases de dados no período de 2010 a 2020, a configuração que a política de saúde tem implementado ações e programas dirigidos a população idosa no Brasil. Revisão integrativa da literatura, com coleta de dados em março de 2020, nas bases de dados: Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature, Base de Dados de Enfermagem, Scientific Electronic Library Online, Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos, Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, Scopus e Minerva da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Utilizou-se categorização temática para análise e interpretação dos dados. Foram selecionados 26 artigos, cujas análises permitiram construção de três categorias temáticas: Implementação da política de saúde da pessoa idosa; Avaliação das políticas de saúde pelos idosos e profissionais de saúde e; Avaliação de programas e serviços dirigidos a população idosa. Portanto, ressalta-se dificuldade na aplicação das medidas preconizadas nas políticas públicas para saúde do idosos, devido à deficiência de conhecimento pelos profissionais de saúde.


Author(s):  
Renatta Schunemann Moreira ◽  
María Cecília Leite de Moraes

El programa de salud familiar es una prioridad estratégica del Sistema Nacional de Salud para la reorganización de la atención primaria. Creado en 1994, el programa ofreció los servicios de familia para la prevención, promoción y recuperación de la salud. En el año 2000, el equipo de salud oral pasó a formar parte del equipo de salud de familia, como parte de la reestructuración de la política de salud oral y la creación de condiciones para la consolidación de las prácticas dentales en el sistema de salud. En este contexto se hizo una revisión sistemática de la literatura de los años 2008 a 2014. Los términos de búsqueda fueron: equipo de salud oral, la estrategia de salud familiar, programa de salud familiar, la salud oral en atención primaria, la salud oral en atención primaria. Se buscó datos en la Biblioteca Regional de Medicina (BIREME), que incluye la Literatura Latina y el Caribe América (LILACS) y Scientific Electronic Library Online (SciELO). Se encontró 18 papers analizados en orden cronológico. Las principales dificultades encontradas fueron la discontinuidad de los tratamientos máscomplejos causados por la falta de coordinación entre los servicios, la falta de insumos para realizar el servicio, la demanda excesiva, la falta de capacitación de los miembros del equipo y coordinadores de los servicios, y la falta de un programa de educación continua para profesionales. Entre los logros son evidentes la mejora del acceso a los servicios, la mayor cobertura de atención dental, el aumento de la participación de los dentistas en  acciones colectivas, y como miembro del equipo multidisciplinario. Se encontró que las prácticas de salud oral no se llevan a cabo en plena conformidad con la Política Nacional de Salud Bucal en Brasil.


2014 ◽  
Vol 38 (4) ◽  
pp. 427-434
Author(s):  
Maria do Socorro Costa da Silva ◽  
Andrea Deslandes ◽  
Ana Lúcia de S. F. Sanchez ◽  
Renata A. F. Aníci ◽  
Leonardo R. Campos ◽  
...  
Keyword(s):  

Para entender a carência de pediatras em certas regiões do País, objetivamos identificar fatores associados à escolha da Pediatria e a intenção de retorno à cidade de origem. Aplicamos um questionário em uma universidade privada do Rio de Janeiro que usualmente tem metade dos estudantes de Medicina oriundos de outros Estados. Analisaram-se associações entre escolha da Pediatria e características sociodemográficas, intenção de retorno à cidade de origem, influência de terceiros e motivações para a carreira médica, classificadas como "indispensabilidade", "ajuda às pessoas", "ser respeitado" e "interesse científico". Dos 244 internos respondentes, 99 (41%) optaram pela Pediatria. Dos 110 naturais de outros Estados, 56% dos que escolheram Pediatria não tinham intenção de retornar à cidade natal, comparados aos 35% na Clínica Médica (OR = 2,41, IC 95% = 1,04 - 5,59). As motivações "indispensabilidade" (r s = - 0,23; p < 0,000) e "respeito" (r s = - 0,21; p = 0,001) foram negativamente correlacionadas à escolha da Pediatria. O cenário alerta para a possível manutenção da má distribuição de pediatras no País e sugerimos medidas de incentivo ao retorno à cidade natal, já que motivações autocentradas movem menos os candidatos à especialidade.


2003 ◽  
Vol 19 (suppl 2) ◽  
pp. S201-S212 ◽  
Author(s):  
Fabíola Rohden
Keyword(s):  

O artigo discute o trabalho de alguns autores fundamentais no debate atual acerca da construção da noção de diferença sexual na modernidade, tomando como foco de análise e de ilustração as teses apresentadas à Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro durante o século XIX. O objetivo é problematizar o argumento de que a diferença entre os sexos passa a ser considerada como natural e imutável pela ciência. Essa ênfase na naturalidade estaria relacionada com as transformações ocorridas a partir do fim do século XVIII (crescente industrialização e urbanização, entrada mais efetiva das mulheres no mercado de trabalho, surgimento de movimentos de reivindicação de direitos) que requeriam mudanças nas relações de gênero estabelecidas. Contudo, nota-se que é exatamente por meio das tentativas de provar que a diferença era natural que se pode perceber o quanto ela era instável e ameaçadora. Intervenções como a educação e o trabalho da mulher poderiam alterar e mesmo "perverter" a diferença. Ser natural, portanto, não significava ser definitivo ou estar garantido.


2014 ◽  
Vol 28 (2) ◽  
pp. 273-282
Author(s):  
Luciene Henrique da Costa ◽  
Marysol de Souza Santos ◽  
Edivaldo Góis Junior
Keyword(s):  

Para os médicos, a reforma da sociedade não residia apenas nas ruas, nas avenidas, nas construções, enfim, em uma urbanização com base em preceitos da saúde. Era impreterível incutir uma reforma dos corpos, que ocorria primeiro no núcleo familiar através da educação higiênica na infância. É neste campo específico da Higiene que os exercícios físicos tornaram-se foco de interesse dos médicos. O objetivo deste estudo é descrever o contexto de escolarização da Educação Física mediante o discurso médico do século XIX. Para isto, realizou-se uma pesquisa histórica e documental que teve como fontes: as teses para a obtenção do título de doutor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e Bahia. Conclui-se que a mentalidade higienista colaborou para a lenta difusão dos exercícios físicos no contexto educacional do século XIX. Contudo a relevância da ginástica era secundária no projeto higienista.


2018 ◽  
Vol 36 (2) ◽  
pp. 230-237 ◽  
Author(s):  
Tathyane Krahenbühl ◽  
Roseane de Fátima Guimarães ◽  
Antonio de Azevedo Barros Filho ◽  
Ezequiel Moreira Gonçalves

RESUMO Objetivo: Verificar a influência da prática de atividade física e/ou esportes na geometria óssea de crianças e adolescentes saudáveis. Fonte de dados: Foi realizada uma revisão sistemática, utilizando como referência o método Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). Foram utilizadas as bases de buscas PubMed, Biblioteca Regional de Medicina/Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (BIREME/LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SciELO), para levantamento de artigos publicados de 2006 a 2016, e os seguintes descritores: “Bone geometry” AND (Sport* OR Exercise* OR “Physical Activity”). Síntese dos dados: Após a seleção, foram incluídos 21 artigos. A maioria dos estudos demonstrou que a prática de atividade física e/ou esportes foi benéfica do ponto de vista da geometria e densidade mineral óssea; apenas dois estudos apresentaram valores dos parâmetros ósseos dos indivíduos controles melhores do que os praticantes de natação. As atividades físicas e esportes encontrados foram: ginástica artística (n=7), ginástica rítmica (n=2), tênis (n=1), futebol (n=3), capoeira (n=1), natação (n=4), ciclismo (n=1), atividades com saltos (n=2), estudos relacionando atividade física com pico de torque isocinético (n=1), atividade física em geral, tempo presente ou passado, mensurado por questionário (n=4) e aulas adicionais de educação física (n=2). Conclusões: Dentre os esportes e atividades físicas encontradas, a ginástica, o futebol e a prática de atividade física mais intensa avaliada por questionário resultaram em geometria óssea melhor em comparação à não prática de atividade física, enquanto que a natação e exercícios de saltos não influenciaram a geometria óssea. Portanto, atividades esportivas com sobrecarga corporal, avaliadas como mais intensas e mais frequentes, exercem efeito benéfico sobre a geometria óssea.


2021 ◽  
Vol 192 (2) ◽  
pp. 99-100
Author(s):  
Keyword(s):  

Homem especial e diferente. Desbravou a vida” declarou o acadêmico José Carlos do Valle, durante a Sessão Saudade em memória do acadêmico José Rodrigues Coura, dia 8 de junho de 2021, na Academia Nacional de Medicina. Valle contou que o professor Coura nasceu no árido sertão da Paraíba e cursou o primário com Ariano Suassuna, de quem foi amigo na infância. Saiu do Nordeste aos 17 anos, em um caminhão de retirantes rumo ao Rio de Janeiro para tentar a sorte na cidade grande, onde teve uma trajetória brilhante.


10.33821/106 ◽  
2018 ◽  
Vol 28 (2) ◽  
pp. 150-162
Author(s):  
Iván García Alonso ◽  
Alejandro Linchenat Lambert ◽  
Roberto Pérez Martínez ◽  
Mario Silveira Pablos ◽  
Roberto Esperón Noa ◽  
...  

Introducción: El cáncer de ovario es una causa común de muerte entre las mujeres que desarrollan neoplasias ginecológicas. La supervivencia depende de factores clínicos y del tipo de cirugía. El objetivo del presente estudio es describir la supervivencia de un grupo de pacientes con diagnóstico de cáncer de ovario tomando en cuenta varios factores. Métodos: El presente estudio longitudinal retrospectivo se realizó en mujeres con cáncer de ovario tratadas en el Instituto Nacional de Oncología y Radiobiología, La Habana-Cuba entre el 1 de enero y el 31 de diciembre de 2005, con seguimiento de por lo menos 5 años. Las variables fueron edad, tipo histológico del tumor, etapa clínica de la FIGO, grado de diferenciación celular, valores del biomarcador CA-125, tipo de cirugía realizada, respuesta a la quimioterapia utilizada, supervivencia, recurrencias. El paquete estadístico utilizado fue SPSS 11.0 para Windows. Se aplicaron pruebas estadísticas como la prueba no paramétrica de Kruskal-Wallis, la prueba no paramétrica de MannWhitney y la prueba de Chi-cuadrado de Pearson. Resultados: Se registraron 29 casos de mujeres con cáncer de ovario. Once casos (37.9 %) fueron en menores de 45 años. En Etapa clínica III, 18 casos (62.1 %). De grado indiferenciado en 17 casos (58.6 %). 16 casos (55.2 %) fueron del tipo histológico seroso. El valor del CA-125 fue >35 U/mL en 13 casos (61.9 %). Las mujeres con etapa clínica I, tuvieron un Intervalo Libre de la Enfermedad (ILE) de 46 meses versus 27 meses en mujeres con etapa III y 12 meses en etapa IV (P>0.05). El grado de diferenciación celular Bien diferenciado determinó estadísticamente el mejor ILE: 55 meses versus 27 meses en el grado moderadamente diferenciado y de 21 meses en el grado indiferenciado (P=0.025). El tipo histológico así como los niveles de CA-125 no determinaron diferencias estadísticas de ILE, así como en Supervivencia Global Media (SGM). Según el tipo de tratamiento no existieron diferencias estadísticas significativas en el ILE, SGM. Sin embargo las cirugías clasificadas como “óptimas” por parte del equipo quirúrgico tuvieron mayor ILE (Delta 17 meses) P=0.038. Conclusión: En esta serie de casos presentada, las pacientes con cáncer de ovario en Etapa clínica I tuvieron una mejor supervivencia que las pacientes con Etapa clínica III. Así mismo las cirugías clasificadas como óptimas tuvieron mayor intervalo libre enfermedad y mayor supervivencia libre de enfermedad.


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