Revolucionário na arte da gravura, o ilustrador e escritor inglês William Blake ficou famoso por confeccionar seus próprios livros, unindo poesia e ilustração em um mesmo meio físico, através da sua arte de impressão iluminada. Dessa relação entre verbal e não-verbal resultam imagens sinistras e violentas que transitam polemicamente entre os obscuros caminhos da religião e do misticismo, influenciando diretamente a cultura popular contemporânea. Nesse estudo, analisamos alguns aspectos da arte de Blake pelo viés da intermidialidade. A partir das ideias de representação simples e complexa, conceitualizadas por Lars Elleström (2017), investigamos como a arte de Blake é significada por outras mídias, a partir de processos de representação simbólica (descrição), indicial (indicação) e icônica (ilustração). Dentro desse escopo, apontamos alguns destaques que se aprofundam nas obras de Blake Canções da inocência e Canções da experiência, a graphic novel Moonshadow, o livro Dragão vermelho e músicas da banda U2.