O suicídio, fenômeno muito estudado pelas áreas médica e do psiquismo, tem, enquanto objeto de pesquisa, pouca relevância na sociologia brasileira. O presente texto busca preencher essa lacuna, o que exige que estudemos o suicídio, não como uma restrita atitude individual, mas como um ato que também possui uma dimensão social, pois está inserido nos contextos cultural, político e econômico. Para tanto, ainda que na certeza de serem iniciais, propomo-nos desenvolver algumas análises sociológicas sobre a ocorrência do suicídio na sociedade brasileira nas primeiras décadas do século atual, momento pelo qual o país passou por profundas e impactantes transformações, tomando por base dados e fatos disponibilizados por entidades da sociedade civil, órgãos governamentais e instituições internacionais. Pela natureza dessas informações, e por não ser possível termos acesso às razões que levaram cada pessoa a tirar a própria vida, faremos uso de uma metodologia quantitativa, com a qual trataremos dos resultados gerais e coletivos apresentados por aqueles órgãos, analisando e comparando médias de grupos e segmentos sociais envolvidos nesse ato fatídico.