Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul
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0101-8108, 0101-8108

2011 ◽  
Vol 33 (2) ◽  
pp. 80-86 ◽  
Author(s):  
Bruno Luiz Guidolin ◽  
Salvador Antônio Hackmann Célia

INTRODUÇÃO: O período de tratamento e recuperação de uma criança hospitalizada pode ser longo. Durante esse tempo em que precisa estar inserida no ambiente hospitalar, muitas vezes institui-se uma crise na vida da criança e da mãe. OBJETIVO: Avaliar a prevalência de sintomas de ansiedade e depressão materna em mulheres que tiveram seus filhos internados na ala pediátrica do hospital universitário da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). MÉTODOS: Este foi um estudo transversal, com aplicação dos Inventários de Ansiedade e Depressão de Beck (Beck Anxiety and Depression Inventories, respectivamente BAI e BDI) em 140 mulheres que se encontravam entre 31 e 365 dias após o parto. Adotamos o ponto de corte > 20 nas escalas BAI e BDI para definir a presença de ansiedade e depressão. RESULTADOS: Do total, 43 mulheres (30,7%) apresentaram escores > 20 no BDI, ou seja, foram consideradas deprimidas; 46 (32,9%) apresentaram escores > 20 no BAI, tendo sido consideradas ansiosas; 26 mulheres (18,6%) apresentavam-se ansiosas e deprimidas. Mulheres em situação de maior vulnerabilidade social apresentaram depressão e ansiedade com maior frequência, especificamente mulheres mais jovens, com menor escolaridade e menor renda, sem plano privado de saúde e com mais filhos. CONCLUSÕES: A atuação preventiva de equipes multidisciplinares, nos primeiros meses após o parto, é necessária devido à alta frequência de sintomas depressivos e de ansiedade nas mães. Com isso, essas mães que se encontram em um ambiente hospitalar podem ser encaminhadas para profissionais de saúde mental adequados.


2011 ◽  
Vol 33 (2) ◽  
pp. 76-79 ◽  
Author(s):  
Caroline Elizabeth Konradt ◽  
Ricardo Azevedo da Silva ◽  
Karen Jansen ◽  
Daniela Martins Vianna ◽  
Luciana de Avila Quevedo ◽  
...  

OBJETIVO: Verificar o impacto da percepção de baixo suporte social durante a gestação como fator de risco para a depressão no período de 30 a 60 dias pós-parto. MÉTODO: Este estudo de coorte teve como população-alvo gestantes atendidas no Sistema Único de Saúde na cidade de Pelotas (RS). Para avaliar depressão pós-parto, foi utilizada a Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS). Foram consideradas deprimidas as parturientes que atingiram ≥ 13 pontos na escala. RESULTADOS: Das 1.019 mulheres avaliadas, 168 (16,5%) apresentaram depressão pós-parto. Aquelas que não receberam suporte do companheiro (p = 0,000), de familiares (p = 0,000) e de amigos (p = 0,000) demonstraram maior risco de ter depressão pós-parto. CONCLUSÃO: Nossos achados sugerem que a percepção de suporte social durante a gravidez pode ser um fator protetor para a depressão pós-parto.


2011 ◽  
Vol 33 (2) ◽  
pp. 109-115 ◽  
Author(s):  
Marina Bento Gastaud ◽  
Fernando Basso ◽  
Juliana Prytula Greco Soares ◽  
Claudio Laks Eizirik ◽  
Maria Lucia Tiellet Nunes
Keyword(s):  

INTRODUÇÃO: A alta prevalência de interrupções nas fases iniciais do atendimento psicoterapêutico tem sido demonstrada em estudos nacionais e internacionais. Estudos com pacientes adultos têm demonstrado variáveis sociodemográficas e clínicas associadas à aderência/não aderência à psicoterapia, porém a literatura voltada a crianças é escassa. OBJETIVO:Examinar a associação entre variáveis sociodemográficas/clínicas e aderência/não aderência à psicoterapia psicanalítica de crianças. MÉTODO: Trata-se de estudo documental, retrospectivo, realizado a partir dos prontuários de todas as crianças atendidas em duas instituições de atendimento psicológico em Porto Alegre entre 1979 e 2007. RESULTADOS: Foram analisados 2.106 prontuários, sendo que 1.083 compuseram a amostra final da presente investigação. Destas, 21,5% não aderiram ao tratamento. A variável fonte de encaminhamento mostrou-se associada ao desfecho, demonstrando que o encaminhamento à psicoterapia por psiquiatras é um fator protetor à não aderência ao tratamento, enquanto que o encaminhamento pela família é um fator de risco para a não aderência. CONCLUSÃO: Conhecer o perfil das crianças que não aderem à psicoterapia possibilita aos terapeutas o estabelecimento de técnicas de intervenção em fases iniciais do tratamento, a fim de facilitar a adesão da família à psicoterapia da criança. Abandono e não aderência à psicoterapia devem ser entendidos por clínicos e pesquisadores como fenômenos distintos, tendo em vista que apresentam preditores diferentes.


2011 ◽  
Vol 33 (2) ◽  
pp. 71-75 ◽  
Author(s):  
Patricia Gomes Figueira ◽  
Leandro Malloy Diniz ◽  
Humberto Correa da Silva Filho

INTRODUÇÃO: A depressão pós-parto (DPP) tem sido alvo de inúmeras investigações científicas devido à sua alta prevalência e gravidade e também por suas repercussões negativas na puérpera e na criança. OBJETIVO:Comparar mulheres com e sem DPP em um grupo de puérperas selecionadas aleatoriamente a partir dos partos ocorridos em uma maternidade de Belo Horizonte (MG). MÉTODOS: Selecionamos 245 mulheres que tiveram parto em uma maternidade de Belo Horizonte. Aplicamos uma entrevista semiestruturada para a obtenção de dados psicossociais e demográficos e uma entrevista estruturada (Mini Neuropsychiatric Interview, MINI-Plus) para o diagnóstico de depressão maior segundo critérios do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 4th edition (DSM-IV). RESULTADOS:26,9% das mulheres tinham diagnóstico de DPP. Não encontramos diferenças entre as características sociodemográficas das mulheres com (n = 66, 26,9%) e sem diagnóstico de DPP (n = 179, 73,1%). Entretanto, diversas variáveis clínicas e psicossociais se mostraram significativamente diferentes entre os dois grupos, tais como história de depressão, vivência de estresse ou presença de sintomas depressivos ou ansiosos durante a gravidez, ocorrência de complicações maternas ou na criança no pós-parto e insuficiência de suporte nos cuidados pós-natais. CONCLUSÃO: A identificação de fatores associados à DPP é importante para a compreensão de sua etiopatogenia e para o estabelecimento de estratégias de prevenção e tratamento precoce dessa grave doença.


2011 ◽  
Vol 33 (1) ◽  
pp. 43-47 ◽  
Author(s):  
Adriana Cristine Fonseca Mozzambani ◽  
Rafaela Larsen Ribeiro ◽  
Simone Freitas Fuso ◽  
José Paulo Fiks ◽  
Marcelo Feijó de Mello

OBJETIVO: Avaliar a presença de sintomas psicopatológicos em mulheres vítimas de violência doméstica (VD) que procuraram uma delegacia de defesa da mulher. MÉTODO: Foram avaliadas mulheres com idade entre 20 e 50 anos que deram entrada em uma delegacia da mulher com queixa de VD. Durante a entrevista, todas foram submetidas ao Relatório de Indicadores Sociais e preencheram os seguintes instrumentos de autoaplicação: Inventário de Depressão de Beck, Inventário de Ansiedade de Beck, Post-Traumatic Stress Disorder Checklist - Civilian Version e o Questionário de Experiências Dissociativas Peritraumáticas (todos em língua portuguesa). Foram usadas notas de corte a partir dos estudos de validação desses instrumentos para categorizar indivíduos com alta probabilidade de apresentar transtorno depressivo maior, transtorno de ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático, ou alta/baixa dissociação peritraumática. RESULTADOS: Foram avaliadas 17 mulheres com idade média de 34,7±7,7 anos. O tempo médio de duração da violência foi de 9,1±8,7 anos. Do total de mulheres, 53% eram vítimas de agressão excessiva e 84% eram ameaçadas de morte pelo companheiro; em 71% dos casos, os companheiros eram usuários de drogas. Além disso, 53% das mulheres afirmaram ter sofrido VD na infância. Do total da amostra, 89% tiveram grande probabilidade de apresentar transtorno depressivo maior, 94% transtorno de ansiedade, 76% transtorno de estresse pós-traumático e 88% apresentaram elevados níveis de experiências dissociativas peritraumáticas. CONCLUSÃO: As vítimas de VD que dão entrada em delegacias de defesa da mulher têm alta probabilidade de apresentar morbidade psiquiátrica, assim como alterações cognitivas que as impossibilitam de sair do ciclo da violência.


2011 ◽  
Vol 33 (1) ◽  
pp. 28-34
Author(s):  
Regina Lopes Schimitt ◽  
Idalina Cesaltina Ribeiro Benedito ◽  
Bruna Cláudia da Rocha ◽  
Joyce Iracema Angelo Chivia ◽  
Maria Paz Loayza Hidalgo
Keyword(s):  

INTRODUÇÃO: O ritmo social é um conceito que integra a relação entre Zeitgebers (sincronizadores) sociais e os marcadores de tempo endógenos, e pode ser avaliado com a Escala de Ritmo Social (Social Rhythm Metric-17, SRM-17). O objetivo deste estudo foi realizar a adaptação da versão brasileira da SRM-17 para o português angolano, comparando as duas escalas em populações que utilizam o mesmo idioma mas apresentam diferenças culturais. MÉTODOS: A versão brasileira da SRM-17 foi submetida à avaliação de 10 estudantes universitários angolanos, que analisaram o grau de clareza de cada um dos 15 itens do instrumento usando uma escala visual analógica de 10 cm e propuseram modificações ao texto. Foi realizada revisão dos resultados para a elaboração da versão final, bem como prova de leitura e relatório final. RESULTADOS: A versão final angolana manteve uma equivalência de itens com relação à versão em português brasileiro. A versão avaliada demonstrou um grau satisfatório de clareza e equivalência semântica na maioria dos itens. Porém, alguns itens apresentaram um escore na clareza inferior à média aritmética de compreensão global do instrumento (8,38±1,0). CONCLUSÃO: Apesar de o português ser o idioma oficial nos dois países, há diferenças culturais significativas nas duas populações. Este trabalho apresenta uma versão adaptada à realidade angolana de um instrumento específico para aferir ritmo social. O processo de adaptação transcultural deve efetivar-se com estudos de validação do instrumento final em uma amostra maior da população, onde também poderão ser avaliadas as equivalências operacional, de medida e funcional.


2011 ◽  
Vol 33 (1) ◽  
pp. 48-54 ◽  
Author(s):  
Luciano Haussen Pinto ◽  
Luiza Ramos Feijó ◽  
Lilian Milnitsky Stein

INTRODUÇÃO: A forma como estímulos emocionais são processados e se relacionam com a cognição possui diversas implicações no campo da saúde mental. Há, portanto, a necessidade de instrumentos efetivos que viabilizem a mensuração da emoção. OBJETIVOS: Criar, a partir do International Affective Picture System (IAPS), 20 conjuntos de fotos associadas temática, visual e emocionalmente, e eleger a foto mais representativa de seu respectivo conjunto; investigar a correlação entre os fatores de associação (emocional, temática e visual); e verificar a correlação de emocionalidade dos 20 conjuntos com os dados da versão brasileira do IAPS. MÉTODO: Um total de 353 participantes avaliaram e julgaram o quão associadas entre si eram as fotos de cada conjunto e qual era a foto mais representativa de cada conjunto. RESULTADOS: Dezoito dos 20 conjuntos demonstraram alta associação nos três fatores investigados. Em todos os conjuntos, foram obtidas hierarquias de representatividade. Houve significativa correlação positiva entre os fatores de associação temática e visual (coeficiente de correlação de Spearman, rho = 0,820; p < 0,01). Observou-se correlação significativa tanto dos escores de valência (rho = 0,958) quanto dos escores de alerta (rho = 0,836; p < 0,01) para com os dados da versão brasileira nos 20 conjuntos. CONCLUSÕES: O material desenvolvido propicia a neurocientistas a possibilidade de manipulação e controle de variáveis relacionadas ao processamento emocional, e também pode contribuir para investigações com enfoque psiquiátrico.


2011 ◽  
Vol 33 (1) ◽  
pp. 20-27 ◽  
Author(s):  
Maria Amelia da Silva Jaeger ◽  
Nedio Seminotti ◽  
Olga Garcia Falceto

INTRODUÇÃO: O presente artigo é resultado do trabalho sistemático dos autores com grupos multifamiliares de pacientes com diagnóstico de transtorno alimentar (anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno alimentar não especificado), conjuntamente com seus familiares. As sessões são oferecidas em um hospital público na cidade de Porto Alegre (RS). MÉTODO: Os registros em vídeo de quatro sessões de terapia de grupo multifamiliar foram analisados qualitativamente utilizando-se a técnica de análise de conteúdo. RESULTADOS: Grupos multifamiliares assim constituídos não foram encontrados na revisão da literatura, e sim apenas relatos de grupos multifamiliares com finalidades exclusivamente psicoeducativas, sem a participação dos pacientes identificados. Na avaliação final, a modalidade de atendimento multifamiliar revelou-se como positiva para o atendimento dos casos avaliados. CONCLUSÕES: A pesquisa demonstrou que esse tipo de abordagem, associado ao tratamento unifamiliar e individual, pode tornar-se uma ferramenta eficaz de tratamento para esses pacientes e suas famílias.


2011 ◽  
Vol 33 (1) ◽  
pp. 8-13 ◽  
Author(s):  
Alfredo Cataldo Neto ◽  
José Cássio do Nascimento Pitta ◽  
Marco Antônio Brasil ◽  
Miguel Abib Adad ◽  
Rogério Wolf de Aguiar ◽  
...  

OBJETIVO: Determinar o perfil de ensino da psiquiatria nos cursos médicos brasileiros, verificando o número de professores envolvidos e suas titulações, o número de disciplinas e o enfoque predominante, material didático e local de ensino/aprendizagem. MÉTODO: O estudo foi baseado no levantamento de dados obtidos pela aplicação de questionários nas escolas médicas brasileiras que constam no site da Associação Brasileira de Educação Médica. RESULTADOS: Das 119 escolas médicas brasileiras, 85 (71%) responderam à pesquisa. O número de professores psiquiatras envolvidos no ensino variou de 1 a 5 (75,3%); desses, 1 a 2 (43,4%) eram doutores/livres-docentes, 1 a 2 (45,8%) eram mestres, e 1 a 2 (57,3%) eram especialistas. Observou-se que 41,2% das escolas oferecem duas disciplinas de psiquiatria, com enfoque predominantemente psicodinâmico e clínico (61,2%). Em 52,9% dos casos, o conteúdo programático não é desenvolvido apenas em cadeiras específicas de psiquiatria. As disciplinas oferecem, em 64,7% dos casos, aulas práticas em contextos clínicos gerais. A carga horária durante o curso é de 61-90 horas-aula (26,2%), e 88,9% têm livros-textos básicos. Em 83,3% das escolas médicas, essas disciplinas são avaliadas pelos alunos ao final das mesmas. CONCLUSÃO: Foi observada uma grande heterogeneidade nas regiões avaliadas, em pelo menos 71% das escolas. Novos estudos devem aprofundar este primeiro levantamento.


2011 ◽  
Vol 33 (1) ◽  
pp. 03-07 ◽  
Author(s):  
Lisieux Elaine de Borba Telles ◽  
Jorge O. Folino ◽  
José G. V. Taborda

INTRODUÇÃO: As consequências de comportamentos violentos e antissociais de internos em hospitais psiquiátricos são graves e podem determinar prejuízo ao tratamento do agressor. A falta de conhecimento sobre a incidência desse fenômeno e suas características favorece sua perpetuação. OBJETIVOS: Apresentar uma revisão bibliográfica atualizada do tema, informar a incidência de conduta violenta e antissocial em uma população manicomial e descrever a implementação de um método de registro sistematizado desse fenômeno. MÉTODO: A coorte foi selecionada dentro da população de pacientes do Instituto Psiquiátrico Forense Maurício Cardoso (IPFMC). Foi utilizada a Escala de Agressividade Declarada de Yudofsky (Overt Aggression Scale, OAS) e o Questionário de Seguimento de Tengström et al. Durante o período de seguimento de 1 ano, foram avaliados diariamente episódios de conduta violenta e antissocial, registrando-se os mesmos na escala e no questionário. A amostra em estudo foi composta de 68 pacientes homens selecionados de forma aleatória entre a população em cumprimento de medida de segurança no IPFMC. RESULTADOS: A incidência de comportamento violento/antissocial no período estudado foi de 200 episódios, envolvendo 50 pacientes. Houve predomínio de agressões e conduta antissocial durante o dia. As intervenções mais utilizadas foram manejo verbal, isolamento do paciente e aplicação de medicação intramuscular. CONCLUSÃO: Foi possível, pela primeira vez, medir a ocorrência de conduta violenta e antissocial em uma população psiquiátrica forense.


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