Sociologias
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1517-4522, 1517-4522

Sociologias ◽  
2021 ◽  
Vol 23 (57) ◽  
pp. 26-56
Author(s):  
Ludmila Costhek Abílio ◽  
Henrique Amorim ◽  
Rafael Grohmann

Resumo O artigo busca construir perspectivas analíticas sobre uberização e plataformização do trabalho no Brasil desde a periferia, em busca de enfrentar persistentes obscurecimentos em torno do processo de informalização. A tese que nos orienta é de que elementos que estruturam a periferia parecem se generalizar e tecer as tendências contemporâneas da exploração capitalista do trabalho. Entendemos a uberização como um novo tipo de gestão e controle da força de trabalho com a consolidação do trabalho sob demanda, e a plataformização como dependência de plataformas digitais para executar atividades de trabalho. A primeira parte critica a importação de categorias de análise e analisa a dificuldade de estabilização conceitual quando a informalidade é regra. A segunda analisa os modos de vida periféricos para compreender um novo tipo de subordinação racionalizada, o autogerenciamento subordinado. Por fim, a última parte do artigo visa a qualificar como antigas formas de organização da produção são repostas e reconfiguradas, juntando-se à constituição de novas práticas produtivas que, em conjunto, radicalizam as bases estruturais da exploração e da dominação das classes trabalhadoras pelas classes capitalistas.


Sociologias ◽  
2021 ◽  
Vol 23 (57) ◽  
pp. 9-16
Author(s):  
Cinara Lerrer Rosenfield ◽  
Jalcione Almeida

Sociologias ◽  
2021 ◽  
Vol 23 (57) ◽  
pp. 430-448
Author(s):  
Deni Alfaro Rubbo

Resumo O objetivo deste texto é apontar a riqueza da pesquisa teórica e empírica de Marx nas margens, de Kevin Anderson, pois consideramos que esse trabalho apresenta um novo ciclo de discussão ao conseguir discorrer a ideia de que a teoria dialética de Marx não está reduzida à questão de classes e a etapas “universais” de desenvolvimento capitalista, como frequentemente se aponta. Em primeiro lugar, destacaremos a mobilização das fontes, a metodologia de análise e a tradição intelectual e política em que a obra e o autor estão inseridos. Em um segundo momento, apresentaremos os capítulos do livro e, por fim, um breve comentário sobre alguns desafios que o livro suscita para novas agendas de pesquisa capazes, inclusive, de aproximar efetivamente tradição marxista e perspectiva pós/decolonial.


Sociologias ◽  
2021 ◽  
Vol 23 (57) ◽  
pp. 134-172
Author(s):  
Matheus Viana Braz

Resumo No paradigma da heteromação do trabalho, as mudanças operadas pela informatização da economia fazem com que uma massa expressiva de trabalhadores passe a desempenhar atividades essenciais, mas marginais. Objetiva-se, neste estudo, analisar as diferentes formas de microtrabalho heteromatizado remunerado presentes em território nacional, de maneira a lançar luzes compreensivas sobre as condições e especificidades do contexto laboral brasileiro. Para tanto, primeiro foi realizado um levantamento e descrição dos crowdworks de microtarefas em operação no Brasil. Depois, a partir do método netnográfico nos inserimos em 22 grupos de Facebook e de Whatsapp voltados a esse mercado (o que totaliza uma base de cerca de 16 mil perfis registrados) e os acompanhamos durante sete meses. Conclui-se que, no Brasil, há uma importante reserva de mão de obra de microtrabalho e que não estamos diante de um cenário isolado, monolítico e homogêneo. O microtrabalho está imbricado em novas formas de extração de valor da plataformização do trabalho e deve ser compreendido em meio a cadeias de produção mais amplas, globais, onde as condições de trabalho são polissêmicas, assimétricas e regidas mormente por países do Norte global.◊


Sociologias ◽  
2021 ◽  
Vol 23 (57) ◽  
pp. 240-267
Author(s):  
Guilherme F. W. Radomsky

Resumo Recorrendo a uma variedade de escritos sobre experiência, linguagem, narração e processos de subjetivação, especialmente de Walter Benjamin, Michel Foucault e Giorgio Agamben, argumento neste artigo que, entre agricultores ecológicos do oeste de Santa Catarina, Brasil, o passado é constantemente acionado nas narrativas dos atores e o ato de visualizar um futuro desejado acontece por meio das experiências vividas, particularmente por momentos de introspecção e colaboração. Fundamentado em pesquisa de campo de caráter etnográfico, analiso como a relação passado-futuro na agroecologia problematiza os modelos de desenvolvimento rural, integrando e entrelaçando as experiências pessoais compartilhadas com narrativas e práticas, pois envolve memórias de sofrimento, exploração, desejos não realizados e, simultaneamente, trabalho em grupo com construção coletiva de ideais. Esse contexto empírico é particularmente propício para a reflexão sobre desenvolvimento, uma vez que este é entendido como um processo no qual aparecem tanto a superação das formas de exploração como a autoconstrução subjetiva e colaborativa.


Sociologias ◽  
2021 ◽  
Vol 23 (57) ◽  
pp. 356-384
Author(s):  
Horígenes Fontes Soares Neto ◽  
Lessi Inês Farias Pinheiro ◽  
Marcelo Inácio Ferreira Ferraz

Resumo Enquanto face mais recente do modo de acumulação capitalista, a financeirização reverbera, por um de seus tentáculos, na necessidade de acesso ao mercado bancário-financeiro e de bens pelas famílias de baixa renda. Isso se dá, primordialmente, para que possam assegurar direitos esvaziados pelo Estado, gerando explosões de consumo e endividamento alimentadoras do circuito neoliberal – caso do Brasil, sobretudo desde os anos 1990. Ao lado, o crescimento de mecanismos socioassistenciais, cujo pano de fundo é a promoção do bem-estar e das cidadanias, deixa de servir unicamente às suas pretensões originárias para também sustentar, transversalmente, o capital financeirizado. Em tal cenário, este trabalho objetiva verificar as dinâmicas de gasto e consumo familiares vigentes num Brasil marcado pelas desigualdades e por políticas públicas socioassistenciais na era financeirizada. Perquire a inserção na ciranda bancário-financeira das populações pauperizadas e o uso do fundo público para a remuneração de bancos. Metodologicamente, parte de pesquisa bibliográfica de teóricos clássicos e contemporâneos críticos da financeirização, aliada a dados secundários de consumo e gastos das famílias brasileiras, destacadamente aquelas rastreadas e atendidas por políticas assistenciais, assim como da execução orçamentária nacional. A análise aponta para a cooptação do Estado pela financeirização e a quebra dos objetivos originários das ações assistenciais.


Sociologias ◽  
2021 ◽  
Vol 23 (57) ◽  
pp. 326-354
Author(s):  
Camila Nunes Dias ◽  
Mayara de Souza Gomes
Keyword(s):  

Resumo Ao longo da sua história, o grupo criminal autodenominado Primeiro Comando da Capital (PCC) constituiu alguns mecanismos regulatórios voltados à administração de conflitos, o exercício de controle social e a aplicação de punições, tanto nas prisões quanto nas periferias em que alcançou hegemonia. Os dispositivos conhecidos como debates expressam a configuração assumida pelos expedientes voltados à resolução de conflitos e têm se destacado pela variedade de demandas que lhes são reportadas. Os casos considerados mais complexos têm sido identificados como aqueles que envolvem assuntos de “vida e morte”. Neste texto, partindo da análise de um processo crime que apurou práticas de tortura na cidade de São Paulo e que se referia à ocorrência de um debate do tipo “vida e morte”, discutimos como estes debates têm recorrido ao uso da tortura para operacionalizar as decisões tomadas pelos membros do PCC com a finalidade de obter confissão e, ao mesmo tempo, punir indivíduos acusados de violar a “disciplina do crime”. Além disso, ressaltamos como valores sociais e morais, amplamente disseminados, fundamentam a ética regulatória das práticas do mundo do crime e são mobilizados para orientar as ações deliberadas por estes agentes, legitimando, inclusive, o uso da violência como forma de resolução de conflitos e de punição.


Sociologias ◽  
2021 ◽  
Vol 23 (57) ◽  
pp. 18-25
Author(s):  
Ludmila Costhek Abílio ◽  
Henrique Amorim ◽  
Rafael Grohmann

Resumo O dossiê Trabalho em plataformas digitais: perspectivas desde o Sul global se organiza com o objetivo de trazer contribuições para as análises que se fazem a partir da periferia e reconhecem sua centralidade nos fenômenos globais contemporâneos. Trata-se, portanto, de pesquisas que incorporam as estruturas específicas do trabalho na periferia em sua análise, sem perder de vista debates e perspectivas que permeiam a compreensão do capitalismo e, especificamente, da exploração do trabalho na atualidade.


Sociologias ◽  
2021 ◽  
Vol 23 (57) ◽  
pp. 58-82
Author(s):  
Jenny Chan

Abstract How do food delivery platform firms, such as Meituan (operated by Tencent) and Ele.me (owned by Alibaba), manage couriers through service contracting rather than formal employment? How do couriers experience control and autonomy at work? Using observation and interviews, the author finds that a combination of data-driven surveillance systems and customer feedback mechanisms are incentivizing workers’ efforts. Corporate utilization of both manual and emotional labor is critical to realizing profits. Individual freedom is framed in a way that crowdsourced couriers are not required to work a minimum amount of time. Flexibility enabled by the algorithmic management, however, cuts both ways. When there is less demand, the platform corporations automatically reduce their dependence on labor. With variable food orders and piece rates, workers’ minimum earnings are not guaranteed. In the absence of Chinese legal protections over the fast-growing food delivery sector, informal workers are desperately struggling for livelihood.◊


Sociologias ◽  
2021 ◽  
Vol 23 (57) ◽  
pp. 208-238
Author(s):  
Camilla Oliveira ◽  
Rodolfo Hoffmann

Resumen O objetivo deste trabalho é analisar, a partir dos dados da PNAD de 2014, a mobilidade socio-ocupacional inter e intrageracional na sociedade brasileira e a influência da migração e da cor dos indivíduos no processo de mobilidade social. É proposta uma nova metodologia de estratificação para a construção de estratos socio-ocupacionais, utilizando características como educação, renda e ocupação dos indivíduos. Ainda que marcada por deslocamentos de curta distância entre os estratos socio-ocupacionais, a mobilidade social observada nos dados coletados em 2014 é marcada por chances de mobilidade ascendente, o que denota certa dinamicidade na sociedade brasileira. A análise revela um esvaziamento dos estratos baixos em favor dos estratos médios quando se compara a distribuição socio-ocupacional dos ocupados em 2014 com a geração dos pais. Há uma predominância na mobilidade circular, indicando que os movimentos realizados na estrutura socio-ocupacional se deram mais pela substituição e trocas em postos de trabalho já existentes do que pela transformação da estrutura ocupacional. Foram encontradas evidências de que indivíduos migrantes apresentam mobilidade superior aos não migrantes. Todavia, indivíduos pretos e pardos encontram condições desiguais de mobilidade socio-ocupacional quando comparados aos brancos, e essa desigualdade é atenuada quando se consideram os indivíduos migrantes.


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