Triatoma infestans foi considerado, por anos, o principal vetor da doença deChagas no Brasil. A redução dos índices de infestação predial associados à espécie conferiuao país, em 2006, certificação de eliminação da transmissão da doença por esse vetor.Porém, focos residuais foram encontrados no município de Novo Horizonte (BA), Brasil, apartir do ano de 2010. Diante desse panorama, foi desenvolvido um estudo com objetivode descrever os focos residuais de T. infestans no município de Novo Horizonte, área decaatinga da Bahia. As pesquisas foram realizadas na localidade de Fazenda Queimadas6ª, zona rural do município, nos anos de 2011 a 2013. Os triatomíneos coletados foramidentificados, triados e dissecados para diagnóstico molecular da infecção natural peloTrypanosoma cruzi e avaliação de suas fontes alimentares. Durante o estudo, foramcoletados 502 exemplares, distribuídos em dois focos residuais: em 2011 com 71 indivíduosno intra e peridomicílio; e, em 2013, com 431, apenas no peridomicílio. Desse total, 143exemplares foram selecionados para análises moleculares: todos os coletados em 2011 e 16,7% dos coletados em 2013. O Índice de Infecção Natural pelo T. cruzi foi de 4,2%. O DNA de ave foi detectado em 60% dos triatomíneos analisados, 1 infectado por T. cruzi. Já o DNA humano ocorreu em 3% das amostras, com nenhum triatomíneo infectado. A convivência de seres humanos e animais domésticos com colônias de T. infestans suscita a possibilidade de recolonização dessa espécie na Bahia, aumentando a chance de transmissão vetorial da doença de Chagas.