Neste artigo procuro discutir a literatura de César Aira, sobretudo as novelas publicadas no início dos anos 1990, a partir da noção de “má literatura”, que é central para entender a obra do autor e possui implicações variadas na história da literatura argentina. Tendo como ponto de partida (e também de chegada) as Nouvelles impressions du Petit Maroc, pequeno livro de Aira recentemente publicado no Brasil, releio tantos os seus ensaios quanto algumas de suas novelas – não perdendo de vista que muitas vezes os dois gêneros se confundem – para depreender daí uma transformação decisiva sofrida pela ficção do autor, que implica, como se verá, na invenção de um novo procedimento de escrita.