scholarly journals Cuidados paliativos, esclerose lateral amiotrófica e deglutição: estudo de caso

CoDAS ◽  
2018 ◽  
Vol 30 (5) ◽  
Author(s):  
Karen Fontes Luchesi ◽  
Isabela Costa Silveira

RESUMO Tem-se por objetivo discutir aspectos da atuação fonoaudiológica em disfagia, voltada para os cuidados paliativos e a qualidade de vida em deglutição. Trata-se de um estudo de quatro casos com esclerose lateral amiotrófica (ELA) em acompanhamento fonoaudiológico. Foi aplicado o questionário de qualidade de vida em disfagia (SWAL-QOL), realizada entrevista estruturada, classificação da funcionalidade da deglutição pela Funcional Oral Intake Scale (FOIS), aplicação da escala de gravidade da ELA (EGELA), realizada videofluoroscopia da deglutição e classificação da severidade da disfagia pela Dysphagia Outcome Severity Scale (DOSS). Observou-se que os casos apresentavam tempo de doença entre 12 e 35 meses e possuíam o desejo de manter uma via oral de alimentação, mesmo que mínima, em caso de aceitação da via alternativa de alimentação. Quanto à severidade da disfagia, observada por meio do exame de videofluoroscopia e classificada pela DOSS, apresentavam desde deglutição funcional até disfagia leve a moderada. O impacto na qualidade de vida em deglutição foi mensurado entre discreto e severo. Nem todos apresentavam correspondência entre a severidade da disfagia e a qualidade de vida em deglutição, sendo observado impacto na qualidade de vida, mesmo nos casos com menor grau de disfagia. Os participantes relataram que se sentiriam desconfortáveis em caso de alimentação exclusiva por via alternativa e que a ingestão de alimentos por via oral, mesmo que mínima, apenas pelo prazer da alimentação, refletiria em sua qualidade de vida.

CoDAS ◽  
2018 ◽  
Vol 30 (6) ◽  
Author(s):  
Karen Fontes Luchesi ◽  
Bruna Magnani Campos ◽  
Claudia Tiemi Mituuti

RESUMO Objetivo Verificar a percepção de indivíduos com doenças neurodegenerativas quanto às alterações de deglutição, e conhecer as sensações ao deglutir que podem favorecer a identificação precoce de disfagia. Método Trata-se de um estudo transversal com 44 sujeitos com doenças neurodegenerativas. Todos responderam a um questionário para investigação da sensação percebida ao deglutir e mensuração da intensidade da sensação. Foram questionados quanto à presença de fadiga por meio da Fatigue Severity Scale. Para detecção de queixas de deglutição, foi utilizada a versão traduzida e adaptada para o português brasileiro do Swallowing Disturbance Questionaire. A Funcional Oral Intake Scale foi utilizada para classificar o nível de ingestão oral. Realizou-se videofluoroscopia da deglutição para verificar a correspondência entre a percepção dos participantes e a fisiopatologia da deglutição. Foi realizada análise estatística descritiva e exploratória. Resultados Houve correspondência entre os achados da videofluoroscopia e a percepção dos sujeitos em 76,5% casos. Sensações como desconforto, cansaço e incômodo foram percebidas ao engolir, especialmente, na consistência sólida. Tais sensações foram referidas, predominantemente, na região da garganta, da metade para o final das refeições. Houve associação entre fadiga durante a alimentação e odinofagia. A fadiga durante a deglutição foi associada à pior funcionalidade oral. Conclusão A maioria dos participantes percebeu as alterações presentes em sua deglutição. Sensações como ardor, desconforto, incômodo, cansaço, dor, câimbra ou irritação foram referidas pelos participantes e se mostraram associadas com sinais e sintomas que sugerem risco de aspiração laringotraqueal, especialmente, devido à fadiga muscular decorrente de fraqueza, incoordenação e/ou rigidez da musculatura.


Dysphagia ◽  
2021 ◽  
Author(s):  
Carlotta Dagna ◽  
Micol Avenali ◽  
Roberto De Icco ◽  
Marialuisa Gandolfi ◽  
Claudio Solaro ◽  
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AbstractDysphagia is a common debilitating symptom in people with Parkinson’s Disease (PD), adequate screening of swallowing disorders is fundamental. The DYMUS questionnaire has shown very good characteristics for the screening of dysphagia in Multiple Sclerosis, and it might also prove useful for screening dysphagia in PD. The primary aim was to test and validate the DYMUS questionnaire in PD patients. This is an observational multicentric study involving 103 patients affected by PD. All subjects filled in the DYMUS and the Eating Assessment Tool (EAT-10) questionnaires. A subgroup of patients (n = 53) underwent a fiber-optic endoscopic evaluation of swallowing (FEES) and their dysphagia was scored by means of the Dysphagia Outcome Severity Scale (DOSS). DYMUS showed a relatively high level of internal consistency (Cronbach’s alpha 0.79). A significant positive correlation was found between the DYMUS and the EAT-10 scores (p < 0.001), while a negative correlation was found between the DYMUS and the DOSS scores (p < 0.001). DYMUS showed a good sensitivity and specificity compared to FEES for detecting dysphagia (area under the curve: 0.82, p < 0.001). The ROC curve analysis showed that a DYMUS score ≥ 6 represents a reliable cut-off for the risk of dysphagia. The DYMUS questionnaire proved to be a reliable screening tool to detect dysphagia in patients suffering from PD. It is easy to understand, it can be self-administered and therefore adequate for adoption in the clinical practice with the more convenient name of DYPARK.


2021 ◽  
Vol 26 ◽  
Author(s):  
Marcela Maria Alves da Silva Arone ◽  
Alcione Ghedini Brasolotto ◽  
Gabriele Ramos de Luccas ◽  
Marina Gatti ◽  
Claudia Tiemi Mituuti ◽  
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RESUMO Objetivo Este estudo piloto teve como objetivo verificar a influência do uso do biofeedback EMG como método coadjuvante para auxiliar na manutenção dos resultados a longo prazo da terapia da deglutição em idosos com doença de Parkinson em uma abordagem profilática. Métodos Os sujeitos foram avaliados quanto ao nível de ingestão oral (Functional Oral Intake Scale - FOIS), qualidade de vida (questionário SWAL-QOL) e videofluoroscopia da deglutição das consistências sólida, pudim e líquida. A gravidade da disfagia foi avaliada por meio do Dysphagia Outcome and Severity Scale (DOSS). Todos os procedimentos foram realizados antes, após três meses e após seis meses do tratamento fonoaudiológico para disfagia orofaríngea. Resultados Três sujeitos foram tratados com terapia fonoaudiológica profilática e três com terapia convencional fonoaudiológica profilática utilizando biofeedback EMG coadjuvante em um total de 18 sessões. Seis pacientes apresentaram melhora nos níveis de ingestão oral, gravidade da disfagia e qualidade de vida após o programa de reabilitação. O nível de ingestão oral foi mantido seis meses após a terapia convencional para dois pacientes e todos os participantes tratados com biofeedback EMG. Conclusão Ambas as modalidades de terapia profilática mostraram melhora na qualidade de vida, nível de ingestão oral e gravidade da disfagia, mas os benefícios foram mantidos ao longo do tempo apenas para os participantes do grupo experimental.


Author(s):  
Heather M. Starmer ◽  
Loni Arrese ◽  
Susan Langmore ◽  
Yifei Ma ◽  
Joseph Murray ◽  
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Purpose While flexible endoscopic evaluation of swallowing (FEES) is a common clinical procedure used in the head and neck cancer (HNC) population, extant outcome measures for FEES such as bolus-level penetration–aspiration and residue scores are not well suited as global patient-level endpoint measures of dysphagia severity in cooperative group trials or clinical outcomes research. The Dynamic Imaging Grade of Swallowing Toxicity (DIGEST) was initially developed and validated for use during videofluoroscopic evaluations as a way to grade safety, efficiency, and overall pharyngeal swallowing impairment. The purpose of this study was to adapt and validate DIGEST for use with FEES. Method A modified Delphi exercise was conducted for content validation, expert consensus, adaptation, and operationalization of DIGEST-FEES. Three blinded, expert raters then evaluated 100 de-identified post-HNC treatment FEES examinations. Intra- and interrater reliability were tested with quadratic weighted kappa. Criterion validity against the MD Anderson Dysphagia Inventory, Functional Oral Intake Scale, Secretion Severity Scale, and Yale Residue Rating Scale was assessed with Spearman correlation coefficients. Results Interrater reliability was almost perfect for overall DIGEST-FEES grade (κ w = 0.83) and safety grade (κ w = 0.86) and substantial for efficiency grade (κ w = 0.74). Intrarater reliability was excellent for all raters (0.9–0.91). Overall DIGEST-FEES grade correlated with MD Anderson Dysphagia Inventory ( r = −.43, p < .0001), Functional Oral Intake Scale ( r = −.43, p < .0001), Secretion Severity Scale ( r = .47, p < .0001), Yale Vallecular Residue ( r = .73, p < .0001), and Yale Pyriform Sinus Residue ( r = .65, p < .0001). Conclusion DIGEST-FEES is a valid and reliable scale to describe the severity of pharyngeal dysphagia in patients with HNC. Supplemental Material https://doi.org/10.23641/asha.14642787


CoDAS ◽  
2017 ◽  
Vol 29 (1) ◽  
Author(s):  
Karen de Oliveira dos Passos ◽  
Maria Cristina de Almeida Freitas Cardoso ◽  
Betina Scheeren

RESUMO Objetivo O objetivo deste estudo foi verificar a associação entre os resultados das escalas de funcionalidade e severidade da disfagia determinadas a partir de exames de videofluoroscopia em pacientes pós-AVC. Método Estudo observacional, retrospectivo e descritivo, com análise de 109 exames de Videofluoroscopia da Deglutição de pacientes pós-AVC. Dos exames da amostra foram coletadas informações quanto ao diagnóstico da severidade da disfagia e avaliados quanto à funcionalidade da deglutição de maneira independente por dois avaliadores. Resultados Foi constatada uma alta prevalência de disfagia classificada como discreta. Nos pacientes com disfagia foi observada a presença de aspiração laringotraqueal em um terço da amostra. Verificou-se associação significativa entre os escores das escalas Functional Oral Intake Scale e Dysphagia Outcome and Severity Scale em pacientes pós-AVC, ou seja, quanto maior o comprometimento da deglutição, menor o nível de ingestão por via oral na análise dos avaliadores (p < 0,001). Conclusão Há associação entre as escalas, podendo elas serem utilizadas como balizadores avaliativos e no gerenciamento da intervenção clínica fonoaudiológica.


2000 ◽  
Author(s):  
Gloria M. Miele ◽  
Kenneth M. Carpenter ◽  
Melissa Smith Cockerham ◽  
Kristin Dietz Trautman ◽  
Jack Blaine ◽  
...  

2005 ◽  
Author(s):  
James Westaby ◽  
Andrea Versenyi ◽  
Robert C. Hausmann

2019 ◽  
Author(s):  
Erik Forsell ◽  
Martin Kraepelien ◽  
Kerstin Blom ◽  
Nils Isacsson ◽  
Susanna Jernelöv ◽  
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