scholarly journals Produção científica na medicina em projetos de pesquisa financiados pela agência Fapemig

2009 ◽  
Vol 33 (3) ◽  
pp. 426-432 ◽  
Author(s):  
André Leonardo Silveira Mendes ◽  
Leonardo Fonseca Mota-Júnior ◽  
Daniella Reis Barbosa Martelli ◽  
Paulo Rogério Ferreti Bonan ◽  
Hercílio Martelli Júnior

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) é a única agência de fomento à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico e à inovação do Estado. Em decorrência da escassez de estudos sobre a produção científica e sua relação com o fomento de projetos pela Fapemig, este estudo tem por objetivo estabelecer os produtos científicos na área de medicina (artigos científicos nacionais e estrangeiros publicados em periódicos indexados, apresentação de resumos científicos em congressos nacionais e internacionais, e formação de recursos humanos qualificados - orientação de iniciação científica, mestrado, doutorado) verificados a partir do financiamento de projetos de pesquisa do Edital Universal da Fapemig. Com base nos arquivos da agência, foram reportadas as características dos projetos aprovados, bem como a produtividade científica médica gerada entre 1986 e 2002. Nesse período, a Fapemig aprovou 183 projetos na área da medicina. Destes, seis foram retirados do estudo, visto que os coordenadores não tiveram seus currículos Lattes encontrados, por motivos como aposentadoria. Os 177 projetos analisados tiveram 118 pesquisadores distintos como coordenadores, sendo 63,2% do gênero masculino e 36,7% do feminino. Cem por cento dos projetos aprovados foram de instituições públicas, incluindo universidades e outros órgãos públicos. Verificou-se um montante de 630 produtos científicos, sendo o mais comum a apresentação de trabalhos em eventos científicos (41,13%), seguida da orientação de iniciação científica e pós-graduação (29,57%). O indicador menos observado foi a publicação de artigos científicos nacionais e estrangeiros (29,26%). No tocante à publicação de artigos científicos, houve similaridade entre periódicos nacionais e estrangeiros. Entre os periódicos nacionais, destacaram-se: Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Brazilian Journal of Medical and Biological Research, Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Cadernos de Saúde Pública. Entre os estrangeiros, destacaram-se Journal of Clinical Pathology e Journal of Medical Microbiology.

2019 ◽  
Vol 1 (1) ◽  
pp. 62-74
Author(s):  
Lucas Resende De Carvalho ◽  
Philipe Scherrer Mendes ◽  
Pedro Vasconcelos Maia do Amaral

No início da década de 1990, o sistema de saúde brasileiro começou a direcionar esforços para o fortalecimento de uma atenção à saúde preventiva em conjunto com um acompanhamento contínuo das necessidades da população. Para o período de 2007 a 2017, foi observada uma grande expansão do Programa Saúde da Família pelo território brasileiro com significativa interiorização, especialmente das regiões Nordeste, Centro-Oeste e norte de Minas Gerais. Foi observado ainda um aumento no número de vagas em cursos de graduação de medicina e também um aumento no número de vagas de residência em medicina da família e comunidade, embora com intensa concentração na região Sudeste e em capitais estaduais. Além da formação desses profissionais, destacamos a necessidade da modernização da gestão de recursos humanos para a atração e fixação dos mesmos em áreas de maior necessidade da população, fomentando uma maior equidade do PSF.  


2019 ◽  
Vol 43 (1 suppl 1) ◽  
pp. 395-403
Author(s):  
Simone de Pinho Barbosa ◽  
Karina Aza Coelho ◽  
Lorena Miranda de Carvalho ◽  
Bianca Sarria ◽  
Regina Consolação dos Santos ◽  
...  

RESUMO Estudo quali-quantitativo, de abordagem exploratória, que buscou identificar o perfil do médico da Estratégia Saúde da Família no município de Governador Valadares, bem como sua formação e características do seu trabalho. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 36 médicos de equipes de Saúde da Família nesse município. Utilizou-se a estatística descritiva simples e análise de conteúdo, modalidade temático-categorial, para a organização e análise dos dados coletados. Os resultados indicaram a predominância do sexo feminino, e apontaram profissionais brasileiros com idades entre 24 e 35 anos, com formação em instituição pública, com especialização na área de Medicina de Família. A maioria dos entrevistados pertence ao Programa Mais Médicos, com tempo de permanência na mesma equipe de até três anos. As vantagens destacadas foram identificação com a proposta de trabalho e valorização profissional, ao passo que as desvantagens apontadas foram vínculo empregatício instável, desamparo da gestão, local de atuação de difícil acesso e excesso de cobranças. Foram relatados como pontos facilitadores o trabalho em equipe e boa relação com a comunidade, enquanto a falta de recursos humanos e materiais, de equipamentos, financeiros e de tecnologia é um dos pontos dificultadores. Salienta-se a importância da atenção da gestão diante dessas dificuldades a fim de adequar a infraestrutura das unidades de saúde para proporcionar um trabalho que colabore para a mudança da saúde da população do território adscrito. É necessário repensar a maneira de incentivar o médico a permanecer na Estratégia Saúde da Família, com segurança e perspectivas no trabalho. Cabe salientar a importância do perfil desse médico, que, muitas vezes, teve uma formação diferente da preconizada nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Medicina, o que dificulta a resolução dos problemas apontados neste estudo, haja vista o desconhecimento do papel da atenção primária, da importância da integração da rede de saúde e dos atributos do médico nesse nível de atenção.


2017 ◽  
Vol 17 (2) ◽  
pp. 111-133
Author(s):  
Wesley Afonso Polesca de Souza ◽  
José Helvecio Martins ◽  
Rafael Pinheiro Amantéa ◽  
Mauri Fortes

Desenvolveu-se um modelo de simulação por eventos discretos para predição do fluxo operacional do processo de triagem neonatal. O modelo foi validado utilizando dados coletados no Núcleo de Ações e Pesquisa de Apoio ao Diagnóstico da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Estado de Minas Gerais. O modelo foi testado no Laboratório de Triagem Neonatal da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, responsável pelo processamento das amostras coletadas pelo Programa de Triagem Neonatal do estado, que busca a realização dos exames em todos os nascidos vivos. O modelo proposto possibilita ao gestor do laboratório uma visão operacional do fluxo do programa. Portanto, o modelo oferece ao gestor do laboratório a possibilidade de realizar predições e a condução de experimentos sem a necessidade de interferir na produtividade dos recursos humanos do sistema real.


2012 ◽  
Vol 36 (1 suppl 2) ◽  
pp. 33-41 ◽  
Author(s):  
Juliana Barreto Caldas ◽  
Aline Cristine Souza Lopes ◽  
Raquel de Deus Mendonça ◽  
Adriana Figueiredo ◽  
Juliane Guarnieri de Araújo Lonts ◽  
...  

INTRODUÇÃO: Este trabalho propõe-se a analisar a percepção dos alunos do curso de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em relação ao desenvolvimento do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde), cujo objetivo é integrar ensino e serviços na Atenção Primária. OBJETIVO: Pretende-se investigar a percepção de alunos quanto ao método de integração interdisciplinar entre ensino, pesquisa e extensão proposto pelo PET-Saúde. MÉTODO: Para coleta dos dados, foi realizado um estudo seccional com alunos do PET-Saúde. Avaliou-se a percepção por questionário estruturado e autoaplicável. Realizou-se análise descritiva e teste qui-quadrado e exato de Fischer (p<0,05). RESULTADOS: Participaram do estudo 194 acadêmicos, com idade média entre 22,7±3,26 anos, dos quais 86,8% eram mulheres e 72,9%, bolsistas. Verificou-se que o método proposto favoreceu o ensino-aprendizagem de bolsistas e voluntários; a interdisciplinaridade; e a integração ensino, pesquisa e extensão. Os alunos do 2º ao 5º período (73,7%) foram os que relataram realizar mais a prática profissionalizante (p<0,001). As atividades mais desenvolvidas foram pesquisa e planejamento de ações, com diferenças entre bolsistas e voluntários na participação nas atividades das Equipes de Saúde da Família (85,3% versus52,9%;p=0,01) e na capacidade de divulgar a pesquisa na comunidade (35,5% versus87,0%;p<0,01). CONCLUSÃO: O PET-Saúde UFMG/SMSA-BH determinou avanços, mas também apresentou limitações em relação às mudanças nos processos de formação de recursos humanos na área da saúde.


2010 ◽  
Vol 34 (4) ◽  
pp. 535-541 ◽  
Author(s):  
Patrícia Helena Costa Mendes ◽  
Daniella Reis Barbosa Martelli ◽  
William Pereira de Souza ◽  
Sidinei Quirino Filho ◽  
Hercílio Martelli Júnior

O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil dos bolsistas de produtividade científica da área de medicina no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Foram analisados os currículos Lattes de todos os pesquisadores da área de medicina no triênio 2005-2007. As variáveis estudadas foram: gênero, categoria do bolsista, instituição de origem, tempo de conclusão do doutorado, artigos nacionais e estrangeiros com o respectivo Qualis, publicação de livros e capítulos, orientações de iniciação científica, mestrado e doutorado, e os periódicos utilizados para publicação. Entre os pesquisadores, houve prevalência do gênero masculino em relação ao feminino (1,94:1), com a maioria dos bolsistas na categoria 2 (51,4%), distribuídos por 13 estados da federação, com predomínio de São Paulo e Rio de Janeiro. Do total, 97,1% dos bolsistas estão vinculados a universidades e 49,4% deles concluíram o doutorado entre 6 e 15 anos. Na produção científica, verifica-se prevalência de artigos internacionais Qualis A e C e nacional B. Quanto à orientação, há prevalência na formação de mestres, seguida de iniciação científica e doutores. Os periódicos que concentraram a maior parte das publicações foram Brazilian Journal of Medical and Biological Research e Transplantation Proceedings. Estudos com metodologias similares poderão ser importantes para melhor aferição da produção científica brasileira em outras áreas do conhecimento, visto que existem poucos estudos nacionais sobre o perfil da produção científica gerada pelos bolsistas de produtividade científica do CNPq


Author(s):  
Patrícia Costa ◽  
Sílvia Silva
Keyword(s):  

Os Recursos Humanos e a Medicina do Trabalho são centrais para a promoção da saúde no contexto organizacional. Este trabalho visa estudar as perceções de stress no trabalho destes profissionais, e baseia-se nas teorias leigas e na teoria da atribuição. Procurou-se explorar os significados atribuídos ao conceito de stress, causas, consequências e formas de intervenção. Além disso, compararam-se as perspetivas dos Gestores de Recursos Humanos, a desempenhar funções na área, com as perspetivas de estudantes desta área em fase final de formação. O estudo é de natureza exploratória e qualitativa. Realizaram-se entrevistas semi- estruturadas a 6 profissionais com funções de Gestão de Recursos Humanos e a 4 profissionais de Medicina do Trabalho (das mesmas empresas) e foram recolhidos 21 questionários de estudantes das áreas de RH. Os resultados sugerem que os profissionais referem essencialmente causas organizacionais como responsáveis pelo stress no trabalho e destacam um maior número de consequências centradas nos indivíduos. As intervenções realizadas são essencialmente focadas no indivíduo e de natureza secundária/terciária. Crenças de inevitabilidade do stress e o próprio papel percebido parecem explicar as diferenças no número de intervenções realizadas nas empresas. As perspetivas dos estudantes tendem a estar mais próximas das “boas práticas” defendidas na literatura. Os resultados deste estudo sugerem que é importante aceder às perspetivas da Gestão de Recursos Humanos e da Saúde Ocupacional e identificar prioridades para a mudança destas perspetivas de modo a dar um contributo importante para uma efetiva promoção da saúde e bem-estar no trabalho.


1970 ◽  
Vol 6 (2) ◽  
pp. 16-24 ◽  
Author(s):  
Jorge Gelvane Tostes ◽  
Fernanda Paiva de Campos ◽  
Luís Gustavo Rodrigues Pereira

Objetivo: Traçar o perfil e estabelecer a prevalência do consumo álcool e/ou outras drogas entre os estudantes de uma faculdade de medicina do Sul de Minas Gerais. Materiais e Métodos: Os dados foram coletados com 419 alunos matriculados na faculdade no ano de 2013, a partir de questionário anônimo, o qual apresentou variáveis de idade, sexo, série do curso, uso de bebida alcoólica e drogas, frequência no ultimo mês (Julho/2013). Resultados: Constatou-se que 99% dos estudantes entrevistados já fizeram uso de bebida alcoólica ao menos uma vez na vida, sendo que 73% relataram que o ingresso na faculdade aumentou o consumo. Observou-se que o consumo é maior entre o sexo masculino. Quanto ao uso de outras drogas, 43,6% dos entrevistados relataram que fizeram uso ao menos uma vez na vida. No último mês (Julho/2013), 87,6% consumiram álcool, 23,4% tabaco, 13,4% maconha, 6,9% estimulantes, 6,2% tranquilizantes, 5,5% inalantes, 4,8% alucinógenos, 1,7% cocaína /crack, 0,2%   opiácios.  Conclusão: Os dados mostram que estudantes de medicina desta faculdade tendem a consumir drogas até duas vezes mais do que população em geral, A droga mais usada continua sendo o álcool, mas há consumo expressivo de outras substâncias como a maconha e cocaína.Palavras-chave: Álcool, Drogas, Estudantes de Medicina.ABSTRACTObjective: To describe a profile and establish the prevalence of alcohol consumption and / or other drugs among students of a medical school in southern Minas Gerais. Materials and Methods: Data were collected with 419 students enrolled in college in 2013 , from anonymous questionnaire , which presented variables of age, sex, year in the course, use of alcohol and drugs, frequency in the last month (July / 2013). Results:  99% of surveyed students were found to have already made use of alcohol at least once in their lifetime, and 73% reported entrance in college increased consumption. Higher consumption was observed among males. Regarding use of other drugs, 43.6% of the respondents have used them at least once in their life. In the previous month (July / 2013), 87.6% used alcohol, 23.4% tobacco, 13.4% marijuana, 6.9% stimulants, 6.2% tranquilizers, 5.5% inhalants 4.8% hallucinogens, 1.7% crack / cocaine, 0.2% opiates. Conclusion: The data show that college students tend to consume drugs up twice more often than the general population. The most widely used drug remains being alcohol, but there is significant use of other substances such as marijuana and cocaine.Keywords: Alcohol, Drugs, Medical Students.


2017 ◽  
Vol 41 (4) ◽  
pp. 584-593
Author(s):  
Maria Aparecida Miranda da Silva ◽  
Ricardo Tavares ◽  
Marcelo Grossi Araújo ◽  
Maria Mônica Freitas Ribeiro
Keyword(s):  

RESUMO O sofrimento psíquico do estudante de Medicina é conhecido e já estudado. O papel do professor em detectar dificuldades geradoras de sofrimento psíquico em seus alunos e saber como lidar com elas é fundamental para a prevenção desse sofrimento. Entretanto, nem sempre os professores estão preparados para esses desafios. Objetivo: Estudar a percepção dos docentes do curso de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em relação ao sofrimento psíquico de seus alunos. Método: Estudo transversal quantitativo realizado com os docentes do ciclo profissional do curso de Medicina da UFMG. A amostra de 102 docentes foi obtida por sorteio aleatório e dividida em quatro estratos: masculino até dez anos de docência, masculino com mais de dez anos, feminino com até dez anos de docência e feminino com mais de dez anos. Foi elaborado um questionário autoaplicativo de 28 itens com cinco opções da escala de Likert. Para análise dos dados foram construídos quatro indicadores: indicador de percepção de sofrimento psíquico (IPSP), indicador de compromisso do professor com as dificuldades emocionais do estudante (ICDE), indicador de atuação frente ao sofrimento psíquico (IAPS) e indicador geral (IG). Realizou-se análise dos quartis e calculou-se a diferença entre os grupos utilizando testes não paramétricos. Cinco questões não incluídas nos indicadores foram analisadas separadamente. Resultados: Dos 102 sorteados, 79 docentes responderam e sete se negaram a participar da pesquisa. Foi constatada preocupação com o sofrimento psíquico dos estudantes, variável entre os estratos. Para o IG, as professoras com mais tempo de docência obtiveram a mediana mais elevada em relação aos homens com menos tempo (p < 0,05). Para os demais indicadores, apesar da diferença entre os quartis, a comparação das medianas não mostrou diferenças estatisticamente significativas. Para as perguntas não incluídas nos indicadores, do total de professores, 85% já tiveram alunos com dificuldades emocionais. Os homens, com maior frequência, afirmaram desconhecer a existência de problemas emocionais entre os estudantes. Houve desconhecimento das instâncias de acolhimento psicólogico aos estudantes por 16,5% dos professores. A ocorrência de bullying na FMUFMG não foi percebida por mais de 50% dos professores. Apenas 28% admitiram que seus atos ou atitudes teriam desencadeado sofrimento psíquico no estudante. Ao se perguntar sobre apoio ao professor, 75,9%desejavam uma instância de apoio emocional ao professor. Conclusão: Este estudo, apesar das limitações, é inédito ao avaliar a percepção do docente do curso de Medicina em relação ao sofrimento psíquico dos estudantes. Tempo de docência e sexo feminino parecem exercer um papel importante na percepção do docente sobre o sofrimento psíquico do estudante. Parcela significativa de professores desconhece a existência das instâncias de apoio psicológico aos estudantes. Situações de assédio e bullying na escola médica permanecem negadas por muitos docentes.


Author(s):  
R.A. Ferreira ◽  
L.A. Peret Filho ◽  
E.M.A. Goulart ◽  
M.M.A Valadão
Keyword(s):  

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