scholarly journals Determinação de espécie indicadora e comparação de genótipos de girassol quanto ao potencial alelopático

2009 ◽  
Vol 27 (4) ◽  
pp. 655-663 ◽  
Author(s):  
H.L. Silva ◽  
M.M. Trezzi ◽  
J.A. Marchese ◽  
G. Buzzello ◽  
E. Miotto Jr. ◽  
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Na agricultura atual, o método mais utilizado para o controle de plantas daninhas é o químico, em razão da facilidade de uso, elevada eficiência e baixa necessidade de mão de obra. No entanto, a utilização inadequada desses produtos provoca problemas ao ambiente e à saúde humana. Cresce, portanto, a busca por métodos alternativos de controle de plantas daninhas, menos demandadores de energia e menos tóxicos e agressivos ao ambiente. Este trabalho objetivou avaliar o efeito alelopático da cultura do girassol (Helianthus annuus) sobre diferentes espécies de plantas daninhas e cultivadas, em dois experimentos realizados em delineamento experimental completamente casualizado, utilizando o método da semeadura em substituição. O primeiro experimento foi realizado com quatro repetições, em esquema bifatorial. O primeiro fator foi constituído por seis espécies indicadoras: picão-preto (Bidens pilosa), corda-de-viola (Ipomoea grandifolia), caruru (Amaranthus hybridus), alface (Lactuca sativa, cultivar Aurélia), tomate (Lycopersicon esculentum, cultivar Santa Cruz), trigo (Triticum aestivum, cultivar BRS 208); e o segundo, pela presença ou não de plântulas de girassol. O segundo experimento foi composto por 24 tratamentos, representados por 23 genótipos de girassol e por uma testemunha sem girassol, utilizando-se quatro repetições. A espécie indicadora foi apenas o picão-preto. Em ambos os experimentos, no final do período de sete dias de convívio, foram avaliados o número de sementes germinadas e o comprimento radicular e da parte aérea das espécies indicadoras. Não foram observadas diferenças entre as porcentagens de germinação de quaisquer das espécies indicadoras avaliadas, em função da presença ou não das plântulas de girassol. A presença de plântulas de girassol estimulou o crescimento radicular das plântulas de tomate e trigo e inibiu o crescimento da parte aérea de picão-preto, trigo e corda-de-viola. Houve grande variabilidade de potencial alelopático entre genótipos de girassol sobre a germinação e o crescimento radicular e da parte aérea de Bidens pilosa. Os resultados demonstram que a técnica da semeadura em substituição é adequada para detectar efeitos estimulativos ou inibitórios de girassol sobre espécies indicadoras e para discriminar genótipos de girassol quanto à habilidade em inibir ou estimular plântulas de Bidens pilosa.

2011 ◽  
Vol 25 (1) ◽  
pp. 95-104 ◽  
Author(s):  
Valerí Schmidt da Silva ◽  
Ana Carina da Silva Cândido ◽  
Caroline Muller ◽  
Valdemir Antônio Laura ◽  
Odival Faccenda ◽  
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O objetivo deste trabalho foi determinar o potencial fitotóxico do extrato etanólico bruto e das frações semipurificadas de Dicranopteris flexuosa por meio de bioensaios de germinação e crescimento de Lactuca sativa L. (alface), Lycopersicon esculentum L. (tomate), Allium cepa L. (cebola) e Triticum aestivum L. (trigo) em laboratório e casa de vegetação e quantificar o teor total de fenóis e flavonóides dos extratos e frações. Nos bioensaios realizados em laboratório foram utilizadas quatro concentrações (0, 250, 500, 1000 mg L-1), com quatro repetições de 50 sementes. A análise dos resultados indica redução da velocidade e/ou inibição da germinação, estímulo do crescimento da raiz das eudicotiledôneas e inibição da raiz adventícia das monocotiledôneas estudadas. Nos bioensaios realizados em casa de vegetação foram utilizadas as mesmas concentrações dos bioensaios em laboratório, com oito repetições de cinco sementes por vaso. A análise dos resultados indica que o comprimento da raiz foi afetado pelo extrato etanólico bruto, ocorrendo estímulo em tomate e inibição em cebola e trigo. A produção de massa seca da parte aérea foi estimulada na menor concentração em alface e trigo. A fração acetato de etila foi a que apresentou os maiores teores de fenóis e flavonóides totais. Embora os resultados sejam preliminares, observa-se que o extrato etanólico e as frações semipurificadas de D. flexuosa também contêm substâncias que interferem no crescimento das plântulas de alface, tomate, cebola e trigo.


2010 ◽  
Vol 24 (1) ◽  
pp. 235-242 ◽  
Author(s):  
Ana Carina da Silva Cândido ◽  
Valerí Schmidt ◽  
Valdemir Antônio Laura ◽  
Odival Faccenda ◽  
Sônia Corina Hess ◽  
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A bioatividade das frações semipurificadas (hexânica, acetato de etila e etanol-água) do extrato etanólico das partes aérea de S. occidentalis foi avaliada através de ensaios de germinação e de crescimento de Lactuca sativa (alface), Lycopersicon esculentum (tomate), Allium cepa (cebola) e Triticum aestivum (trigo), em laboratório. Foram utilizadas três concentrações (250, 500, 1000 mg L-1) de cada fração e um controle não tratado, com quatro repetições de 50 sementes. Os bioensaios de germinação revelaram que todas as frações atrasaram a germinação de alface, tomate e cebola, e as frações hexânica e acetato de etila reduziram a germinabilidade de tomate e cebola. Nos bioensaios de crescimento, a fração hexânica estimulou o crescimento da raiz e inibiu o crescimento do hipocótilo das eudicotiledôneas. A mesma fração inibiu o crescimento da raiz e do coleóptilo das monocotiledôneas. A fração acetato de etila inibiu o crescimento da raiz das plântulas-alvo e o hipocótilo/coleóptilo de tomate e cebola. A fração etanol-água estimulou o crescimento da raiz de tomate e do hipocótilo de alface e inibiu o crescimento da raiz de cebola e trigo e, também, do coleóptilo de cebola, na concentração de 1000 mg L-1. Nos bioensaios com herbicidas comerciais foram observados efeitos semelhantes àqueles obtidos na germinação pelas frações e no crescimento pelas frações hexânica e acetato de etila. Na cromatografia em camada delgada, foram detectados terpenos na fração hexânica, compostos fenólicos e alcalóides na fração acetato de etila. A análise espectrofotométrica revelou que a fração acetato de etila possui o maior conteúdo de compostos fenólicos e flavonóides.


1980 ◽  
Vol 37 (2) ◽  
pp. 1077-1103 ◽  
Author(s):  
A.R. Dechen ◽  
H.P. Haag ◽  
J.R. Sarruge ◽  
G.D. Oliveira

Plantas de tomateiro (Lycopersicon esculentum Mill.), da variedade Santa Cruz, linhagens Samano e Kada, foram cultivadas em sílica, recebendo soluções nutritivas com doses de 0 ppm, 50 ppm, 100 ppm, 200 ppm e 400 ppm de cálcio, com os objetivos de: (a) determinar o efeito do cálcio nas concentrações de nutrientes na planta; e, (b) verificar diferenças no comportamento das linhagens Samano e Kada. Noventa dias após o transplante, as plantas foram coletadas e separadas em: folhas inferiores, caules inferiores, folhas superiores, caules superiores e frutos. No material coletado foram determinados os teores de micronutrientes, com exceção do cloro e molibdênio. Curvas representativas das concentrações dos nutrientes nas partes das plantas, em função das doses de cálcio, foram obtidas a partir dos dados calculados através de equações de regressão. Os resultados mostraram que: - a adição de cálcio na solução nutritiva diminui os teores de zinco nos tecidos de ambas as linhagens, - as concentrações dos demais micronutrientes diferem nas linhagens e nas partes analisadas.


1994 ◽  
Vol 119 (3) ◽  
pp. 408-413 ◽  
Author(s):  
Anwar A. Khan

A gibberellic acid (GA) biosynthesis inhibitor, tetcyclacis, induced dormancy in nondormant seeds of lettuce (Lactuca sativa L.), tomato (Lycopersicon esculentum Mill.), pepper (Capsicum annuum L.), carrot [Daucus carota var. sativus (Hoffn.)], onion (Allium cepa L.), celery (Apium graveolens L.), and impatiens (Impatiens novette), as most of the seeds failed to germinate after washing under conditions that permitted germination before dormancy induction. In lettuce seeds, tetcyclacis and paclobutrazol were more effective in inhibiting germination in light than in darkness. A 16- to 24-h soak treatment with tetcyclacis was sufficient to induce dormancy in nearly all seeds. Tetcyclacis failed to induce dormancy if applied after 6 h presoak in water. Dormancy induced by tetcyclacis was released by GA4+7 (a mixture of gibberellin A4 and A7), light, and moist-chilling treatments. When GA4+7 was applied with tetcyclacis, dormancy induction was prevented under both favorable, e.g., 25C, and unfavorable, e.g., 5C, or low water potential (Ψ), germination conditions. Unlike tetcyclacis, abscisic acid (ABA) failed to induce dormancy in lettuce seeds. Thermodormancy induction in lettuce seeds at 35C was prevented by fluridone. However, neither ABA nor tetcyclacis countered its effect. Dormancy was also induced in lettuce seeds by ancymidol, flurprimidol, or paclobutrazol. Dormancy induced by tetcyclacis in pepper, tomato, carrot, and onion seeds was released by GA4+7, but not by irradiation or moist-chilling. Chemical names used: 5-(4-chlorophenyl)-3, 4, 5, 9, 10-pentaazatetracyclo [5.4.102,6.08,11]-dodeca-3, 9-diene (tetcyclacis); 1-(4-chlorophenyl)-4, 4-dimethyl-2-(1H-1, 2, 4-triazole-1-yl)-3-pentanol (paclobutrazol); α-cyclopropyl-α-(4-methoxyphenyl)-5-pyrimidine methanol (ancymidol); α-(1-methyl)-α-[4-(trifluoromethoxy) phenyl]-5-pyrimidine-methanol (flurprimidol); 1-methyl-3-phenyl-5-[3-(trifluoromethyl)phenyl]-4 (1H)-pyridinone (fluridone).


Author(s):  
ANDERSON LUIZ NUNES ◽  
RIBAS ANTONIO VIDAL

A determinação da concentração de compostos no solo por meio de plantas quantificadoras apresenta como principal vantagem detectar somente resíduos biologicamente ativos, não havendo necessidade de instrumentos onerosos e de prévia extração dos resíduos do solo. Dessa forma, este trabalho teve como objetivo selecionar plantas quantificadoras da presença de herbicidas residuais (pré emergentes) para o uso em bioensaios. Utilizou-se delineamento experimental completamente casualizado com arranjo bifatorial 8 x 6, com cinco repetições. O fator A consistiu de espécies cultiváveis e o fator B de herbicidas aplicados em pré emergência. Os resultados evidenciaram que a sensibilidade na detecção do herbicida no solo depende da espécie utilizada. A sensibilidade das espécies Lactuca sativa L. e Raphanus sativus var. sativus L. não permitiu condições de quantificar a presença dos herbicidas atrazina, cloransulam, imazaquin, metribuzin e S-metolacloro. Raphanus sativus var. oleiferus Metzger é potencial quantificador de imazaquin e S metolacloro. Plantas de Curcubita pepo L. são promissoras na bioavaliação de metribuzin. A espécie Cucumis sativus L. mostrou-se potencial bioindicadora de cloransulan e imazaquin. Avena sativa L. apresentou-se como potencial quantificadora de imazaquin e metribuzin. Hordeum vulgare L. pode quantificar o metribuzin e Triticum aestivum L. é promissor na detecção da biodisponibilidade de atrazina.


1999 ◽  
Vol 17 (1) ◽  
pp. 119-130 ◽  
Author(s):  
Donizeti A. Fornarolli ◽  
Benedito N. Rodrigues ◽  
Adel N. Chehata ◽  
Maria A. Valério

O objetivo do presente trabalho foi verificar a influência do horário de aplicação de herbicidas no controle de plantas daninhas gramíneas e dicotiledôneas na cultura do milho. O experimento foi conduzido no ano de 1991/92, na área experimental da Milenia Agro Ciências S/A, em Londrina, PR. O delineamento experimental empregado foi em blocos ao acaso com 4 repetições, utilizando atrazine a 2.400 g/ha + surfactante e as misturas formuladas de alachlor + atrazine (1.820 + 1.820), atrazine + óleo vegetal (2.400 + 1.800) g/ha aplicados as 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20 e 22 horas. A gramínea presente era a Brachiaria plantagineano estádio de 1 a 5 folhas, e as dicotiledôneas Amaranthus hybridus, Euphorbia heterophylla, Bidens pilosa, Emilia sonchifolia e Sida rhombifolia todas no estádio de 2 a 6 folhas. A aplicação foi realizada no dia 12 de outubro de 1991, estando o dia sem nuvens. Às 4:00 horas a UR era 68%; às 14:00 horas, 35% e as 22:00h, 65%. O solo estava seco e nas aplicações das 4:00 e 6:00 horas havia a presença de orvalho nas folhagens. Utilizou-se um pulverizador de precisão a CO2, bicos leque Teejet 110.03 e volume de calda 300 l/ha. Os resultados mostraram que houve influência do horário de aplicação nos resultados para os herbicidas alachlor + atrazine e atrazine + óleo vegetal no controle de B. plantaginea. Para os tratamentos alachlor + atrazine e atrazine + óleo vegetal, quando a umidade relativa do ar esteve acima de 65%, ou seja entre 4:00 e 8:00 horas e a partir das 20:00 horas, o controle foi superior a 90%. Quando a umidade relativa do ar baixou para 35%, no período das 10:00 às 18:00 horas, o controle para o alachlor + atrazine foi de 80% e o de atrazine + óleo vegetal próximo a 60%. O controle de gramíneas no tratamento atrazine + surfactante foi inferior a 40% em todos os horários de aplicação. Ainda para B. plantaginea, o alachlor + atrazine aos 95 DAA ( dias após aplicação) apresentou melhor controle em relação ao atrazine + óleo vegetal principalmente nos horários das 10:00 as 20:00 horas. Para as folhas largas, não houve influência dos horários e todos os tratamentos apresentaram 100% de eficiência. Todos os herbicidas foram seletivos à cultura sendo que as misturas formuladas apresentaram no máximo 10% de injúrias. O atrazine + óleo vegetal foi mais fitotóxico no período das 6:00 às 10:00 e o alachlor + atrazine no período das 10:00 as 14:00. Houve total relação entre o nível de controle, produção de biomassa seca das infestantes e a produção de grãos.


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