scholarly journals Moscas frugívoras e seus parasitoides nos municípios de Pelotas e Capão do Leão, Rio Grande do Sul, Brasil

2012 ◽  
Vol 42 (1) ◽  
pp. 6-12 ◽  
Author(s):  
Adrise Medeiros Nunes ◽  
Fernanda Appel Müller ◽  
Rafael da Silva Gonçalves ◽  
Mauro Silveira Garcia ◽  
Valmir Antonio Costa ◽  
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As moscas frugívoras (Tephritoidea) são as principais pragas da fruticultura de clima temperado no Brasil. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a infestação desses dípteros e a ocorrência de seus parasitoides em frutíferas nos municípios de Pelotas e Capão do Leão, localizados na região Sul, nas safras agrícolas de 2007/08 e 2008/09. Foram coletados frutos de araçazeiro-amarelo e vermelho (Psidium cattleianum Sabine, 1821), butiazeiro [Butia capitata (Mart.) Becc., 1916], caquizeiro (Diospyros kaki Linnaeus, 1753), cerejeira-do-mato (Eugenia involucrata DC., 1828), goiabeira [Psidium guajava (Linnaeus, 1753)], goiabeira-serrana [Acca sellowiana (Berg.) Burret, 1941], nespereira [Eriobotrya japonica (Thunb.) Lindley, 1822], pessegueiro [Prunus persicae (L.) Batsch, 1801], pitangueira (Eugenia uniflora Linnaeus,1753) e uvalheira (Eugenia pyriformis Cambessèdes, 1832). Os frutos foram coletados e transportados para o laboratório, onde foram individualizados e determinados os seguintes parâmetros: índice de infestação das moscas, índice de parasitismo e frequência de indivíduos por espécie de parasitoide. Foram constatadas duas espécies de Tephritidae, Anastrepha fraterculus (Wiedemann, 1830) (90,5%) e Ceratitis capitata (Wiedemann, 1824) (9,5%) e duas de Lonchaeidae, Neosilba zadolicha McAlpine & Steyskal, 1982 (87,8%) e uma espécie ainda não descrita, referida como Neosilba n. sp. 3 (12,2%). Anastrepha fraterculus é a espécie mais abundante nos dois municípios, sendo constatada na maioria das frutíferas coletadas. Caquizeiro e goiabeira foram os hospedeiros que apresentaram o maior índice de infestação por C. capitata. Quanto às espécies de Neosilba, a maior infestação ocorreu em frutos de goiabeira-serrana. Dos parasitoides emergidos, foram identificadas três espécies, sendo duas de Braconidae, Doryctobracon areolatus (Szépligeti, 1911) (52,6%) e Opius bellus (Gahan, 1930) (27,5%) e uma espécie de Figitidae, Aganaspis pelleranoi (Brèthes, 1924) (20,0%). Doryctobracon areolatus foi o parasitoide mais frequente na maioria das frutíferas amostradas, com exceção da pitangueira e cerejeira-do-mato em que predominou O. bellus, e em pessegueiro com predomínio de A. pelleranoi.

2008 ◽  
Vol 38 (1) ◽  
pp. 236-239 ◽  
Author(s):  
Tacimara Gattelli ◽  
Fernando Felisberto da Silva ◽  
Rafael Narciso Meirelles ◽  
Luiza Rodrigues Redaelli ◽  
Fábio Kessler Dal Soglio

Este estudo teve o objetivo de reconhecer as espécies de moscas frugívoras em mirtáceas: Eugenia uniflora L., Campomanesia xanthocarpa Berg., Psidium cattleianum Sabine, Psidium guajava L. e Acca sellowiana (Berg.) Burret., bem como em Citrus sinensis (L.) Osbeck (Rutaceae), na região do Vale do Caí, RS. Os frutos foram coletados no período de maturação de cada espécie frutífera, entre outubro de 2004 e julho de 2005, levados ao laboratório e acondicionados em potes com areia mantidos a 25 ± 1°C; 80 ± 10% UR e fotofase de 12 horas. Os pupários obtidos foram individualizados e suas características foram registradas. De Tephritidae foi registrada apenas Anastrepha fraterculus (Wiedemann) e de Lonchaeidae Neosilba n. sp. 3, Neosilba zadolicha McAlpine & Steyskal e Neosilba certa (Walker). As duas últimas são novos registros para o Rio Grande do Sul. Apenas em P. cattleianum foram registradas todas as espécies de moscas encontradas neste trabalho. Os resultados evidenciam que A. fraterculus é a espécie de mosca-das-frutas de maior ocorrência para a região do Vale do Caí, RS, nas frutíferas estudadas.


Author(s):  
Franciele Da Silva Dluzniewski ◽  
Jordana Gabriele Vettorato ◽  
Nilvane Teresinha Ghellar Müller

<p>A etnobotânica é uma área de pesquisa científica multidisciplinar, que tem o intuito de resgatar conhecimentos empíricos de pessoas para com o uso de vegetais em geral. Ainda hoje, o uso de plantas medicinais é uma importante alternativa, não só por resgatar o patrimônio natural e cultural, como também por estimular a população para um maior aproveitamento dos recursos terapêuticos de origem natural. A família Myrtaceae é constituída atualmente por cerca de 150 gêneros e 4630 espécies, encontram-se especialmente distribuídas em regiões tropicais e subtropicais. No entanto, estudos de resgate empírico desta família são raros ou escassos em municípios de pequeno porte, como em Sete de Setembro, por exemplo. Dessa forma, objetivou-se resgatar o conhecimento etnobotânico de moradores, do município de Sete de Setembro, a cerca da família botânica Myrtaceae. Os dados foram coletados de agosto a novembro de 2016, através de entrevistas informais. Ao total foram entrevistados 60 informantes, 30 para zona rural e 30 para a zona urbana. Utilizou-se a técnica de “bola de neve” e “chefe de família”. Foram relatados pelos entrevistados quatro espécies de plantas utilizadas da família Myrtaceae, a <em>Eugenia uniflora</em> L. (Pitangueira), <em>Psidium guajava</em> L. (Goiabeira), <em>Syzyum jambolanum</em> DC (Jambolão) e o <em>Eucalyptus </em>spp. (Eucalipto). O órgão vegetal mais usado das plantas medicinais catalogadas foram as folhas, sendo as mesmas utilizadas na forma de chás.</p>


2011 ◽  
Vol 41 (8) ◽  
pp. 1297-1299 ◽  
Author(s):  
Patrícia Postalli Cruz ◽  
Alexandre Schneid Neutzling ◽  
Flávio Roberto Mello Garcia

Existem poucas informações sobre as espécies nativas de himenópteros parasitoides de moscas-das-frutas da Região Neotropical, o que objetivou a realização do presente trabalho. Assim, coletas de goiaba (Psidium guajava L.) foram realizadas de janeiro a março de 2009 na Área Experimental em Estudos de Produção Agroecológica (AEEPA) da Universidade Federal de Pelotas, no município de Capão do Leão, Rio Grande do Sul. Os frutos foram levados ao laboratório, contados, pesados e acondicionados individualmente em potes plásticos contendo areia umedecida e telado na parte superior. Semanalmente, o substrato foi peneirado, os pupários recolhidos e acondicionados em placas de Petri com papel filtro umedecido com água destilada. Os pupários foram mantidos em sala climatizada (26±2°C, 60±10% de umidade relativa e 12h fotofase) onde foram efetuadas observações semanais para verificar a emergência de moscas e/ou parasitoides e posterior identificação das espécies. Trichopria anastrephae Lima (Hymenoptera: Diapriidae) foi obtida de pupários de Anastrepha fraterculus, com parasitismo de 5,8%.


Revista CERES ◽  
2013 ◽  
Vol 60 (4) ◽  
pp. 589-593 ◽  
Author(s):  
Naymã Pinto Dias ◽  
Fernando Felisberto da Silva ◽  
Jéssica Avila de Abreu ◽  
Juliano de Bastos Pazini ◽  
Robson Antonio Botta

As moscas-das-frutas são as principais pragas da fruticultura mundial, destacando-se os tefritídeos e os lonqueídeos, sendo que, sobre este último grupo de insetos, existem poucas informações a respeito do seu potencial de danos. O objetivo deste trabalho foi identificar os níveis de infestação de moscas-das-frutas, em municípios da faixa de fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina e o Uruguai. O estudo foi realizado em 2011 e 2012, nos municípios de Itaqui, Quaraí, Santana do Livramento e Uruguaiana, RS. Foram realizadas coletas de frutos de 19 espécies vegetais exóticas e nativas, calculando-se os índices de infestação em pupários/kg de fruto e pupários/fruto. O maior índice de infestação de Ceratitis capitata ocorreu em nectarineira, com 72,01 pupários/kg e 2,51 pupários/fruto. Anastrepha fraterculus apresentou índices elevados em cerejeira, correspondendo a 57,57 pupários/kg e 0,23 pupários/fruto. Os lonqueídeos foram representados pelos gêneros Neosilba e Lonchaea, infestando frutos de mamoeiro e caramboleira, respectivamente. Registra-se para os municípios estudados do Rio Grande do Sul a ocorrência das seguintes espécies de moscas-das-frutas: C. capitata, A. fraterculus, Neosilba zadolicha e Lonchaea sp.


2017 ◽  
Vol 24 (0) ◽  
Author(s):  
Vinícius Spolaor Fantinel ◽  
Luciana Magda de Oliveira ◽  
Ricardo Trezzi Casa ◽  
Priscilla Félix Schneider ◽  
Emerson Couto da Rocha ◽  
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RESUMO Acca sellowiana é uma espécie frutífera nativa da Região Sul do Brasil que está despertando grande interesse econômico devido ao alto potencial organoléptico de seus frutos. A principal forma de propagação da espécie é via sexuada. Objetivando determinar a qualidade sanitária das sementes, foram comparadas três formas de detecção de fungos, com ou sem a assepsia superficial, em sementes oriundas de quatro municípios do Estado do Rio Grande do Sul e de três municípios do Estado de Santa Catarina. Foram testados os meios de cultura Batata-Dextrose-Ágar (BDA), V8 (suco de tomate) e o método Blotter Test. Foram identificados os seguintes fungos: Aspergillus niger, Aspergillus flavus, Penicillium sp., Colletotrichum gloeosporioides, Fusarium sp., Curvularia sp., Alternaria sp., Trichoderma sp., Epicoccum sp. e Phomopsis sp. Os meios agarizados são mais sensíveis na detecção de fungos em sementes de goiaba serrana. A assepsia das sementes reduz a incidência de fungos infestantes.


Author(s):  
Eleandro José Brun ◽  
Suzana Ferreira da Rosa ◽  
Cristiane Roppa ◽  
Mauro Valdir Schumacher ◽  
Flávia Gizele König Brun

A nutrição mineral de árvores urbanas deve ser considerada na implantação e condução de projetos de arborização. Objetivou-se fornecer parâmetros para essa prática, avaliando-se o teor de nutrientes nas folhas de cinco espécies florestais nativas presentes na arborização do Câmpus da Universidade Federal de Santa Maria/Rio Grande do Sul. Amostras foliares foram coletadas de ramos jovens, na porção média da copa, em exposição norte, preparadas e analisadas quanto aos teores de macro e micronutrientes. Eugenia uniflora apresentou deficiência de N e P. Parapiptadenia rigida apresentou teor muito baixo para P, mesmo com bom teor disponível no solo. Todas as espécies apresentaram teores adequados de K e Ca, pelo bom suprimento via solo e teores baixos de Al no mesmo. Cedrella fissilis apresentou-se adequadamente suprida de Mg, porém Caesalpinia pluviosa mostrou deficiência. Eugenia uniflora apresentou-se deficiente de S. Cedrella fissilis e Peltophorum dubium apresentaram deficiência de B. Todas as espécies mostraram teores entre adequados e altos de Cu. Peltophorum dubium apresentou teor abaixo do adequado para o Fe, mesmo assim sem deficiência. Parapiptadenia rigida apresentou toxicidade de Fe. Cedrella fissilis, Eugenia uniflora e Caesalpinia pluviosa apresentaram deficiência de Mn. Eugenia uniflora, Parapiptadenia rigida e Caesalpinia pluviosa apresentaram teores deficientes de Zn


2010 ◽  
Vol 32 (4) ◽  
pp. 1285-1288
Author(s):  
Daiane Silva Lattuada ◽  
Paulo Vitor Dutra de Souza ◽  
Mateus Pereira Gonzatto

O objetivo deste trabalho foi testar a viabilidade da técnica de enxertia herbácea em frutíferas nativas da família Myrtaceae. O experimento foi realizado em casa de vegetação do Departamento de Horticultura e Silvicultura/ UFRGS, em Porto Alegre. Duas espécies de Myrtaceae nativas foram usadas, tanto como porta-enxerto quanto como enxerto, Eugenia uniflora (Pitangueira) e E. involucrata (Cerejeira-do-rio-grande ou Cerejeira-do-mato), totalizando quatro combinações. O método de enxertia adotado foi por garfagem em fenda cheia, em ramos herbáceos, com diâmetro médio do porta-enxerto de 0,1cm, enquanto os ramos dos enxertos apresentavam diâmetro médio entre 0,08 a 0,1cm, para as duas espécies. As análises foram quinzenais e, após 70 dias, foram analisadas estatisticamente a pega e a altura média das brotações emitidas. O delineamento experimental foi o completamente casualizado, com quatro repetições, sendo cada unidade experimental composta de cinco enxertos. Os resultados indicaram pega de 60% na combinação Pitangueira-Pitangueira (porta enxerto - enxerto). As demais combinações mostraram-se ineficientes.


2016 ◽  
Vol 83 (0) ◽  
Author(s):  
Sônia Maria Forti Broglio ◽  
Jakeline Maria dos Santos ◽  
Nivia da Silva Dias-Pini ◽  
Daniel Gonçalves Lima Borges da Silva ◽  
Simone Silva da Costa ◽  
...  

ABSTRACT: The aim of this study was to know and assess natural infestation of frugivorous flies (Diptera: Tephritidae and Lonchaeidae) and their parasitoids in Surinam cherry fruits. The survey was conducted in an organic orchard, located in the municipality of Maceió, Alagoas. From October 2010 to January 2011, mature green, half-ripe and ripe Surinam cherry were collected. Infestation index was higher for mature green and half-ripe fruits. Five species of frugivorous flies were identified: Anastrepha fraterculus , Anastrepha obliqua , Anastrepha sororcul , Ceratitis capitata (Diptera: Tephritidae), and Neosilba pendula (Diptera: Lonchaeidae). It were identified the parasitoids: Doryctobracon areolatus , Opius bellus, Utetes anastrephae and Asobara anastrephae (Hymenoptera: Braconidae), being D. areolatus with highest percentage of parasitism in all maturation stages. N . pendula was recorded in Brasil associated to Eugenia uniflora L. (Myrtaceae). O . bellus , U . anastrephae and A . anastrephae were also recorded for the first time in the State of Alagoas. Mature green and half-ripe Surinam cherries are the most fruit fly infested, and the parasitism rate is higher in half-ripe and ripe fruits.


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