scholarly journals Interações entre fungos micorrízicos arbusculares, rizóbio e actinomicetos na rizosfera de soja

2013 ◽  
Vol 17 (12) ◽  
pp. 1249-1256 ◽  
Author(s):  
Marsílvio G. Pereira ◽  
Carolina E. R. S. Santos ◽  
Ana D. S. de Freitas ◽  
Newton P. Stamford ◽  
Gewerlys S. D. C. da Rocha ◽  
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Isolados de actinomicetos e de fungos micorrízicos arbusculares foram avaliados em sistemas de inoculação conjunta in vivo, em plantas de soja inoculadas com rizóbios, com a finalidade de se observar interações microbianas. A pesquisa foi realizada no Centro Nacional de Pesquisa de Agrobiologia (Embrapa CNPAB). Foram utilizados, como substrato, solo da série Itaguaí (textura média) misturado com areia de rio na proporção 1:1 (v:v), com adição de isolados de actinomicetos (ACT-78 e ACT-370); estirpes de rizóbios (Bradyrhizobium elkanii - BR 29 e Bradyrhizobium japonicum - BR 33) e fungos micorrízicos arbusculares (Gigaspora margarita e Glomus clarum). Os resultados revelam que a inoculação com os fungos micorrízicos arbusculares influenciou de modo expressivo as variáveis de crescimento, nodulação e densidade de actinomicetos na rizosfera de soja, que apresentaram valores maiores do que as plantas sem o inóculo fúngico. Houve efeitos sinergísticos e antagônicos dos fungos micorrízicos arbusculares com os actinomicetos e com rizóbios.

2018 ◽  
Vol 44 (1) ◽  
pp. 23-31
Author(s):  
Francine Bontorin Silva ◽  
Edson José Mazarotto ◽  
Álvaro Figueredo dos Santos ◽  
Celso Garcia Auer
Keyword(s):  

RESUMO Armillaria sp. é patógeno causador de podridão de raízes e a morte de árvores de Pinus na região Sul do Brasil. Pouco se conhece sobre aspectos morfofisiológicos e patogênicos dessa espécie. Este trabalho objetivou caracterizar a morfologia, fisiologia, patogenicidade e produção de basidiomas in vitro de isolados de Armillaria da região Sul do Brasil. A análise da morfologia do micélio e rizomorfa foi feita em colônias cultivadas em meio BDA (batata-dextrose-ágar) a 20 ºC, no escuro, por 30 dias e em fragmentos de placas miceliais produzidas em seções de tronco inoculadas com o fungo, com microscopia de luz e de varredura. A fisiologia abordou a análise da biomassa produzida em caldo BD (batata-dextrose) em seis temperaturas. O teste de patogenicidade foi realizado em mudas de Pinus taeda. A indução de basidiomas foi feita em seções de tronco de P. taeda inoculados em frascos com meio BDA. As colônias apresentaram variação na morfologia do micélio, crescimento irregular sem simetria radial, coloração variando do branco, cinza ao marrom, e na maioria das vezes com rizomorfas. A análise da hifa revelou estruturas típicas do gênero Armillaria, como grampos de conexão, septos, pilosidades e massas resinosas sobre a superfície de hifas. A morfologia das rizomorfas mostrou-se variável de acordo com o ambiente, apresentando pilosidades quando em crescimento aéreo e superfície lisa quando desenvolvidas no interior do meio de cultura. A placa micelial mostrou-se crostosa com hifas verrucosas. A temperatura ótima para os isolados de Armillaria variou de 16 a 24 ºC. Somente uma planta inoculada morreu demonstrando a dificuldade de se reproduzir a doença in vivo. Um basidioma foi produzido demonstrando a possibilidade de frutificação in vitro de Armillaria sp.


2010 ◽  
Vol 12 (4) ◽  
pp. 482-487 ◽  
Author(s):  
C.A. Agnolin ◽  
C.J. Olivo ◽  
M.L.R. Leal ◽  
R.C.R. Beck ◽  
G.R. Meinerz ◽  
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O objetivo desta pesquisa foi avaliar o efeito in vivo do óleo de citronela, no controle do carrapato bovino [Rhipicephalus (Boophilus) microplus], da mosca-dos-chifres (Haematobia irritans), da mosca-dos-estábulos (Stomoxys calcitrans) e da mosca doméstica (Musca domestica). Foram utilizadas 15 vacas da raça Holandês, distribuídas em três grupos de cinco animais cada um. Os tratamentos foram: controle negativo, amitraz a 0,025% e óleo de citronela a 4%. Para avaliação foram contadas fêmeas ingurgitadas de carrapato e moscas antes (média dos dias -3, -2, -1) e após a aplicação dos produtos nos dias 7, 14, 21 e 28; também foram coletadas amostras de sangue. Em 28 dias, houve necessidade de se reaplicar o amitraz e o fitoterápico para controlar a infestação com carrapato. A relação entre o número de aplicações foi de 1:2,5 para o amitraz e o óleo de citronela, respectivamente. A eficácia no controle do carrapato foi de 71,8 e 30,9% para o amitraz e óleo de citronela a 4%, respectivamente, na média pós-tratamento. Verificou-se baixo controle de moscas no tratamento constituído pelo fitoterápico. Não houve diferença entre os tratamentos para os parâmetros sanguíneos.


2012 ◽  
Vol 34 (2) ◽  
pp. 442-450 ◽  
Author(s):  
José Antonio Vitorazi Filho ◽  
Késsia Barreto Lima ◽  
Marta Simone Mendonça Freitas ◽  
Marco Antonio Martins ◽  
Fábio Lopes Olivares

Conduziu-se o experimento em casa de vegetação com o objetivo de avaliar os efeitos da inoculação de fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) e de bactérias diazotróficas endofíticas no crescimento de mudas de maracujazeiro-doce sob diferentes doses de fósforo. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, em arranjo fatorial 3x2x4, sendo três tratamentos com fungos: Gigaspora margarita, Glomus clarum e controle (sem fungo); dois tratamentos com bactérias: Burkholderia sp. + Burkholderia silvatlantica e controle (sem bactéria); e quatro doses de fósforo: 0; 15; 30 e 60 mg dm-3, com quatro repetições. A unidade experimental foi composta por um vaso de 3,5 dm³ com três plantas. As mudas foram produzidas a partir de sementes e transplantadas para vasos, contendo mistura de solo e areia (1:2 v:v) esterilizada. Aos noventa dias após o transplante das mudas, foram avaliados: altura, diâmetro do caule, área foliar, massa seca da parte aérea, porcentagem de raízes colonizadas por fungos e enumeração de bactérias nas raízes. Independentemente da presença de bactérias diazotróficas, a inoculação com FMAs proporcionou incrementos na altura, massa seca de parte aérea, área foliar e diâmetro do caule das mudas de maracujazeiro-doce, nas doses de 0 e 15 mg dm-3 de P. As bactérias promoveram incrementos na altura e área foliar das mudas quando associadas ao FMA G. margarita, entretanto, sem a presença dos FMAs, estas reduziram a massa seca da parte aérea, independentemente das doses de P no substrato.


2008 ◽  
Vol 43 (9) ◽  
pp. 1185-1191 ◽  
Author(s):  
Elias Melo de Miranda ◽  
Orivaldo José Saggin Júnior ◽  
Eliane Maria Ribeiro da Silva

O objetivo deste trabalho foi selecionar fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) eficientes em promover o crescimento de Arachis pintoi e Brachiaria decumbens consorciados, na presença e ausência de espécies de FMAs autóctones. O experimento foi realizado em casa de vegetação na Embrapa Agrobiologia, em Seropédica, RJ. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com três repetições, e os tratamentos arranjados em fatorial 2x6, tendo sido dois substratos derivados de um Planossolo, não esterilizado e esterilizado, seis tratamentos de inoculação - Acaulospora morrowiae, Entrophospora colombiana, Gigaspora margarita, Glomus clarum, Scutellospora heterogama - e o controle sem inoculação, além de uma testemunha de referência do monocultivo de cada forrageira. Foram realizados três cortes com diferentes intervalos, e o experimento foi conduzido até que a competição da gramínea e o esgotamento do substrato inviabilizaram a permanência da leguminosa no consórcio. Houve benefício dos FMAs na produção de matéria seca das plantas do amendoim forrageiro, e G. clarum foi a espécie mais eficiente. A utilização de mudas colonizadas por FMAs eficientes contribui para o estabelecimento e crescimento inicial das plantas do amendoim forrageiro e aumenta a sua capacidade competitiva com a braquiária.


1979 ◽  
Vol 36 (0) ◽  
pp. 647-658
Author(s):  
A.F.J. Bellote ◽  
H.P. Haag ◽  
G.D. de Oliveira ◽  
J.R. Sarruge

Com a finalidade de se detectar correlações entre os teores químicos e a matéria seca digestível em plantas de centrosema, siratro e soja perene, foram cultivadas no campo e coletadas após 21 dias de germinação e em intervalos de 21 dias atÉ a idade de 147 dias. O material coletado foi dividido em folhas e caules e analisados para N, P, K, Ca, Mg e S pelos métodos convencionais, Foram conduzidos testes de digestibilidade in Vivo pela técnica do "saquinho de nylon" em animal fistulado. Foram detectadas correlações positivas para P e Mg e negativas para Ca nas folhas de centrosema. Para o caule da mesma leguminosa foi obtido correlação positiva para P e negativo para o Ca. Nas plantas de siratro somente as folhas apresentam regressão significativa sendo observado correlações positivas para P, K, Ca e negativa para N. Para soja perene K e S apresentam regressão significativa; sendo a correlação positiva para K e negativa para o S.


2006 ◽  
Vol 41 (2) ◽  
pp. 285-291 ◽  
Author(s):  
Juliano dos Santos Malty ◽  
José Oswaldo Siqueira ◽  
Fátima Maria de Souza Moreira

Os efeitos do herbicida Roundup, formulado à base de glifosato, foram avaliados sobre três estirpes de Bradyrhizobium elkanii (BR 29, INPA 80A e INPA 553A), e uma de B. japonicum (BR 86), e sobre três espécies de fungos micorrízicos arbusculares (FMA) (Gigaspora margarita, Glomus etunicatum e Scutellospora heterogama), em meios de cultivo com concentrações crescentes do herbicida (0 a 454 µmol L-1); foram também avaliados os efeitos sobre a nodulação e micorrização da soja, em casa de vegetação, em solo que recebeu, antes da semeadura, doses do herbicida equivalentes a 1,25 até 10 L ha-1. O Roundup mostrou-se inibitório ao crescimento de Bradyrhizobium spp. e aos fungos em meio de cultura, e esse efeito foi crescente com o aumento das concentrações aplicadas, tendo variado em razão das espécies ou estirpes avaliadas. No entanto, a inibição in vitro só ocorreu em concentrações muito superiores à dose recomendada para aplicações no campo. As estirpes BR 29, INPA 553A e INPA 80A mostraram-se mais tolerantes ao glifosato, em relação à estirpe BR 86. O efeito do herbicida sobre a germinação e o crescimento dos tubos germinativos dos esporos dos FMA foi diferenciado, tendo sido observada inibição decrescente de G. etunicatum para S. heterogama e G. margarita. A aplicação do herbicida ao solo, antes da semeadura, até a dose equivalente a 10 L ha-1 não influenciou na nodulação e na colonização micorrízica da soja.


2005 ◽  
Vol 29 (3) ◽  
pp. 373-381 ◽  
Author(s):  
Ana Lucy Caproni ◽  
Avílio Antônio Franco ◽  
Ricardo Luis Louro Berbara ◽  
José Rodolfo Dantas de Oliveira Granha ◽  
Ney Freitas Marinho

O objetivo deste trabalho foi avaliar a composição das comunidades de FMAs em áreas revegetadas com Acacia mangium após a mineração de bauxita na região de Porto Trombetas, PA. Foram coletadas amostras de solo compostas nos períodos seco e chuvoso, em áreas revegetadas com Acacia mangium, que receberam inóculos de Glomus clarum e Gigaspora margarita, com 1 e 5 anos de idade. Os solos foram revegetados sem a reposição do horizonte superficial orgânico. Os esporos dos fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) foram extraídos e identificados através de suas características morfológicas. Analisou-se a densidade de esporos e de espécies em cada amostra, a densidade relativa e a freqüência de ocorrência de cada espécie por período de amostragem, além do índice de abundância e freqüência (IAF). Sob o plantio de mudas de A. mangium, a densidade de esporos de FMAs foi elevada e aumentou com a idade, enquanto o número de espécies não variou. Glomus clarum produz alta densidade de esporos na fase inicial do plantio e declina com o tempo, e Gigaspora margarita não esporula nas condições edafoclimáticas locais. A maioria das espécies de FMA não apresenta o mesmo padrão de esporulação nos períodos seco e chuvoso.


2000 ◽  
Vol 14 (2) ◽  
pp. 127-139 ◽  
Author(s):  
Anselmo Lúcio dos Santos ◽  
Francisco Adriano De-Souza ◽  
Ricardo Luiz Louro Berbara ◽  
José Guilherme Marinho Guerra

O processo de recuperação de áreas degradadas pode ser favorecido pela inoculação de plantas com fungos micorrízicos arbusculares (FMA), selecionados para efetividade e competitividade. Com o objetivo de avaliar o estabelecimento e a capacidade infectiva (CI) de fungos introduzidos em relação à comunidade de fungos autóctones (FA), foram conduzidos dois experimentos em casa-de-vegetação. No primeiro, foram cultivadas 10 espécies de plantas (três gramíneas e sete leguminosas) com três tratamentos de inoculação [controle; G. margarita (CNPAB 001); G. clarum (CNPAB 005)]. No segundo, a Cl dos FMA foi avaliada no solo após o primeiro experimento, em bioensaio com plantas-iscas repicadas semanalmente para vasos contendo solo autoclavado. O estabelecimento e a Cl dos FMA foi baseada na presença de esporos após os cultivos. Os FMA introduzidos e as espécies vegetais influenciaram de modo diferenciado a esporulação dos FMA (Acaulospora rugosa, Entrophospora colombiana, Gigaspora margarita e Glomus macrocarpum). A inoculação possibilitou o estabelecimento dos fungos inoculados em todas as plantas avaliadas. No entanto, somente G. clarum apresentou Cl frente a população de fungos autóctones. Foi constatado que a CI destes isolados não está relacionada com o número de esporos. A produção de inoculantes comerciais a partir destes fungos é discutida.


2014 ◽  
Vol 36 (3) ◽  
pp. 655-663 ◽  
Author(s):  
Daniela da Hora Farias ◽  
Marília Alves Brito Pinto ◽  
Bruno Carra ◽  
Márcia Wulff Schuch ◽  
Paulo Vítor Dutra de Souza

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da inoculação de fungos micorrízicos arbusculares (Glomus clarum Nicolson e Schenck, Glomus etunicatum Becker e Gerd Gigaspora margarita Becker e Hall e Scutellospora heterogama Nicolson e Gerd) em mudas micropropagadas de mirtileiro da cultivar Woodard. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com cinco tratamentos, quatro repetições por tratamento e seis plantas por parcela. As plantas inoculadas com G. margarita apresentaram maior altura e biomassa seca das raízes. Os tratamentos com S. heterogama e G. margarita apresentaram os maiores resultados para a biomassa verde das raízes. O desempenho foi relacionado com as taxas de colonização das raízes que, nas plantas inoculadas com G. margarita e S. heterogama, foram de 48,2 e 45,1%, respectivamente. Para os teores nutricionais, as plantas inoculadas com S. heterogama, G. etunicatum, G. clarum e G. margarita proporcionaram maiores teores de N e P na parte aérea das plantas.


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