Artur Bruno Silva Gomes
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Ivan Nascimento de Oliveira
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Maria Karoline Gomes
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Karolina Ramalho
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Vanessa Pizzino de Lucca Pizzino
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Introdução: Câncer de mama associado à gravidez (CMAG) é o diagnóstico que ocorre durante a gravidez ou no intervalo de um ano pós-parto. Os fatores de risco ainda não são bem compreendidos, pois parece haver aumento transitório do risco após o parto, que pode ser agravado pelo adiamento da gestação e a história familiar de câncer. Na terapêutica procede-se à quimioterapia do segundo mês de gravidez em diante, e as grávidas podem ser submetidas à cirurgia, mas radioterapia, terapia hormonal e anticorpos monoclonais são contraindicados. Objetivo: Atualizar as informações sobre a conduta no CMAG. Metodologia: Revisão de literatura integrativa, realizada nas bases PubMed, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Scientific Electronic Library Online (SciELO), que utilizou como estratégia de busca: “pregnancy” e “breast cancer”, combinados pelo operador AND. Como critério de inclusão, selecionaram-se estudos com versão de cinco anos e sem restrição linguística, enquanto os critérios de exclusão foram artigos que não haviam sido feitos em humanos, duplicatas e relatos de caso. As pesquisas retornaram 436 resultados. Após a interpretação do títulos e resumos, chegou-se a oito trabalhos. Resultados: Avaliações clínico-patológicos de tumores mamários mostram que pacientes com CMAG possuem maior associação a tumorações receptoras de progesterona e estrogênio negativo, de modo que é pertinente ampliar a investigação de CMAG para aprimorar o tratamento. A intervenção durante a gravidez evidenciou aumento da sobrevida geral de 78,6% em comparação com 44,7% para as que não fizeram manejo do câncer. A avaliação requer ser precedida pela ultrassonografia como primeira modalidade após exame clínico para busca de nódulo, seguida de mamografia, no intuito de avaliar a extensão da doença. Tal circunstância é vital após o tratamento oncológico, pois o aleitamento é seguro, mas em razão dos procedimentos é realizado na mama contralateral. Quanto à conduta cirúrgica, não há diferença em relação às mulheres que não estão grávidas e é baseada nos critérios: aspectos do tumor, interesse da gestante, idade gestacional e status genético. A quimioterapia é realizada com dosagem similar à de mulheres que não estão gestando, e a taxa de malformações fetais apresenta valores baixos. As contraindicações são radiação, tratamento endócrino e terapia anti-HER-2, bem como a prematuridade iatrogênica, reduzindo sequelas ao feto. Outro aspecto é a viabilidade de uma concepção, que sugere abordagem multidisciplinar antecipada, com intervalo de dois anos após o tratamento e cincoanos para doença recorrente, sendo a criopreservação de oócitos o método para preservar a fertilidade feminina. Conclusão: O CMAG requer uma abordagem holística, que compreenda oncologia, cirurgia, obstetrícia e ginecologia, resguardando a saúde materna-fetal. As técnicas de preservação da fertilidade são indispensáveis ao tratamento gestacional. A intervenção durante a gravidez aumenta a sobrevida geral, ao contrário da prematuridade iatrogênica; cirurgia e quimioterapia mostram-se seguras, e o aleitamento é possível.