O diabetes mellitus (DM) caracteriza-se por um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresenta em comum a hiperglicemia crônica, resultado da deficiência na ação e/ou secreção de insulina (DIRETRIZES SBD, 2016). Estima-se que em todo o mundo 1 em 11 adultos tem diabetes (415 milhões) e em 2040, 1 adulto em cada 10 terá diabetes, resultando num total de 642 milhões (IDF, 2017 ). E, que A cada 6 segundos, uma pessoa morre de diabetes (5,0 milhões de mortes) (IDF, 2017). Esse aumento global da prevalência de diabetes tem elevado dramaticamente o número de complicações crônicas da doença que apresentam elevada morbimortalidade (Wild et al, 2004).As complicações crônicas do DM se dividem em micro e macrovasculares, sendo uma das complicações mais importantes, o Pé Diabético (PD), que segundo o Grupo de Trabalho Internacional sobre Pé Diabético ou International Working Group on the Diabetic Foot é conceituado como a presença de infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos moles associados a alterações neurológicas e a vários graus de doença arterial periférica (DAP) nos membros inferiores, que pode culminar em amputação, portanto, uma complicação com elevado custo individual, social e econômico.A incidência cumulativa de ulceração ao longo da vida entre pacientes com DM é estimada em 25,4% ressaltando-se que 85% das úlceras precedem as amputações (DIRETRIZES SBD, 2016). Estima-se que a cada 20 segundos uma pessoa sofre amputação de membro inferior decorrente do DM em todo o mundo, e que até 85% destes procedimentos, pode ser prevenido com uma triagem adequada (Apelqvist et al, 2008).Tais aspectos epidemiológicos justificam a realização de estudos que visem analisar fatores de risco para amputações em pacientes com DM, bem como a disponibilidade de serviços de reabilitação de indivíduos amputados. Uma vez que tais dados podem fornecer a base para futuras intervenções em populações caracterizadas como de alto risco.