APONTAMENTOS SOBRE A CRÍTICA DE JUDITH BUTLER À TEORIA DO RECONHECIMENTO DE AXEL HONNETH

Author(s):  
Mizânia Mizilílian Pessoa Barradas de Brito
Keyword(s):  

Este artigo tem como objetivo fazer uma análise crítica da teoria do reconhecimento de Axel Honneth. Judith Butler percebe algumas contradições nesta teoria e busca apontar aspectos que podem colaborar para uma reconstrução teórica do reconhecimento na sociedade atual e como chegar ao objetivo comum que ambos autores têm: autocrítica social e direcionar as lutas sociais para um movimento emancipatório dos grupos sociais vulneráveis.

2016 ◽  
Vol 31 (spe) ◽  
pp. 1071-1092
Author(s):  
Celi Regina Jardim Pinto

Resumo Este artigo tem como objetivo discutir as teorias do reconhecimento como instrumental para a análise das manifestações de rua ocorridas no Brasil em junho de 2013. Examina três autores: Nancy Fraser, Axel Honneth e Judith Butler, descrevendo os pontos centrais da teoria do reconhecimento de cada um deles, para assim apontar as possibilidades e os limites de sua aplicação no estudo em pauta. A hipótese que norteia o artigo é a seguinte: nas manifestações de rua de 2013, a ausência de sujeitos coletivos organizados caracterizou uma condição de dispersão e fragmentação, resultando em uma demanda por reconhecimento antipolítica e individualizada. Tendo em vista esse cenário, chegou-se à conclusão de que as teses de Judith Butler sobre reconhecimento foram as que se mostraram mais apropriadas à análise dos eventos.


Author(s):  
Natália Caroline Soares de Oliveira

Partindo da ideia de luta por reconhecimento desenvolvida pelo filósofo alemão Axel Honneth, dos desdobramentos dessa teoria feita pela pensadora americana Nancy Fraser, e dos debates da mesma com a teórica também americana Judith Butler, que traz em seu pensamento uma nova perspectiva do gênero por meio de uma desconstrução da heteronormatividade, esse artigo tem por objetivo tratar a questão da formação da identidade transexual a partir de uma abordagem da política de reconhecimento e redistribuição. Será investigada a posição das(os) transexuais no interior de uma sociedade construída sob uma dicotomia masculina e feminina analisando a possibilidade de uma formação de uma identidade não patológica para a transexualidade.


2016 ◽  
Vol 27 (1) ◽  
pp. 78-85
Author(s):  
Mariana Pimentel Fisher Pacheco
Keyword(s):  

Resumo Axel Honneth associa sua leitura de Hegel à psicologia da maturação de Winnicott de modo a defender teses sobre intersubjetividade e reconhecimento. Esta articulação entre filosofia e psicanálise é objeto da crítica de dois hegelianos: Joel Whitebook, leitor de Freud, e Judith Butler, leitora crítica de Freud e Lacan. No centro da polêmica está a rejeição honnethiana ao trabalho do negativo realizado pela pulsão de morte freudiana. Pretendemos seguir o rastro deste debate e investigar as razões e consequências para a crítica social da recusa do frankfurtiano à pulsão.


2019 ◽  
Vol 19 (2) ◽  
pp. 441
Author(s):  
Raquel Kritsch ◽  
Raissa Wihby Ventura

Os debates identitários têm ocupado parte significativa das reflexões das ciências sociais nas últimas décadas, impulsionados em boa medida pelas formulações de autoras/es que se debruçaram sobre o tema do reconhecimento. As posições e as disputas são muitas e têm se avolumado sobremaneira, mas talvez seja possível ordenálas em torno de uma discussão comum, como propõe Rahel Jaeggi. Para tanto, optamos por reconstruir e interpretar as noções de reconhecimento e identidade propostas por Charles Taylor, Axel Honneth e Judith Butler, procurando mostrar que há uma conexão subjacente a essas perspectivas, raramente lidas como parte de uma mesma tradição, a saber, a herança hegeliana. Por fim, discutimos as diferenças substantivas entre uma noção positiva e outra negativa do reconhecimento e das identidades e apontamos as potencialidades de uma agenda de pesquisa em ciências sociais e humanas que adote algumas das premissas fundamentais do reconhecimento negativo.


2017 ◽  
Vol 22 (2) ◽  
pp. 210 ◽  
Author(s):  
Fabio Queiroz Pereira ◽  
Jordhana Maria Costa Gomes
Keyword(s):  

O presente trabalho tem por objetivo analisar a relação entre pobreza e gênero, a partir da situação de marginalização vivenciada por travestis e transexuais. Trata-se de uma investigação de vertente jurídico-teórica e de tipo jurídico-propositivo, que busca trabalhar bases normativas e doutrinárias, para a formulação de novos enquadramentos relativos à matéria. O percurso investigativo é iniciado com uma análise de natureza conceitual, apoiando-se, principalmente, nas construções teóricas de Judith Butler sobre gênero, performatividade e abjeção. Em seguida, o tema da pobreza é abordado, buscando verificar como se dá o seu enquadramento e como se relaciona com a atual situação em que se encontram travestis e transexuais no Brasil. Por fim, as noções de reconhecimento e justiça social, formuladas por Axel Honneth, são apresentadas como subsídios para a proteção dos trangêneros, tendo em vista que o nosso Direito acaba por, muitas vezes, perpetuar mecanismos de manutenção da pobreza, quando deveria se apoiar em instrumentos que permitissem a emancipação de grupos sociais minoritários. Somente por meio do reconhecimento e da justiça social poder-se-ia efetivamente implementar direitos fundamentais no contexto da nossa atual democracia.


2020 ◽  
Vol 19 (6) ◽  
pp. 697-707
Author(s):  
Mariana Fischer

Abstract This article intends to confront the perspectives of Axel Honneth and Judith Butler on solidarity. Honneth emphasizes the role of identities and a notion of solidarity connected to cultural backgrounds, shared narratives and world images. Butler, on the other hand, fears that this form of solidarity, based on similitudes, might lead to social narcissism. She believes that it is possible to foster another kind of solidarity, one based on our shared vulnerability and on experiences that can make us recognize that we are not identical to ourselves. Investigating the tensions between these two very dissimilar points of view will help to explore possible connections between post-identitarian forms of solidarity and affects such as desire and mourning, which are frequently at stake in social struggles.


Author(s):  
Ingrid Cyfer
Keyword(s):  

O objetivo deste artigo é discutir deslocamentos teóricos na obra tardia de Judith Butler tendo em vista o modo como desafiam a distinção entre teorias positivas e negativas de intersubjetividade, conforme a distinção proposta por Rahel Jaeggi. A principal hipótese a ser defendida aqui é a de que a noção de ambivalência que Butler tem sustentado desde meados dos anos 2000, inclusive em seu debate com Axel Honneth, oferece uma contribuição crucial para a teoria crítica contemporânea diagnosticar patologias sociais e buscar potenciais emancipatórios em tempos de profunda e violenta polarização.


Author(s):  
J. F. Bernard

What’s so funny about melancholy? Iconic as Hamlet is, Shakespearean comedy showcases an extraordinary reliance on melancholy that ultimately reminds us of the porous demarcation between laughter and sorrow. This richly contextualized study of Shakespeare’s comic engagement with sadness contends that the playwright rethinks melancholy through comic theatre and, conversely, re-theorizes comedy through melancholy. In fashioning his own comic interpretation of the humour, Shakespeare distils an impressive array of philosophical discourses on the matter, from Aristotle to Robert Burton, and as a result, transforms the theoretical afterlife of both notions. The book suggests that the deceptively potent sorrow at the core of plays such as The Comedy of Errors, Twelfth Night, or The Winter’s Tale influences modern accounts of melancholia elaborated by Sigmund Freud, Judith Butler, and others. What’s so funny about melancholy in Shakespearean comedy? It might just be its reminder that, behind roaring laughter, one inevitably finds the subtle pangs of melancholy.


2005 ◽  
Vol 1 (1) ◽  
pp. 9-45 ◽  
Author(s):  
Erin Runions

In her recent book Precarious Life, Judith Butler points out that not more than ten days after 9/11, on 20 September 2001, George W. Bush urged the American people to put aside their grief; she suggests that such a refusal to mourn leads to a kind of national melancholia. Using psychoanalytic theory on melancholia, this article diagnoses causes and effects of such national melancholia. Further, it considers how a refusal to mourn in prophetic and apocalyptic texts and their interpretations operates within mainstream US American politics like the encrypted loss of the melancholic, thus creating the narcissism, guilt, and aggression that sustain the pervasive disavowal of loss in the contemporary moment. This article explore the ways in which the texts of Ezekiel, Micah, Revelation, and their interpreters exhibit the guilt and aggression of melancholia, in describing Israel as an unfaithful and wicked woman whose pain should not be mourned. These melancholic patterns are inherited by both by contemporary apocalyptic discourses and by the discourse of what Robert Bellah calls ‘American civil religion’, in which the US is the new Christian Israel; thus they help to position the public to accept and perpetuate the violence of war, and not to mourn it.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document