O objetivo deste artigo é analisar conjuntamente as obras Viagens na minha terra, de Almeida Garrett, Viagem a Portugal e A jangada de Pedra, de José Saramago. A partir da temática da viagem à própria terra, pretende-se observar de que modo os autores descrevem a nação portuguesa, definindo para ela, em cada um dos textos, identidades muito particulares. As noções de nacionalismo e anti-epopéia nacionalista, História oficial e histórias populares, simultaneidade e sincronicidade serão utilizadas para comparar-se o conceito de História eleito pelos autores, definindo-se, para cada um deles, uma maneira de recorrer à memória nacional. Ver-se-á que essas viagens são, muito mais do que o simples deslocamento pelo espaço físico, verdadeiras viagens pelo passado português, constituindo-se de interessantes visões sobre a identidade pátria.