Avaliação das Lesões Encontradas, da Gravidade do Trauma e dos Fatores Prognósticos em Vítimas de Atropelamentos
RESUMO Introdução No ano de 2010, no Brasil, especifi camente na cidade de São Paulo, foram registrados 7007 atropelamentos. Das 1.357 mortes em decorrência de acidentes de trânsito, 630 ocorreram em pedestres. Informações mais detalhadas sobre gravidade do trauma, órgãos lesados, causas de óbito e fatores prognósticos poderiam direcionar medidas de prevenção, de triagem e de tratamento nestes doentes. Objetivo Realizar uma análise da freqüência, da localização e da gravidade das lesões encontradas, bem como dos fatores prognósticos em vítimas de atropelamentos. Metodologia Análise retrospectiva de protocolos de atendimento em trauma, coletados de junho de 2008 a setembro de 2009. A estratifi cação da gravidade do trauma e das lesões foi feita com os índices: Escala de coma de Glasgow (ECG), Revised Trauma Score (RTS), Abbreviated Injury Scale (AIS), Injury Severity Score(ISS) e Trauma and Injury Severity Score(TRISS). Consideramos lesões graves as com AIS > 3. Resultados Formaram o grupo de estudo 855 vítimas de atropelamento. A média de pressão arterial sistólica a admissão foi 128,2±27,0 mm Hg, da escala de coma de Glasgow a admissão, 14,1 ± 2,4, do RTS, 7,68 ± 0,8, do ISS, 7,1 ± 10,2 e do TRISS, 0,96 ± 0,1. As lesões graves foram observadas no segmento cefálico em 108 (12,6%) doentes, no tórax em 40 (4,6%), no abdome em 27 (3,1%) e nas extremidades em 185 (21,6%). A causa principal de óbito foi o trauma craniencefálico em 20 doentes. Conclusão As vítimas de atropelamento na sua maioria apresentaram traumas leves a moderados. Contudo há uma incidência considerável de lesões graves, principalmente em segmento cefálico, torácico e em extremidades. A letalidade está associada à presença de lesões graves em crânio, tórax e extremidades, principalmente em doentes admitidos com alterações de dados vitais.