scholarly journals Lesões abdominais nos traumatizados com fraturas de bacia

2002 ◽  
Vol 29 (3) ◽  
pp. 153-160 ◽  
Author(s):  
José Gustavo Parreira ◽  
Luciana Haddad ◽  
Samir Rasslan

OBJETIVO: Analisar as lesões abdominais e seu impacto no prognóstico dos traumatizados com fraturas de bacia MÉTODO: Avaliamos retrospectivamente todos os prontuários das vítimas de trauma fechado com fraturas de bacia admitidos de 1996 a 2000. Nossa amostra incluiu 224 doentes, com média etária de 34 + 16 anos, sendo 137 (61,1%) do sexo masculino. Dados demográficos, índices de trauma, órgãos lesados, tratamento e evolução foram estudados. As lesões abdominais foram estratificadas pela Organ Injury Scale (OIS), Abbreviated Injury Scale (AIS) e Abdominal Trauma Index (ATI). Empregamos os testes Qui quadrado e t de Student, considerando p<0,05 como significativo. RESULTADOS: O mecanismo de trauma mais comum foi o atropelamento, em 119 casos (53%). As médias dos Revised Trauma Score (RTS) e Injury Severity Score (ISS) foram 7,0341+1,864 e 20,2 + 12,8. As lesões abdominais ocorreram em 95 (42,4%) doentes, sendo a bexiga o órgão mais freqüentemente lesado (11%). Sessenta e três (28,1%) traumatizados tiveram AIS> 3 e 54 (24,1%) OIS > 3 em órgãos abdominais. A média dos ATI foi 9 + 8 nos com lesões abdominais diagnosticadas. Foram realizadas 55 laparotomias (nove não terapêuticas). Cinqüenta e um (22%) doentes morreram, principalmente devido ao choque hemorrágico (25 casos). A presença de lesões abdominais esteve relacionada significativamente com choque à admissão, fraturas complexas de bacia, fixação externa ou interna da fratura de bacia, maior morbidade e letalidade. CONCLUSÃO: As lesões abdominais são freqüentemente associadas às fraturas de bacia, e, quando presentes, relacionam-se a um pior prognóstico.

2003 ◽  
Vol 10 (3) ◽  
pp. 16-19 ◽  
Author(s):  
A Karlbauer ◽  
R Woidke ◽  
A Karlbauer ◽  
R Woidke

The most commonly used systems for the evaluation of injury severity in traumatologic patients are presented: Glasgo Coma Scale, Mangled Extremity Severity Score, Revised Trauma Score, Abbreviated Injury Scale, Injury Severity Score, Pediatric Trauma Score. Their advantages and disadvantages are given. At present Injury Severity Score is considered to be a «Golden Standard.


2017 ◽  
Vol 44 (4) ◽  
pp. 340-347 ◽  
Author(s):  
José Gustavo Parreira ◽  
Giovanna Zucchini Rondini ◽  
Cristiano Below ◽  
Giuliana Olivi Tanaka ◽  
Julia Nunes Pelluchi ◽  
...  

RESUMO Objetivo: analisar a correlação do mecanismo de trauma com a frequência e a gravidade das lesões. Métodos: análise retrospectiva das informações do registro de trauma em período de 15 meses. O mecanismo de trauma foi classificado em seis tipos: ocupantes de veículo de quadro rodas envolvidos em acidente de tráfego (AUTO), pedestres vítimas de atropelamento (ATRO), motociclistas vítimas de acidentes de tráfego (MOTO), vítimas de quedas de altura (QUED), vítimas de agressão física com instrumentos contundentes (AGRE) e vítimas de queda do mesmo nível (QMN). Resultados: o mecanismo de trauma foi classificado em 3639 casos, sendo 337 (9,3%) AUTO, 855 (23,5%) ATRO, 924 (25,4%) MOTO, 455 (12,5%) QUED, 424 (11,7%) AGRE e 644 (17,7%) QMN. Houve diferença significativa na comparação entre os grupos das médias dos índices do Revised Trauma Score (RTS), do Injury Severity Score (ISS) e da Abbreviated Injury Scale (AIS) do segmento cefálico, torácico, abdominal e extremidades (p<0,05). Lesões graves em segmento cefálico foram mais frequentes nas vítimas de ATRO, seguidos de AGRE e QUED (p<0,001). Lesões graves em tórax foram mais frequentes em AUTO, seguidos de QUED e ATRO (p<0,001). As lesões abdominais foram menos frequentes nas vítimas de QMN (p=0,004). Lesões graves em extremidades foram mais frequentes em ATRO, seguidos de MOTO e QUED (p<0,001). Conclusão: com a análise do mecanismo de trauma é possível prever a frequência e a gravidade das lesões em vítimas de trauma fechado.


Author(s):  
CR Kaiser ◽  
AC Margarido ◽  
DV Silva ◽  
JG Parreira ◽  
JC Assef

RESUMO Introdução No ano de 2010, no Brasil, especifi camente na cidade de São Paulo, foram registrados 7007 atropelamentos. Das 1.357 mortes em decorrência de acidentes de trânsito, 630 ocorreram em pedestres. Informações mais detalhadas sobre gravidade do trauma, órgãos lesados, causas de óbito e fatores prognósticos poderiam direcionar medidas de prevenção, de triagem e de tratamento nestes doentes. Objetivo Realizar uma análise da freqüência, da localização e da gravidade das lesões encontradas, bem como dos fatores prognósticos em vítimas de atropelamentos. Metodologia Análise retrospectiva de protocolos de atendimento em trauma, coletados de junho de 2008 a setembro de 2009. A estratifi cação da gravidade do trauma e das lesões foi feita com os índices: Escala de coma de Glasgow (ECG), Revised Trauma Score (RTS), Abbreviated Injury Scale (AIS), Injury Severity Score(ISS) e Trauma and Injury Severity Score(TRISS). Consideramos lesões graves as com AIS > 3. Resultados Formaram o grupo de estudo 855 vítimas de atropelamento. A média de pressão arterial sistólica a admissão foi 128,2±27,0 mm Hg, da escala de coma de Glasgow a admissão, 14,1 ± 2,4, do RTS, 7,68 ± 0,8, do ISS, 7,1 ± 10,2 e do TRISS, 0,96 ± 0,1. As lesões graves foram observadas no segmento cefálico em 108 (12,6%) doentes, no tórax em 40 (4,6%), no abdome em 27 (3,1%) e nas extremidades em 185 (21,6%). A causa principal de óbito foi o trauma craniencefálico em 20 doentes. Conclusão As vítimas de atropelamento na sua maioria apresentaram traumas leves a moderados. Contudo há uma incidência considerável de lesões graves, principalmente em segmento cefálico, torácico e em extremidades. A letalidade está associada à presença de lesões graves em crânio, tórax e extremidades, principalmente em doentes admitidos com alterações de dados vitais.


2008 ◽  
Vol 42 (4) ◽  
pp. 639-647 ◽  
Author(s):  
Marisa Aparecida Amaro Malvestio ◽  
Regina Marcia Cardoso de Sousa

OBJETIVO: Analisar as variáveis clínicas e pré-hospitalares associadas à sobrevivência de vítimas de acidente de trânsito. MÉTODOS: Estudo realizado no município de São Paulo, SP, de 1999 a 2003. Foram analisados dados de 175 pacientes, entre 12 e 65 anos, vitimados por acidente de trânsito. A Análise de Sobrevivência de Kaplan-Meier foi utilizada na abordagem dos resultados na cena do acidente com as vítimas de escore <11 segundo o Revised Trauma Score. As variáveis analisadas foram: sexo, idade, mecanismos do acidente, procedimentos de suporte básico e avançado realizados, parâmetros e flutuações do Revised Trauma Score, tempo consumido na fase pré-hospitalar e gravidade do trauma segundo o Injury Severity Score e a Maximum Abbreviated Injury Scale. RESULTADOS: A análise identificou que as vítimas que tiveram menor probabilidade de sobrevivência durante todo período de internação hospitalar apresentaram: lesões graves no abdome, tórax ou membros inferiores, com flutuação negativa da freqüência respiratória e do Revised Trauma Score na fase pré-hospitalar e necessitaram de intervenções avançadas ou compressões torácicas. As lesões encefálicas foram associadas ao óbito tardio. CONCLUSÕES: O reconhecimento das variáveis envolvidas na sobrevivência de vítimas de acidentes de trânsito pode auxiliar na determinação de protocolos e na tomada de decisão para a realização de intervenções pré e intra-hospitalares e conseqüentemente maximizar a sobrevivência.


2009 ◽  
Vol 46 (4) ◽  
pp. 270-278 ◽  
Author(s):  
Henrique José Virgili Silveira ◽  
Mario Mantovani ◽  
Gustavo Pereira Fraga

CONTEXTO: Embora incomuns, lesões traumáticas do pâncreas estão associadas a significativos níveis de complicações e mortalidade. OBJETIVO: Definir os fatores preditivos de morbidade e mortalidade em pacientes vítimas de trauma pancreático. MÉTODO: Foram estudados 131 pacientes atendidos pela Disciplina de Cirurgia do Trauma no Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas, SP, no período entre janeiro de 1994 a dezembro de 2007, com seus parâmetros epidemiológicos, fisiológicos e anatômicos, sendo comparados e analisados aos fatores preditivos de evolução, com estudo estatístico. RESULTADOS: Trauma penetrante, com predomínio de ferimentos por projétil de arma de fogo ocorreu em 64% dos casos. A maioria, 91,6%, era do sexo masculino e a idade média de 29,8anos. A morbidade global foi de 64,9%, com 29% de complicações diretamente relacionadas ao pâncreas, como fístulas e sangramento. A mortalidade foi de 27,5%, principalmente em decorrência de choque hipovolêmico e falência de múltiplos órgãos e sistemas. Houve maior morbidade e mortalidade em pacientes com lesões complexas (graus IV e V) do pâncreas quando comparadas com lesões menos graves (graus I e II), porém a morbidade e mortalidade neste grupo não foram desprezíveis, devido a valores alterados de escore de trauma revisado ("revised trauma score"), valores elevados de índice de gravidade da lesão ("injury severity score") e "abdominal trauma index". CONCLUSÕES: Valores alterados de "revised trauma score", pressão arterial sistólica menor que 90 mm Hg, valor de "injury severity score" menor ou igual a 15 e valor de "abdominal trauma index" maior ou igual a 25 são fatores relacionados a aumento da morbidade. Valores anormais de "revised trauma score", valores de "injury severity score" e "abdominal trauma index" superiores a 25, pressão arterial sistólica inferior a 90 mm Hg são fatores preditivos de aumento de mortalidade em pacientes vítimas de trauma pancreático. Valores baixos do índice misto, anatômico e fisiológico denominado TRISS, são preditivos de maior morbidade e mortalidade, porém valores elevados deste índice não são preditivos de boa evolução.


2015 ◽  
Vol 49 (spe) ◽  
pp. 138-146 ◽  
Author(s):  
Cristiane de Alencar Domingues ◽  
Lilia de Souza Nogueira ◽  
Cristina Helena Costanti Settervall ◽  
Regina Marcia Cardoso de Sousa

RESUMO Objetivo identificar estudos que realizaram ajustes na equação do Trauma and InjurySeverity Score (TRISS) e compararam a capacidade discriminatória da equação modificada com a original. Método Revisão integrativa de pesquisas publicadas entre 1990 e 2014 nas bases de dados LILACS, MEDLINE, PubMed e SciELO utilizando-se a palavra TRISS. Resultados foram incluídos 32 estudos na revisão. Dos 67 ajustes de equações do TRISS identificados, 35 (52,2%) resultaram em melhora na acurácia do índice para predizer a probabilidade de sobrevida de vítimas de trauma. Ajustes dos coeficientes do TRISS à população de estudo foram frequentes, mas nem sempre melhoraram a capacidade preditiva dos modelos analisados. A substituição de variáveis fisiológicas do Revised Trauma Score (RTS) e modificações do Injury Severity Score (ISS) na equação original tiveram desempenho variado. A mudança na forma de inclusão da idade na equação, assim como a inserção do gênero, comorbidades e mecanismo do trauma apresentaram tendência de melhora do desempenho do TRISS. Conclusão Diferentes propostas de ajustes no TRISS foram identificadas nesta revisão e indicaram, principalmente, fragilidades do RTS no modelo original e necessidade de alteração da forma de inclusão da idade na equação para melhora da capacidade preditiva do índice.


2017 ◽  
Vol 83 (6) ◽  
pp. 559-563 ◽  
Author(s):  
Brian Fletcher ◽  
Eric Bradburn ◽  
Christopher Baker ◽  
Bryan Collier ◽  
Mark Hamill ◽  
...  

The Functional Independence Measure (FIM) is used by rehabilitation professionals to access disability. The FIM score combines both motor and cognitive parameters to assess a patient's level of required assistance in performing activities of daily living (ADL). The geriatric trauma patient is becoming an increasingly important cohort for trauma services. FIM has been shown to predict discharge outcomes and those at high risk for falls. We hypothesized pretrauma FIM scores may predict survival in the geriatric trauma population. This was a retrospective study of patients 65 years and older that were admitted to our Level I trauma center from July 1, 2006 to July 1, 2012. A total 941 patients underwent stepwise regression to identify those factors predicting survival. Age, Injury Severity Score, revised trauma score, body mass index, and pretrauma FIM scores (12-point scale) were studied. The primary outcome was survival. Statistical significance reached at P value <0.05. Multiple logistic regression analysis was then performed. A total of 1315 patients were identified and complete data were available on 941 patients. Mean age was 78 (SD ± 8.2), mean Injury Severity Score was 13(SD ± 8.7), and mean body mass index was 26. Overall mortality was 11 per cent. The odds ratio of survival was 3.532 (95% confidence interval = 2.191–5.718) times greater for every 1-point increase in the preadmission FIM expression score. Glasgow Coma Scale, revised trauma score, gender, and pretrauma FIM expression scores were predictive of survival in the geriatric trauma patient. Pretrauma FIM expression can be used to predict survival in the elderly trauma victim. Further study is needed to establish the role of FIM as part of trauma scoring systems.


2008 ◽  
Vol 74 (3) ◽  
pp. 260-261
Author(s):  
Steven Clark ◽  
Alicia Mangram ◽  
Ernest Dunn

Car surfing is a dangerous new pastime for American youth. Car surfing is an activity that is defined as standing (or lying) on a vehicle while it is being driven. This activity frequently results in severe injuries that often require significant surgical intervention. Despite its destructive nature, however, there are many Internet sites that encourage this behavior and view it as amusing. As a result, car surfing is becoming increasingly popular. We conducted a retrospective chart review of all patients injured as a result of car surfing over the last 4 years at our Urban Level II trauma center. Data collected included Injury Severity Score (ISS), Revised Trauma Score (RTS), age, gender, injury pattern, surgical intervention, and length of stay. Eight car surfers were identified. The average age was 17. The average Revised Trauma Score was 6.8 with an average Injury Severity Score of 16.9. Five patients were admitted to the intensive care unit. Four of these five patients needed to be intubated for ventilatory support. Five of the eight patients had significant intracranial injuries. Two patients had epidural hematomas that required evacuation. Two other patients had subdural hematomas that were treated nonoperatively, and one patient had a subarachnoid hemorrhage that was also treated nonoperatively. Four of the eight patients required surgical intervention. There were no deaths in this study. Car surfing leads to severe injuries that can result in significant morbidity. American youth have access to Internet sites that project this activity as an acceptable behavior. Five of our eight patients had a significant intra-cranial injury. Trauma surgeons need to be more aware of this injury phenomenon.


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