Neste ensaio, discutimos o uso que tem sido feito do conceito de racismo estrutural, que busca descrever e explicar, de um ponto de vista sociológico, as razões pelas quais, brasileiros, somos racistas desde alhures. Para tanto, mobilizamos dois outros conceitos, a saber, lugares parciais de fala e pré-construído (PÊCHEUX, 1975). Realizamos também uma pequena digressão asseverando que o conceito de racismo estrutural tal qual o conceito de classe social da maneira como vem sendo mobilizado está completamente esvaziado de sua “potência de ação” transformadora da sociedade (BUTLER, 1997), contribuindo, mesmo que de maneira inadvertida, para a propagação do mito da democracia racial brasileira. Por último, ressaltamos o papel social militante da Linguística popular/Folk linguistics na construção de uma sociedade igualitária, decente.