O artigo analisa acontecimentos que marcaram o início do ensino de Biblioteconomia na França e nos Estados Unidos, com experiências relevantes que inspiraram as escolas no Brasil. Retrata a trajetória histórica da École des Chartes, criada na França, em 1821, com a missão de formar futuros curadores patrimoniais, especialmente para bibliotecas, sem, entretanto, se constituir em curso de Biblioteconomia. A gênese da Biblioteconomia moderna, entretanto, remete ao início do século XIX na Alemanha, onde, em 1886, surgiu o primeiro curso superior de Biblioteconomia, na Universidade de Göttingen. As práticas biblioteconômicas norte-americanas foram significativamente influenciadas pela experiência alemã. Em 1887, por iniciativa de Melvin Dewey, ocorreu a criação da primeira escola de Biblioteconomia nos Estados Unidos, na Columbia College, e contava com uma forte tendência técnico-vocacional. Após essa iniciativa pioneira, novas escolas foram criadas nos Estados Unidos, porém sem um padrão de qualidade definido. Isso obrigou a elaboração de um documento da ALA com recomendações mínimas, para os cursos de Biblioteconomia. Em 1928, ocorreu a criação da Graduate Library School em Chicago, estabelecendo um novo padrão para a formação dos bibliotecários naquele país. No Brasil, o ensino de Biblioteconomia desenvolveu-se a partir da fusão de diferentes influências oriundas desses países, culminando com o cenário atual do país em relação à formação de bibliotecários e bibliotecárias.