Revista Digital de Tecnologias Cognitivas. ISSN 1984-3585
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Published By Portal De Revistas PUC SP

1984-3585

Author(s):  
Winfried Nöth
Keyword(s):  

A TECCOGS, Revista Digital de Tecnologias Cognitivas, tem o prazer de receber o Professor Kalevi Kull, eminente biossemioticista do Departamento de Semiótica da Universidade de Tartu, Estônia, como convidado para comentar o tópico “Semiose do Vírus”. Esse tema procura responder se os vírus, como o coronarívus Covid-19, propaga-se através de processos semióticos, ou seja, por semioses.A chave desta questão recai no conceito de semiose introduzido por Charles S. Peirce em seu MS 318 de 1907, mas implícito em todos os seus escritos iniciais sobre a essência dos signos e seus processos. Peirce escreveu, “Por ‘semiose’ eu quero dizer […] uma ação, ou influência, o que é, ou envolve, uma cooperação entre três sujeitos, sendo um signo, seu objeto, e seu interpretante” (Peirce 1907, p. 411). Em outras palavras, um processo de semiose inicia-se com um signo, que representa um objeto, e cria um interpretante, que exerce uma influência semiótica com o seu efeito semiótico específico. Nesse processo, signos propagam-se por um agenciamento semiótico com o qual buscam um propósito semiótico. O propósito de um símbolo, ao menos, é o de se propagar, multiplicar-se na forma de outros símbolos. Um símbolo que não se propaga morre por obsolescência, por falta de uso e de inteligibilidade. Nesse sentido, os símbolos buscam causas finais. Eles querem ser entendidos. […].


Author(s):  
Clayton Policarpo ◽  
Fabrício Fava

Com o tema “Interação Humano-Animal-Computacional”, a edição 22 da TECCOGS propõe abordar novas formas de interação e cooperação interespécies. As primeiras décadas do século XXI têm sido atravessadas pela emergência de uma série de estudos interdisciplinares que avaliam o potencial de agência, direito e bem-estar dos animais não humanos. Diante da urgência em revisar um excepcionalismo do sujeito humanista, os estudos que exploram noções de animalidade se mostram fundamentais na construção de um pensamento crítico acerca do humano e das relações construídas com, para e por animais não humanos.O filósofo René Descartes, em seus escritos que datam do século XVII, negou sistematicamente a consciência a seres não humanos. Para Descartes, apenas a espécie humana, a única dotada de alma, poderia se qualificar como consciente. Ainda que tenham tomado uma parte nas discussões éticas do último meio século, os animais permaneceram durante muito tempo como autônomos dominados pelo instinto, desprovidos de qualquer experiência ou intencionalidade. As ações por eles desempenhadas pareciam-nos restritas a comportamentos estritamente objetivos – processos químicos, funcionamento mecânico, processamento de informação. […].


Author(s):  
Fabrício Fava
Keyword(s):  

Clara Mancini é professora de Design de Interação na escola de Computação e Comunicações da Universidade Aberta (The Open University – ou). Ela é fundadora e líder do Laboratório de Interação Animal-Computador. Clara é particularmente interessada nos desafios metodológicos e oportunidades de inovação provocados pela Interação Animal-Computador (iac), e no potencial de contribuição dessa emergente disciplina para o bem-estar humano e animal, inclusão social, cooperação interespécie e restauração ambiental. Clara tem atuado como investigadora principal em projetos de iac e supervisionado uma variedade de pesquisas doutorais em iac, incluindo interfaces ubíquas e ambientais para cães de assistência de mobilidade e detecção médica, enriquecimento interativo para elefantes em cativeiro e biotelemetria animal vestível.Clara Mancini foi entrevistada por Fabrício Fava no dia 17 de Junho de 2020, via Zoom.


Author(s):  
Clayton Policarpo
Keyword(s):  

O presente artigo aborda três momentos na história da teoria crítica que, desde a década de 1960, reivindicam a desestabilização de modelos antropocêntricos de produção de conhecimento. O primeiro refere-se ao “fim do homem”, proclamado por Michel Foucault em As Palavras e as Coisas, de 1966. O segundo é o advento do pós-humano, entre os anos de 1980 e 1990. O terceiro diz respeito à chamada “virada do não humano”, declarada na primeira década do século XXI. O texto tem por objetivo evidenciar uma onipresença do pensamento foucaultiano nessas tendências de pensamento crítico.Palavras-chave: Virada do não humano. Pós-humano. Michel Foucault.


Author(s):  
Francisco B. Trento

This paper examines how disabled body-minds are discursively dehumanized or superhumanized. It draws on Critical Disability Studies and the Crip Studies scholarship and focuses on invisible mental disabilities, mainly those of the neurodiversity spectrum. The efforts of animalization and super-humanization draw on a mechanism that resonates with Parmenides’s Zeno paradox. As the autistic scholar Melanie Yergeau (2018) discusses, a neuroqueer body-mind is always in constant motion, being relocated from one identity category to another, from humanity to animality and vice-versa, subject to an excessively strict rhetoric model. Concomitantly, animals in slaughtering facilities are humanized to make their deaths seem smoother. To short-circuit the models that evaluate how fit human and animal bodies are for the neoliberal guidelines of productivity, the paper also brings Jasbir Puars’s intersectional approach on capacity and debility into the discussion. Keywords: Animal studies. Neurodiversity. Neurodivergence. Crip studies. Demirhetoric.


Author(s):  
Vincent Colapietro ◽  
Winfried Nöth ◽  
Guilherme Henrique De Oliveira Cestari ◽  
Levy Henrique Bittencourt Neto

In its last issue, TECCOGS presented a dialogue on issues of Cognitive Semiotics, which Professor Vincent Colapietro, University of Rhode Island (Kingston, RI, USA), contributed to this journal in dialogue with Winfried Nöth. Under the title “Cognitive Semiotics – Minds, and Machines”, he outlined the foundations of Charles Sanders Peirce’s philosophy of mind and its relevance to the study of human and artificial intelligence. TECCOGSs now brings a new dialogue with Colapietro as the first of a series of three “Reflections”, first presented in dialogue with Winfried Nöth on tidd’s YouTube channel under Lucia Santaella’s curatorship. “What is the semiotic self?”, “How can we change habits”, and “Why sentiments can be logical” are the titles of the three Reflections. In this series, Colapietro adds new chapters to extend his introduction to cognitive semiotics. Among the topics of these Reflections are the self as a cognitive agent, the philosophy of intelligence, and the role of emotion in cognition and reasoning.


Author(s):  
Adriano Messias

Os símios estão entre os animais historicamente escolhidos pelo sapiens como cobaias, duplos, companhia, peças de jogos de espetáculo e de extermínio. Os macacos são uma escolha usual em laboratórios no que diz respeito às pesquisas das chamadas “naturezas híbridas”, que investigam, por exemplo, a produção de órgãos e tecidos para transplantes. Normas éticas se impõem fortemente – não se sabe até quando, já que urge buscar soluções para doenças e para o prolongamento da vida humana. Ao mesmo tempo, o “macaco peludo”, perante o qual não somos – em certa medida – mais do que um terceiro chimpanzé desnudo, é ponto de partida para se pensar nossa relação com os (outros) animais. Marca mais dura do contemporâneo, o Antropoceno nos obriga a reconsiderarmos o que temos feito com os demais seres da biota. Emerge, pois, na escrita antropocênica da civilização, o aspecto de enigma que o animal não-humano desperta em nós. Em uma perspectiva que desconsidera os dualismos clássicos entre humanos e animais, racionais e irracionais, instintivos e pulsionais, busco algum entendimento sobre esses “outros” que nos miram e parecem “saber” que a sobrevivência de nossa espécie interdepende de uma mudança radical de como escolhemos nos situar no mundo como sapiens e como civilização. Para tanto, conto com o imaginário do cinema – capaz de nos conduzir por autorreflexões – e também com os animais domésticos – companheiros diletos de tantos filósofos e pensadores.Palavras-chave: Símios. Naturezas híbridas. Biosemiótica. Psicanálise. Cinema.


Author(s):  
Michelle Westerlaken

Este trabalho contextualiza a pesquisa desenvolvida por Michelle Westerlaken, em 2016, acerca da interação de formigas no design de jogos lúdicos. Na primeira parte do artigo, a autora defende a ludicidade como um atributo comum entre humanos e animais, e sugere dois caminhos possíveis para se pensar a participação dos animais no desenvolvimento de uma mecânica do jogo: o animal como parte do sistema e o animal como jogador. A segunda parte problematiza algumas das questões envolvidas no projeto e desenvolvimento de uma mecânica de jogo para entidades com as quais não nos relacionamos no contexto de interações lúdicas, como no caso das formigas. Por fim, são apresentadas as etapas de desenvolvimento e intercorrências que permearam o processo de criação de um jogo protagonizado pelos insetos.Palavras-chave: Mecânica de jogo. Design de jogos. Jogos para animais. Formigas


Author(s):  
Ariane Alves ◽  
Rodrigo Petronio

Segundo o mitólogo alemão Karl Kerényi, para os gregos a bíos era a vida determinada, ao passo que a zoé era a vida indeterminada e infinita: a natureza. Por isso, a zoologia sempre foi a taxonomia dos animais não-humanos feita pelos humanos. E todas as formas de domesticação da natureza teve um objetivo: reduzir a zoé à bíos. Determinar o indeterminado. Acreditamos que uma das preocupações nucleares da arte contemporânea seja mostrar a inversão vetorial desse sistema de domesticação (Sloterdijk) animais-humanos, determinados-indeterminados. Vivemos um processo de oclusão dos humanos sobre si mesmos, por meio dos algoritmos e dos sistemas de vigilância digitais. Antes, o humano domesticava a natureza e outros humanos. Ao transcender a natureza, o corpo, a morte e a animalidade, os humanos passaram a domesticar a si mesmos, criando sistemas de climatização e de controle biomorfos, inspirados na natureza. Na era pós-evolutiva, dominada pela seleção artificial, pela vida sintética e pela biotecnologia, a vida humana-animal se converte em algoritmos zerodimensionais. Paradoxalmente, o mais abstrato se torna o mais concreto (Flusser). Assim, pretendemos analisar em que medida esses novos dispositivos de controle, em torno da ambivalência da determinabilidade-indeterminabilidade, geram novos regimes de poder sobre a vida e as imagens. Neste artigo, definimos este processo global como zoomorfose e suas implicações políticas como zoopoder. Propusemo-nos fazer um mapeamento destas relações a partir das obras da arte contemporânea.Palavras-chave: Zoomorfoses. Domesticação. Sistemas. Meio. Vida. Zoopoder.


Author(s):  
Camila Mangueira
Keyword(s):  

É com as perguntas “(1) Quem e o que eu toco quando toco em meu cachorro? e (2) Como ‘tornando-se com’ é uma prática de tornar-se conhecedor do mundo?”2 (p. 3) que a norte americana Donna Haraway (1944) inicia When Species Meet e nos convida a uma prática de curiosidade e de abertura para as experiências, os significados e os mundos possíveis despertos nas relações com os outros seres. Especialmente, mas não somente, com aqueles que partilhamos o cotidiano.


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