Gazeta Médica
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(FIVE YEARS 1)

Published By Academia Cuf

2184-0628, 2183-8135

2021 ◽  
Author(s):  
Pedro Garcia

O ensino clínico está a mudar.O velho paradigma “see one, do one, teach one” está desatualizado e é hoje em dia considerado eticamente questionável.Métodos tradicionais de ensino, baseados em exposição teórica, e avaliação baseada em testes escritos, não são suficientes para garantir a aquisição de conhecimentos e competências, essenciais à promoção da qualidade e segurança do doente.A Simulação, assume assim um papel fundamental no preenchimento destas lacunas, desde o ensino pré-graduado ao treino clínico pós-graduado ultra diferenciado.A Simulação aplicada à Medicina define-se como uma ferramenta de ensino e treino clínico, que através da utilização e modelação de dispositivos, técnicas, atitudes e meio ambiente, mimetiza uma tarefa ou um aspeto de cuidados assistenciais, que permite o treino de forma replicável, realista e adequado à prática clínica.Desta forma, a Simulação tem um campo de ação muito lato e uma ampla variedade de conceitos, programas e modelos disponíveis: Modelos de treino de técnicas isoladas Simuladores de baixa fidelidade Simuladores de alta-fidelidade Simulação baseada em software Simulação com recurso à utilização de produtos de origem animal inerte e cadáveres humanos Simulação com utilização de doentes standardizados Realidade virtual Realidade “Aumentada” (conceito mais recente que se define como: visão direta ou indireta de um ambiente físico, real, cujos elementos são “aumentados” por elementos sensoriais gerados por computador ou extraídos do mundo real, como som, vídeo, gráficos ou sensação táctil). O ensino e treino baseado em simulação, implica uma formação específica nesta área, bem como o domínio dos aspetos pedagógicos que lhe estão associados.A adaptação dos programas simulação ao grau de diferenciação dos formandos (pré-graduado versus pós-graduado) e às necessidades formativas (competências técnicas versus não técnicas) é de extrema importância para a construção de bons programas de formação.A construção de cenários clínicos realistas, a definição de objetivos de aprendizagem bem definidos, a possibilidade de treino de equipas multidisciplinares e a aplicação de métodos de debriefing estruturados, são elementos fundamentais na obtenção e retenção de conhecimentos e atitudes clínicas.Por outro lado, a aquisição de competências técnicas e proficiência clínica num determinado procedimento, depende da estruturação de uma curva de aprendizagem individual com horas de treino específicas.Consciente desta realidade e em alinhamento com valores, como a inovação, o desenvolvimento humano e a competência clínica, a CUF desenhou e estruturou um projeto sólido de ensino e treino baseado em Simulação em parceria com a NOVA Medical School e inaugurou em 2020 o Centro de Simulação CUF Academic Center, capaz de dar resposta atodas as áreas formativas com recurso a ambientes e técnicas simuladas, em ambiente pré e pós-graduado.O Centro de Simulação CUF Academic Center tem como missão garantir a promoção da segurança do doente, qualidade clínica assistencial e formação contínua dos profissionais da CUF através da utilização de tecnologias de simulação avançada integradas com a excelência do seu corpo clínico e docente.A era que vivemos, condicionada pela pandemia por SARS-CoV-2, definiu limitações de acesso ao doente e por vezes até à formação e formadores nas mais variadas áreas clínicas.Desafiados por esta nova realidade e necessidade de inovação formativa, o Centro de Simulação CUF Academic Center e a sua equipa pedagógica, estruturaram um programa de formação e treino clínico, baseado nos princípios de Prática Deliberada aplicada à Medicina, denominado “Ginásio de Simulação CUF”.O conceito de “Ginásio de Simulação” assenta numa base de sustentação teórica estruturada em 4 pilares essenciais para o treino e aquisição de competências clínicas: Equipamento (simuladores realistas e equipamento de uso clínico assistencial diário) Formadores (responsáveis pelo programa de formação, fidelidade e feedback ao formando) Horas de treino (programa estruturado, baseado em etapas sequenciais e tempo médio de treino para cada técnica, adaptado individualmente a cada formando) Avaliação (baseada em escala validada). Através deste programa, os formandos podem treinar em formato de tutoria contextualizada no seguimento de um curso, no formato de tutoria personalizada através de tarefas standardizadas previamente validadas, ou em formato de treino livre (sem tutoria) que implica um grau de diferenciação avançado por parte do trainee (p. ex. treino experimental baseadoem simulação de uma técnica específica).A Simulação é uma ferramenta de aquisição de competências clínicas (técnicas e não técnicas) eficaz, mas necessita de uma equipa de instrutores com formação específica.O Centro de Simulação CUF Academic Center tem desenvolvido um programa de formação de formadores em parceria com a SPSim - Sociedade Portuguesa de Simulação Aplicada às Ciências da Saúde e com a AHED - Advanced Health Education, e dispõe neste momento de uma equipa pedagógica com formação específica nesta área.A Simulação está implantada no ensino e treino da Medicina, da Enfermagem, dos Técnicos, dos Assistentes, das Equipas Hospitalares e de Assistência Primária.Os Centros de Simulação devem estar em articulação direta com os Departamentos de Qualidade e Segurança do Doente, com as Comissões de Ética, de Farmácia, de Ensino e de Gestão Hospitalar.Este posicionamento central ao serviço de entidades internas e externas, tem resultados comprovados com translação à clínica assistencial diária, e ganhos não quantificáveis não negligenciáveis.Ao longo de 2 curtos anos de existência, num contexto desafiante de pandemia por SARS-Cov-2, o Centro de Simulação CUF Academic Center estabeleceu parcerias com Faculdades de Medicina, Sociedades Científicas, Associações de Estudantes, Indústria Farmacêutica e de Dispositivos, Laboratórios de Experimentação e Investigação, Federações Desportivase outros Centros de Simulação nacionais e internacionais, assumindo um papel de responsabilidade, inovação, vanguarda e força motriz na formação clínica em Portugal.A caminho da certificação … este é o DNA do Centro de Simulação CUF Academic Center.


2021 ◽  
Author(s):  
Mafalda Filipa Casinhas Santos ◽  
Sara Mâncio dos Santos Limão Oliveira ◽  
Helena Margarida da Silva Morais Carrolo ◽  
Joana Manuela Soares Veríssimo Gil Pedro ◽  
David Mourão Marques Lito
Keyword(s):  

INTRODUÇÃO: A asma continua a ser a doença crónica mais frequente na população pediátrica. O seu controlo é condicionado negativamente pela utilização incorreta dos dispositivos para terapêutica inalatória. A demonstração da técnica de utilização correta a pais ou cuidadores parece estar associada a uma redução da taxa de erro. Este estudo intervencional prospetivo pretendeu confirmar a hipótese de que a demonstração repetida da técnica inalatória a pais e cuidadores tem impacto positivo na adesão dos doentes, reduzindo a taxa de erro.MÉTODOS: Cem participantes expuseram a sua técnica inalatória em consultas sequenciais (51 em 3 consultas; e 19 em 2 consultas) com preenchimento de formulário pelo médico assistente com registo “sim” ou “não” em diferentes passos relacionados com a técnica inalatória, lavagem da boca e cuidados com a câmara.RESULTADOS: Trinta doentes foram excluídos, pois só tinham uma observação. Idade média de 2,8 anos (±1,9 anos), 63% rapazes. Ao longo do estudo, 43 participantes reduziram a taxa de erro, 11 mantiveram o erro e 16 apresentaram uma técnica correta desde o início. Verificou-se uma redução substancial da taxa de erro da técnica inalatória (p-value 0,019), bem como da lavagem da boca (p-value 0,000) e da câmara expansora (p-value 0,038). Os únicos fatores associados à redução da taxa de erro foram a demonstração prévia da técnica (p-value 0,003) e o uso prévio do dispositivo inalatório (p-value 0,038).CONCLUSÃO: A demonstração da técnica inalatória correta por um médico teve um impacto positivo imediato na redução do erro, que foi amplificado pela realização de demonstrações sequenciais.


2021 ◽  
Author(s):  
Rosana Pereira Dias

A omalgia é a terceira queixa musculoesquelética mais frequente nos cuidados de saúde primários (CSP). Este artigo pretende compreender a omalgia, a sua abordagem diagnóstica e terapêutica nos CSP. Realizou-se uma revisão narrativa. Identificaram-se 73 artigos na pesquisa e incluíram-se na revisão dados de 7 referências bibliográficas. A omalgia é mais frequente no sexo feminino, dos 45 aos 64 anos. Há pior prognóstico se idade avançada, sexo feminino, sintomatologia inicial intensa e associação a cervicalgia. As etiologias mais frequentes são: patologia da coifa dos rotadores, instabilidade e artrose gleno-umeral, capsulite adesiva e patologia da articulação acromioclavicular. Com uma anamnese completa a maioria das situações pode ser diagnosticada e gerida na primeira consulta, sem necessidade de investigação adicional. Quando necessária, a ecografia e a ressonância magnética nuclear são preferíveis. A referenciação a cuidados hospitalares deve ocorrer se queixas refratárias à terapêutica inicial (fármacos analgésicos e anti-inflamatórios e reabilitação física).


2021 ◽  
Author(s):  
Joana Ferreira ◽  
Cristina Aguiar ◽  
Sandra Gerós ◽  
António Faria de Almeida ◽  
Sandra Alves ◽  
...  

Os corpos estranhos nas fossas nasais são causas frequentes de recurso à urgência, sobretudo em idade pediátrica.Na maioria dos casos são inofensivos, podendo permanecer vários dias sem causar lesões. As pilhas sendo uma exceção,representam uma importante ameaça com necessidade de remoção urgente.Descreve-se o caso de uma criança com 4 anos de idade, observada no Serviço de Urgência com suspeita de corpoestranho na fossa nasal. Apresentava obstrução nasal e rinorreia unilateral sanguinolenta, com 5 horas de evolução.A radiografia dos ossos próprios nasais identificou um objeto redondo, radiopaco com sinal de duplo halo. Mediantea suspeita de uma pilha na fossa nasal, procedeu-se à sua imediata remoção sob anestesia geral.Pretendemos alertar para a perigosidade deste tipo de objeto, assim como para a necessidade de uma abordagemdiagnóstica e terapêutica céleres, a fim de evitar complicações graves.


2021 ◽  
Author(s):  
Carla Longras ◽  
Pedro Costa Dias ◽  
Fontes Alves ◽  
Joana Santos ◽  
Joana Rocha

O lúpus eritematoso cutâneo subagudo é uma variante de lúpus eritematoso cutâneo que se manifesta por lesões anulares ou psoriasiformes. Pode ser induzido por fármacos e tem, no geral, um bom prognóstico. Dados publicados sugerem que os bloqueadores dos canais de cálcio estão entre os vários medicamentos implicados no seu aparecimento.Homem de 76 anos com antecedentes de doença coronária, urticária crónica e depressão, medicado com amlodipina após cateterismo cardíaco. Três meses depois desenvolveu lesões maculopapulares e placas anulares rosadas, ligeiramente descamativas e pruriginosas, que atingiam predominantemente o tronco e, em menor extensão, os membros. Negava outros sintomas. Foi realizado estudo analítico, biópsia cutânea e exame micológico. A histologia cutânea revelou aspetos compatíveis com lúpus eritematoso subagudo. Os restantes exames foram normais. Observou-se melhoria do quadro após corticoterapia oral e suspensão de amlodipina.Com este caso pretende-se realçar a importância de estar alerta para toxidermias pouco frequentes que podem ser induzidas por fármacos de utilização corrente na prática clínica.


2021 ◽  
Author(s):  
Vânia De Oliveira ◽  
Filipe Costa ◽  
Cátia Neto Silva ◽  
Celina Silva ◽  
Daniel Fernandes ◽  
...  

A sífilis é uma infeção sistémica com manifestações variáveis consoante o seu estádio clínico. Conhecida como “a grande imitadora”, a sua abordagem é ainda mais desafiante quando ocorre a reação de Jarisch-Herxheimer (JH). Esta trata-se de uma reação febril aguda autolimitada que pode ocorrer nas 24 horas após tratamento de uma infeção por espiroquetas.Reporta-se o caso de um homem de 33 anos com sífilis secundária que desenvolve uma reação de JH após três horas da administração de benzilpenicilina benzatínica 2,4 milhões de unidades internacionais, apresentando febre, agravamento do exantema inicial, dor abdominal e disfunção hepatocelular, estas últimas manifestações descritas como incomuns. Os autores discutem a fisiopatologia desta reação, as suas manifestações clínicas e recomendações de abordagem à luz da evidência atual.


2021 ◽  
Author(s):  
Catarina Rebelo ◽  
Hugo Oliveira ◽  
Maria do Céu Rocha

INTRODUÇÃO: O delirium é uma das complicações neuropsiquiátricas mais frequentes em Cuidados Paliativos. Constitui uma disfunção neurológica grave, não existindo diretrizes bem estabelecidas para a sua gestão na comunidade. O objetivo deste trabalho consiste na revisão da evidência existente sobre a abordagem do delirium na comunidade, em particular em Portugal.MÉTODOS: Revisão da literatura utilizando os termos MeSH delirium, palliative care, domiciliary care, general practitioners, general physicians, primary care, Portugal e end of life.RESULTADOS E CONCLUSÃO: O delirium é, habitualmente, multifatorial, tendo um impacto importante nos serviços de saúde, profissionais, cuidadores e, sobretudo, nos doentes. A evidência científica para o seu tratamento é escassa e aplica-se, sobretudo, aos cuidados hospitalares. A estruturação de cuidados de qualidade no âmbito da prevenção, identificação atempada e gestão precoce do delirium, no contexto dos Cuidados Paliativos na comunidade, deve incluir o doente, a sua família e o ambiente onde se insere.


2021 ◽  
Author(s):  
Mafalda Casinhas Santos ◽  
Sara Limão ◽  
Ana Sofia Vilardouro ◽  
Clara Júlio ◽  
Florbela Cunha

INTRODUCTION: Pediatric acute osteomyelitis (AO) is a serious condition and a challenging diagnosis. It mainly affects previously healthy individuals and Staphylococcus aureus is the leading causative agent. The objective of this study was to characterize all pediatric AO cases admitted to a second-level hospital during a six-year period.METHODS: Retrospective single-center study, including all children under 18 years-old with a primary diagnosis of AO. Descriptive statistics analysis was performed.RESULTS: Ten cases were identified, 60% males. The median age was 6.7 years. Previous trauma was referred by five. Affected locations were foot (n=3), tibia (n=3), femur (n=2), sacrum (n=1) and hand (n=1). All presented with local pain and limping or inability to walk (except one case with hand involvement). Four patients had fever and inflammatory signs, namely erythema and edema, were reported by four. At admission, nine had elevated inflammatory markers and six out of eight had normal radiographs. Magnetic resonance imaging confirmed the diagnosis in seven. Blood cultures were positive for Staphylococcus aureus (n=3) and Streptococcus pyogenes (n=1). Salmonella enteritidis was isolated from pus (n=1) and there was one presumed Kingella kingae AO defined as a positive polymerase chain reaction test from an oropharyngeal swab. The average duration of parenteral and oral antibiotherapy was 14.7 days 3.9 weeks, respectively. The antibiotic of choice was flucloxacillin. Two patients developed local complications.DISCUSSION: An unspecific and subacute clinical and radiological presentation together with low positive blood culture rates difficults timely diagnosis and management. An early empirical parenteral antibiotherapy is mandatory, followed by an oral regimen for at least four weeks.


2021 ◽  
Author(s):  
José Silva Pereira ◽  
Amélia Oliveira Pedro

Massive abdominopelvic masses usually arise from the female reproductive organs. However, these masses may also arise from the gastrointestinal system, urinary system, adjacent soft tissues, peritoneum, retroperitoneum or be metastatic. Differential diagnosis is very important in these huge masses and imaging techniques are usually the best method of assessing, but in some cases, they cannot provide conclusive results and a definitive diagnosis is only achieved after surgical resection.We present three cases of giant abdominopelvic tumors with different etiologies and outcomes. We intend to highlight the importance of early detection, preoperative evaluation, and subsequent surgical management with a multidisciplinary approach to decrease pre and postoperative complications and to improve the quality of live.


2021 ◽  
Author(s):  
Ana Rita Vicente Costa ◽  
Ana Carolina Rocha ◽  
Sofia Estevinho ◽  
Paula Barroso

O diagnóstico de massas durante a gravidez é maioritariamente incidental e pouco frequente, mas tem vindo a aumentar, a par com o crescente papel da ecografia na vigilância obstétrica. Geralmente são assintomáticas, benignas, de origem ovárica e podem ter resolução espontânea.Apresentamos o caso clínico de uma mulher de 36 anos, primigesta, grávida de 7 semanas, que recorreu ao serviço de urgência por dor hipogástrica e hemorragia vaginal, tendo sido feito o diagnóstico ecográfico de uma massa anexial multilocular sólida, com cerca de 30 cm de maior diâmetro. Às 13 semanas de gravidez foi submetida a anexectomia esquerda, por laparotomia, que decorreu sem complicações. A peça cirúrgica pesava 4955 g e o resultado histológico definitivo foi de um cistadenoma seromucinoso do ovário.Os exames imagiológicos permitem perceber  características sugestivas de benignidade ou malignidade da massa anexial, importantes no processo de decisão terapêutica. O desfecho obstétrico é geralmente favorável.


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