O objetivo do presente estudo foi compreender as ações comportamentais e temperamentais envolvidas no transtorno bipolar, através da história pessoal e familiar envolvidas nas narrativas de pacientes oriundos da zona rural, em unidade de atenção básica de saúde, no interior da Paraíba, levando-se em consideração a hipótese diagnóstica de espectro bipolar. Métodos: Participaram do nosso estudo 30 pacientes com idade média variando entre 12 a 67 anos, encaminhados por uma equipe de PSF (Programa Saúde da Família), da zona rural de Aparecida, localizada no interior da Paraíba, com hipótese diagnóstica de Transtorno Bipolar (DSM-V). Para a coleta de dados utilizamos a entrevista não estruturada, com características específicas interligadas ao transtorno bipolar. Este processo nos levou à análise quanti-qualitativa no sentido de análise de conteúdo clássica. A análise foi complementada com a Hamilton Rating Scale for Depression (HAMD) como instrumento de avaliação dos pacientes. Resultados: Dos 30 pacientes entrevistados, 21 atingiram os parâmetros pré-estabelecidos ao espectro bipolar, predominando a atuação depressiva associada à euforia de grau moderado/grave; sendo que destes, 11 pacientes apresentaram indicadores de história familiar do transtorno.12 pacientes mostraram dificuldades em precisar o início do transtorno, informando várias nomenclaturas veiculadas ao diagnóstico, o que sinalizou um diagnóstico não preciso na 1ª consulta. O episódio de mania e hipomania prevaleceram no sexo masculino, e a presença de sintomas psicóticos no sexo feminino. Conclusão: Através da identificação do espectro bipolar pacientes carecem de tradução as diferentes maneiras mobilizadas pelas ações comportamentais e temperamentais na tradução dos prejuízos a sua vida quotidiana.