Em 1953, em plena Guerra Fria, a revista norte-americana Life, do grupo Time-Life, lançou uma versão em língua espanhola com os objetivos de aproximar-se mais do público latino-americano, difundir o american way, combater o antiamericanismo e promover o anticomunismo no subcontinente. O período foi marcado por uma série de tratados e de organizações que visavam regular as relações interamericanas, sob a hegemonia dos Estados Unidos. Caracteriza-se também pela implementação de organismos e programas estatais destinados à promoção de uma política cultural voltada para conquista da hegemonia mundial, estratégia denominada de “guerra psicológica”. A revista Life en Español, dirigida por Henry Luce, integrou a ampla rede de colaboradores que ajudaram a efetivar esse projeto político-cultural dos Estados Unidos. Nesse sentido, a partir da perspectiva teórica de Soft Power, de Joseph Nye, o artigo discute a relação da publicação em língua espanhola com os objetivos estratégicos norte-americanos no campo cultural.