Em investigações criminais complexas, os envolvidos lidam com uma quantidade enorme e complexa de dados que necessitam de recursos computacionais especializados na extração de informações e correlações relevantes para o processo investigativo. Neste cenário, é necessário que haja apoio computacional, desde a etapa de armazenamento e integração entre diferentes bases de dados, até a etapa de análise estatística e descoberta de padrões. Este artigo discute os resultados de um Survey aplicado aos principais órgãos de combate ao crime organizado, tais como as agências de Inteligência de Segurança Pública – ISP, os Laboratórios de Tecnologia de Combate à Lavagem de Dinheiro – LABLDs e os Grupos de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado – GAECO. O objetivo principal foi o de conhecer o cenário atual da utilização de ferramentas de análise de dados nessas agências, projetando as necessidades de pesquisa e investimentos nesta área. Entre os resultados encontrados, observou-se que 40% dos pesquisados não conhecem e 15% não utilizam soluções de ETL (Extract, Transform and Load), apesar de todos (100%) declararem possuir pelo menos uma ferramenta de Data Mining no seu local de trabalho, bem como também declararem (100%) possuir pelo menos uma ferramenta de OLAP/BI (Online Analytical Processing/Business Intelligence). Por fim e com proeminente destaque, apenas 2,77% dos pesquisados utilizam diretamente algum algoritmo de Mineração de Dados para extração de conhecimento. Este cenário evidencia, inicialmente, que a maior parte dos órgãos especializados em investigação do Brasil ainda não aplica efetivamente as técnicas de Data Mining e de Data Analytics em suas atividades.