scholarly journals Onde está ela?

2021 ◽  
Vol 47 (3) ◽  
pp. e40242
Author(s):  
Avelino Romero Pereira

O estudo parte da análise de duas polcas publicadas como suplementos musicais da revista A Estação (Rio de Janeiro, 1879-1904), uma por um compositor de renome e outra anônima, base para se especular sobre a possível autoria feminina por trás do anonimato. A música como objeto e como tema é contextualizada na própria revista, em diálogo com artigos e narrativas e com a linguagem visual da mesma. Partindo-se do conceito de imagéité proposto por Jacques Rancière, discute-se a articulação entre o visível e o legível, ao que se soma o audível, tendo em conta as 29 composições ali publicadas. Em seguida aborda-se o tema das visibilidades femininas, entendidas a partir das representações de figuras de mulheres nas capas de algumas das partituras e da exposição pública das compositoras de sete músicas. Discute-se também a invisibilização posterior dessas mulheres, tomando-se por base a crítica feminista à musicologia tradicional, que hiperdimensiona o repertório “sério” em detrimento das danças de salão.

2020 ◽  
Vol 26 (40) ◽  
pp. 77-91
Author(s):  
Pedro Caetano Eboli Nogueira

O ensaio analisa a ação performática Estação Adílio, realizada por Elilson em 2016. Tratou-se de uma homenagem a Adílio Cabral, vendedor ambulante atropelado por três trens na Estação Madureira, Rio de Janeiro, em julho de 2015. Para compreender os vínculos políticos do trabalho, partimos dos subsídios teóricos de Jacques Rancière, em cruzamento com o pensamento de Judith Butler. Nos baseamos em Maurice Halbwachs e Walter Benjamin para explicitar o modo como a performance mobiliza uma escuta da memória no próprio território. Compreendemos que a performance reorganiza a cartografia de visibilidades e invisibilidades que coaduna a produção coletiva da memória.Palavras-chave: Políticas da memória; Arte e política; Memória coletiva; Performance; Distribuição desigual do luto.AbstractThis essay analyzes Estação Adílio, performed by Elilson in 2016. It was a tribute to Adílio Cabral, a street vendor run over by three trains at Estação Madureira, Rio de Janeiro, in July 2015. To understand the politics underlying the artwork, we start from the theoretical subsidies of Jacques Rancière, along with the thought of Judith Butler. Based on Maurice Halbwachs and Walter Benjamin, we explain how the performance mobilizes a listening based on territory’s memory. We understand the performance reorganizes the cartography of visibilities and invisibilities that follows the collective production of memory.Keywords: Politics of memory; Art and politics; Collective memory; Performance; Differential distribution of grief.


2020 ◽  
Vol 38 (1) ◽  
pp. 09
Author(s):  
Rafael Monteiro de Oliveira Cintra

O presente artigo tem o objetivo de apresentar uma perspectiva de análise sobre aulas de História a partir das noções de “Estética” e “Política” tal como são (re)definidas por Jacques Rancière. No primeiro momento, faremos uma apresentação dos conceitos, situando-os dentro dos estudos do filósofo e buscando uma primeira articulação com o nosso objeto. No segundo momento, analisaremos práticas de uma professora de História do ensino básico de uma escola pública da região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, percebendo tais estudos como metodologia potente para pensarmos aspectos prementes do ensino de História.


2017 ◽  
Vol 42 (2) ◽  
pp. 495-514
Author(s):  
Nivea Andrade ◽  
Alessandra Nunes Caldas

Resumo: Analisando a experiência de um laboratório de imagens e sons, desenvolvido em uma escola pública da Zona Norte do Rio de Janeiro, este texto apresenta reflexões sobre os processos de significação da liberdade na escola. Durante a realização do projeto, os estudantes foram convidados a produzirem imagens e sons sobre o tema ser livre na escola. Este material produzido traz elementos relevantes para uma análise da contribuição juvenil para significações que escapam de uma visão da escola composta simplesmente por alunos e mestres explicadores, termo usado por Jacques Rancière para analisar o papel do professor. A partir destas imagens estudantis, o texto propõe compreensões da escola como espaçotempos de conversações.


2003 ◽  
Vol 24 (82) ◽  
pp. 275-280
Author(s):  
Mônica Costa Netto

Relato circunstanciado da experiência de trabalho com o livro O mestre ignorante, de Jacques Rancière, num curso de formação continuada para educadores de jovens e adultos do estado do Rio de Janeiro no segundo semestre de 2002. A questão da vontade, envolvida no ato de aprendizagem, é abordada a partir das reações dos cursistas aos princípios de uma educação emancipadora, elaborados por Joseph Jacotot (França, século XIX), que são apresentados no livro.


2020 ◽  
Vol 6 (1) ◽  
Author(s):  
MAIRA LOPES BARILLO

Este artigo trata das montações monstruosas praticadas por drag queens, dançarinas burlescas e de voguing nas cidades do Rio de Janeiro, RJ, São Paulo, SP e Salvador, BA, nos anos de 2017 e 2018 e que foram fotografadas para o projeto “m0n5+r_S”, pela autora do trabalho. A série de imagens foi realizada em concursos de performance, balls e cabarés, onde a prática performativa da montação era realizada; e editada para que se evidencie os aspectos monstruosos, estranhos e grotescos das imagens. Neste texto, serão descritos alguns aspectos dessa prática, suas implicações éticas, estéticas e políticas, além de contextualizá-la na discussão sobre o queer/cuir e a comunidade LGBTQIA+, utilizando para isso conceitos de Paul Preciado, Judith Butler, Jaqueline de Jesus, Nízia Villaça e Hija de Perra. Contextualizando também as noções de monstruosidade e grotesco nesta forma artística contemporaneamente, através das ideias apontadas por Jacques Rancière, Diego Paleólogo, Muniz Sodré e Raquel Paiva.


Author(s):  
Leander Scholz

Der Aufsatz geht der These nach, daß die Fundierung der politischen Theorie in einer ästhetischen Theorie bei Jacques Rancière eine Aktualisierung der Losung der Brüderlichkeit aus der Französischen Revolution darstellt. Diese Aktualisierung der Brüderlichkeit als »ästhetische Gemeinschaft« erlaubt es Rancière, an den Klassenbegriff von Marx anzuschließen, ohne die damit verbundene Gemeinschaftserfahrung begrifflich bestimmen und damit an positive Merkmale binden zu müssen. Weil Rancière seine Demokratietheorie vor allem als eine Interventionstheorie angelegt hat, soll die »ästhetische Gemeinschaft« im Unterschied zum Klassenbegriff es ermöglichen, eine prinzipiell unabgeschlossene Reihe von politischen Subjektivierungsprozessen zu denken. Um diese These zu schärfen, wird Rancières Demokratietheorie mit der von Jacques Derrida verglichen, der auf ganz ähnliche Weise das Demokratische der Demokratie in einem Streit gegeben sieht, der jenseits von demokratischen Spielregeln stattfindet, die Losung der Brüderlichkeit jedoch für überaus problematisch hält.<br><br>This article argues that the foundation of political theory in aesthetics by Jacques Rancière can be seen as an actualization of the slogan of fraternalism during the French Revolution. This actualization of fraternalism as »aesthetic community« gives Rancière the possibility to operate with the Marxian concept of classes without positively defining the experience of community. Because Rancière understands democracy as the chance for political intervention, the concept of an »aesthetic community« (as opposed to the traditional concept of classes) allows him to posit an endless process of political subjectification. To sharpen this argument, the article compares Rancière’s understanding of democracy to Jacques Derrida’s, who also focuses on a democratic struggle beyond democratic rules, but is very skeptical about the slogan of fraternalism.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document