scholarly journals ESTAÇÃO ADÍLIO: POR UMA POLÍTICA DA MEMÓRIA A CORPOS INVISIBILIZADOS / Estação Adílio: towards a politics of memory for invisibilized bodies

2020 ◽  
Vol 26 (40) ◽  
pp. 77-91
Author(s):  
Pedro Caetano Eboli Nogueira

O ensaio analisa a ação performática Estação Adílio, realizada por Elilson em 2016. Tratou-se de uma homenagem a Adílio Cabral, vendedor ambulante atropelado por três trens na Estação Madureira, Rio de Janeiro, em julho de 2015. Para compreender os vínculos políticos do trabalho, partimos dos subsídios teóricos de Jacques Rancière, em cruzamento com o pensamento de Judith Butler. Nos baseamos em Maurice Halbwachs e Walter Benjamin para explicitar o modo como a performance mobiliza uma escuta da memória no próprio território. Compreendemos que a performance reorganiza a cartografia de visibilidades e invisibilidades que coaduna a produção coletiva da memória.Palavras-chave: Políticas da memória; Arte e política; Memória coletiva; Performance; Distribuição desigual do luto.AbstractThis essay analyzes Estação Adílio, performed by Elilson in 2016. It was a tribute to Adílio Cabral, a street vendor run over by three trains at Estação Madureira, Rio de Janeiro, in July 2015. To understand the politics underlying the artwork, we start from the theoretical subsidies of Jacques Rancière, along with the thought of Judith Butler. Based on Maurice Halbwachs and Walter Benjamin, we explain how the performance mobilizes a listening based on territory’s memory. We understand the performance reorganizes the cartography of visibilities and invisibilities that follows the collective production of memory.Keywords: Politics of memory; Art and politics; Collective memory; Performance; Differential distribution of grief.

2020 ◽  
Vol 6 (1) ◽  
Author(s):  
MAIRA LOPES BARILLO

Este artigo trata das montações monstruosas praticadas por drag queens, dançarinas burlescas e de voguing nas cidades do Rio de Janeiro, RJ, São Paulo, SP e Salvador, BA, nos anos de 2017 e 2018 e que foram fotografadas para o projeto “m0n5+r_S”, pela autora do trabalho. A série de imagens foi realizada em concursos de performance, balls e cabarés, onde a prática performativa da montação era realizada; e editada para que se evidencie os aspectos monstruosos, estranhos e grotescos das imagens. Neste texto, serão descritos alguns aspectos dessa prática, suas implicações éticas, estéticas e políticas, além de contextualizá-la na discussão sobre o queer/cuir e a comunidade LGBTQIA+, utilizando para isso conceitos de Paul Preciado, Judith Butler, Jaqueline de Jesus, Nízia Villaça e Hija de Perra. Contextualizando também as noções de monstruosidade e grotesco nesta forma artística contemporaneamente, através das ideias apontadas por Jacques Rancière, Diego Paleólogo, Muniz Sodré e Raquel Paiva.


Ícone ◽  
2018 ◽  
Vol 16 (2) ◽  
pp. 210-224
Author(s):  
Marina Feldhues

Este trabalho procura refletir sobre se é possível pensar sobre a realidade do mundo, procurar compreender a realidade, por meio da fotografia. Para tanto, parte das proposições levantadas por Susan Sontag sobre o assunto. Na sequência, faz uma revisão teórica das proposições de Sontag à luz das reflexões trazidas por Jacques Rancière sobre imagem, operações de arte e montagem; Walter Benjamin sobre o ato de narrar; Gerry Badger e László Moholy-Nagy sobre narrar como fotos; e Gilles Deleuze sobre o pensamento como experiência.  Por último, procuramos analisar, com base nas reflexões trazidas pelos autores mencionados, como as operações artísticas da instalação Truth Study Center de Wolfgang Tillmans, contribuem para refletirmos sobre a experiência de pensar a realidade do mundo a partir de fotografias.


2018 ◽  
Vol 13 (20) ◽  
Author(s):  
Diego Lock Farina

Publicada originalmente na coleção “La philosophie en effet”, da prestigiada editora Galilée, na França em 2015, com o título Demande. Philosophie, littérature, a coletânea de textos de Jean-Luc Nancy, inédita enquanto tal e organizada por Ginette Michaud, professora da Universidade de Montreal, chega ao Brasil devido à iniciativa em parceria entre a editora da UFSC e a editora Argos, da Unochapecó. Nancy (1940-), professor emérito da Universidade de Estrasburgo, é certamente um dos filósofos mais conceituados no universo acadêmico atual, ao lado de Alain Badiou, Hélène Cixous, Judith Butler, Giorgio Agamben e Jacques Rancière. Seu destaque se dá sobretudo em função das contribuições acerca do político e da democracia, da obra em conjunto com Philippe Lacoue-Labarthe, de seus escritos sobre Jacques Derrida e da preocupação constante em relacionar a arte de maneira geral com o pensamento filosófico. Sua produção, entretanto, é ainda pouquíssimo traduzida no Brasil. Na tarefa de suprir essa falta, Demanda: Literatura e Filosofia (365 p.) reúne textos de 1977 a 2015, disponíveis até então somente em periódicos ou resultantes de conferências e entrevistas, dando mostras da trajetória do autor no que concerne o debate entre o aproveitamento da literatura e do modo singular (a singularidade para Nancy é sempre uma singularidade plural) com que ela convoca a filosofia para um pensamento conjunto, crítico e afectante a respeito da vida, da atividade política e dos sentidos nas suas concepções mais amplas.


2019 ◽  
Vol 3 (1) ◽  
Author(s):  
Livia De Tommasi ◽  
Leandro Dias Castro ◽  
Vinicius Defillo Pintor ◽  
VIctor Borges de Couto ◽  
Julia Souza Reis ◽  
...  

O texto apresenta os relatos de jovens estudantes da Universidade sobre suas experiências de visitação em manifestações artísticas realizadas na cidade de São Paulo. São relatos em primeira mão sobre vivências e experiências juvenis na cidade, que testemunham da diversidade de situações e também da singularidade da condição juvenil numa cidade onde existem fronteiras espaciais e simbólicas que raramente são ultrapassadas. À luz do trabalho de alguns autores, especificamente Walter Benjamin e Jacques Rancière, as reflexões abordaram, de forma geral, a relação entre arte, política e mercado.


2015 ◽  
Vol 15 (24) ◽  
pp. 113
Author(s):  
André Piazera Zacchi

http://dx.doi.org/10.5007/1984-784X.2015v15n24p113O cinema, segundo Jacques Rancière, é uma multiplicidade de conceitos que, sob o mesmo nome, permite estabelecer um espaço de pensamento. A distância entre um conceito e outro é o que separa, mas também o que propõe uma relação. Entre cinema e política há também distâncias, intervalos, desvios, abordados pelo autor em As distâncias do cinema (Les écarts du cinema). Walter Benjamin defendia certas potências progressivas do cinema, mas reconhecia seus usos fascistas. Jacques Rancière reencontra nas distâncias uma possibilidade, não do cinema em geral, mas de cada filme, ter ainda uma força política. Essa força, para ambos, está na tensão dialética da imagem, ou seja, na sua capacidade de suspensão de discursos, de juízos, de síntese.


2020 ◽  
Author(s):  
Anna Hollendung

To what extent can political theories adequately address the dangers that may accompany the political? This monograph is less concerned with the emancipative potential of the political, but rather with its downsides. Drawing on the concept of precarity, as defined in sociology and the May Day movement, it calls into question the ideas of sovereignty and autonomy using the theories of Judith Butler. The book systematises the controversy on what ‘the political’ is. Subsequently, it defines ‘political precarity’ in accordance with the ideas of Hannah Arendt, Jacques Rancière and Alain Badiou. These theories are complementary and conflicting in several respects and they mutually point out each other’s weaknesses. However, Hollendung identifies an innovative understanding of the precarious by intertwining these ideas.


2018 ◽  
pp. 41-54 ◽  
Author(s):  
Angela Cristina Salgueiro Marques ◽  
Ricardo Fabrino Mendonça

Resumo Este artigo busca pensar a política a partir de processos de constituição de sujeitos, em uma sistematização que abrange dimensões éticas, estéticas, comunicacionais e políticas dos modos de agência dos indivíduos. Interessa-nos contestar concepções que entendem o sujeito como constituído anteriormente à luta política ou como irrelevante para a compreensão dessa luta. Na abordagem aqui delineada, a política (assim como suas descontinuidades e rupturas) emerge no próprio processo de desconstrução/deslocamento de sujeitos. Para fazer tal discussão, o texto relê, criticamente, quatro propostas distintas no âmbito da teoria política contemporânea em sua interface com a comunicação: (1) as discussões de Laclau e Mouffe sobre o conceito de articulação; (2) os debates sobre desidentificação e subjetivação em Jacques Rancière; (3) a discussão de Judith Butler sobre sujeito; e (4) a crítica de Patchen Markell à teoria do reconhecimento a partir da defesa da precedência da ação sobre as identidades. Na sequência, a ideia fundamental a atravessar esses autores e autoras será mobilizada em uma breve ilustração de seu potencial heurístico para a leitura de fenômenos empíricos. Abordaremos como essa atenção à desconstrução de sujeitos políticos joga luzes importantes sobre protestos multitudinários contemporâneos.


2018 ◽  
pp. 79
Author(s):  
Carlos Pérez López

Resumen:En el estado actual de las relaciones interdisciplinarias de los saberes científicos, la historia, como disciplina científica, plantearía una situación particular. No se trata de un saber puro que se cierra sobre sí mismo en la especificidad de una lengua de especialistas, sino de una composición de conocimientos sobre múltiples temporalidades heterogéneas que convergen en la materia misma de su ejercicio científico, esto es, la mirada al pasado. Así, posiciones teóricas tan distanciadas sobre el conocimiento histórico, como las de Walter Benjamin, Jacques Rancière y Reinhart Ko- selleck, dan cuenta de esta apertura disciplinaria de la historia hacia los saberes y tiempos que la componen. Un estudio sobre el concepto de “tiempo histórico” y sobre la figura del historiador en estos pensadores es la tarea que nos hemos propuesto para demostrarlo.Palabras clave: Walter Benjamin - Jacques Rancière - Reinhart Koselleck – tiempo histórico – historiografíaAbstract:In the current state of interdisciplinary relations among scientific knowl- edge, history – as a scientific discipline –would pose a particular situation. It is not a pure knowledge closed in the specificity of a specialist language, but a composition of knowledge about multiple heterogeneous temporali- ties converging in the very subject of its scientific exercise, that is, looking into the past. Thus, theoretical positions about historical knowledge, such Walter Benjamin’s, Jacques Rancière’s and Reinhart Koselleck’s, account for this disciplinary opening of history towards knowledge and times comprising it. A study about the concept of “historical time” and the figure of the historian in these thinkers is the task we have proposed to demonstrate it.Keywords: Walter Benjamin - Jacques Rancière - Reinhart Koselleck – historical time – historiographyResumo:No estado atual das relações interdisciplinares dos saberes científicos, a história, como disciplina científica, proporia uma situação particular. Não se trata de um saber puro que fica fechado em si mesmo, na especificidade de uma língua de especialistas, mas de uma composição de conhecimen- tos sobre múltiplas temporalidades heterogêneas que convergem na matéria mesma do seu exercício científico, isto é, o olhar para o passado. Assim, posições teóricas tão distanciadas sobre o conhecimento histórico, como as de Walter Benjamin, Jacques Rancière e Reinhart Koselleck, dão conta desta abertura disciplinar da história perante os diversos saberes e tempos que a compõem. Um estudo sobre o conceito do “tempo his- tórico” e sobre a figura do historiador nestes pensadores é a tarefa que nos temos proposto para demonstrá-lo.Palavras-chave: Walter Benjamin - Jacques Rancière - Reinhart Koselleck – tempo histórico – historiografia


2020 ◽  
pp. 133-144
Author(s):  
Jessica Enith Fajardo Carrillo

Este escrito busca servir de sustento teórico a un estudio que está enmarcado en la filosofía política contemporánea y las teorías críticas de la violencia de Estado. Se hace un acercamiento al concepto de Estado de excepción y presenta los riesgos que corren los Estados en convertirse en repúblicas policiales al ser gobernadas por las oligarquías. Para argumentar la afirmación, se conceptualiza el Estado republicano y la sociedad democrática con Jacques Rancière (2012). Luego se tratan las nociones de incapacidad de previsión de los gobiernos y el Estado de excepción, trabajadas por Mario Daniel Serrafero (2013). En un tercer momento, retoma los conceptos de razón de Estado con Friedrich Meinecke (1997) y la reglamentación del uso de la violencia y las operaciones de policía a partir de Walter Benjamin (2009) y Giorgio Agamben (2010).


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document