scholarly journals Variabilidade genética de etnovariedades de mandioca em regiões geográficas do Brasil

2000 ◽  
Vol 57 (3) ◽  
pp. 499-505 ◽  
Author(s):  
Maria Inez Fernandes Faraldo ◽  
Rainério Meireles da Silva ◽  
Akihiko Ando ◽  
Paulo Sodero Martins

O manejo empregado nas roças de agricultura autóctone, utilizando etnovariedades de mandioca (Manihot esculenta Crantz), apresenta papel de destaque na conservação in situ dos recursos genéticos. O presente trabalho teve por objetivo analisar a distribuição da variabilidade genética de 141 etnovariedades de mandioca coletadas em roças de diferentes regiões geográficas do Brasil, através de marcadores isoenzimáticos, revelados a partir de eletroforese em gel de amido. Foram avaliados 11 sistemas isoenzimáticos. Dos 15 locos polimórficos analisados a heterozigosidade média observada foi de 0,354. A estimativa coeficiente de diferenciação genética G ST apresentou valor médio de 8,80% da variabilidade genética entre as regiões. Na análise de agrupamento, observou-se a formação de 3 grupos distintos; o primeiro formado pelas roças originadas da Região Amazônica; o segundo constituído pelas roças do Estado de São Paulo; e o terceiro composto pelas roças originadas da Reserva Indígena do Xingu. A maior parte da variabilidade genética das etnovariedades de mandioca revelou-se concentrada dentro das regiões geográficas, confirmando as pressuposições existentes no modelo de dinâmica evolutiva para a espécie.

Bragantia ◽  
1983 ◽  
Vol 42 (1) ◽  
pp. 79-89 ◽  
Author(s):  
José Osmar Lorenzi ◽  
Domingos A. Monteiro ◽  
Araken S. Pereira ◽  
Toshio Igue

Quinze experimentos de variedades de mandioca (Manihot Esculenta Crantz) foram conduzidos e colhidos com dois ciclos vegetativos (18 a 24 meses), em vários municípios do Estado de São Paulo. Estes ensaios foram distribuídos em quatro séries com nove, dez ou doze variedades cada uma. O delineamento estatístico utilizado foi de blocos ao acaso com quatro repetições. Foram efetuadas análises individuais e conjuntas dos experimentos. Os resultados mostraram que, em média, apenas a variedade IAC 12-829 (39,0t/ha) superou, estatisticamente, em produção de raízes, a variedade testemunha SRT 59 - Branca-de-Santa-Catarina (25,4t/ha).


Bragantia ◽  
1995 ◽  
Vol 54 (1) ◽  
pp. 143-150
Author(s):  
Domingos Antonio Monteiro ◽  
Ricardo A.D. Kanthack ◽  
Valdemir A. Peressin ◽  
José Osmar Lorenzi ◽  
Dilermando Perecin

Nas condições do Estado de São Paulo é freqüente o armazenamento de ramas de mandioca (Manihot esculenta Crantz) para aguardar a melhor oportunidade de efetuar o plantio. Utilizam-se os sistemas de empilhamento horizontal e vertical, sendo mais comum o primeiro. Raramente, empregam-se ramas recém-colhidas para plantio. 0 presente trabalho teve por objetivo estudar o efeito do material de plantio em alguns parâmetros fitotécnicos da cultura, em função dos diferentes estádios fisiológicos causados pelo armazenamento ou não das ramas. Num esquema fatorial de 2 x 3, em blocos ao acaso com quatro repetições, utilizaram-se dois cultivares - IAC 12-829 e SRT 1287-Fibra, de alta e baixa capacidade de ramificação respectivamente - e três tipos de manivas, originárias de ramas recém-colhidas e de ramas conservadas por 105 dias nos sistemas de empilhamento horizontal e vertical. O experimento foi desenvolvido no ano agrícola 1991/92, na Estação Experimental do Vale do Paranapanema (IAC), Assis (SP), em latossolo vermelho-escuro, álico, textura média. Os resultados mais relevantes mostraram que: (a) O armazenamento de ramas em pilhas horizontais provocou aumento no número de hastes primárias dos dois cultivares e aumentou o peso da parte aérea do SRT 1287-Fibra; (b) O SRT 1287-Fibra foi mais influenciado pelo armazenamento da rama na posição horizontal que o IAC 12-829; (c) Este, em média, foi superior na produção de raízes, não diferindo, entretanto, do primeiro quando as manivas provinham de ramas armazenadas na posição horizontal; (d) As ramas procedentes do armazenamento na posição vertical comportaram-se similarmente às não armazenadas.


Bragantia ◽  
1993 ◽  
Vol 52 (1) ◽  
pp. 1-5 ◽  
Author(s):  
José Osmar Lorenzi ◽  
Maria Tereza Baraldi Ramos ◽  
Domingos Antonio Monteiro ◽  
Teresa Losada Valle ◽  
Gentil Godoy Júnior

No Estado de São Paulo, além das culturas comerciais que destinam sua produção às indústrias de transformação ou aos mercados hortifrutigranjeiros, a mandioca (Manihot esculenta Crantz) é muito difundida em culturas denominadas de "fundo de quintal". Nesse caso, muitas variedades são cultivadas e utilizadas precipuamente para consumo doméstico, tendo o presente trabalho por objetivo avaliar a amplitude de variação do seu teor de ácido cianídrico (HCN). Foram analisadas raízes de 206 variedades originárias de uma coleta sistemática realizada em 126 municípios paulistas, utilizando-se o método de Liebig, com maceração por 24 horas. Os resultados mostraram que a amplitude máxima de variação do ácido cianídrico foi de 16 a 482 mg.kg-1 na polpa crua das raízes. A maioria das variedades (67,0%) apresentou até 100 mg.kg-1 de HCN, que, apesar de alto em relação aos citados na literatura, sugere que possa ser considerado o limite superior de segurança para variedades de mesa.


Author(s):  
Henrique Ataide da Silva ◽  
Rui Sérgio Sereni Murrieta

O cultivo da mandioca (Manihot esculenta Crantz) tem uma estreita relação com a formação do Brasil, especialmente com a agricultura familiar de pequena escala. Esta espécie ainda é muito importante na subsistência de milhões de pequenos agricultores no país - especialmente nas regiões setentrionais - e desempenha um papel significativo na dieta da população das áreas rurais. Apesar dessa importância histórica, o cultivo da mandioca por pequenos agricultores sofreu grandes transformações nos últimos dois séculos, inclusive um acentuado declínio, observado em algumas regiões de maior crescimento econômico, como aquela que abrange hoje o estado de São Paulo. Este artigo analisa o declínio e quase completo colapso do cultivo de mandioca na agricultura de pequena escala do estado de São Paulo, entre o século XVI e meados do XX, assim como os fatores socioeconômicos, culturais e ambientais que interagiram desde o século XVIII para formar esse cenário.


2010 ◽  
Vol 14 (4) ◽  
pp. 444-448 ◽  
Author(s):  
Diones A. Salla ◽  
Fernanda P. B. Furlaneto ◽  
Claudio Cabello ◽  
Ricardo A. D. Kanthack

Buscou-se, com este trabalho, analisar energeticamente o sistema de produção de etanol utilizando como fonte de carboidratos, a mandioca. As pesquisas de campo foram realizadas na região do Médio Paranapanema, Estado de São Paulo, no período de janeiro a dezembro de 2007. Avaliou-se o consumo energético referente às fases de produção e processamento industrial e se verificou que o custo energético total da produção agrícola correspondeu a 9.528,33 MJ ha-1, sendo que o item mais oneroso foi o de insumos (35,72%). Nas etapas industriais o consumo energético foi equivalente a 2.208,28 MJ t-1. As operações de hidrólise/sacarificação/tratamento do caldo representaram 56,72% do dispêndio energético total. A mandioca apresentou um custo energético de 1,54 MJ L-1 em relação ao etanol produzido nas principais operações agronômicas de produção e 11,76 MJ L-1 nas etapas de processamento industrial. A eficiência energética observada no cultivo e industrialização da mandioca foi de 1,76.


2007 ◽  
Vol 42 (1) ◽  
pp. 42-49 ◽  
Author(s):  
Manoel Araújo Teixeira ◽  
Itamar Soares de Melo ◽  
Rosana Faria Vieira ◽  
Francisco Eduardo Carvalho Costa ◽  
Ricardo Harakava

O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento da diversidade de microrganismos endofíticos, em plantas de mandioca (Manihot esculenta Crantz) coletadas de áreas comerciais, no Estado de São Paulo, e de etnovariedades dos estados do Amazonas e Bahia e, também, avaliar seu potencial para fixar N atmosférico e para produzir ácido indolacético. Nos três estados, foram identificadas 47 espécies de microrganismos pertencentes a 27 gêneros. Bacillus spp. foi o mais freqüente em todas as regiões. O maior número de gêneros foi encontrado em plantas provenientes do Estado do Amazonas, que apresenta a maior diversidade de microrganismos endofíticos. Amplificações por PCR do gene nifH foram avaliadas em espécies bacterianas pertencentes às gama-Proteobacteria. Isolados AIA positivos foram obtidos de material coletado em todos os estados, e foram representados por microrganismos pertencentes aos subgrupos gama-Proteobacteria, beta-Proteobacteria, Bacilli e Actinobacteria. A ocorrência de bactérias endofíticas em plantas de mandioca, com capacidade para fixar N atmosférico e produzir AIA in vitro, indica potencial para promover o crescimento da planta.


2019 ◽  
Vol 14 (2) ◽  
pp. 303-311
Author(s):  
Antonio Carlos Pries Devide ◽  
Cristina Maria de Castro ◽  
Raul De Lucena Duarte Ribeiro

No Vale do Paraíba do Sul, entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo, a substituição da Mata Atlântica para o cultivo do café degradou os solos e os cursos d’água. O cultivo de espécies florestais pode ajudar a restaurar esse ambiente. O guanandi (Calophyllum brasiliense Cambess.) é uma espécie florestal nativa com grande potencial de exploração econômica da madeira. O seu cultivo em sistema agroflorestal – SAF pode tornar-se mais vantajoso devido o seu moderado crescimento. Os objetivos com essa pesquisa foram comparar o crescimento do guanandi em monocultura e na diversificação agroflorestal em SAFs simples e biodiverso, assim como avaliar o desempenho da mandioca (Manihot esculenta Crantz.) e araruta (Maranta arundinacea L.) nesses sistemas, em ciclos com alta precipitação pluvial e escassez hídrica. O SAF biodiverso foi acrescido de feijão guandu, bananeira, palmeira juçara e diversidade arbórea. Os sistemas agroflorestais não prejudicaram o crescimento do guanandi, que incrementou a circunferência a altura do peito no SAF simples após três anos de conversão. As culturas alimentares de mandioca e araruta apresentaram desempenho compatível com a densidade de plantio utilizada nos SAFs, com produções significativamente superiores no SAF simples. A araruta suportou o estresse ambiental em ambos SAFs e dispensa o replantio, ocupando naturalmente o sub-bosque. O SAF simples é um sistema para agricultores interessados em obter o máximo rendimento de cultivos anuais em associação com a espécie florestal. O SAF biodiverso é adequado para diversificar a produção agrícola e restaurar o ambiente concomitantemente.


2006 ◽  
Vol 35 (2) ◽  
pp. 613-617 ◽  
Author(s):  
Cristina Mattos Veloso ◽  
Norberto Mario Rodriguez ◽  
Gleidson Giordano Pinto de Carvalho ◽  
Aureliano José Vieira Pires ◽  
Gerson Barreto Mourão ◽  
...  

Foram determinadas as degradabilidades in situ da MS e PB dos folíolos de três leguminosas tropicais leucena (Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit), guandu (Cajanus cajan (L.) Millsp.) e soja perene (Neonotonia wightii) e de folhas de outras duas forrageiras tropicais rami (Boehmeria nivea (L.) Gaudich) e mandioca (Manihot esculenta Crantz). Amostras de 3 g (guandu, soja e rami) ou 5 g (leucena e mandioca) do material foram incubadas no rúmen de quatro novilhos por períodos de 3, 6, 12, 18, 24 e 48 horas. As degradabilidades efetivas da MS e da PB para a taxa de passagem de 5% hora foram elevadas (acima de 60%). As taxas de degradação, exceto a do guandu, também foram consideradas elevadas. As forrageiras apresentaram alta digestibilidade total da proteína (acima de 88%), exceto os folíolos de guandu (69%). O guandu foi a forrageira com menor potencial de degradação da proteína.


2000 ◽  
Vol 29 (3) ◽  
pp. 871-879 ◽  
Author(s):  
Cristina Mattos Veloso ◽  
Norberto Mário Rodriguez ◽  
Ivan Barbosa Machado Sampaio ◽  
Lúcio Carlos Gonçalves ◽  
Gerson Barreto Mourão

Este experimento foi realizado com o objetivo de avaliar o pH e a concentração de nitrogênio amoniacal (N-NH3) do líquido ruminal coletado 3, 6 e 12 horas após a alimentação de quatro novilhos mestiços Europeu-Zebu, providos de cânulas ruminais permanentes, assim como a relação folhas:hastes e as degradações ruminais in situ da fibra em detergente neutro (FDN) e da fibra em detergente ácido dos folíolos de três leguminosas tropicais: leucena (Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit), guandu (Cajanus cajan (L.) Millsp.) e soja perene (Neonotonia wightii) e das folhas de outras duas forrageiras tropicais: rami (Boehmeria nivea (L.) Gaudich) e mandioca (Manihot esculenta Crantz). Amostras de 3 g de guandu, soja e rami ou 5 g de leucena e mandioca foram incubadas no rúmen dos animais por períodos de 3, 6, 12, 18, 24 e 48 horas. O delineamento experimental utilizado foi o de parcelas subdivididas, em que as parcelas eram representadas pelas forrageiras e as subparcelas, pelos seis horários de incubação do material no rúmen, sendo os quatro animais considerados blocos. Os valores de pH e N-NH3 no rúmen provavelmente permitiram adequada fermentação microbiana. As relações folhas:hastes das forrageiras variaram entre si e em relação à literatura. As degradabilidades efetivas (DE) da FDN das forrageiras avaliadas foram em torno de 50%, sendo menores para os folíolos de guandu (19,25%), que também demonstraram as menores taxa de degradação (2,5%/h) e degradabilidade potencial (57,76%). Os valores de DE da FDN foram negativamente correlacionados aos conteúdos de nitrogênio insolúvel em detergente ácido das forragens (r = -0,986). O guandu foi a pior forrageira quanto ao aproveitamento dos componentes estruturais.


Irriga ◽  
2009 ◽  
Vol 14 (4) ◽  
pp. 441-448
Author(s):  
Bruno F. F. Pereira ◽  
Tamara M. Gomes ◽  
Sandra F. Nogueira ◽  
Celia R. Montes ◽  
Adolpho J. Melfi

CÁPSULA POROSA: INTERFERÊNCIA NA AMOSTRA DA SOLUÇÃO DO SOLO E METODOLOGIA DE LAVAGEM  Bruno F. F. Pereira,1; Tamara M. Gomes2; Sandra F. Nogueira3; Célia R. Montes3; Adolpho J. Melfi11Departamento de Ciência do Solo, Núcleo de Pesquisa em Geoquímica e Geofísica da Litosfera, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP, [email protected]úcleo de Pesquisa em Geoquímica e Geofísica da Litosfera, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP3Núcleo de Pesquisa em Geoquímica e Geofísica da Litosfera, CENA, Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP  1 RESUMO As cápsulas porosas de cerâmica (CP) utilizadas para amostrar a solução do solo podem liberar íons na solução interferindo na concentração de determinados elementos nas amostras. Este trabalho tem como objetivos avaliar: (i) a dessorção de cátions interferentes pela CP (ii) a eficiência de uma metodologia de tratamento das CPs, visando minimizar a desorção de cátions. O experimento foi conduzido em laboratório. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado contendo três tratamentos e três repetições. a) Lavagem externa da CP com água deionizada + lavagem em solução HCl (0,1 mol L-1) + 4 ciclos de água deionizada (HCl+A); b) Testemunha: sem lavagem da CP (S). As soluções resultantes foram comparadas com água deionizada (teste em branco - TB). Não foi observado a dessorção significativa de N, P, K, S, B, Cu, Fe, Mn, Zn e Al pelas CPs. Cálcio, Mg e Na foram dessorvidos pelas CPs nas seguintes concentrações; 6,73; 0,20 e 0,70 mg L-1, respectivamente, e interferiram significativamente na solução extraída quando comparados com a solução TB. Após o tratamento das CPs, a concentração destes elementos foram inferiores ao limite de detecção para Ca e Na e 0,01 mg L-1 para Mg, não diferindo significativamente da solução em branco. UNITERMOS: íons, limpeza de cápsula porosa, interferência, dessorção  PEREIRA, B. F. F.; GOMES, T. M.; NOGUEIRA, S. F.; MONTES, C. R.; MELFI, A. J. INTERFERENCE OF CERAMIC POROUS CUP ON SOIL SOLUTION SAMPLES  2 ABSTRACT             Ceramic porous cups (CP) used to soil solution sampling in situ can release ions on extracted solution interfering on the real concentration of some elements of the sample. The objectives of this study were to evaluate; (i) cation desorption by the CP and (ii) the efficiency of a new methodology of CPs treatment to decrease the cation desorption. The study was carried out in laboratory. The experimental design was completely randomized with two treatments and three replications; a) external washing of CP with deionized water + washing in HCl (0.1 mol L-1) solution + 4 washing cycles with deionized water (HCl+A); b) No washing of CP (S). The extracted solution from each treatment (HCl+A and S) was compared with deionized water (blank –TB). There was no significant desorption of N, P, K, S, B, Cu, Fe, Mn, Zn and Al by the CPs. Ca, Mg and Na were desorbed by CP  and had the following concentrations: 6.73, 0.20 and 0.70 mg L-1 respectively. They interfered significantly on the extracted solution when compared with TB solution. After the CPs treatment, Ca and Na concentration on solution were below the limit of detection, and Mg concentration was 0.01 mg L-1, and there was no difference from the blank solution. KEYWORDS: ions, ceramic cups clean-up, interference, desorption


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