scholarly journals Escola como disputa: juventude e cultura escolar em contextos de ocupação (Rio de Janeiro/2016)

2021 ◽  
Vol 7 (2) ◽  
pp. 09
Author(s):  
Alessandra Nicodemos ◽  
Ana Carolina Oliveira Alves ◽  
Henrique Dias Sobral Silva

<span>As ocupações de escolas públicas no Rio de Janeiro ocorreram no ano de 2016 e empreenderam um novo processo de entendimento dos jovens a respeito da escola e de sua estrutura de organização e direção. Com o objetivo de mapearmos as formas de aproximação entre cultura juvenil e cultura escolar e, ainda, os sentidos de origem dos ocupantes, recorremos às metodologias dos grupos focais e à revisão bibliográfica da literatura especializada, cotejando-as na busca de um entendimento mais plural das referidas ocupações considerando, principalmente, os projetos e as vozes dos estudantes envolvidos. A conclusão é que as ocupações foram, antes de tudo, um momento de tensão entre a cultura juvenil e a cultura escolar, alimentando-se e negando-se ao longo desse processo. Avaliamos, além disso, que as análises acadêmicas acerca do fenômeno devem reforçar as problematizações a partir de categorias internas ao movimento que, longe de fragilizá-lo, sublinham suas especificidades.</span>

2018 ◽  
Vol 27 (2) ◽  
pp. 207-226
Author(s):  
Elaine Constant Pereira de Souza

O artigo analisa a implementação do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa e o Regime de Colaboração presente nessa proposta. Os registros escritos de dois Grupos de Trabalhos (GTs) auxiliaram na compreensão das apropriações sobre o conceito por municípios. O estudo mostrou que as redes públicas do estado do Rio de Janeiro se mostravam inseguras para lidar com o tema, pois não se sentiam autorizadas para se posicionar sobre a política educacional. Mas, no decorrer do desenvolvimento do Programa, houve empoderamento das “vozes” docentes e maior articulação local, em especial, com a Universidade pública. Concluiu-se que as políticas de formação se mostram como desafios, pois tanto as redes públicas quanto para a Universidade, precisaram lidar com a cultura escolar e as implementações de políticas educacionais. Palavras-chave: política educacional, formação de professores, Regime de Colaboração


2019 ◽  
Vol 19 ◽  
pp. e080
Author(s):  
Anderson Santos ◽  
Rosa Lydia Teixeira Corrêa

Neste trabalho temos como objetivo apresentar algumas considerações sobre duas lições presentes no compêndio Lições de philosophia elementar racional e moral, de José Soriano de Souza, publicado em 1871 na cidade do Recife. Ele destinou a maior parte da sua vida às atividades intelectuais e públicas. Seus estudos básicos ocorreram no Lyceu Provincial da Parahyba do Norte. Em seguida formou-se em medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (1860), e, por fim, em filosofia (1866), pela Universidade de Louvain, na Bélgica. Foi lente catedrático da Faculdade de Direito do Recife onde lecionou as disciplinas direito público e constitucional, direito natural e direito romano. Após movimentado concurso (1867), obteve a cadeira de filosofia do Gymnásio Pernambucanona qual teve como concorrente Tobias Barreto, uma figura já conhecida naquela época. A partir dessa obra, temos como objetivo analisar entre as lições presentes no compêndio, duas, sendo uma delas sobre lógica e a outra sobre a moral. Com isso, observamos que o autor participou da produção de saberes por meio de prescrições contidas nas lições que analisamos, interferindo na cultura escolar inerente à instituição na qual lecionava.


2016 ◽  
Vol 23 (1) ◽  
Author(s):  
Maria De Lourdes Rangel Tura

Este texto analisa as culturas escolares com base em sua instituição no processo de produção dos sistemas nacionais de educação, destacando a cultura como uma rede de significados socialmente construída e que não podem ser entendidos como fixos e determinados, mas como dinâmicos, caracterizados pela mudança própria do momento vivido. Nesse contexto, analisa-se também a presença de múltiplas culturas no espaço pedagógico e as suas formas de comunicação com a cultura escolar, tendo por base dados da observação da prática pedagógica realizada em escolas de ensino fundamental da rede pública municipal do Rio de Janeiro, em que estão em circulação as novas propostas curriculares e os sistemas de avaliação externa, que demandam a preocupação com o desempenho dos estudantes que é demonstrado nos Índices de Desenvolvimento da Educação Básica. Assim, novas significações, novos sentidos estão sendo construídos nesses espaços culturais.


Dialogia ◽  
2014 ◽  
pp. 75-84
Author(s):  
Maria Cristina Ferreira dos Santos

Com o desenvolvimento dos sistemas de ensino, as disciplinas tornaram-se elementos hegemnicos da organizao formal do currculo escolar. Estudos sobre a constituio das disciplinas escolares nos auxiliam a compreender a produo curricular na educao bsica como um construto scio-histrico, em que cabe investigar os objetivos, conhecimentos, metodologias e avaliaes em articulao com o contexto social e nas relaes que as disciplinas escolares estabelecem com as disciplinas de referncia e as finalidades sociais. Este trabalho pretende contribuir para o debate sobre o currculo escolar investigando as noes de disciplina, conhecimento e cultura escolar e buscando refletir sobre os elementos constitutivos do conhecimento e das disciplinas escolares, assim como sobre o papel dos professores e da comunidade disciplinar na construo social do currculo. Para isso apoiamo-nos nos referenciais terico-metodolgicos de Ivor Goodson (1983, 1995, 1997), Andr Chervel (1990), Dominique Julia (2001 e 2002) e Antonio Viao (2008) sobre as disciplinas e culturas escolares; Jean Claude Forquin (1992, 1993) e Andr Chervel (1990) sobre os traos morfolgicos e estilsticos dos conhecimentos e os elementos constitutivos das disciplinas; e Alice Casimiro Lopes (1999, 2007, 2008) com as noes de conhecimento escolar e disciplinas escolares. Assumindo a perspectiva de que os conhecimentos legitimados na escola so resultantes de disputas e tenses em campos distintos das cincias de referncia, consideramos que as disciplinas escolares so um construto prprio da escola. As disciplinas escolares apresentam caractersticas que as aproximam das cientficas e acadmicas, mas tambm se distanciam destas, pois atendem a finalidades sociais especficas, que reconfiguram sua organizao e conferem diferente hierarquizao de objetivos e valores relacionados s finalidades educativas, na dimenso da cultura escolar. Entendemos que o conhecimento escolar se ajusta rotinizao e ritualizao das prticas escolares e tem as marcas da organizao nas diferentes disciplinas em anos ou sries e da diviso do tempo entre as disciplinas no horrio da escola, apresentando traos caractersticos presentes em produtos escolares e relacionando-se intimamente s disciplinas escolares. Atentamos tambm para a importncia do papel dos professores e da comunidade disciplinar na constituio das disciplinas, considerando que estes atores sociais produzem e organizam o conhecimento escolar em determinado contexto scio-histrico.Bibliografia BsicaCHERVEL, Andre. Histria das disciplinas escolares: reflexes sobre um campo de pesquisa. Teoria e Educao, n. 2, Porto Alegre, 1990, p. 177-229. FORQUIN, J. C. Saberes escolares, imperativos didticos e dinmicas sociais. Teoria Educao, n. 5. Porto Alegre: Pannonica Editora, 1992.FORQUIN, J. C. Escola e cultura: as bases sociais e epistemolgicas do conhecimento escolar. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1993.GOODSON, Ivor F. School Subjects and Curriculum Change. Croom Helm Curriculum Policy and Research Series. 1983.GOODSON, Ivor F. Currculo: Teoria e Histria. Petrpolis: Vozes, 1995. GOODSON, Ivor F. A Construo Social do Currculo. Coletnea de textos de Goodson organizada por Antnio Nvoa. Lisboa: Educa, 1997. JULIA, Dominique. A cultura escolar como objeto histrico. Revista Brasileira de Histria da Educao v.1, n. 1, Campinas, jan./jun. 2001, p. 9-43.JULIA, Dominique. Disciplinas escolares: objetivos, ensino e apropriao. In: LOPES, Alice Casimiro Ribeiro; MACEDO, Elizabeth. (Org.) Disciplinas e integrao curricular: histria e polticas. Rio de Janeiro: DP A, 2002.LOPES, Alice Casimiro Ribeiro. Conhecimento escolar: cincia e cotidiano. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1999.LOPES, Alice Casimiro Ribeiro. Currculo e Epistemologia. Iju: Ed. Uniju, 2007. LOPES, Alice Casimiro Ribeiro. Polticas de integrao curricular. 1. ed. Rio de Janeiro: EdUERJ / FAPERJ, 2008. VIAO, Antonio. A histria das disciplinas escolares. Revista Brasileira de Histria da Educao, n.18, set/dez. 2008, p. 174-214.


2011 ◽  
Vol 37 (1) ◽  
pp. 157-173
Author(s):  
Flávia Miller Naethe Motta

Este texto discute alguns achados de uma pesquisa de doutorado em Educação conduzida no município de Três Rios, Rio de Janeiro, numa turma de uma escola pública municipal, cujo objeto foi a passagem das crianças da educação infantil para o ensino fundamental e a ação da cultura escolar sobre as culturas infantis transformando os agentes sociais de crianças em alunos. Os fundamentos teórico-metodológicos foram tecidos em diálogos com os conceitos elaborados especialmente por Bakhtin, Vigotski, Foucault, Certeau e Sacristán. Os conceitos operaram em três planos: de um lado, tivemos a concepção de linguagem de Bakhtin, principal categoria de análise dos dados do campo, e Vigotski, fornecendo subsídios para um pensamento dialético em torno das culturas infantil e escolar tomadas como textos. Em outro plano, consideramos Foucault e Certeau na análise das estratégias de poder e das táticas de resistência encontradas nas práticas observadas e suas influências na subjetivação dos sujeitos. Por fim, a sociologia da infância e o conceito de cultura escolar explicitaram os elementos do campo, colocando-os num contexto. Para abordar as transições e as rupturas entre a educação infantil e o ensino fundamental, contribuíram Moss e Corsaro e Molinari.


2020 ◽  
Vol 14 ◽  
pp. 3830003
Author(s):  
Patrícia Teixeira de Sá ◽  
Mirna Juliana Santos Fonseca ◽  
Carla Silva Machado

In 2015, the Education and Media Department of Rio de Janeiro's Secretary of Municipal Education, the Desiderata NGO Institute and the Research Group on Education and Media of PUC-Rio conducted a quantitative research on educational media practices, of which 911 municipal schools took part, and the results showed a low recurrence in producing digital media and audiovisual content in municipal schools. Some numbers in answered questionnaires draw called our attention: in 90.6% of the schools, students frequently "watched movies and videos", while in 53.7%, no video content has ever been previously produced with students. Results indicate that the media-educational practices based on production related to reading and writing, such as books, fanzines and newspapers, are better consolidated in those schools. Based on these data, this article aims to structure arguments for understanding this scenario, focusing on the comparative analysis between public policies to promote reading and those of media-educational practices, in order to raise questions about the role of digital media in school culture, taking into account that students are agents in social networks, sharing opinions and producing content. School culture, media education, digital literacy are the concepts that allows for the broadening of the debate on this topic. The research concludes that latent media-educational practices in the daily life of these schools occur by means of isolated actions of teachers and collectives, and argues for the need of a systematized and continued institutional articulation so that school learning is enriched with the potential represented by the use of digital and audiovisual media in contemporary times.ResumoEm 2015, a Gerência de Mídia e Educação/SME-RJ, o Instituto Desiderata e o Grupo de Pesquisa em Educação e Mídia da PUC-Rio realizaram uma pesquisa quantitativa sobre práticas mídia-educativas, que contou com participação de 911 escolas da rede municipal e apontou a baixa recorrência de produção de mídias digitais e audiovisuais nas escolas. Alguns números dos questionários respondidos chamam a atenção: 90,6% das escolas assinalaram “assistir a filmes/vídeos” com frequência, enquanto 53,7% apontaram nunca ter produzido vídeos com os alunos. Os resultados indicam estar consolidadas nessas escolas práticas mídia-educativas que têm por base a produção de materiais ligados à cultura da leitura e escrita, como livros, fanzines e jornais. A partir desses dados, este artigo tem por objetivo estruturar argumentos para a compreensão desse cenário, com foco na análise comparativa entre políticas públicas de promoção da leitura e de práticas mídia-educativas, a fim de levantar questões sobre o papel das mídias digitais na cultura escolar, levando em conta que os estudantes atuam nas redes virtuais, compartilhando opiniões e produzindo conteúdos. Cultura escolar, mídia-educação, literacia digital são os conceitos que permitem o adensamento do debate sobre esse tema. A pesquisa conclui que as práticas mídia-educativas latentes no cotidiano dessas escolas ocorrem por meio de ações isoladas de professores e coletivos, e argumenta sobre a necessidade de uma articulação institucional sistematizada e prolongada para que a aprendizagem escolar se enriqueça com o potencial representado pelo uso das mídias digitais e audiovisuais na contemporaneidade.Palavras-chaves: Práticas mídia-educativas, Cultura do impresso, Educação básica, Políticas públicas.Keywords: Media-educational practices, Printed text culture, Basic education, Public policy.ReferencesCHARTIER, R. A aventura do livro: do leitor ao navegador. São Paulo: Ed. Unesp, 1999.DUARTE, R. et al. Pesquisa projetos de mídia-educação nas escolas da rede pública municipal do Rio de Janeiro e aprendizagem escolar: 2015/2016. Relatório. Rio de Janeiro: Instituto Desiderata, 2016. Disponível em: http://www.grupem.pro.br/2016/12/22/projetos-de-midia-educacao-nas-escolas-da-rede-publica-municipal-do-rio-de-janeiro-e-aprendizagem-escolar/. Acesso em: 12 ago. 2018. GUTIÉRREZ, A.; TYNER, K. Educación para los medios, alfabetización mediática y competencia digital. Comunicar, n. 38, p. 31-39, 2012.JENKINS, H. Cultura da convergência. São Paulo, Aleph, 2009.LIVINGSTONE, S. Internet literacy: a negociação dos jovens com as novas oportunidades on-line. Matrizes, São Paulo, n. 2, p. 11-42, jan./jun. 2011.MARTÍN-BARBERO, J. Novos regimes de visualidade e descentramentos culturais. In: FILÉ, V. Batuques, fragmentações e fluxos: zapeando pela linguagem audiovisual escolar. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.MARTÍN-BARBERO, J. Tecnicidades, identidades, alteridades: mudanças e opacidades da comunicação no novo século. In: MORAES, D. (Org.). Sociedade midiatizada. Rio de Janeiro: Mauad, 2006.MAUÉS, Flamarion. A exclusão da leitura. Revista Teoria e Debate. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, n. 50, fev./mar./abr. 2002.RODRIGUES, Maria Antonieta Sampaio. A literatura na formação cultural: a literatura como mediadora. 2013. Dissertação (Mestrado em Letras) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.ROJO, R. Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.STREET, B. Letramentos sociais: abordagens críticas do letramento no desenvolvimento, na etnografia e na educação. São Paulo: Parábola Editorial, 2014.TAVARES, M.; DUARTE, R.; JORDÃO, C. Prática mídia-educativa de análise de produtos e conteúdos midiáticos nas escolas da Prefeitura do Rio de Janeiro. Revista Educação e Cultura Contemporânea, v. 13, n. 31, p. 323-349, ago. 2016.TAYIE, S.; PATHAK-SHELAT, M.; HIRSJARVI, I. La interacción de los jóvenes con los medios en Egipto, India, Finlandia, Argentina y Kenia. Comunicar, n. 39, p. 53-63, 2012.WEIERS, Daniela Piergili. Políticas Públicas de Fomento à Leitura: política nacional, agenda governamental e práticas locais, 2011. Dissertação (Mestrado) – Escola de Administração de Empresas de São Paulo, São Paulo, 2011.e3830003


2019 ◽  
Vol 20 (44) ◽  
Author(s):  
Etienne Baldez Louzada Barbosa ◽  
Juarez José Tuchinski Dos Anjos

Neste artigo, a atenção se volta para o egodocumento Como e porque sou romancista, publicado como autobiografia, pelo brasileiro José de Alencar (1829-1877). Suas lembranças retornam ao período em que estudava no Colégio de Instrução Elementar, no Rio de Janeiro, conduzindo-nos em um relato de dois anos de duração (1840-1842). Interrogando essa empiria à luz dos conceitos de Egodocumento (VIÑAO,2000), Culturas Escolares (VIÑAO, 1995) e Cultura Material Escolar (SOUZA e PERES, 2011), o objetivo do artigo é analisar alguns vestígios da cultura material da escola e das práticas de escolarização que ela mediava na escola brasileira oitocentista conforme relatadas e significadas nesse relato autobiográfico. A hipótese é de que os elementos descritos no egodocumento de José de Alencar, ao colocarem luz sobre a escola e seu funcionamento no Oitocentos, abrem ao historiador a possibilidade de reconstituir alguns vestígios das práticas de escolarização pela mediação de uma cultura material da escola bem como de uma cultura escolar que a partir delas foi produzida.Palavras-chave: Egodocumentos. Cultura Material da Escola. Escolarização. Século XIX.


2020 ◽  
Vol 9 (18) ◽  
pp. 1
Author(s):  
Diego Mota ◽  
Juliana Maciel de Aguiar

Neste texto aborda-se as concepções de avaliação entre professores do Colégio Pedro II no Rio de Janeiro. A pesquisa teve como foco um elemento central nas práticas pedagógicas, tendo sido a análise feita com base na teoria das representações sociais. Nesse sentido, os resultados da investigação revelam um conjunto representacional de avaliação cujo caráter é somativo, classificatório e centrado em provas. Os vieses diagnósticos da avaliação são destacados por um grupo minoritário de professores e o núcleo central das representações sociais dos  docentes acerca de avaliação se aproxima dos limites presentes na cultura escolar tradicional e na estrutura institucional, os quais privilegiam o peso das provas nos processos de aprendizagem e progressão dos estudantes.Palavras-chave: avaliação da aprendizagem; prática docente; representações sociais.


2021 ◽  
Vol 26 (9) ◽  
pp. 4193-4204
Author(s):  
Eduardo Alexander Júlio César Fonseca Lucas ◽  
Rubens de Camargo Ferreira Adorno ◽  
Antonio Eduardo Vieira dos Santos ◽  
Maria Antonieta Rubio Tyrrell ◽  
Vera Lucia Rabello de Castro Halfoun

Resumo Esse artigo objetivou descrever as práticas de promoção da saúde desenvolvidas numa comunidade escolar do Município do Rio de Janeiro à luz das políticas públicas e da cultura escolar; analisar os significados atribuídos pelos escolares às práticas de promoção da saúde, a partir do cotidiano da comunidade; discutir o modelo de atenção e as práticas de promoção da saúde desenvolvidas na escola, a partir dos significados atribuídos por crianças em idade escolar. A abordagem qualitativa e etnográfica apoiada em Geertz permitiu compreender os significados emergentes acerca do tema saúde. Os resultados demonstraram a incorporação das ações de promoção da saúde no cotidiano escolar, sua interface com as políticas setoriais, e a centralidade dessas ações em aspectos normativos. Os significados reproduziram clichês médico-sanitários retratando os espaços sociais, recursos materiais, procedimentos envolvidos e atores sociais dessas ações. Destaca-se a influência da cultura local, hábitos/modos de vida na construção do conceito de saúde na coletividade estudada.


2011 ◽  
Vol 32 (115) ◽  
pp. 453-469
Author(s):  
Lorena Madruga Monteiro

Os estudos sobre a institucionalização da Sociologia no Brasil dedicaram-se aos casos centrais como São Paulo e Rio de Janeiro, em suas devidas diferenças. Entretanto, o padrão de institucionalização da Sociologia no Brasil foi a variante regional. Nesses contextos, seus precursores foram representantes das elites que definiram e reproduziram as problemáticas sociais consideradas legítimas. Essa lógica periférica da Sociologia teve no Rio Grande do Sul um caso emblemático. Refere-se ao fato de que a Cátedra de Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) foi consagrada a um representante da geração católica: Laudelino Medeiros. Desse modo, demonstra-se nesse artigo como Medeiros redefiniu seus referenciais católicos dominantes para a Sociologia que ministrou. Contou-se, para tanto, com várias fontes, privilegiando-se aquelas referentes à metodologia levantada da cultura escolar.


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