scholarly journals A tradutora e o diálogo intermidiático em Antigonick de Anne Carson

2019 ◽  
Vol 32 (1) ◽  
pp. 79-91
Author(s):  
Rodrigo Tadeu Gonçalves ◽  
Julia Nascimento

Antigonick (2012) é a tradução da dramaturga, escritora e tradutora canadense Anne Carson para a tragédia Antígona de Sófocles. No prefácio “the task of the translator of antigone”, em forma de carta/poema direcionada à personagem Antígona, aparecem comentários sobre encenações anteriores, mais especificamente sobre as montagens de Bertolt Brecht e Jean Anouilh, além da composição 4’33”, de John Cage. Este artigo pretende discutir como essas referências intertextuais e intermidiáticas contribuem para uma leitura que englobe a vasta tradição de recepção dos clássicos sem deixar de considerar as particularidades do trabalho da tradutora e do seu comprometimento com a “mulher de palavra”, Antígona. A fim de pensar o diálogo intermidiático no prefácio, utilizam-se especialmente as discussões propostas por Anne Ubersfeld no texto A representação dos clássicos: reescritura ou museu (1978) e o conceito de tradução intersemiótica presente em “Estudos interartes: conceitos, termos, objetivos” (1997) de Claus Clüver. Acredita-se que uma análise atenta do prefácio possa oferecer pistas importantes sobre o processo criativo e sobre a proposta/projeto de tradução empreendido por Carson.

2011 ◽  
Vol 2 (02) ◽  
Author(s):  
Sonia Aparecida Vido Pascolati
Keyword(s):  

Em meio ao desenrolar da Segunda Guerra Mundial e pouco após o seu fim, dois dramaturgos resgatam o mito de Antígona celebrizado pelo texto clássico de Sófocles, redesenhando o perfil da heroína e reescrevendo as motivações e o desenvolvimento da ação dramática. Jean Anouilh, adotando a perspectiva da Resistência francesa à ocupação alemã, cria em Antigone (1942) uma personagem obstinada em defender um ideal de pureza quando os demais estão dispostos a transigir em nome da manutenção da ordem. O alemão Bertolt Brecht denuncia direta e profundamente as motivações econômicas da guerra de Hitler, colocando a protagonista de A Antígona de Sófocles (1948) em franca oposição a um Creonte que claramente remete ao insano ditador alemão. As reescrituras do texto sofocliano não só emprestam novos contornos a Antígona, como também provocam uma reflexão instigante quanto ao lugar do trágico e da tragédia no mundo moderno assolado pela guerra. As novas faces de Antígona delineadas em Antigone e A Antígona de Sófocles são também novas faces do trágico, possíveis pela recontextualização do mito clássico. Portanto, neste trabalho, pretendo apontar algumas dessas novas faces surgidas a partir do resgate de uma figura mitológica em tempos de destruição da humanidade e do humano.PALAVRAS-CHAVE: tragédia; trágico; Antígona; Sófocles; Jean Anouilh; Bertolt Brecht.


2020 ◽  
Vol 25 (1) ◽  
pp. 231-245
Author(s):  
Matic Kocijančič

The article critically evaluates The Three Lives of Antigone, Slavoj Žižek’s first dramatic work. Žižek’s polemical rewriting of Sophocles’ tragedy is examined in the broader perspective of Žižek’s philosophy and other Antigones: those of Sophocles, Jean Anouilh, Bertolt Brecht and Dominik Smole. Slavoj Žižek has interpreted Sophocles’ Antigone in numerous philosophical works. In his earlier treatises, he mainly gave a cautious summary of Hegel’s, Heidegger’s and Lacan’s theses on Antigone; lately, however, Žižek’s attitude to Sophocles’ Antigone has grown decidedly negative. The main point in Žižek’s critique of Sophocles’ tragedy is that his Antigone is not an appropriate symbol of genuine social revolt. Based on this conviction, Žižek contrived his own version of Antigone with an alternative ending in which the choir carries out a revolution and condemns Antigone to death. It is argued in the article that Žižek’s dramatic project fails to convince. It is essentially a superficial apology for political violence, which can ultimately only be understood as a veiled defence of the political status quo.


Author(s):  
Reinhold Grimm
Keyword(s):  

2018 ◽  
Vol 26 (1) ◽  
pp. 46
Author(s):  
Stuart Chapman Hill
Keyword(s):  

2000 ◽  
Vol 84 (1) ◽  
pp. 77-88
Author(s):  
Antonia Rigaud
Keyword(s):  

2014 ◽  
Vol 37 (4) ◽  
pp. 219-234
Author(s):  
Carsten Jakobi

Im Rahmen seines großangelegten Tui-Projektes, des geplanten satirischen Romans über den Intellektuellen in der bürgerlichen Gesellschaft, formulierte Bertolt Brecht in den ersten Jahren der nationalsozialistischen Herrschaft – spätestens 1935 – einen skizzenhaften Abriss der Geschichte der Weimarer Republik. Wie fast das gesamte vorliegende Textmaterial des nicht ausgeführten Romanprojekts hat die Skizze fragmentarischen Entwurfscharakter, aber trotz ihrer provisorischen Form ist sie in der politischen Sache, die sie vertritt, höchst entschieden und urteilsgewiss. Am Ende des nur knapp halbseitigen Geschichtsüberblicks heißt es lapidar: ,,Die Industrie ist eine imperialistische, da Profit erzeugende, auf Militarismus angewiesene. Die unerhörte Rationalisierung wirft das Proletariat auf die Straße. Von wo es die Militärs in die Kasernen – und in die Fabriken hereinholen. Der zweite Weltkrieg steht bevor.“1 Der rhetorisch inszenierte Nachweis eines notwendigen Zusammenhanges zwischen der kapitalistischen Ökonomie, dem Ende der bürgerlichen Demokratie, dem Aufstieg des Faschismus und der Entfesselung des hier auch bereits terminologisch korrekt antizipierten Zweiten Weltkriegs ist typisch für Brechts Überzeugung, dass der Kapitalismus im Allgemeinen und der NS-Faschismus im Besonderen unausweichlich auf einen Weltkrieg zusteuerten. In dieser politischen Prognostik reaktualisiert sich die Kriegsthematik, die in Brechts gesamtem literarischen Werk geradezu eine Konstante darstellt: von seinem ersten Drama Die Bibel aus dem Jahr 1913 über die nationalistischen Kriegsgedichte des Sechzehnjährigen zu Beginn des Ersten Weltkriegs, die berühmte Legende vom toten Soldaten von 1918 bis hin zu seiner letzten Buchpublikation, der Kriegsfibel von 1955. Wie ein kurzer Überblick über die genannten Werke zeigt, ist Brechts Auffassung des Krieges alles andere als konstant, aber stets durch das Selbstbewusstsein gekennzeichnet, gültige Urteile über den Krieg zu formulieren, und dieses Selbstbewusstsein nimmt dabei mitunter, wie das Zitat aus dem Tuiroman zeigt, die Form einer zukunftsgewissen Prognose an – eine Prognostik, die sich Brecht nach 1945 auch selbst als Verdienst attestierte, oft zu Recht, wenn man an das Kapitel Deutsche Kriegsfibel der Svendborger Gedichte denkt2, zum Teil auch fälschlich, indem er etwa von seiner Mutter Courage behauptete: ,,Das Stück ist 1938 geschrieben, als der Stückeschreiber einen großen Krieg voraussah […]“3 – obwohl der Arbeitsbeginn an dem Stück tatsächlich erst vier Wochen nach dem Ausbruch des Zweiten Weltkriegs lag.4


2002 ◽  
Vol 48 (1) ◽  
pp. 180-186
Author(s):  
GEORG WÖHRLE

Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document