scholarly journals Um Modelo Alternativo para a Cognição Direta de Estados Mentais Elementares de Terceiros

2021 ◽  
Vol 9 (1) ◽  
pp. 89-125
Author(s):  
Roberto Horácio de Sá Pereira
Keyword(s):  

Meu objetivo consiste em desenvolver um modelo teórico alternativo para a cognição direta dos estados elementares de terceiros à chamada Teoria da Interação (doravante TI), também conhecida como abordagem da “segunda pessoa”. O modelo que proponho emerge de uma reformulação crítica do modelo de percepção deslocada (displaced perception) proposto por FRED DRETSKE (1995), entretanto, para o conhecimento introspectivo dos próprios estados mentais. Contra Dretske (1995), sustento, primeiro, que o conhecimento das emoções básicas não depende de crenças chamadas “crenças conectivas” que sugerem, contra o ele mesmo pretende, uma indução empírica. Ademais, contra Dretske, sustento que nenhuma meta-representação (representação de segunda ordem de uma representação de primeira ordem como uma representação) está envolvida no processo, mas apenas conceitos bastante rudimentares das emoções de terceiros: contentamento e descontentamento. A rigor, todos os dados e achados empíricos oriundos da psicologia do desenvolvimento apoiam apenas a hipótese de que criança em fase pré-linguística compreende perceptualmente (ou seja, de forma não mediada por inferências) expressões faciais básicas de contentamento e descontentamento. A minha proposta alternativa consiste então no seguinte. A percepção direta dos estados mentais elementares de terceiros não é uma percepção em sentido usual do termo segundo o qual percebemos coisas, mas uma “percepção de fatos”. Mas como entende-la? Ela nada mais é do que um processo epistemológico ao mesmo tempo automático e confiável. É confiável no sentido externista-epistemológico de não envolver nenhuma inferência, reflexão, teorização ou justificativa epistêmica: a percepção do bebê da expressão facial do descontentamento da mãe (percepção usual de algo) não constitui nenhuma razão em favor da “crença” que a mãe está descontente. A própria palavra “crença” não deve ser entendida no sentido usual, mas no sentido de uma inclinação natural pela verdade. Mas é ao mesmo tempo automático porque a crença é a resultante ou output de um processo inteiramente subliminar de natureza computacional. Assim, por exemplo, uma criança percebe que a sua mãe está descontente (fact-awareness) ao perceber de forma consciente (“percepção” em sentido usual) a expressão facial de descontentamento (input sensorial), mas reconhece que a mãe está descontente como o resultado (output) de um processo inteiramente subliminar.

1993 ◽  
Vol 23 (4) ◽  
pp. 619-630
Author(s):  
Hugh J. McCann

Most philosophers of action have seen little or no connection between the individuation of action and questions of freedom and responsibility. Is this a mistake? According to a recent suggestion by Fred Dretske it may be. Dretske views overt actions not as observable events with a distinctive sort of causal history, but rather as causal sequences, in which a distinctive sort of inner cause produces the appropriate outcome. So when Jimmy voluntarily wiggles his ears, the motion of his ears is not his action; it is only a component of the action, its result. The entire action consists in an event-causal sequence wherein an inner event C causes the result: it is C’s causing the motion of Jimmy’s ears.


Dialogue ◽  
1996 ◽  
Vol 35 (1) ◽  
pp. 93-108 ◽  
Author(s):  
D. D. Todd

These two books are Volumes 1 and 2 of a three-volume work; the projected third volume, Warranted Christian Belief, has yet to be published. In the first volume, Warrant: The Current Debate, Plantinga surveys the current chaos in epistemology stemming from the breakdown of classical foundationalism and examines critically the efforts of several contemporary philosophers to introduce some order into the field, most particularly Roderick Chisholm, William Alston, John Pollock, Laurence BonJour and, to a lesser extent, others such as Richard Foley, Fred Dretske and Alvin Goldman. In this volume, Plantinga is trying not only to put out of play the views he rejects but also to provide the reader with anticipations of his own views in Warrant and Proper Function. Although there is an immense amount of overlap between these books, and there is much cross-referencing, they are not continuous; each can be read entirely independently of the other. Even should, through some misfortune, the projected third volume fail to be written, these two volumes are certain to stand for a long time as exceptionally important works. Warrant and Proper Function, in particular, is likely to generate a veritable Niagara of Ph.D. theses in a field many had come to see as having reached the point of diminishing nits.


1991 ◽  
Vol 40 ◽  
pp. 31-35
Author(s):  
Keith Lehrer ◽  
Keyword(s):  

Author(s):  
Andrés Jaume

El presente artículo examina las diferentes teorías del contenido mental de Dretske y su relación con sus consideraciones epistemológicas para concluir que el hecho de conceptualizar o albergar un determinado contenido es ya un tipo de conocimiento, a saber, conocimiento animal. A continuación el autor discute dicho enfoque sosteniendo, a diferencia de Dretske, que mantener la dicotomía entre conocimiento animal y conocimiento reflexivo resulta virtuosa pues mantiene tanto aquello que puede ser naturalizado apelando a la Historia natural como da razón de las practicas justificatorias que intervienen en el denominado conocimiento reflexivo y que a su juicio es irrenunciable e irreductible.


Disputatio ◽  
2005 ◽  
Vol 1 (18) ◽  
pp. 151-177 ◽  
Author(s):  
Andrew Bailey

Abstract This paper critiques the representationalist account of qualia, focussing on the Representational Naturalism presented by Fred Dretske in Naturalizing the Mind. After laying out Dretske’s theory of qualia and making clear its externalist consequences, I argue that Dretske’s definition is either too liberal or runs into problems defending its requirements, in particular ‘naturalness’ and ‘mentalness.’ I go on to show that Dretske’s account of qualia falls foul of the argument from misperception in such a way that Dretske must either admit that his kind of qualia have nothing at all to do with what mental life subjectively feels like, or that veridical perception involves qualia and misperception does not.


Author(s):  
Mohan Matthen

Vision is organized around material objects; they are most of what we see. But we also see beams of light, depictions, shadows, reflections, etc. These things look like material objects in many ways, but it is still visually obvious that they are not material objects. This chapter articulates some principles that allow us to understand how we see these ‘ephemera’. H.P. Grice’s definition of seeing is standard in many discussions; here I clarify and augment it with a criterion drawn from Fred Dretske. This enables me to re-analyse certain ephemera that have received counter-intuitive treatments in the work of Kendall Walton (photographs), Brian O’Shaughnessy (light), and Roy Sorenson (occlusions).


2013 ◽  
Vol 25 (36) ◽  
pp. 305
Author(s):  
João Antonio De Moraes ◽  
Maria Eunice Quilici Gonzalez
Keyword(s):  
De Se ◽  

Este artigo tem por objetivo apresentar e discutir a sugestão de Fred Dretske (1995) para analisar o problema dos qualia. Tal problema, caro à Filosofia da Mente, ficou conhecido pela discussão desenvolvida por Thomas Nagel em seu clássico artigo What is it like to be a bat. Nesse artigo, Nagel (1974) postulou a impossibilidade de se conhecer, em perspectiva de terceira-pessoa, os aspectos da experiência humana. Ele considera que, mesmo após as descrições objetivas da experiência de um sujeito, escapariam ainda aspectos qualitativos, fundamentais para se caracterizar os qualia. A partir de sua Tese Representacionista da mente, Dretske argumenta que seria possível dissolver esse problema se admitirmos que a mente é a face representacional do cérebro, a natureza dos qualia seria, assim, representacional. Nesse contexto, os fatos mentais relacionados às experiências seriam fatos representacionais: se conhecermos a natureza desses fatos representacionais conheceremos também a experiência do sistema que a representa. Diante de tal entendimento, discutimos em que medida a proposta dretskeana constitui (ou não) uma alternativa ao problema dos qualia.


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