scholarly journals A favor e contra o método: a tensão entre racionalismo e anarquismo epistemológico na controvérsia entre Big Bang e Estado Estacionário

2020 ◽  
Vol 37 (3) ◽  
pp. 1250-1277
Author(s):  
Alexandre Bagdonas
Keyword(s):  
Big Bang ◽  
De Se ◽  

Dado o crescimento de visões ingênuas e críticas à ciência e sua autoridade, é natural que se questione as propostas educacionais que possam fomentar ainda mais um relativismo. Tendo em vista esse risco, com base em estudos sobre história da cosmologia na primeira metade do século XX, argumenta-se a pertinência de se incluir controvérsias sobre a natureza da ciência na educação científica. Para isso, são apresentadas e discutidas duas visões antagônicas de filósofos da ciência sobre a mudança das teorias científicas: o racionalismo crítico de Imre Lakatos e o anarquismo epistemológico de Paul Feyerabend. Elas foram empregadas para criar duas sínteses de obras sobre a história da cosmologia: primeiro uma reconstrução racional da história e em seguida uma história com maior espaço para a pluralidade de teorias, incluindo a presença de fatores usualmente considerados não racionais na ciência. Como conclusão, se propõe que este tipo de controvérsia tem potencial para evitar que continuem aumentando visões ingênuas sobre a ciência, tanto baseadas em uma confiança excessiva na autoridade de especialistas, quanto de uma radicalização da desconfiança de qualquer autoridade.

Andamios ◽  
2008 ◽  
Vol 4 (8) ◽  
pp. 185 ◽  
Author(s):  
Leonarda García Jiménez

En el siguiente artículo, se propone una aproximación al concepto de ciencia, aproximación que resulta valedera para el ámbito de lo social, históricamente menos desarrollado que el natural. Es probable que esta situación se deba, en parte, al menor grado de consenso que los científicos sociales han alcanzado en cuestiones epistemológicas fundamentales. Por ello, es el objetivo principal de este artículo desarrollar una propuesta básica para esbozar una definición conceptual genérica a partir de los su- puestos defendidos por algunos filósofos de la ciencia, concretamente, por Karl R. Popper, Thomas Kuhn, Imre Lakatos y Paul Feyerabend.


2017 ◽  
Vol 1 (2) ◽  
pp. 11-14
Author(s):  
Hernán Rivadeneira Játiva
Keyword(s):  

Como Paul feyerabend señala en la presentación de su famoso libro Tratado contra el método, cuando hace referencia a la ausencia de su amigo y contradictor, Imre Lakatos, a quien su obra estaba destinada, “falta la parte más importante: la réplica de la persona a la que va dirigido”. La iniciativa del Colegio de Abogados de Pichincha de impulsar una revista jurídica, a través de su Academia, tiene un solo objetivo: generar el debate


Revista Thema ◽  
2019 ◽  
Vol 16 (1) ◽  
pp. 24
Author(s):  
Marcos Gervânio de Azevedo Melo ◽  
Marcos Cesar Danhoni Neves ◽  
Sani De Carvalho Rutz da Silva
Keyword(s):  
De Se ◽  

Este trabalho tem o objetivo de analisar excertos de músicas que possam refletir visões de ciências e proporcionar contribuições ao processo de Alfabetização Científica e Tecnológica (ACT) no Ensino de Ciências. Foram contempladas duas músicas do Raul Seixas, cuja análise buscou seguir as recomendações de Bardin (2011). A oportunidade de se refletir sobre visões de ciências, com a utilização de músicas, entremostra uma possibilidade incomensurável ao Ensino de Ciências, pois o conteúdo epistemológico pode ser valorizado e proporcionar uma visão mais ampla e mais adequada do conhecimento científico, contribuir para o entendimento da produção e evolução da ciência, mitigar as imagens estereotipadas sobre a figura dos cientistas e favorecer, assim, a ACT dos estudantes.


2019 ◽  
Vol 27 (4) ◽  
pp. 43
Author(s):  
Juliano de Souza
Keyword(s):  

A partir da localização do debate epistemológico da Educação Física brasileira frente aos ímpetos de desenvolvimento mais marcantes dessa agenda em escala internacional, irei, de um ponto de vista metacientífico, reunir argumentos em favor da ideia de que a Educação Física não só possui um objeto investigativo delimitado como também se configura como ciência aplicada do movimento humano. Nesse percurso, vou sugerir que o movimento humano pode ser reconduzido ao centro do debate epistemológico da área, no propósito de se estabelecer um “consenso mínimo” para orientar a atividade científica e as ações pedagógicas no campo da Educação Física. Em termos mais específicos, o que eu tentarei fazer ao longo do manuscrito é reabilitar, por um lado, o movimento humano como “núcleo duro” e, de saída, não-refutável, do grande programa de pesquisa da Educação Física mundial. Por outro lado, situarei no âmbito do “cinturão protetor” refutável que envolve o referido “núcleo”, uma série de hipóteses auxiliares que, ao serem perspectivadas relacionalmente a partir de critérios de demarcação metodológicos e históricos, permitem não só reconhecer atualmente a Educação Física na condição de ciência aplicada, como também representam uma transferência progressiva de problemas no domínio do programa de pesquisa em questão. Subjacente a essa estrutura analítica, repousa, em linhas gerais, os esforços sintéticos de Imre Lakatos e, sobretudo, de Pierre Bourdieu no sentido de apresentarem, cada qual ao seu modo, uma solução ao debate instalado no campo da Filosofia da Ciência entre Popper e Kuhn. Na esteira dessa argumentação, concluo que as “revoluções regionalistas” no campo da Educação Física não puderam emergir como “revoluções simbólicas” bem-sucedidas, muito embora tenham lançado contributos significativos para que um “projeto criador” dessa natureza possa ou não futuramente vigorar.


2015 ◽  
Vol 8 (2) ◽  
Author(s):  
Neusa Teresinha Massoni ◽  
Marco Antonio Moreira

Este texto busca apresentar uma visão epistemológica contemporânea da ciência. Tradicionalmente, na epistemologia da ciência, destacam-se as conjeturas e refutações de Karl Popper, os programas de pesquisa de Imre Lakatos, os paradigmas de Thomas Kuhn, as populações de conceitos em evolução de Stephen Toulmin, o anarquismo de Paul Feyerabend e outras visões de certos autores sobre a natureza da ciência. Além disso, discute-se muito a questão da relevância ou não de critérios de demarcação entre ciência e não ciência. No entanto, Isabelle Stengers, em sua perspectiva contemporânea, vê a ciência desde uma óptica crítica, política, sociológica, sem defender que a ciência seja singular ou superior em relação a outras áreas de conhecimento, mas reconhecendo que é uma construção humana com características próprias que incluem matizes políticas e sociais. A ciência não é “pura” ou “dura”, mas também não é apenas mais uma área de construção do conhecimento humano.


2020 ◽  
Vol 8 (1) ◽  
Author(s):  
Francisco José De Figueiredo ◽  
Levy Aquino De Oliveira
Keyword(s):  

A ciência, como uma entre várias formas do saber, se destaca por apresentar rigorosos métodos de investigação da realidade objetiva. Conhecer a natureza da ciência, suas potencialidades e limites, é pré-requisito para distingui-la de formas rivais de conhecimento e avaliar sua eficácia. Isto contribui para uma análise crítica de diferentes propostas difusas na sociedade como tentativas para descrição e explicação do mundo físico. Entre elas estão àquelas ligadas às origens, como a história da biodiversidade no planeta Terra. Nesse artigo, a demarcação entre ciência e não ciência é explorada. Uma vez que há diferentes tipos de ciências (“hards” and “softs), com diferentes metodologias, a questão demarcatória permanece problemática. O critério de vulnerabilidade se apresenta como eficiente nas ciências históricas em que os indivíduos naturais recebem papel importante. Porém, justificativas subjacentes podem levar a uma condição de indesejável regressão infinita. Com o intuito de se avaliar o status científico da teoria evolutiva, aspectos conceituais são apresentados comparativamente em contexto histórico e filosófico, desde o início da Neosíntese até sua atual versão estendida. Grandes transições e rupturas epistemológicas são discutidas e seus impactos, avaliados. Dentro da metodologia encaminhada por Imre Lakatos, a teoria evolutiva constitui um programa de investigação científica progressivo, gerando diversas predições testáveis e acumulando evidências. A teoria tem sofrido reformulações recentes acomodando diversas novidades, entre elas a revolução da biologia molecular e biologia do desenvolvimento. Apesar das controvérsias e do polifiletismo conceitual quanto aos processos evolutivos envolvidos, a Neosíntese mostra-se resiliente, permanecendo como a melhor explicação para a história da biodiversidade no planeta Terra.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document