scholarly journals MARES E TARTARUGAS VERDES: ANÁLISE DE ENCALHES DE CHELONIA MYDAS NO LITORAL DE FORTALEZA

2021 ◽  
Author(s):  
Arthur José Cavalcante Gois ◽  
Ívina Leal Dos Santos

Introdução: O Instituto Verdeluz é uma ONG ambientalista que atua na cidade de Fortaleza e região metropolitana, contendo 4 projetos. Um destes projetos é o GTAR, que atua na pesquisa e conservação com as cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no litoral brasileiro, sendo elas Tartaruga-Verde (Chelonia Mydas), Tartaruga-de-Pente (Eretmochelys imbricata), Tartaruga-de-Couro (Dermochelys coriácea), Tartaruga-Oliva (Lepidochelys olivácea) e Tartaruga-Cabeçuda (Caretta caretta). Ainda que em diferentes níveis, estas espécies são classificas como ameaçadas, sendo a Tartaruga-Verde, objeto de estudo deste projeto, classificada como vulnerável e em perigo, segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), respectivamente. Estes animais são conhecidos por sua migração entre áreas de alimentação, reprodução e nidificação, sendo o litoral Cearense utilizado principalmente na alimentação e ovoposição. Objetivo: O presente estudo visou analisar os encalhes de Chelonia mydas no litoral de Fortaleza, afim de fomentar práticas de conservação da espécie e indicar características de praias e da espécie que aumentam as chances de encalhes. Material e Métodos: Foram utilizados metadados coletados pelo Instituto Verdeluz entre 2016 e 2018, sendo eles: data, horário e local do encalhe, medidas de tamanho (largura e comprimento do casco), sexo (masculino, feminino ou indefinido), faixa etária (filhote, juvenil ou adulto) e estado do indivíduo, totalizando 48 ocorrências. Através do programa BioEstat, foram realizadas análises de distribuição e correlação entre os dados da ocorrência e as características das praias no momento do encalhe. RESULTADOS: Os resultados apontaram que fêmeas tem maior probabilidade de encalharem do que os machos e os indivíduos sexo indefinido. A localização do encalhe nas praias de Fortaleza não causa uma alteração significativa no número de encalhes, uma vez que todas possuem grau de proximidade e formações arenosas semelhantes. A maré e o tamanho do casco influenciam diretamente no número de encalhes, pois ambos dificultam a volta do animal para o mar. Conclusão: Projetos de pesquisa e conservação sobre tartarugas marinhas, como o GTAR-Verdeluz, mostram-se essenciais para a conservação da espécie, pois o conhecimento mais profundo das ameaças a espécie nos permite realizar atividades de conservação mais eficazes.

Author(s):  
Leticia Koproski ◽  
Órion Pedro da Silva ◽  
Caio Alexandre Maciel Santos ◽  
Andrei Manoel Brum Febrônio ◽  
Fábio Teles de Santana ◽  
...  

Em um intervalo de quatro anos, a prevalência da fibropapilomatose em tartarugas encalhadas em uma região do nordeste do Brasil compreendida entre o sul de Alagoas e o norte da Bahia foi de 16% em Chelonia mydas, 2% em Caretta caretta e 0,6% em Lepidochelys olivacea. C. mydas acometidas apresentaram biometria média de 0,49m de Comprimento Curvilíneo da Carapaça - CCC. Machos e fêmeas foram igualmente acometidos, numa média de 22%. Pela análise de 1231 registros fotográficos, a média foi de 13 tumores por C. mydas. Nessa espécie 76,77% dos tumores foram registrados na parte anterior do corpo, 17,97% na região posterior, 4,12% na carapaça e plastrão e 1,0% nos globos oculares. Não foram registrados tumores na cavidade oral. C. mydas foram em sua maioria moderadamente afetadas pela doença. L. olivacea acometida apresentou biometria média de 0,69m de CCC. Machos e fêmeas foram atingidas numa média de 1,0%. Os tumores em L. olivacea foram observados na porção anterior e posterior do corpo. Somente um indivíduo do sexo masculino de C. caretta, com biometria de 1,03m de CCC apresentou sinal da doença. A C. caretta apresentava um tumor externo pedunculado na região cervical, de tamanho entre 1,1cm e 4,0cm de diâmetro. As prevalências da fibropapilomatose em Eretmochelys imbricata e Dermochelys coriacea foram de 0,0%. A prevalência da fibropapilomatose em C. mydas segue padrões encontrados para a costa brasileira. No entanto, a doença se manifesta com severidade levemente superior a encontrada no litoral da região sudeste do país.


2020 ◽  
Vol 5 (3.1) ◽  
pp. 300-314
Author(s):  
Renato Enrique Arízaga Medina ◽  
Luis Eduardo Cárdenas Pasato

En muchas playas del mundo las actividades antropogénicas coexisten con los procesos naturales de las especies silvestres. En Ecuador las tortugas marinas no son la excepción, especies como: Laúd (Dermochelys coriacea), Boba (Caretta caretta) y Golfina (Lepidochelys olivacea) se ubican en la categoría de Vulnerables según la UICN; la Tortuga Verde (Chelonia mydas) En Peligro; las Tortuga Carey (Eretmochelys imbricata) y Bastarda (Lepidochelys kempii) En Peligro de Extinción. Debido a la vulnerabilidad de estos organismos, como resultado de las actividades humanas, el presente estudio evalúa uno de los factores que inciden en los procesos de anidación de estas tortugas, la incidencia de la luz artificial en cuatro playas del Cantón Puerto López, Manabí, como un elemento que impacta en la anidación y la alteración de los desplazamientos de los neonatos hacia el océano. Los resultados alcanzados en este estudio muestran que distintas zonas de paya tienen barreras contra la luz, siendo éstas de origen antrópico o natural favoreciendo a las distintas especies de tortugas que puedan anidar en estos lugares.


Author(s):  
Marta Jussara Cremer ◽  
Thiago Felipe De Souza ◽  
Isabela Guarnier Domiciano ◽  
Daphne Wrobel Goldberg ◽  
Juçara Wanderlinde

O litoral de Santa Catarina constitui uma importante área de alimentação para tartarugas marinhas na costa do Brasil. Há poucas informações sobre esses quelônios na região, principalmente no litoral norte do Estado, que compreende o trecho entre os municípios de Itapoá e Barra do Sul, incluindo o estuário da Baía Babitonga. Oito estudos foram identificados na revisão realizada, sendo que a grande maioria constitui trabalhos acadêmicos. Cinco espécies foram registradas: a tartaruga-verde (Chelonia mydas), a tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), a tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), a tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e a tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea). Chelonia mydas é a espécie mais abundante e para a qual há mais informações, incluindo dados sobre dieta, ingestão de lixo, prevalência de fibropapilomatose e contaminação. Esta também é a única espécie que ocorre no interior da Baía Babitonga. Caretta caretta é a segunda espécie com maior número de encalhes. Eretmochelys imbricata, L. olivacea e D. coriacea têm poucos registros na região, o que sugere que este não constitui habitat característico para estas espécies. A conservação destas espécies na região depende da preservação dos habitats de alimentação e da implementação de medidas que reduzam os efeitos diretos e indiretos de atividades de dragagem, assim como os de outras ameaças antrópicas, incluindo a poluição e interação com diferentes pescarias.


Author(s):  
Monica Brick Peres ◽  
Rafael de Almeida Magris ◽  
Katia Torres Ribeiro

É com grande satisfação que apresentamos a primeira validação científica do conjunto de avaliações conduzidas pelo ICMBio, neste número “Avaliação do Estado de Conservação das Tartarugas Marinhas”. Trata-se de uma avaliação para as populações em território brasileiro de espécies que ocorrem globalmente e, segundo a UICN (2001), essas avaliações são consideradas “avaliações regionais” Parabenizamos Maria Ângela Marcovaldi (TAMAR/ICMBio), coordenadora de táxon e Alexsandro Santos (Fundação Pró-TAMAR), ponto focal para o grupo, pelo intenso trabalho refletido nos cinco artigos a seguir. Não existem avaliações consistentes sem o trabalho, a disponibilidade e o entusiasmo dos especialistas para disponibilizar e sintetizar o conhecimento sobre cada espécie, tornando-o coletivo. Após a avaliação do estado de conservação das espécies segue-se o processo de revisão que se concentra-se na verificação de coerência entre informações científicas trazidas e a categoria proposta, bem como na clareza da informação consolidada para aplicação dos critérios. Esse formato atende a orientação da UICN de validação por profissionais não envolvidos nas análises. Por isso, agradecemos aos revisores anônimos pela dedicação à essa tarefa. As próximas páginas deste número contam que as tartarugas, originalmente tão abundantes na costa brasileira, foram quase totalmente dizimadas nos últimos cem anos, o que levou à avaliação das cinco espécies como ameaçadas de extinção, em diferentes categorias: a tartaruga- verde (Chelonia mydas), avaliada como “Vulnerável”; a tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) e a tartatura-oliva (Lepidochelys olivacea) como “Em Perigo”; a tartaruga-de-pente (Eretmochelis imbricata) e a tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) como “Criticamente em Perigo”. Quando a equipe do TAMAR começou a trabalhar no final da década de 70, muitos pescadores jovens jamais tinham visto um filhote de tartaruga... Na época, o principal impacto era o consumo humano de carne e ovos de tartaruga. O trabalho dedicado e qualificado do Projeto TAMAR ao longo de 30 anos transformou essa realidade no Brasil. O consumo humano de tartarugas marinhas, diferente das tartarugas continentais, praticamente não existe mais. O aumento gradual do número de ninhos nas principais áreas de desova são a prova da mudança de costumes, que não se deu em um esquema de repressão, mas a uma adesão da população ao programa de conservação com atividades que incluem alternativas de renda e intenso envolvimento nas atividades de manejo de praia. Desde então os desafios passaram a ser outros. Nas praias, a expansão urbana e o turismo desordenado ameaçam os habitats essenciais de nidificação. No mar, o esforço e o poder de pesca aumentaram drasticamente nos últimos anos e causam a morte de milhares de tartarugas por captura incidental nos anzóis e redes de pesca, como documentado nos artigos a seguir, tornando-se tema de pesquisa e monitoramento essencial para entender os danos e apoiar a elaboração de políticas públicas e propostas de ordenamento pesqueiro. Uma vez que as tartarugas podem levar 30 anos para atingir a maturidade sexual e chegar até as praias para desovar, não há como saber ainda qual é o impacto da pesca sobre cada espécie. Só saberemos isso daqui a muito tempo, e desde que se mantenha a obtenção de informação qualificada tanto nas praias como nas pescarias, e claro, par e passo com as ações de conservação e manejo. As tartarugas dessas espécies vivem muitos anos, provavelmente mais de cem! Isso faz com que a capacidade de reposição populacional seja muito, muito lenta. Perguntamo-nos se nossos filhos teriam tido a chance de conhecer tartarugas marinhas na costa brasileira se não fosse pelo trabalho de conservação e pesquisa capitaneado pelo TAMAR. Também é o caso de nos questionarmos se nossos bisnetos e tataranetos conhecerão esses seres que sobreviveram a tantas transformações da Terra, tantas oscilações climáticas naturais e antrópicas e suas consequências nos mares e terras, se não conseguirmos controlar e ordenar o desenvolvimento costeiro e o da pesca no país. Por isso tudo, essa síntese é tão importante. E por isso, o trabalho de avaliação é tão empolgante. Agradecemos a todos o trabalho realizado, que deve se seguir da avaliação de diversos outros grupos da biota brasileira. Trabalho este que só fará sentido se vier a apoiar o debate, a definição de políticas públicas, a tomada de decisão pela sociedade que, torcemos, opte, sempre que houver discernimento, pela coexistência do ser humano com as demais espécies do planeta. E por estas razões optamos pela publicação integral das informações que levaram à proposição das categorias de estado de conservação, de modo a permitir a construção continuada do conhecimento e o debate, essencial à ciência, à conservação e à cidadania. Agradecimentos Por se tratar do primeiro número de Biodiversidade Brasileira, além dos agradecimentos acima, consideramos fundamental reconhecer o belo trabalho de Denys Márcio de Sousa, na diagramação e arte da capa da revista e dos artigos do número temático.


2020 ◽  
Vol 49 (2) ◽  
pp. 132-139 ◽  
Author(s):  
Catherine Riaux-Gobin ◽  
Andrzej Witkowski ◽  
John Patrick Kociolek ◽  
Damien Chevallier

AbstractEpizoic diatom communities were studied on four turtle species (Chelonia mydas L., Eretmochelys imbricata L., Lepidochelys olivacea Eschscholtz and Dermochelys coriacea Vandelli) from the Eastern Caribbean, the Equatorial West Atlantic and the South Pacific. In the present study, we focused on one taxon of Navicula Bory de Saint-Vincent, described here as a new taxon, which was found on seven individuals of Dermochelys coriacea and one individual of Lepidochelys olivacea in French Guiana. The new Navicula taxon was found neither on Chelonia mydas (83 specimens examined) nor Eretmochelys imbricata (13 specimens examined). Furthermore, the new taxon appears to have a restricted biogeography, as so far it has only been reported from French Guiana. A species of Navicula is reported for the first time as a supposedly exclusive epizoic taxon. Navicula dermochelycola sp. nov. is characterized in detail; its ultrastructure is described and compared with other members of Navicula.


2021 ◽  
Vol 16 (4) ◽  
pp. 521-538
Author(s):  
Raísa da Silva Costa Rêgo ◽  
Eric Azevedo Cazetta ◽  
Caio Henrique Gonçalves Cutrim ◽  
Amanda Soares Miranda ◽  
Ana Paula Albano Araújo ◽  
...  

The south-western region of the Atlantic Ocean has feeding and nesting areas for the five species of sea turtles registered in Brazil, which are in different degrees of extinction threat, mainly due to anthropogenic factors. Fishing and the ingestion of solid waste, were identified as causing stranding and the mortality of sea turtles. In this work, data from the monitoring of beaches in the Municipalities of Macaé and Rio das Ostras, important oil zone in Brazil, in the north-central region of the State of Rio de Janeiro, were used in order to analyse the effects of seasonality on the sea turtle stranding. The monitoring was carried out daily from September 2017 to June 2019, in a study area covering 23.8 km long beach. Stranding data were obtained from active (n = 126) and passive (n = 66) monitoring of beaches and included the records of Chelonia mydas (n = 151), Caretta caretta (n = 23), Lepidochelys olivacea (n = 14), Dermochelys coriacea (n = 2) and Eretmochelys imbricata (n = 1). The largest stranding record occurred in the summer (n = 61) and spring (n = 60), a period compatible with the reproductive season of the species. The results obtained in this study emphasise the importance of the analysis of strandings of sea turtles, which provide relevant data on the biology of the group, the intra and interspecific dynamics and the state of conservation of these animals.


2016 ◽  
Vol 53 (3) ◽  
pp. 211-223 ◽  
Author(s):  
M. R. Werneck ◽  
R. J. Da Silva

SummaryThis paper presents a list of parasites described in sea turtles from the Neotropical region. Through the review of literature the occurrence of 79 taxa of helminthes parasites were observed, mostly consisting of the Phylum Platyhelminthes with 76 species distributed in 14 families and 2 families of the Phylum Nematoda within 3 species. Regarding the parasite records, the most studied host was the green turtle (Chelonia mydas) followed by the hawksbill turtle (Eretmochelys imbricata), olive ridley turtle (Lepidochelys olivacea), loggerhead turtle (Caretta caretta) and leatherback turtle (Dermochelys coriacea). Overall helminths were reported in 12 countries and in the Caribbean Sea region. This checklist is the largest compilation of data on helminths found in sea turtles in the Neotropical region.


Author(s):  
Cyntia Mizobe Alcívar ◽  
Manuel Contreras López

A partir de una interpretación de imágenes satelitales se identifican 69 playas de arena que reúnen las condiciones para la anidación de tortugas marinas a lo largo del litoral continental de la provincia de Manabí. Posteriormente se realizó una búsqueda bibliográfica extendida a información gris sobre antecedentes de anidación en el área de estudio, desde 1968 a enero de 2014. Los antecedentes bibliográficos se complementan con avistamientos inéditos de arribos y el registro de más de 500 nidos. Fue necesario confeccionar un listado con los nombres de las playas de arena del litoral de Manabí. Se pudo comprobar que 22 sitios identificados con un total de 32 km de longitud, son efectivamente de anidación al menos de Eretmochelys imbricata (carey), Chelonia mydas (verde) y Lepidochelys olivacea(golfina), las únicas tres especies cuya anidación es confirmada en la provincia. Además se discute la posible anidación de Dermochelys coriacea (laúd). No se registra el comportamiento de arribadas de Lepidochelys olivacea, sin embargo, la frecuencia con que ocurre la anidación es relevante.  Palabras clave: Playas de Arena, Dermochelys coriacea, Eretmochelys imbricata, Chelonia mydas, Lepidochelys olivacea


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