scholarly journals A DESCONSTRUÇÃO DO MAL: A RELAÇÃO ENTRE “A BELA ADORMECIDA” E “MALÉVOLA”

2016 ◽  
Vol 19 (1) ◽  
Author(s):  
Rosane Maria CARDOSO ◽  
Viviane Da Silva DUTRA

Os contos de fadas são remanescentes dos antigos contadores de histórias que narravam para nobres e plebeus. Esses contos permaneceram em nossa literatura, sendo modificados à medida que os anos passavam. Um exemplo é a história da “Bela Adormecida” que possui três versões distintas escritas por Giambattista Basile, Charles Perrault e os Irmãos Grimm. Contudo, sua essência sempre foi mantida. O conto foi adaptado para o cinema em 1959, pela Disney, focando na maldição lançada na princesa e na luta entre o bem e o mal, representados pelo príncipe e pela bruxa, e em 2014, no filme “Malévola”, no qual o foco é a “vilã”, uma fada que passou da luz às trevas devido a uma profunda desilusão. Esta personagem é o foco de nossa discussão, refletindo sobre seu desenvolvimento a partir do mito da Bela Adormecida.

2019 ◽  
Vol 15 (1) ◽  
pp. 01-18
Author(s):  
Joel Victor Reis Lisboa

O presente trabalho tem como objetivo geral investigar a possível suavização de conteúdos originalmente violentos em uma versão mais antiga e uma mais recente do conto A Bela Adormecida, sendo elas: 1) Sole, Luna e Talia (1634), escrito pelo italiano Giambattista Basile (1575?-1632) e  a releitura do mesmo conto, intitulada La Belle au bois dormant (1697), escrita pelo francês Charles Perrault (1628-1703). Ademais, temos como objetivos específicos explorar o contexto socio-histórico das duas versões do conto em questão, assim como levantar variáveis que possam ter contribuído para a eventual ressignificação dos dados referentes à violência. Como procedimentos metodológicos, primeiramente foi feita a leitura da tradução do conto mais antigo, com o intuito de identificar e coletar as manifestações de violência e, em seguida, realizamos a leitura da versão mais recente, a fim de entender a ressignificação dos dados referentes à violência. Na sequência foi feita a exposição de modificações identificadas a partir da leitura das duas versões do conto e, por fim, fizemos a revisão da literatura afim de explorar o panorama sócio-histórico em busca de possíveis variáveis que contribuíram para a eventual suavização de tais conteúdos de teor violento. De acordo com Darnton (1988, p. 26), “os contos populares são documentos históricos, surgiram ao longo de muitos séculos e sofreram diferentes transformações, em diferentes tradições culturais”. Em vista disso, é relevante que haja estudos exploratórios que busquem explicações para essas modificações nos elementos que compunham os contos originais fazendo relações com os momentos históricos a que as diferentes versões dos contos de fadas pertencem. Esperamos por meio desse trabalho estimular a reflexão sobre a relação entre sociedade e produção literária em diferentes momentos da história.


2020 ◽  
Vol 40 (2) ◽  
pp. 7-24
Author(s):  
Cristina Mazzoni

When Charles Perrault adapted his French “Puss in Boots” from earlier Italian versions by Giovan Francesco Straparola and Giambattista Basile, he made his feline protagonist a male. The cat, however, was grammatically gendered as feminine in the Italian versions, and several critics have speculated on the reasons for the French author’s change—regarded as purely ideological. This essay examines the cat’s gender in these three tales, and Perrault’s change, from a philological as well as a feminist perspective, with an emphasis on the gender of the dying parent at the beginning of the story: a father in Basile and Perrault, but a mother with a cat-like name in Straparola.


Author(s):  
Adriana Aparecida de Jesus Reis ◽  
Maria Celeste Tommasello Ramos

Estudo comparativo entre a narrativa maravilhosa, conhecida como “Cagliuso”, presente na obra Pentamerone, do italiano Giambattista Basile (1566-1632), e “Mestre gato ou o gato de botas”, do francês Charles Perrault (1628-1703), que, segundo Coelho (1991), foi inspirada na narrativa italiana de Basile, mas não existem comprovações históricas do contato do escritor francês com os textos do escritor italiano. Com base nas considerações de Darnton (1986), Mendes (2000) e Samoyault (2008), entre outros, verificamos os pontos em comum e as divergências para compreender se há bases para a afirmação de que o conto de Perrault seria uma releitura intertextual do conto de Basile.


2017 ◽  
Vol 8 ◽  
pp. 79-91
Author(s):  
David Sales Barbosa

Este trabalho analisa contos da Baixa Idade Média e da Idade Moderna provenientes da Inglaterra, da Itália, da França e da Alemanha, narrativas advindas de antologias como o Pentamerone, de Giambattista Basile, os Contos de Mamãe Gansa, de Charles Perrault, e os Contos de Grimm, dos irmãos Jacob e Wilhelm Grimm. A pesquisa tem como objetivo explicitar, nas narrativas, elementos medievais que transpassaram o medievo ou que influenciaram contos redigidos no estopim da “modernidade”, além de buscar apresentar as diferenças e semelhanças entre os contos e perceber, por meio de uma análise discursiva e da transição dos períodos históricos, os retoques e as mudanças de discursos, de acordo com local, época e interesses que as redes discursivas de tais períodos buscavam propagar.


2020 ◽  
pp. 136-155
Author(s):  
Ana Alice Silva Pereira ◽  
Lilliân Alves Borges
Keyword(s):  

Este artigo trabalha a aproximação de dois textos, o conto Barba Azul (2010), de Charles Perrault, e Sin City (2012), narrativa gráfica de Frank Miller. São narrativas publicadas em períodos distintos e pertencentes a mídias distintas, mas que, em dado momento, apresentam a organização de um espaço muito semelhante: um aposento em que, na primeira história, há a exibição de corpos de mulheres mortas e, na segunda, a exibição de suas cabeças, tais como troféus de caça. O que teriam esses espaços em comum? A discussão busca, em um exercício de intertextualidade, reconhecer uma construção discursiva que se repete, resgatando certos sentidos e transformando outros.


2021 ◽  
Vol 5 (01) ◽  
pp. 417-430
Author(s):  
Gnaína dos Anjos Carneiro ◽  
Luana Stefanny De Sousa Lima ◽  
Tayane Fernandes dos Santos ◽  
Vivian Hellen Da Silva Costa ◽  
Dheiky do Rego Monteiro Rocha
Keyword(s):  

O objetivo deste artigo é analisar no conto Barbazul (2017), de autoria da escritora e ilustradora Anabella López, a representação da mulher na sociedade patriarcal, considerando os contextos sócio-históricos do conto clássico matriz – adaptado pelo francês Charles Perrault – e da releitura contemporânea, bem como descrever a figura da mulher, dando ênfase ao comportamento feminino por meio dos elementos estruturais da narrativa. Para alcançar os objetivos propostos, mobiliza-se algumas contribuições teóricas e críticas de Candido (2002), Ceccantini (2011), Bozzetto Júnior (2009), Andruetto (2012) e Zolin (2005). A leitura do texto literário aponta que o protagonismo das personagens Barbazul e sua esposa representam a transfiguração de traços de referência à realidade no trato às condições de opressão sofridas pela mulher, numa perspectiva de ruptura das submissões do gênero feminino, promovidas pelo patriarcalismo. A obra literária Barbazul evidencia uma ressignificação do feminino, por meio de uma reelaboração estética na literatura, que humaniza e emancipa os leitores pressupostos crianças e jovens. Palavras-chave: Literatura infantil e juvenil. Conto de fadas. Barbazul. Representação da mulher.


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