scholarly journals EFEITOS DA APLICAÇÃO DE BIOSSÓLIDO E RESÍDUOS DE PODA NA REVEGETAÇÃO DE ÁREA DE EMPRÉSTIMO NO DISTRITO FEDERAL

Author(s):  
Leonardo Pereira Fraga ◽  
Thauany Pires dos Santos ◽  
Isabel Belloni Schmidt

Em regiões urbanas e periurbanas, as áreas de empréstimo representam um exemplo comum de áreas degradadas. Nas cidades também são frequentes os problemas de destinação dos resíduos sólidos. O lodo de esgoto estabilizado (biossólido) e os resíduos da poda vegetal constituem um substrato promissor no desenvolvimento de espécies arbóreas em áreas degradadas. O presente trabalho avaliou sobrevivência e crescimento inicial de mudas de espécies florestais e savânicas do Cerrado, em tratamentos com diferentes dosagens de lodo e de resíduos de poda, em área de empréstimo. O delineamento experimental foi em blocos casualizados com nove tratamentos e três repetições, totalizando 27 parcelas. Foram testados os efeitos de três níveis (doses) dos dois fatores (Lodo - L e Poda - P): L0P0 (controle); L0P1 (122,5 Mg.ha-1 de poda); L0P2 (245 Mg.ha-1 de poda); L1P0 (270 m3 .ha-1 de lodo); L1P1; L1P2; L2P0 (1.080 m3 .ha-1 de lodo); L2P1; e L2P2. Em cada parcela foram plantadas 60 mudas (seis por espécie) das 10 espécies testadas. A maioria das espécies florestais (Anadenanthera colubrina, Copaifera langsdorffii, Peltophorum dubium, Senegalia polyphylla, Schinus terebinthifolius, Sterculia striata e Tabebuia impetiginosa) apresentou alto percentual de sobrevivência e relativo crescimento nos tratamentos com dosagens combinadas dos resíduos ou com dosagens de lodo. Espécies savânicas (Alibertia edulis, Alibertia sessilis e Tabebuia aurea) apresentaram pouco crescimento nos tratamentos testados. T. aurea apresentou o menor percentual de sobrevivência no experimento. O uso de espécies florestais do Cerrado para revegetação de área de empréstimo urbana, em tratamentos com biossólido e resíduos de poda, apresentou resultados satisfatórios.

Rodriguésia ◽  
2006 ◽  
Vol 57 (3) ◽  
pp. 477-489 ◽  
Author(s):  
Luiz Fernando Duarte de Moraes ◽  
José Maria Assumpção ◽  
Cíntia Luchiari ◽  
Tânia Sampaio Pereira

RESUMO O plantio de espécies arbóreas nativas tem por objetivo acelerar a regeneração natural durante o processo de restauração de áreas degradadas. Este estudo apresenta a avaliação de 26 espécies plantadas nas áreas de baixada da Reserva Biológica de Poço das Antas, no município de Silva Jardim, RJ. Foram avaliados três plantios, com áreas variando de 0,64 a 1,17 ha. O modelo sucessional utilizado se baseou na separação das espécies em três grupos funcionais: pioneiras e secundárias iniciais, como sombreadoras, e secundárias tardias, como sombreadas. Para avaliar o desempenho das espécies, foi feito o monitoramento da adaptabilidade (taxa de sobrevivência) e do desenvolvimento (altura e diâmetro à altura do solo - DAS) das mudas plantadas. Todas as espécies de estágios iniciais utilizadas mostraram bom desempenho quanto à taxa de sobrevivência e desenvolvimento, com destaque para os valores de altura média apresentados por Citharexylum myrianthus, Schinus terebinthifolius e Trema micrantha. Após o estabelecimento das espécies sombreadoras, as tardias foram claramente favorecidas, como observado em Calophyllum brasiliense, Copaifera langsdorffii e Guarea guidonia. As espécies tardias Jacaratia spinosa e Plathymenia foliolosa apresentaram, desde o início, crescimento similar ao proporcionado pelas espécies de estágios iniciais, e podem ser classificadas como espécies pioneiras antrópicas. O modelo de plantio utilizando espécies autóctones arbóreas testado neste trabalho teve um excelente desempenho, e têm grande potencial para restabelecer processos ecológicos nas áreas degradadas da Reserva Biológica de Poço das Antas e em áreas vizinhas com características semelhantes.


1992 ◽  
Vol 6 (1) ◽  
pp. 123-134 ◽  
Author(s):  
Angela Maria Conte Leite ◽  
Antonieta Nassif Salomão

A estrutura populacional de plântulas da Copaiba, (Copaifera langsdoffii Desf.) foi estudada em mata ciliar do Distrito Federal, no intuito de fornecer subsídios para a conservação in situ da espécie. O método do transecto, tomando em consideração a localização dos parentais (adultos da mesma espécie), foi adotado. Os regenerantes foram plotados e marcados. Considerou-se também a predação e o ataque por patógenos nas plântulas, o que ocorreu da forma intensa e independentemente da proximidade de adultos parentais. A densidade das plântulas nas áreas estudadas foi correlacionada com o aparecimento de clareiras (fator luz). Estimou-se que os regenerantes estudados apresentam idade superior a dois anos, com base no bi ou tri anualidade das árvores no local, sugerindo um crescimento lento para a espécie, viabilizando portanto a conservação in situ desta na forma tanto de adulto quanto de plântula.


2015 ◽  
Vol 22 (2) ◽  
pp. 256-261
Author(s):  
Marcelo Tavares de Castro

Estudos com vista a ampliar o conhecimento sobre as espécies fúngicas associadas a plantas nativas do Cerrado bem como a treinar recursos humanos capazes de identificar e conservar a diversidade de fungos nesse ecossistema são de fundamental importância, principalmente quando se analisa a magnitude da micobiota, sua riqueza de espécies e diversidade de habitat. Com base nisso, este trabalho teve como objetivo definir o conjunto de espécies fúngicas associadas à Copaifera langsdorffii (copaíba), levando a uma ampliação do conhecimento micológico regional. Para tanto, foram coletadas amostras de ramos e folhas de copaíba com sintomas e sinais de fungo em Brasília, Distrito Federal, e a micobiota associada foi identificada com o auxílio de chaves apropriadas. Como resultado, oito fungos foram encontrados: Diorchidium copaifera, prováveis novas espécies de Stigmopeltis, Geastrumia, Metathyriella, Treubiomyces e Leptosphaeria, e dois prováveis gêneros novos do grupo dos celomicetos. A partir desse estudo é possível inferir que há uma grande diversidade de fungos em árvores do Cerrado e que sua micobiota ainda foi pouco explorada e identificada.


2019 ◽  
Vol 14 (3) ◽  
pp. 313-327
Author(s):  
Maria Cristina de Oliveira ◽  
Jussara Barbosa Leite ◽  
Olga Porto da Silva Galdino ◽  
Roberto Shojirou Ogata ◽  
Dulce Alves da Silva ◽  
...  

Considerando que estudos sobre a sobrevivência e o crescimento das espécies nativas via semeadura direta nas savanas brasileiras ainda são escassos, este trabalho acrescenta informações para essa técnica com 36 espécies arbóreas nativas do bioma Cerrado com relação a emergência, sobrevivência e crescimento no campo ao longo de três anos. Assim, 11.550 sementes foram semeadas em 2.520 covas, espaçadas 1 × 1 m, em duas áreas de 5.000 m2 cada, em área de pastagem abandonada em solo do tipo Neossolo Regolítico na Fazenda Entre Rios, Distrito Federal, Brasil. Cada cova recebeu de duas a dez sementes de uma espécie, sem qualquer tratamento de quebra de dormência. A taxa de emergência foi avaliada após 120 dias, e a sobrevivência das emergentes após um, dois e três anos. Além disso, seu crescimento em altura foi avaliado após três anos. Das 36 espécies, quatro apresentaram entre 10% e 20% de emergência e quatro (Copaifera langsdorffii, Hymenaea courbaril, Eugenia dysenterica e Stryphnodendron adstringens) acima de 20% e sobrevivência >80%, após um ano. Nesse mesmo período, 24 das espécies testadas apresentaram taxa de sobrevivência >60%. No geral, a taxa média de sobrevivência dos indivíduos nos três anos foi baixa (53%). Devido ao típico crescimento lento em altura observado para os indivíduos das espécies de Cerrado consideradas (média de 10,8 cm em três anos), na recuperação de áreas similares é importante também levar em conta o plantio de outras formas de vida (herbáceas e arbustivas) de espécies nativas, talvez até em densidades mais elevadas, para ocupar mais rapidamente o solo e assim buscar competir com as gramíneas exóticas.


2004 ◽  
Vol 28 (3) ◽  
pp. 419-428 ◽  
Author(s):  
Manoel Cláudio da Silva Júnior

(Florística e estrutura na mata do Taquara, Reserva Ecológica do IBGE, DF). As matas de Galeria, apesar de legalmente protegidas, vêm sendo sistematicamente substituídas visando a outras finalidades. As árvores (DAP³ 5 cm) na mata de Galeria do córrego do Taquara, na Reserva Ecológica do IBGE, no Distrito Federal, foram amostradas pelo método de quadrantes, com 250 pontos, dispostos em linhas estabelecidas ao longo do comprimento do córrego, desde as margens até os limites entre a mata e o cerrado. A amostragem de 1.000 árvores resultou na composição florística, na fitossociologia e na distribuição dos diâmetros dos troncos. No total foram amostradas 110 espécies de 49 famílias. O índice de diversidade de Shannon & Wiener foi estimado em 4,25 nats.ind-1. As famílias mais importantes foram: Leguminosae (lato sensu), Rubiaceae, Anacardiaceae, Euphorbiaceae e Sapindaceae, enquanto as espécies principais foram: Tapirira guianensis, Copaifera langsdorffii, Lamanonia ternata, Anadenanthera colubrina var. cebil, Piptocarpha macropoda, Alibertia macrophylla, Matayba guianensis, Pera glabrata, Guettarda viburnioides e Ixora warmingii. As estimativas da densidade e da área basal total foram de 1.573 árvores.ha-1, e 38,5 m².ha-1 respectivamente. A distribuição diamétrica indicou uma curva tendendo para o `J' invertido, evidenciando os baixos níveis de distúrbios ocorridos na mata. Uma comparação florística conduzida entre 21 matas de Galeria no Distrito Federal apontou a mata do Taquara como uma área rica, com 110 (29,1%) das 378 espécies listadas e similaridade de Sørensen variando entre 0,34 e 0,80, nas matas incluídas.


Planta Medica ◽  
2016 ◽  
Vol 81 (S 01) ◽  
pp. S1-S381 ◽  
Author(s):  
J de Carvalho da Costa ◽  
EV da Silva Motta ◽  
F Barreto ◽  
B Verlindo de Araujo ◽  
JK Bastos

2020 ◽  
Vol 41 (1) ◽  
Author(s):  
Larissa Pereira Gonçalves ◽  
Esmeralda Figueira Queiroz
Keyword(s):  

Este artigo trata da análise da atuação de uma professora intérprete de anos iniciais do Ensino Fundamental em uma escola do Distrito Federal, tendo como foco a sua constituição subjetiva mediante a singularidade do contexto em que sua atividade se desenvolve. Configurado como um estudo de caso, optamos pela Teoria da Subjetividade de González Rey como constructo teórico de sustentação deste estudo. E em consonância com essa teoria, a opção metodológica verteu-se para Epistemologia Qualitativa cunhada pelo mesmo autor. Assim, a construção das informações a serem analisadas se deu por meio de situações conversacionais, análise de documentos e de instrumento elaborado para completar frases. O aspecto singular de professor intérprete de um aluno surdo com transtorno do espectro do autismo foi o diferencial no cenário escolar e que conduziu as autoras a lograr o desvendamento da constituição subjetiva desta profissional.   


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