Perfil de pacientes atendidas na maternidade do Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense
Introdução: O objetivo da atenção pré-natal é prestar assistência de qualidade e humanizada, assegurando o bem-estar materno e fetal. A Unidade Materno-Infantil do Hospital Universitário Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense (HUAP/UFF), no município de Niterói, é referência hospitalar para atendimento terciário à gestação de alto risco da população da região Metropolitana II do estado do Rio de Janeiro. Para que seja possível a adequação da assistência prestada, é necessário estudar o perfil das pacientes atendidas. Objetivo: Descrever os perfis e os desfechos de pacientes que se internaram na Maternidade do HUAP/UFF e avaliar a adequação da qualidade dos cuidados pré-natais prestados. Métodos: Trata-se de estudo retrospectivo, descritivo e observacional, que incluiu todas as pacientes internadas no HUAP/UFF no período entre 01/07/2015 a 30/06/2016, listadas no Sistema de Gerenciamento de Internação (sistema MV2000) do HUAP/UFF. Resultados: Internaram-se 692 pacientes no período avaliado. Após exclusão de prontuários listados incorretamente (7) e repetidos por conta de reinternações (130), incluíram-se 555 prontuários para análise. Destes, 438 (78,9%) pacientes se internaram para parto, 38 (6,8%) para tratamento clínico (e não tiveram parto no HUAP/UFF no período de estudo) e 52 (9,4%) por interrupção da gestação no primeiro trimestre (incluindo abortamentos, doença trofoblástica gestacional e gestação ectópica). Entre as pacientes que tiveram parto, 187 (42,7%) fizeram pré-natal no HUAP, com média de 8,3±3,5 consultas, tendo idade materna média de 27,5±7,1 anos, número de gestações e de partos anteriores de 2,5±1,6 gestações e 1,1±1,2 partos, e idade gestacional no parto de 37,3±3,1 semanas completas. Quanto ao motivo de acompanhamento de pré-natal no HUAP/UFF, 231 (52,7%) foram encaminhadas por comorbidades, 104 (32%) por complicações no pré-natal e 38 (20,3%) por histórico obstétrico adverso. Quanto ao tipo de parto, 134 (30,6%) tiveram parto vaginal, 3 (0,7%) parto vaginal operatório, 241 (55%) parto cesáreo e 60 (13,7%) parto cesáreo após trabalho de parto (cesárea de emergência). Quanto aos desfechos, a média do peso ao nascer foi de 3.012±777,5 g, a amamentação foi exclusiva em 248 (54,3%) pacientes, 84 (19,2%) recém-natos se internaram na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal, 14 (3,2%) tiveram Apgar no quinto minuto < ou =5, e houve 6 (1,4%) óbitos fetais e/ou neonatais. Conclusão: O conhecimento do perfil epidemiológico das pacientes internadas no HUAP e da adequação da assistência prestada a elas é necessário para a realização de análise crítica da qualidade da assistência, permitindo o estabelecimento de estratégias e de metas que possibilitem melhorá-la.