MECANISMOS DE DEPENDÊNCIA QUÍMICA NO TABAGISMO: REVISÃO DA LITERATURA
Introdução: O tabagismo está associado à dependência química da nicotina, a qual leva o fumante a manifestar características de abstinência, tolerância e abandono de atividades sociais. O fumo é também influenciado por fatores bioquímicos, genéticos e ambientais. Objetivo: Abordar os principais mecanismos de dependência química relacionados ao tabagismo. Metodologia: Foi realizada consulta à literatura médica através de meios eletrônicos e físicos. A consulta por meios eletrônicos se desenvolveu através de pesquisas nas bases de dados MEDLINE, LILACS e SciELO. Nas bases MEDLINE e LILACS foi utilizado como descritor “transtorno por uso de tabaco” (“tobacco use disorder”). Discussão: O mecanismo de dependência se relaciona com o alto poder de difusão da nicotina pelos alvéolos pulmonares e sua interação com receptores colinérgicos nicotínicos (nAchR) centrais. Isso possibilita indução e propagação do impulso nervoso até o sistema de recompensa cerebral, contribuindo com efeitos momentâneos de euforia e prazer, principalmente através da secreção de dopamina. A falta de nicotina no organismo leva o indivíduo à síndrome de abstinência, condição clínica desencadeada por alterações do número e estado dos receptores nicotínicos. A genética mostrou ter influência no início, na manutenção do hábito e no tratamento da dependência nicotínica, condicionada, no entanto, por fatores ambientais. Estudos mostraram também relação entre genes dos receptores nicotínicos e câncer de pulmão. Conclusão: A nicotina é o principal fator desencadeante da dependência ao tabaco, pois altera a conformação dos receptores colinérgicos nicotínicos. Estes influenciam na propagação do impulso nervoso até o sistema de recompensa cerebral, criando mecanismos de reforço positivo.