A Problemática dos Afetos em Tecnologias Contemporâneas e na Ficção Científica: universos maquínicos, imaginação e vida psíquica

O presente artigo investiga duas questões: os afetos presentes nas interações homens e objetos técnicos no âmbito das tecnologias atuais, e o tratamento dado por autores de ficção científica para composições homens máquinas. O primeiro eixo vale-se da obra de Gilbert Simondon e de seu trabalho sobre a evolução dos objetos técnicos, da cultura técnica e da psicossociologia da tecnicidade. O afeto faz uma espécie de mediação entre homem e objeto, bem como constitui o elo de agenciamento entre individuação, técnica e desejo. O segundo eixo trabalha com diferentes possibilidades para relações entre homens e máquinas na literatura de Philip Dick, James Ballard, Bruce Sterling, William Hodgson e Max Barry. Os afetos, nesse caso, indicam diferentes possibilidades para relações entre homens e máquinas e para os hibridismos aí implicados: robôs, cyborgs, andróides e monstros. Os universos maquínicos das tecnociências contemporâneas produzem novas subjetivações, recriando cibertemporalidades e ciberespacialidades. Os afetos mobilizam a imaginação e, portanto, estão na base do ato criativo e da vida psíquica. A autonomia dos afetos, expressão de Brian Massumi, desdobra-se na autonomia das máquinas, na redução das margens da intersubjetividade e no fim do eu. Políticas da imaginação e recriação poética da vida psíquica sinalizam a importância dos afetos na construção de novas possibilidades subjetivas.

Messenger Skateboards and Messenger Bikes in Postcyberpunk

This chapter focuses on several important postcyberpunk works from the 1990s by Neal Stephenson, William Gibson, and Bruce Sterling. All these works celebrate transportation technologies such as skateboards and bicycles, technologies that challenge the car and its dominance over the road. Furthermore, an interest in transport machines helps these texts demonstrate some of the key features that scholars have identified as setting postcyberpunk apart from the classic cyberpunk of the 1980s, as well as some of the features they see as building continuity between the two.

La ciudad y la ciudad. Fantasías póstumas en la narrativa breve de Samuel Beckett y China Miéville

Desde el cambio de milenio, los abordajes críticos de la obra de Samuel Beckett – figura incuestionable del modernismo literario– a la luz de materiales considerados marginales respecto de la literatura “seria” han tenido un crecimiento considerable. Entre otras intervenciones críticas, se han sugerido posibles conexiones entre sus escritos y ciertas ramas de la ficción especulativa. Esto ha implicado poner a prueba un régimen de jerarquías y diferencias que cierta mitología (pos)modernista enunció como una “Gran División” (Huyssen) entre arte elevado y cultura de masas. Desde el otro lado de esta divisoria, el nombre de China Miéville –comúnmente asociado a la New Weird fiction– transita hoy un proceso de canonización que realza ciertas características de su escritura, tratando otras estratégicamente, en pos de su consagración como escritor “literario”. Sintomática de estos cruces ha sido la inclusión de ambos autores en un canon de escrituras slipstream, nombre que el escritor estadounidense Bruce Sterling dio a un supuesto género emergente capaz de expresar lo enrarecido de la experiencia contemporánea. El prisma del subgénero “fantasía póstuma” nos dará una base para articular el close reading de los materiales con algunas de esas grandes ficciones totalizantes que han dado forma al debate “teórico” en Gran Bretaña y los EE.UU. desde los años ochenta. A través de este ensayo de “mediación middlebrow” (término cuya alcurnia modernista se remonta a figuras como Virginia Woolf, Dwight Macdonald o Clement Greenberg), investigaremos las premisas y los efectos metodológicos, hermenéuticos y conceptuales que arroje el análisis comparado de los textos. Focalizándonos en las estéticas urbanas desplegadas por ambos autores, evaluaremos las potencialidades de ciertas perspectivas recientes en torno a Beckett, pero también los límites de un abordaje supuestamente “no canonizante” de la obra del gran autor irlandés.

Towards a Poetics of Strangeness: Experiments in Classifying Language of Technological Novelty

The trajectory of science fiction since World War II has been defined by its relationship with technoscientific imaginaries. In the Golden Age of the 1930s and 1940s, writers like Isaac Asimov and Robert Heinlein dreamed of the robots and rocket ships that would preoccupy thousands of engineers a few decades later. In 1980s cyberpunk, Vernor Vinge, William Gibson, and Bruce Sterling imagined virtual worlds that informed generations of technology entrepreneurs. When Margaret Atwood was asked what draws her to dystopian visions of the future, she responded, "I read the newspaper." This is not just a reiteration of the truism that science fiction is always about the present as well as the future. In fact, we will argue, science fiction is a genre defined by its special relationship with what we might term "scientific reality," or the set of paradigms, aspirations, and discourses associated with technoscientific research.

Ficção científica encontra o pós-modernismo: Slipstream

Em 1989, ao observar o crescente número de romances de autores aclamados pela crítica literária que apresentavam traços de ficção científica, o escritor de ficção científica Bruce Sterling levantou a hipótese de que um novo gênero estaria nascendo, o qual ele denominou de slipstream. Um quarto de século depois, o termo se disseminou entre os leitores de ficção científica, sem, todavia, conseguir encontrar uma definição clara de qual seria o seu objeto. Este artigo discute se é realmente necessário falar de um novo gênero, e aborda os problemas da teoria da ficção científica, que são parcialmente responsáveis pela impossibilidade de um diálogo junto aos teóricos das outras áreas da literatura.

Paid

For over a hundred years, many have envisioned a cashless society, whether utopian or dystopian. Now, in an era of mobile money and Bitcoin, it seems that cashlessness might not be far off. In recent years, there has been a flurry of payment innovation. Many of these new technologies offer a dream of money as pure information: seamless andinstantaneous. But instead of becoming dematerialized, new money technologies rely on as much, if not more, stuff than cash ever did. This book investigates the material of money past, present, and future. It is a collection of essays by scholars across fields, including anthropology, archaeology, media, technology, history, as well as journalists and industry professionals. Each essay focuses on one transactional object, including cash, checks, cards, and cryptocurrencies. Some of these items are valuable (such as bits of silver traded by libertarians), some are obsolete (such as first generation ATMs), and some are trash (such as receipts carefully collected in a cigar box). By attending to the stuff of money, these scholars investigate questions of value, authority, community, identity, and materiality.Contributors: Bernardo Bátiz-Lazo, Maria Bezaitis, Finn Brunton, Lynn H. Gamble, David Graeber, Jane I. Guyer, Keith Hart, Sarah Jeong, Alexandra Lippman, Julien Mailland, Scott Mainwaring, Bill Baurer, Taylor C. Nelms, Rachel O’Dwyer, Michael Palm, Lisa Servon, David L. Stearns, Bruce Sterling, Lana Swartz, Whitney Anne Trettien, Gary Urton

Different Engines

This chapter examines William Gibson's The Difference Engine, a collaboration with Bruce Sterling, as well as his screenplays, poetry, song lyrics, and nonfiction. Sterling used an irresistibly marketable concept for The Difference Engine: a novel by what he could describe as the two leading cyberpunk authors that would appealingly blend three popular subgenres of science fiction—cyberpunk, alternate history, and “steampunk” literature. Despite the prominence of cyberspace in his Sprawl trilogy, Gibson claimed that he has “never really been very interested in computers themselves.” This chapter first offers a reading of The Difference Engine before discussing Gibson's screenplays written for Hollywood in the late 1980s, including one for a proposed Alien 3 film and another for the film version of Johnny Mnemonic. It also considers Gibson's poems such as “The Beloved: Voices for Three Heads,” his ventures into writing song lyrics, and the approach he used in some of his later nonfiction works: looking at the real world in terms of science fiction, conveying that we indeed live in a science fiction world.