Caderno Seminal
Latest Publications


TOTAL DOCUMENTS

429
(FIVE YEARS 152)

H-INDEX

1
(FIVE YEARS 0)

Published By Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro Uerj

1806-9142, 1414-4298

2021 ◽  
Author(s):  
Maria Aparecida Oliveira
Keyword(s):  

Frida Kahlo tornou-se um ícone, um mito, uma mania, assim como a sua obra passou a ser reconhecida e celebrada mundialmente. Sua arte revela sua sensibilidade e, também, o sofrimento de seu corpo tragicamente mutilado, após o acidente que determinou sua vida inteira. O principal questionamento nesse trabalho é como podemos compreender o processo de pintura/escrita/vida de Frida Kahlo e de Virginia Woolf, como um processo de construção de uma persona, que está intrinsicamente ligada à sua pintura e à ficcionalização de seu diário, de modo a determinar uma das facetas que gostaria de mostrar ao público. Ao longo do trabalho, a intenção é aproximar Frida Kahlo da escritora Virginia Woolf, percebendo de que modo elas convergem e se distanciam. Enquanto mulheres e artistas ambas estavam revolucionando a cena artística e literária de seu país e deixaram marcas profundas que hoje impactam muitas mulheres em todo mundo. Em relação à fortuna crítica sobre Frida Kahlo, o trabalho conta com os pressupostos de Herrera (1991), Lowe (2005), Stellweg (1992), Toro (2013), Franco (2007). Sobre a construção da imagem de Virginia Woolf, o trabalho está baseado nas concepções de Jane Marcus (1987), Brenda Silver (1999) em Virginia Woolf, an Icon.


2021 ◽  
Author(s):  
Guilherme Magri da Rocha ◽  
Cleide Antonia Rapucci

Os romances Alice’s Adventures in Wonderland (1865) e Through the Looking-Glass and What Alice Found There (1871), ambos de autoria de Lewis Carroll (1831-1898), tiveram êxito estrondoso desde o momento de seu lançamento. Conforme relata Carolyn Sigler (2015), os livros já figuravam entre os favoritos das crianças vitorianas no final do século XIX e, hoje, configuram-se como as obras mais citadas depois da Bíblia e das peças de Shakespeare. Seu sucesso inicial foi imediatamente sucedido por uma diversidade de hipertextos que responderam e celebraram os livros de Carroll. Dentre eles, destaca-se o conto “Amelia and the Dwarfs”, de autoria de Juliana Horatia Ewing (1841-1885) e publicado em 1870, na Aunt Judy’s Magazine, revista dedicada ao público infantil. Este artigo busca fornecer uma possibilidade de leitura dessa obra, sobretudo a partir de seu discurso de duas vozes (GILBERT; GUBAR, 2020): se, superficialmente, a narradora apresenta uma história consonante à moralidade que marcava as histórias infantis da época; numa camada mais profunda, manifesta-se uma protagonista que vence as desventuras através de sua sagacidade e capacidade de dissimulação. Justifica-se esta contribuição a partir dos pressupostos da crítica feminista, que busca redescobrir escritoras não-canônicas e propor novas leituras de textos considerados menores ou de pouca importância na história da literatura (PAUL, 1997).


2021 ◽  
Author(s):  
Betania Vasconcelos da Cruz ◽  
Maria Elisa Rodrigues Moreira ◽  
Altamir Botoso

O objetivo deste artigo é apontar interrelações entre a escrita, a oralidade e a cultura em contos das obras Cuentos completos I e II (2014), de Josefina Plá, e Maridos (2009), de Ángeles Mastretta. As duas escritoras, em suas obras, buscam interpretar a diversidade latino-americana e, partindo do nacional, atingem o universal, pela incorporação de elementos que caracterizam os seus países de origem, tais como gírias, línguas específicas de determinados povoados (yopará e mixteco), objetos relacionados a uma determinada nação, gêneros/grupos musicais que caracterizam uma região/país (mariachis) no enredo de suas produções ficcionais. Como suporte teórico utilizamos as obras de Édouard Glissant (2005), Antonio Candido (2006), Rubén Bareiro Saguier. (2000), dentre outros.  Em suma, as narrativas de Plá e Mastretta representam uma linguagem multimodal mesclando o oral e o escrito, revelando as identidades e particularidades do contexto cultural paraguaio e mexicano através do processo comunicativo que é a escrita.


2021 ◽  
Author(s):  
Daiane Basílio De Oliveira
Keyword(s):  

Um dos grandes empecilhos erigidos contra a produção literária das mulheres, entre elas a francesa George Sand, se assenta nas disputas do campo literário, no qual as relações de força entre as instâncias que o compõe intervêm na produção e circulação das obras literárias. Sustentado na noção de que a produção literária de um escritor é formulada em um processo interativo, a proposta de estudo da trajetória literária de George Sand parte do imperativo de interpretar sua matriz biográfica, erudita e profissional, as estratégias utilizadas e a maneira como a escritora oitocentista alcançou status de legitimidade no campo literário francês. Sua trajetória revela uma série de posições no campo literário que estão vinculados à projeção de diferentes ou repetidos ethe formulados em seu projeto de criação literária, os quais revelam as movimentações da escritora em busca de uma posição de legitimidade. Assim, em conformidade com a teoria do campo literário de Bourdieu (1996), busca-se compreender os aspectos que guiaram no sentindo de marcar época e se estabelecer na vanguarda do campo literário francês: os valores incorporados e investidos, os capitais, as suas sucessivas movimentações de posição e escolhas enunciativas, bem como mapear suas relações com os agentes do campo literário.


2021 ◽  
Author(s):  
Edson Ribeiro da Silva

O presente estudo focaliza a possibilidade do conto de formação como subgênero, tomando como paradigmas os contos “A casa de bonecas”, de Katherine Mansfield, e “Felicidade clandestina”, de Clarice Lispector. Esses contos são observados como obras autoficcionais, por se inserirem em um gênero ficcional, mas evidenciarem sua natureza autobiográfica. A noção de Bildung aparece neles e, de modo geral, no subgênero como crise que resulta em aprendizado. Teóricos como Lejeune, Searle, Doubrovsky, Alberca, Klinger e Puga servem como base para os conceitos que evidenciam a natureza formadora e autoficcional desses contos.


2021 ◽  
Author(s):  
Carolina Rodrigues Guimarães ◽  
Brenno Fernandes Soares

O objetivo desse trabalho é analisar a forma do conto breve na narrativa “Irman”, publicado na coletânea Pájaros en la boca (2009), de Samanta Schweblin, ao passo que propomos uma leitura crítica acerca dos aspectos sociais latentes na obra, como a banalização e silenciamento ante a morte do corpo feminino. Parte-se da hipótese de que as narrativas breves, apesar da curta extensão, apresentam muitas informações subjetivamente, possibilitando uma leitura plural do conto. A fim de analisar a forma do conto, apoia-se em teóricos e contistas que versam acerca da estrutura e elementos próprios da narrativa breve, tais como Edgar Alan Poe, Ricardo Piglia, Horacio Quiroga, Luzia de Maria. Esta pesquisa justifica-se pelo fato de que o conto moderno tem ganhado cada vez mais espaço na literatura e ao levantar temas sociais faz-se pertinente difundir tal gênero e a escrita feminina latino-americana, de modo que se faça conhecer cada vez mais.


2021 ◽  
Author(s):  
Deisi Luzia Zanatta ◽  
Rosemary Elza Finatti

Kate Chopin se tornou uma importante escritora da literatura realista dos Estados Unidos, no século XIX, por abordar a temática de conscientização feminina em sua obra. O universo feminino de suas narrativas constitui-se de personagens que buscam liberdade e autoafirmação em meio à hostilidade da dominação masculina na cultura fin de siècle. O despertar (1899), a obra-prima da autora, escandalizou a sociedade sulista estadunidense e foi considerado por grande parte da crítica como um romance vulgar e imoral, por tratar de questões como a independência afetiva, financeira e sexual da protagonista Edna Pontellier, que percorre um caminho transgressor em busca da emancipação. Nesse sentido, o presente trabalho objetiva apresentar a trajetória de emancipação feminina da heroína, que rompe com o estereótipo de mulher ideal construído pela ideologia patriarcal, por meio de atitudes consideradas subversivas para a época. Para tanto, a análise será embasada pelos pressupostos teóricos de Virginia Wolf (1942) acerca da imagem do anjo do Lar, de Wendy Martin (1988) em relação às personagens femininas da obra, de Antônio Candido (1976), Edward Morgan Forster (2005) e Ruth Miguel (2016) sobre a personagem de ficção e de Gérard Genette (1972) a respeito do foco narrativo.


2021 ◽  
Author(s):  
Cleide Antonia Rapucci ◽  
Flavio García ◽  
Shirley Carreira

2021 ◽  
Author(s):  
Débora Ballielo Barcala

O presente trabalho busca analisar “The Crop”(1947), ou “A colheita”(2008), um dos primeiros contos da carreira literária de Flannery O'Connor. Essa narrativa faz parte da dissertação de mestrado em escrita criativa de O’Connor e, curiosamente, desenvolve o tema da mulher escritora. Os esforços de Miss Willerton, a protagonista, em refletir sobre seu fazer literário são sempre interrompidos com preocupações cotidianas e mundanas. A função doméstica esperada da mulher sulista, mesmo no século XX, é sempre imposta e lembrada a Miss Willerton, e portanto, mesmo não sendo casada e não possuindo filhos, ela não consegue se libertar de seu papel de “anjo do lar” para se dedicar inteiramente à escrita. Outros empecilhos enfrentados pela protagonista são a falta de recursos financeiros (problema este comum a muitas escritoras e descrito por Virginia Woolf em Um teto todo seu) e sua falta de experiência de vida, já que até suas leituras são censuradas pela família. Desse modo, com base em Elaine Showalter (1986), Sarah Gordon (2003) e Virginia Woolf (2013), propomos analisar o conto em questão não apenas como uma narrativa irônica que debocha de uma aspirante a escritora que não consegue realmente produzir um texto, mas como uma representação dos principais problemas enfrentados pelas mulheres que almejavam a carreira literária em sociedades patriarcais e ocidentais.


2021 ◽  
Author(s):  
Danielly Cristina Pereira Vieira ◽  
Rafael Macário De Lima

Na obra A Casa dos Espíritos (2017[1982]), de Isabel Allende, destacam-se as mulheres da família, principalmente Clara e Alba, as responsáveis pela narração da história — a primeira por escreve-la em seus cadernos de anotar a vida e a segunda por resgatar essa escrita, após sua libertação do cárcere ditatorial, e narrá-la de modo a construir a obra. Nessa perspectiva, nosso objetivo é analisar o potencial revolucionário e de resistência da escrita das mulheres utilizando como corpus a obra de Allende. Para isso, através de teóricas como Joanna Russ (2018), Gerda Lerner 2019, Michelle Perrot (2019) e Virginia Woolf (2019), faremos um breve percurso acerca da proibição e dos empecilhos históricos impostos às mulheres afim de barrar ou dificultar suas expressões através da escrita, culminando nas estratégias utilizadas por elas, tal como a escrita de cartas e, como Clara, de diários/cadernos privados, como estratégia de registro e de voz. Concluímos que Allende, em sua obra, ilustra o poder revolucionário da produção escrita das mulheres.


Sign in / Sign up

Export Citation Format

Share Document